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segunda-feira, 30 de março de 2020

Em manifesto, Ciro, Haddad, Boulos e Dino pedem renúncia de Bolsonaro

Do BR 247 
Os ex-presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSOL), além do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), pedem em manifesto a renúncia de Jair Bolsonaro por ser ser "um presidente da República irresponsável", que agrava a crise do coronavírus pois "comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos".
"Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando determinações técnicas e as experiências de outros países", diz o texto.
"Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável. Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários", continua.
Leia a íntegra:
O BRASIL NÃO PODE SER DESTRUÍDO POR BOLSONARO
O Brasil e o mundo enfrentam uma emergência sem precedentes na história moderna, a pandemia do coronavírus, de gravíssimas consequências para a vida humana, a saúde pública e a atividade econômica. Em nosso país a emergência é agravada por um presidente da República irresponsável. Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando determinações técnicas e as experiências de outros países. Antes mesmo da chegada do vírus, os serviços públicos e a economia brasileira já estavam dramaticamente debilitados pela agenda neoliberal que vem sendo imposta ao país. Neste momento é preciso mobilizar, sem limites, todos os recursos públicos necessários para salvar vidas.
Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável. Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários. Basta! Bolsonaro é mais que um problema político, tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo.
Ao mesmo tempo, ao contrário de seu governo - que anuncia medidas tardias e erráticas - temos compromisso com o Brasil. Por isso chamamos a unidade das forças políticas populares e democráticas em torno de um Plano de Emergência Nacional para implantar as seguintes ações:
-Manter e qualificar as medidas de redução do contato social enquanto forem necessárias, de acordo com critérios científicos;

-Criação de leitos de UTI provisórios e importação massiva de testes e equipamentos de proteção para profissionais e para a população;

-Implementação urgente da Renda Básica permanente para desempregados e trabalhadores informais, de acordo com o PL aprovado pela Câmara dos Deputados, e com olhar especial aos povos indígenas, quilombolas e aos sem-teto, que estão em maior vulnerabilidade;

-Suspensão da cobrança das tarifas de serviços básicos para os mais pobres enquanto dure a crise,

-Proibição de demissões, com auxílio do Estado no pagamento do salário aos setores mais afetados e socorro em forma de financiamento subsidiado, aos médios, pequenos e micro empresários;

-Regulamentação imediata de tributos sobre grandes fortunas, lucros e dividendos; empréstimo compulsório a ser pago pelos bancos privados e utilização do Tesouro Nacional para arcar com os gastos de saúde e seguro social, além da previsão de revisão seletiva e criteriosa das renunciais fiscais, quando a economia for normalizada.

Frente a um governo que aposta irresponsavelmente no caos social, econômico e político, é obrigação do Congresso Nacional legislar na emergência, para proteger o povo e o país da pandemia. É dever de governadores e prefeitos zelarem pela saúde pública, atuando de forma coordenada, como muitos têm feito de forma louvável. É também obrigação do Ministério Público e do Judiciário deter prontamente as iniciativas criminosas de um Executivo que transgride as garantias constitucionais à vida humana. É dever de todos atuar com responsabilidade e patriotismo.
ASSINAM (por ordem alfabética):
Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB.
Carlos Lupi, presidente nacional do PDT.
Ciro Gomes, ex-candidato a Presidência pelo PDT.
Edmilson Costa, presidente nacional do PCB.
Fernando Haddad, ex-candidato à Presidência pelo PT.
Flavio Dino, governador do estado do Maranhão.  
Guilherme Boulos, ex-candidato a Presidência pelo PSOL.
Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT.
Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL.
Luciana Santos, presidenta nacional do PC do B.
Manuela D'Avila, ex-candidata a Vice-presidência (PC do B).
Roberto Requião, ex-governador do Paraná.
Sonia Guajajara, ex-candidata à Vide-presidência (PSOL)
Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul

