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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Descaso: A história do Obelisco e a destruição lenta e gradual da memória de Serra Talhada

Por Paulo César Gomes, Professor e pesquisador da história de Serra Talhada

O obelisco erguido na Praça Sérgio Magalhães, no coração de Serra Talhada, foi uma das marcas da gestão do ex-prefeito Geni Pereira, uma homenagem ao 150 anos de emancipação política de Serra Talhada – 06 de maio de 2001. No entanto, o monumento nunca recebeu o devido valor, tanto da sociedade, como dos órgãos públicos.

O obelisco é freqüentemente vítima de vandalismo, só é lembrando em período natalino, quando é usado como base para sustentação a árvore de natal. No restante do ano é usado como mural para exposição de cartazes de festas. É bem verdade que o obelisco deveria ter sido construído de forma vistosa e imponente, aos moldes de outros que existem em vários países do mundo.

Porém, é preciso registrar que esse não é o primeiro obelisco a ser erguido na praça central da cidade. Em 1951, outro monumento no mesmo estilo foi inaugurado em comemoração ao centenário.

Inexplicavelmente, em uma das reformas realizada na atual Praça Barão do Pajeú, o obelisco foi posto abaixo sem que nenhum tijolo ou placa fosse guardado como recordação histórica.
Infelizmente, Serra Talhada tem uma péssima tradição em deletar elementos que fazem parte da memória da cidade e do seu povo.

Um forte abraço e um feliz 2016 a todos os amigos faroleiros!

O Obelisco hoje



Praça Barão do Pajéu - 1951



O primeiro Obelisco em frente a Matriz da Penha (1951)

Fotos: Dierson Ribeiro/ Farol de Notícias


Publicado em 27 de dezembro de 2015.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Viagem ao Passado: As misses que enfrentaram o machismo em Serra Talhada e o adeus ao Miss PE

Por Paulo César Gomes, professor, escritor e pesquisador da história de Serra Talhada

Os primeiros registros da participação de uma serra-talhadense em concurso estadual do Miss Pernambuco dão conta de que em 09 de junho de 1972, a jovem Terezinha Carneiro Tavares, subiu a passarela do Ginásio “O Geraldão”, para representar a cidade que posteriormente veio a se tornar tri-campeã da beleza pernambucana. A candidata terminou a competição na 10º colocação. Infelizmente não existem registros fotográficos da jovem Terezinha Tavares, nem muito menos se sabe algo sobre a sua eleição e os seus vínculos familiares na cidade, já que por anos a memória da cidade foi desprezada. Lamentável!

Passados os anos de glória, 1974/75 e 76, veio então à última representante de Serra Talhada, a disputar a cobiçada coroa de Miss Pernambuco, que em 03 de junho de 1977, desfilou com a difícil tarefa de manter o título com a cidade, a bela Marta Lúcia Machado Cavalcanti, que a acabou ficando na 21ª colocação. O desempenho da serra-talhadense se deve ao fato que começou a surgir um boicote as candidatas da cidade, alguns jornalistas chegaram a afirmar que a empresa de revenda de carros que patrocinou o evento, por ter os proprietários oriundos de Serra Talhada, estaria agindo para beneficiar as conterrâneas.

Outra especulação que circulou na época, é a de que Marta teria sido atropelada dias antes do evento, e que apesar de não ter sofrido grandes traumas físicos, o acidente havia prejudicado o seu desempenho. O que há de verdade nessa história, é fato de que assim como Terezinha, Marta ficou esquecida, já que não conseguiram o título, no entanto, muitos se esquecem da importância dessa mulheres para a história da cidade, tanto pelo pioneirismo, como também pela a ousadia em enfrentar ao machismo e a intolerância que dominava a sociedade sertaneja na época.

Um forte abraço e até a próxima!




Fotos de Marta Machado cedidas pelo professor Dierson Ribeiro


Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 20 de dezembro de 2015.

A chuva de petróleo em Brasília


O talento pode ser zero, mas a criatividade merece uma nota 6,0! uma síntese da politica brasileira!

Autor: Paulo César Gomes 

domingo, 13 de dezembro de 2015

VIAGEM AO PASSADO: A beleza da Rainha do Algodão e a fuga de Chateuabriand de Serra Talhada

Por Paulo César Gomes, Professor e escritor serra-talhadense

A definição de beleza é algo extremamente subjetivo, por isso, é difícil aclamar uma mulher como a mais linda do mundo, ou a mais linda de uma cidade ou de um país.
Porém, os concursos de beleza realizados anualmente estipulam critérios e regras para se tentar aproximar do que poderiam definir como a perfeição. Contraditório ou não, esse modelo de competição revelam personalidades que acabam virando lendas com o passar dos anos.

A origem dos concursos de beleza está diretamente ligada a Grécia Antiga, onde Cípselo instituiu o primeiro concurso, após fundar uma cidade banhada pelo rio Alfeu; a vencedora do primeiro concurso se chamava Herodice. O primeiro concurso da era moderna foi criado em 1951 na Inglaterra, o Miss Mundo (Miss World), como parte das celebrações do Festival of Britain.

Seu fundador foi Eric Morley, na época o concurso teve uma audiência global maior que a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. A vencedora do concurso foi à representante da Suécia Kiki Haakonson. Na atualidade há milhares de concursos regionais, nacionais e internacionais, todos despertando maior ou menor interesse de público e mídia.
Duas beldades nacionais já ganharam o concurso de beleza mais famoso do mundo: a gaúcha Ieda Maria Vargas, em 1963, e a baiana Marta Vasconcelos, em 1968.

