Por Paulo César Gomes, professor, escritor e pesquisador serra-talhadense
O uso da escrita é um das mais marcantes avanços do homem civilizado. É a partir dessa iniciativa que a humanidade começa a contar e a registar a sua história de forma mais compreensível. Ao longo dos séculos, homens e mulheres, relataram através da escrita suas angústias, sonhos e realizações. Parte desse material acabou sendo registrado em páginas de livros. Livros que hoje são essenciais para que a sociedade possa compreender o seu tempo presente através do que foi escrito no passado.
O uso da escrita é um das mais marcantes avanços do homem civilizado. É a partir dessa iniciativa que a humanidade começa a contar e a registar a sua história de forma mais compreensível. Ao longo dos séculos, homens e mulheres, relataram através da escrita suas angústias, sonhos e realizações. Parte desse material acabou sendo registrado em páginas de livros. Livros que hoje são essenciais para que a sociedade possa compreender o seu tempo presente através do que foi escrito no passado.
E nesse dia 29 de
outubro, Dia Nacional do Livro, quero registar a minha indignação pelo fato de
que a segunda maior cidade do Sertão pernambucano não possui uma política
pública de estimulo e financiamento de produções literárias. Serra Talhada hoje
se encontra, em nível de produção literária, atrás de cidades de porte economicamente
inferior, mas que entende que é através dos livros que se mudar uma sociedade.
Que se construí uma nova realidade social e cultural.
Infelizmente não
existem incentivos na cidade para que os jovens serra-talhadenses possam
escrever seus trabalhos, para que despertem para esse mundo fascinante que a
escrita. Há muito anos não temos um singelo concurso de redação. Nem mesmo uma
feira ou um café literário somos capazes de realizar. Os projetos de pesquisa
sobre a história da cidade são renegados, nossa memória histórica está se
esvaindo pelas mãos como se fossem grãos de areia! Não há o mínimo interesse ou
apoio para trabalhos que possam ajudar as futuras gerações a darem o devido
valor ao passado da nossa cidade.
Parece até uma coisa
sinistra, mas é verdade a mais pura verdade. Se alguém que contribui para o
desenvolvimento da cidade morrer, só será lembrado se seu nome for colocado em
uma rua, praça ou órgão público. Isso é muito pouco para uma cidade como a
nossa! Com uma história tão forte e intensa como a nossa! Um bom exemplo desse
“esquecimento” é a Lei No. 1.141 de 20 de dezembro de 2005, de autoria do
ex-vereador Barbosa Neto, denominada de a Lei do Livro - que determina que o
município deve adquirir 100 livros de autores serra-talhadenses para distribuir
entre as escolas da rede municipal de ensino – que não é cumprida.
Enquanto os livros são
esquecidos, se gasta um fortuna para a promoção do lixo cultural que se
prolifera através da música e de eventos de apelo populista. Nossa juventude é
estimulada é a levantar um copo de uísque ou de cachaça, enquanto as moça são
educadas para subir em cima da mesa e a aceitarem que são "raparigas". No entanto, nenhuma campanha é feita para estimular os jovens a ler um livro!
Quem quiser escrever um
livro em Serra Talhada têm que ficar mendigando a atenção de um “empresário
mesquinho” ou a um “político nojento”, tentando conseguir quem sabe R$ 50,00! Porque
para eles um livro não é importante para divulgar a sua marca ou para
contemplar os seus objetivos políticos. Mal sabem eles que os livros são
guardados em locais privilegiados de uma casa, exposto para todos que adentre
aquele lar e que daqui a vários anos a sua marca e o seu nome estará
preservado, assim como a história! Assim como as angústias, os sonhos e as
realizações da humanidade!
Um
forte abraço a todos e a todos e até a próxima!
P.S.: Antes que alguém
escreva alguma bobagem, quero registrar que irei no momento oportuno, doar as escolas públicas da cidade (municipal e estadual) os livros de minha
autoria.