domingo, 29 de março de 2020

Um bobo alegre

Crônica do Mário Sérgio Conti na Folha de São Paulo*
Bolsonaro é um bobo alegre e perigoso. Não liga para a lógica e a coerência. Despreza os fatos, o real, a verdade. Não tem compromisso com os brasileiros. Como foi eleito, se acha no direito de arrotar absurdos. Mas não se é presidente impunemente.
Em 15 de janeiro de 1793, um advogado de 25 anos, autor de um poema épico-libertino que açoitava a corte de Versalhes, associou o exercício do poder não apenas à responsabilidade —mas ao dolo, à culpa e à condenação. Chamava-se Louis Antoine Léon de Saint-Just.
Na notável peça oratória com a qual acusou Luis 16 de ser inimigo do povo, ele tonitruou: “Não se pode reinar inocentemente: a loucura é demasiado evidente”.
O jovem de traços finos não deu chance ao meio-termo: “Esse homem deve reinar ou morrer”. Foram 361 os deputados da Convenção que concordaram com Saint-Just. A cabeça do rei rolou uma semana depois.
Como os tempos são outros, a invectiva do Arcanjo da Revolução deve ser suavizada: a loucura de Bolsonaro é demasiado evidente, esse homem deve governar ou ser derrubado. Não se pode permitir que sabote o combate à pandemia, que aumente a dor e a desordem.
Não se trata só da sua estupidez. Seu governo ineficaz transformou-se num inimigo. Veja-se o ministro da Saúde. Ao invés de dizer se o confinamento é necessário ou não, fez média. Mas empostou a voz, deu-se ares de sumidade e fugiu das perguntas de repórteres. Revelou-se um politiqueiro pomposo e servil.
No aspecto prático, foi pior. Os equipamentos que prometeu não chegaram aos hospitais: alegou que não recebera os endereços. Não apresenta números que possam orientar o combate à propagação do vírus. É prolixo e opaco.
No Ministério da Economia, o tagarela de todas as tevês emudeceu. Ele nem sequer alinhavou meia dúzia de medidas imprescindíveis. Não tem ideia de como fará chegar algum dinheiro aos desafortunados.
Numa situação de emergência, seus dogmas ideológicos o paralisam.
Mandetta e Guedes são os bumbos da charanga regida por um ignorante que crê piamente em remédios não testados. Que acha melhor que “uns velhinhos” morram a ele mesmo se aplicar e trabalhar. Que opõe questões sanitárias à economia sem saber o que são uma e outra.
O resultado é o que se vê. Ausência de testes para detectar o vírus. Falta de UTIs e ventiladores pulmonares. Governadores a favor do confinamento e outros contra. Comerciantes sem saber se abrem ou fecham suas lojas. Panelaços contra o presidente e carreatas a seu favor.
Há mais. Um ministro senil que rompe a quarentena. Pastores argentários que promovem cultos de massa nos quais extorquem o dízimo.
Traficantes e milícias decretando toque de recolher em favelas. Saques aqui e ali. Boatos, baderna, vale-tudo.
A anarquia aumentará à medida que a Covid-19 congestione hospitais. O pico da pandemia tende a pegar o país pela proa, abatendo-o sabe-se lá por quanto tempo. É preciso fazer algo —dizem todos. Mas o quê?
Saint-Just, que, além de resoluto era realista, talvez tenha algo a nos dizer. “Não há grandes homens, só há grandes conflitos”, escreveu.
E ainda: “A força das coisas nos conduziu talvez a resultados nos quais não havíamos pensado”. E arrematou: “Ousem!”.
Não há o que esperar de Bolsonaro e sua tropa de néscios, da horda de odiosos que ele atiça. Mas é preciso lhes opor os argumentos da ciência e da solidariedade. Contra a força das coisas, a força da razão virtuosa. Política não é chicana, é rigidez contra o mal.
Ainda que hoje a política esteja reduzida à retórica. Ao contrário de Saint-Just, vivemos dias de anomia. Ele dizia não haver barulho mais belo do que o de um povo que discute e delibera o seu destino. E nós aqui, encerrados em bolhas virtuais, falando a língua das panelas. Ousar como?
Estamos em boa medida na dependência daqueles que detêm poder factual e prático. Ou seja, da elite —seja ela econômica, parlamentar, científica, institucional, midiática ou jurídica.
Dado o prontuário histórico dos mandachuvas do Brasil, dá vontade de chorar. Tanto que pululam os que querem lucrar com a crise; os demagogos impenitentes; os atravessadores desabusados; os pilantras sem pejo. Mas a força das coisas não é unívoca nem unilateral.
Há gente séria e empenhada despontando. Cientistas que pesquisam e buscam saídas. Médicas e enfermeiras que vivem dias macabros. Políticos tradicionais que se insurgem contra os palermas do Planalto. Que eles ousem tirar o problema Bolsonaro do caminho.
*Jornalista