O Brasil também teve vencedoras em outros dois concursos do gênero, o Miss Mundo e o Miss Beleza Internacional. Em 1968, Maria da Glória Carvalho, do Estado da Guanabara – hoje parte do Rio de Janeiro – venceu o Miss Beleza Internacional e, em 1971, Lúcia Tavares Peterle, também da Guanabara, levou o Miss Mundo. As brasileiras no Miss Universo, Miss Mundo e Miss Beleza Internacional costumam ser, respectivamente, a primeira, segunda e terceira colocadas no Miss Brasil.

MARIA TERESA DE GODOY BENÉ: A RAINHA DO ALGODÃO DA FESTA DE 1953



Na primeira metade do século XIX, o algodão era o grande motor da economia serra-talhadense, sendo denominado de “o ouro branco”. Em função da valorização e dos benefícios trazidos pelo produto, o então prefeito Moacir Godoy, criou em 1950, a Festa do Algodão.

O evento acabou ganhado proporções regionais, sendo que em 1953, a festa contou a presença do Ministro da Agricultura, João Cleophas, e do Governador do Estado, Etelvino Lins, e do Senador, Apolônio Sales, entre outros.

Dentro da programação do evento, foi colocado o concurso para a escolha da rainha da festa. Cada cidade produtora de algodão indicou uma candidata. As atenções estavam voltadas para a candidata da cidade de Limoeiro, que havia sido escolhida recentemente Miss regional.

No entanto, para a surpresa de todos, a jovem Maria Tereza de Godoy Bené, roubou a cena logo que entrou na passarela. Vestindo “um longo” feito com a fibra do algodão, a morena que representava a cidade de Serra Talhada, foi aclamada pelos presentes antes mesmo do resultado dos jurados.

Como é de praxe na cidade, poucos registros são encontrados sobre a Festa do Algodão e sobre a jovem Maria Tereza de Godoy Bené.

ASSIS CHATEUABRIAND: O MAGNATA DAS COMUNICAÇÕES SE ENCANTOU POR TERESA BENÉ, MAS SAIU ESCONDIDO NO PORTA MALAS DE UM CARRO

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ASSIS CHATEUABRIAND: O MAGNATA DAS COMUNICAÇÕES 

Apesar dos poucos registros sobre a Festa do Algodão, alguns fatos acabaram caindo no domínio público. Um deles diz respeito ao magnata das comunicações, o jornalista Assis Chateaubriand.

O paraibano foi um dos homens mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e de 1950 em vários campos da sociedade brasileira. Ele criou e dirigiu a maior cadeia de imprensa do país, os Diários Associados: 34 jornais, 36 emissoras de rádio, 18 estações de televisão, uma agência de notícias, uma revista semanal (O Cruzeiro), uma mensal (A Cigarra), várias revistas infantis (iniciada com a publicação da revista em quadrinhos O Guri em 1940), e a editora O Cruzeiro.

Quando esteve em Serra Talhada, Assis Chateaubriand exercia o mandato de Senador, e veio na comitiva do Ministro da Agricultura. Após a eleição, Teresa Bené foi coroada rainha pelas mãos do Ministro João Cleophas. Durante o decorrer da festa, a bela morena foi felicitada por várias pessoas, entre elas, Assis Chateaubriand, que bastante empolgado com o carisma e beleza da jovem, acabou lhes dirigindo alguns elogios que não foram bem recebidos pelos parentes da moça.

O incidente gerou um certo desconforto entre os presentes que só veio a se acalmar com a saída descrita do jornalista e senador escondido dentro de um porta malas de um carro. Não se sabe se ocorreram ameaças veladas a Chateaubriand ou se o famoso mulherengo preferiu sair escondido com medo da fama de violência que na época já era uma marca da cidade.


Teresa Bené sendo coroada em Serra Talhada pelo ministro João Cleophas

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 13 de dezembro de 2015.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Histórias Perdidas: Série do FAROL vira livro com lançamento neste domingo (6), em Serra Talhada

Por Manu Silva (Farol de Notícias)

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As memórias do lugar em que vivemos precisam de registro para que sua cultura e história permaneçam vivas e sejam conhecidas pelas futuras gerações. Com o objetivo de resgatar a memória de uma Serra Talhada que poucos contam, o historiador e escritor Paulo César Gomes e o seu fiel escudeiro, Alejandro García começaram a série Histórias Perdidas. A princípio apenas uma jornada de reportagens para o FAROL DE NOTÍCIAS, mas o sucesso dos textos ultrapassaram as páginas da internet e se tornaram um livro. A obra será lançada neste domingo (6), na Chocolataria Gramado, na rua Cornélio Soares, a partir das 20h.

O livro “HISTÓRIAS PERDIDAS: Um resgate da memória esquecida da cidade através de textos, fotografias e depoimentos”, foi publicado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) com o apoio do vice-presidente da Casa, deputado Augusto César, presença confirmada no lançamento. Nas 120 páginas, 20 matérias, cerca de 30 entrevistados e mais de 200 fotos, a obra busca contar e ilustrar alguns fatos dos mais de 200 anos de Serra Talhada. De acordo com o escritor Paulo César Gomes foram necessários mais de sete meses de pesquisa, cerca de 1000 km percorridos, entre as zonas urbana e rural do município.


A conquista de Paulo César e Alejandro García será lançada em uma noite especial promovida em parceria com a Chocolataria Gramado. Neste domingo (6), ao som do voz e violão de Ricardo e Laise, a partir das 20h. A noite também contará com uma homenagem especial a banda serra-talhadense D’gritos. Paulo César, Alejandro e toda a equipe do FAROL têm o prazer de convidar todos para participar do lançamento de mais uma obra de Paulo César e a primeira de muitas do intrépido repórter fotográfico, Alejandro García.



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CAPA DO LIVRO DE PAULO CÉSAR GOMES E ALEJANDRO GARCÍA
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ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

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