Por Andréia Sadi

O ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) pediu demissão na noite desta terça-feira (23) ao presidente Michel Temer. Ele era um dos assessores que despachavam do terceiro andar do Palácio do Planalto – mesmo pavimento do gabinete presidencial  e ajudavam o governo na interlocução com o Congresso Nacional e com empresários.

Palacianos afirmam que Mabel era um dos interlocutores do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) junto ao governo, principalmente, durante o processo de cassação do ex-presidente da Câmara. O agora ex-assessor de Temer nega.


"Nunca tive essa missão. Até porque o Eduardo Cunha tinha acesso a todos do palácio, muito mais do que eu. Portanto, a informação não é verdadeira", escreveu Mabel ao Blog.

Com a saída do assessor especial, já são quatro assessores de Temer que deixam o Planalto. Além de Mabel, já saíram José Yunes, Rodrigo Rocha Loures e Tadeu Fillipelli.


Instauração de inquérito

O procurador da República Helio Telho informou ao Blog nesta quarta-feira (24) que o Ministério Público de Goiás requisitou na semana passada a instauração de um inquérito policial para apurar supostos pagamentos ilícitos feitos, em 2010, por ex-executivos da construtora Odebrecht ao então deputado federal Sandro Mabel. 

O MPF informa que os ex-executivos da construtora João Antônio Pacífico Ferreira e Ricardo Roth Ferraz de Oliveira relataram pagamentos feitos, a pretexto de doação de campanha, a Mabel que, na ocasião, era candidato a deputado federal. 

O valor seria de R$ 100 mil, pagos por meio de recursos não contabilizados, mas registrados no sistema "Drousys", usado para contabilizar pagamentos em propina da empreiteira.

Para o procurador Helio Telho, responsável pelo caso, os fatos indicam suposta prática de corrupção.