sábado, 28 de março de 2020

Quase 50% dos casos graves no Brasil estão abaixo dos 60 anos

Do uol

A campanha do governo federal chama de "raros" os casos fatais do novo coronavírus. Segundo o último levantamento por faixas etárias da população, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, mortes de menores de 60 anos representam 10% do total no Brasil. Entretanto, quando se trata de casos graves, jovens e adultos representam quase a metade. De acordo com essa análise oficial por faixas etárias, no momento em que o país registrava 59 óbitos, seis vítimas tinham menos de 60 anos — cerca de 10% do total. Dos 391 casos graves, 188 (ou 48%) eram de jovens e adultos. Ontem, o número de óbitos subiu para 92 (2,7% do total de 3.417 casos), mas a pasta do governo não divulgoua divisão por faixas etárias.
"Não é nada raro. Essa coisa de que jovem não vai ter problema [com o vírus] é uma ilusão, não representa a realidade dos nossos hospitais", afirma a infectologista Naihma Fontana, que cuida de uma UTI (unidade de tratamento intensivo) em Sorocaba, no interior paulista. Para ela, ao estimular isolamento só de idosos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) despreza a taxa de mortes e ignora as sequelas deixadas em quem sobrevive a casos graves de coronavírus.
"Nós temos pacientes em estado grave de todas as idades. Tem de 46, 48, 33 anos. Todos entubados, com ventilação mecânica. O vírus não escolhe faixa etária. Claro que morrem mais idosos por causa das complicações, mas os jovens morrem, sim. Ficam em estado grave, sim", afirma Fontana. A infectologista entende que o Estado e parte da população têm de parar de tratar o assunto como se fossem números. Diz ainda que não faz sentido o governo desprezar as taxas de mortalidade das vítimas abaixo de 60 anos. "Falam que 2% é letalidade baixa, mas e se for seu pai, sua mãe, seu filho? Aí não representa 2%, representa 100%! As pessoas têm de ter consciência", avalia a médica.

sexta-feira, 27 de março de 2020

OMS: vidas podem ser salvas se países agirem logo

Por Jornal Nacional

Neste momento em que todo mundo é bombardeado por informações contraditórias sobre o coronavírus, muitas delas absolutamente falsas, irresponsáveis e até criminosas, o Jornal Nacional abre a edição com dados divulgados nesta sexta-feira (27) por duas fontes da mais alta qualificação.
Uma delas tem autoridades para falar da saúde no planeta: é a OMS.
A outra fonte é um dos centros de pesquisa acadêmica mais respeitados do mundo: o Imperial College, de Londres.
Os dados e as projeções que esses dois organismo tornaram públicos nesta sexta merecem muita atenção.
Pesquisadores do Imperial College de Londres analisaram o impacto da pandemia em 202 países e concluíram que, se os governos adotarem medidas rigorosas cedo, como testes de diagnóstico, isolamento de doentes e distanciamento social para frear a disseminação do vírus, 38,7 milhões vidas podem ser salvas. E muitos países estão agindo.
Um terço do planeta está em isolamento. Cerca de três bilhões de pessoas em quase 70 países receberam a orientação para ficar em casa, recomendada pela Organização Mundial da Saúde e por especialistas em saúde pública.
Em países como Suíça, Alemanha e Estados Unidos, os governos recomendam que as pessoas fiquem em casa. Mas muitos estados e cidades, adotaram medidas mais rígidas.
Outros países como Israel, África do Sul, Índia, Nova Zelândia, Colômbia, Argentina, Itália, Reino Unido, França, Bélgica e Espanha.
A Espanha é um exemplo de como a situação pode se agravar se muitas pessoas ficarem doentes ao mesmo tempo. O sistema de saúde pode entrar em colapso. De quinta (26) para sexta foram registradas 769 pessoas mortes. Mais um recorde triste.
O publicitário brasileiro Max Lacerda, que mora em Madrid, disse que os espanhóis entenderam a importância de ficar em casa.
“Para o pessoal que está no Brasil e pensa que é uma brincadeira, não é. O que a gente está vivendo aqui no Brasil é o que vai viver em qualquer lugar, é a curva que tanto falam. O objetivo é que essa curva diminua. Então, para pessoal que está no Brasil, fique em casa”, afirmou.
Nesta sexta, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, pediu que pessoas e países não usem medicamentos cuja eficácia ainda não tenha sido comprovada.
“A história da medicina está cheia de exemplos de drogas que funcionavam no papel ou num tubo de ensaio, mas não funcionaram em humanos ou foram até prejudiciais”, disse.


O chefe da OMS disse que uma das ameaças mais urgentes na luta para salvar vidas é a escassez crônica global de equipamentos de proteção. E alertou que “quando profissionais da saúde estão em risco, todos nós ficamos em risco”.

Justiça proíbe Bolsonaro de adotar medidas contra isolamento social

Por Folhapress - Igor Mello

A Justiça Federal proibiu, na tarde de hoje, o governo federal de adotar medidas contrárias ao isolamento social como forma de prevenção da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Também suspendeu a validade de dois decretos editados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que classificaram igrejas e casas lotéricas como serviços essenciais, o que permitia seu funcionamento mesmo com proibições de aglomerações em estados e municípios. A medida tem efeito imediato e vale para todo o Brasil.
A decisão liminar atende pedido feito pelo MPF (Ministério Público Federal). Nela, o juiz federal Márcio Santoro Rocha, da 1ª Vara Federal de Duque de Caxias (RJ), determina que o governo federal e a prefeitura de Duque de Caxias "se abstenham de adotar qualquer estímulo à não observância do isolamento social recomendado pela OMS". sob pena de multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento da decisão.
A decisão se baseia no argumento, arguido pelo MPF, de que a inclusão de novos setores no rol de atividades e serviços essenciais é ilegal, já que essa lista foi definida originalmente por uma lei federal de 1989.
"O decreto é um ato normativo secundário, de natureza regulamentar infralegal, que deve, portanto, obediência plena à lei, que lhe é superior, cabendo somente a esta impor obrigações e deveres de caráter geral. (...) O decreto 10.292/2020 ao inserir "atividades religiosas de qualquer natureza obedecidas as determinações do Ministério da Saúde" e "unidades lotéricas" como atividades essenciais o fez em contrariedade ao disposto na lei nº 7.783/1989", afirma o juiz federal.
Na terça (24), Bolsonaro fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV para criticar as medidas de bloqueio e isolamento adotadas por governadores e prefeitos, defendendo que a população voltasse para suas atividades corriqueiras, com exceção de idosos e demais integrantes de grupos de risco.
Nesta sexta, a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República) lançou campanha publicitária contra o isolamento, com o slogan "O Brasil não pode parar".
O presidente também tem dito reiteradas vezes em entrevistas e pronunciamentos públicos que governadores e prefeitos -que determinaram medidas de restrição à circulação de pessoas, de aglomerações e de fechamento de estabelecimentos comercial- estão gerando "histeria" e querem quebrar o país.
Na quarta (25), Bolsonaro editou decreto que classificou templos religiosos e casas lotéricas como serviços essenciais, o que liberava o funcionamento desses locais mesmo com proibições de aglomerações decretadas por governadores e prefeitos.
O decreto de Bolsonaro atendeu a pressões da bancada evangélica, que temia a proibição de cultos. Decretos ao redor do Brasil e decisões judiciais vinham impedindo igrejas de realizarem atividades com aglomeração de público.
Uma dessas liminares proibiu cerimônias na Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, do pastor Silas Malafaia, aliado de primeira hora do presidente.
Em entrevista ao apresentador Ratinho, do SBT, na última sexta-feira (21), Bolsonaro criticou a proibição de cultos em igrejas.
"O que eu vejo no Brasil, não são todos, mas muita gente, para dar uma satisfação para o seu eleitorado, toma providências absurdas... Fechando shoppings, tem gente que quer fechar igreja, o último refúgio das pessoas", disse Bolsonaro.
A prefeitura de Duque de Caxias afirma que ainda não foi notificada da decisão. "Assim que receber, a Procuradoria Geral do Município irá se pronunciar, de acordo com a decisão do prefeito Washington Reis", diz em nota.
A reportagem procurou a AGU (Advocacia Geral da União) em busca de um posicionamento sobre a decisão judicial, mas não obteve resposta até o momento.
As medidas determinadas pelo juiz são:
- A suspensão da aplicação dos incisivos XXXIX e XL do § 1º do art. 3º do Decreto nº 10.282/2020, inserido pelo Decreto nº 10.292;2020, editados pela União;
- À União que se abstenha de editar novos decretos que tratem de atividades e serviços essenciais sem observar a Lei nº 7.783/1989 e as recomendações técnicas e científicas dispostas no art. 3º 1º, da Lei nº 13.979/2020, sob pena de multa de R$ 100.000,00;
- Ao município de Duque de Caxias que se abstenha de adotar qualquer medida que assegure ou autorize o funcionamento dos serviços e atividades mencionados nos incisos XXXIX e XL do §1 do art. 3º do Decreto nº 10.282/2020, inserido pelo Decreto nº 10.292/2020, sob pena de multa de R$ 100.000,00;
- À União e ao município de Duque de Caxias que se abstenham de adotar qualquer estímulo à não observância do isolamento social recomendado pela OMS e o pleno compromisso com o direito à informação e o dever de justificativa dos atos normativos e medidas de saúde, sob pena de multa de R$ 100.000,00.

MPPE orienta apreensão de quem participar de carreata



A convocação para a realização de uma carreata a ser realizada em Pernambuco, na próxima segunda-feira, como forma de manifestação a favor do retorno das atividades econômicas no estado, tem sido divulgada pelas redes sociais. Porém, o Ministério Público de Pernambuco informou que a manifestação vai contra as determinações impostas pela lei, já que existe um decreto em Pernambuco que proíbe a aglomeração de mais de 10 pessoas. Segundo o órgão, haverá uma recomendação para que a polícia apreenda os carros que, porventura, participarem deste tipo de ato.
Segundo Francisco Dirceu Barros, procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, toda decisão será baseada em laudos técnicos e em consonância com o que determina a lei. "Essa convocação nos deixa muito triste, o MPPE não vai entrar em debate ideológico político, somos técnicos jurídicos, não temos capacidade de fazer uma análise econômica e de saúde. Mas estamos lastreados em laudos técnicos e temos que seguir a lei. Existe um decreto que proíbe a aglomeração de mais de pessoas, inclusive uma orientação do Ministério da Saúde e também de órgãos internacionais da saúde", explica.
A carreata convoca empresários, comerciantes, motorista de aplicativo, profissionais liberais, além da população de uma forma geral. "Sei que é um momento de crise, estamos vivendo um estado de guerra que há danos para a saúde. As pessoas podem morrer e também podem morrer com a crise econômica, mas temos que seguir a lei. Por isso, vou recomendar aos oficiais de Justiça que recomendem a polícia para apreender os carros de quem vá para a carreata. Não estou me envolvendo em polêmicas de partido, mas, enquanto chefe do MPPE, preciso fazer cumprir a lei", concluiu.

Em carta, Trump pede para americanos ficarem em casa

Por G1

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou cartas à população norte-americana com diretrizes para o combate ao coronavírus. Entre elas estão a recomendação de ficar em casa e a de evitar contato com idosos.
Intituladas "Diretrizes de Coronavírus do Presidente Trump para a América", as cartas são datadas de 16 de março e apresentam conselhos sérios, validados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Ficar em casa, não trabalhar doente e evitar reuniões e eventos com mais de 10 pessoas vão de encontro com o que o presidente fala em suas declarações públicas. Na terça-feira (24) Trump disse que esperava pôr fim às restrições de isolamento até a Páscoa, em 12 de abril.
Ele disse mais de uma vez que as pessoas saudáveis podem voltar ao trabalho, além disso, defendeu que muitos americanos serão infectados pela doença mas apresentarão poucos ou nenhum dos sintomas.
"Mesmo se você for jovem, ou saudável, você está em risco e suas atitudes podem aumentar o risco para outras pessoas", diz o documento. "É importante que você faça sua parte para reduzir o espalhamento do coronavírus."
A carta enviada por Trump apresenta 11 conselhos a serem seguidos pelos americanos para ajudar a frear a expansão do novo coronavírus no país, que nesta quinta-feira (26) passou a China e se tornou o que mais tem casos confirmados de Covid-19 no mundo (veja os conselhos abaixo).
Escutar e seguir as determinações dos estados e autoridades locais
. Não ir trabalhar se estiver com sintomas
Não sair de casa com crianças doentes e chamar a assistência médica
. Idosos e pacientes com doenças crônicas devem ficar em casa
. Isolamento total da família caso haja a confirmação de um caso de Covid-19
. Trabalhar e estudar de casa sempre que possível
. Evitar reuniões sociais e em grupos com mais de 10 pessoas
. Evitar bares e restaurantes, dar preferência a delivery e "para viagem"
Evitar viagens desnecessárias, para compras ou turismo
Não visitar berçários ou asilos
. Praticar sempre uma boa higiene

A carta não cita, no entanto, o remédio experimental que Trump chegou a citar em uma de suas entrevistas coletivas na Casa Branca. O medicamento é indicado para o tratamento da malária e não é indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a Covid-19.
Os EUA registraram até o momento, mais de 82 mil casos confirmados de coronavírus e ao menos 1 mil mortes pela síndrome respiratória aguda grave. Apenas nas últimas 24 horas foram 237 mortes, o maior número diário desde o início da epidemia nos EUA.

Estudo: registros de Covid-19 no Brasil são subestimados

Por O Globo

Um levantamento indica que os países que conseguem testar parcela maior da população para Covid-19 estão, em média, registrando incidência maior da doença. Entre os já afetados pela transmissão comunitária da epidemia, o Brasil é um dos que menos fazem testes, o que pode levar autoridades a subestimar a presença do vírus.
O trabalho que compilou dados nacionais mescla relatórios oficiais com fontes de informação alternativa, e é um termômetro ainda impreciso da situação global, mas é a primeira iniciativa do tipo feita no mundo. Os dados foram agregados pelo projeto Our World in Data, baseado na Universidade de Oxford e financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, além de outros.
Como países só são obrigados a relatar casos positivos, ainda não há dados oficiais para estimar as diferenças, por isso o grupo britânico buscou uma maneira alternativa. Entre 59 países que relataram o número de testes sendo realizado por habitante, o Brasil ficou na 53ª posição: apenas 13,7 pessoas por milhão de habitantes haviam sido testadas até o meio de março — cerca de 3 mil testes, número que o governo relatou à imprensa na época.
A lista não pode ser considerada um ranking, porque não existem dados em muitos países que abrigam o novo coronavírus, mas o número brasileiro é baixo. O Reino Unido, por exemplo, testou 960 pessoas por milhão de habitantes até aquela data. A Coreia do Sul testou 6.148.
— O fato de a gente estar, no momento, fazendo exame só para casos moderados a graves mascara a realidade da infecção aqui no país — afirma a infectologista Raquel Stucchi, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
Em sua opinião, é possível tentar melhorar a capacidade de testagem do país, que é o que está forçando autoridades de saúde a adotarem critérios mais restritivos para economizar o número de testes. Mas fatores como escassez global de insumos para os diagnósticos, como reagentes de laboratório, podem atrapalhar.
O Ministério da Saúde anunciou que pretende ampliar de 32 mil para 22,9 milhões o número de kits de testagem no Brasil nas próximas semanas. Muitos dos quais (cerca de 8 milhões) serão exames sorológicos, sem muita utilidade clínica, mas úteis para estimar a incidência do vírus.

As maiores cheias do Rio Pajeú em Serra Talhada

 
Travessa 13 de maio. Ao fundo o bairro Bom Jesus
Cheia do Rio Pajeú em 1960 / Fonte: SERRA TALHADA: CEM ANOS EM QUARENTA (1940-1980)

As imagens acima são de abril de 1960, apesar da baixa qualidade, é possível ver o volume de água do Rio Pajeú que invadiu a parte mais baixa da cidade. Outras cheias já tinham ocorridas, mas não nessa proporção, até por que, uma década antes essa região era praticamente inabitada. Essa é a travessa 13 de maio e fica do lado esquerdo da Rua Cornélio Soares, paralela ao leito do rio, e a esquerda da rua XV de Novembro. Essa travessa tem como saída à popular “Rua da Lama”, um dos redutos dos cabarés da cidade, vale a pena registrar que ainda hoje a rua é chamada de Rua da Lama e várias casas de prostituição continuam funcionando da na região. Apesar oficialmente ser denominada de Capitão Hermetério Nogueira.
No tocante as imagens, fica visível que a Rua da Lama está debaixo d’água e algumas residência, da Travessa 13 de maio, estavam sendo inundadas pelas águas. O que chama atenção são as crianças, os jovens e adultos posam para a foto brincando, como se aquela situação fosse uma novidade, porem, a situação era totalmente diferente.  Segundo o Diário de Pernambuco (1960), mais de 80 famílias estavam desabrigadas:
Diário de Pernambuco, dia 5 de abril de 1960 / Fonte: SERRA TALHADA: CEM ANOS EM QUARENTA (1940-1980)

[80 FAMILIAS FICARAM, EM SERRA TALHADA, DESABRIGADAS- SERRA TALHADA, 4 (De Oscar Tosta da Silva, enviado Especial do DIARIO) – Esta foi uma das cidades que mais sofreram com os efeitos das enxurradas. Onze açudes e uma barragem romperam. Quarenta casas desabaram e outras trinta estão em ruínas, desabrigando 80 famílias. Quatro poços tubulares foram destruídos e duas bombas, arrastadas e desaparecidas. Os prejuízos da lavoura foram totais, e segundo assessoria da Prefeitura o prejuízo já se eleva a mais de um milhão de cruzeiros. O prefeito Hildo Pereira de Meneses, diante da aflitiva situação, telegrafou ao governador Cid Sampaio, pedindo socorros com urgência. Graças a isso, já recebem grande quantidade de medicamentos, estando os viveres enviados ainda em Arcoverde, prestes a chegar aqui. Embora não se tenha manifestado nenhum caso de doença epidêmia, a população está sendo vacinada contra tifo e varíola. A parte baixa da cidade foi a única atingida. O rio Pajeú desviou seu curso, para avançar mais de duzentos metros contra a cidade. Com o pânico estabelecido, desde a ocasião em que ruíram as primeiras casas, duas pessoas morreram. FAMILIAS ABRIGADAS: Utilizando-se de prédios públicos, o prefeito de Serra Talhada providenciou abrigo para as pessoas que tiveram os seus lares destruídos. Por enquanto, limitou-se em dar acomodação aos necessitados, de vez que os viveres enviados pelo Governo do Estado, como dissemos acima, ainda se encontraram em Arcoverde. Embora demonstrando certo desânimo, as vitimas vêm suportando mais ou menos os efeitos da adversidade]

Rua Henrique de Melo 1967
Cheia do Rio Pajeú em 1967 / Fonte: SERRA TALHADA: CEM ANOS EM QUARENTA (1940-1980)

As fotografias acima são da cheia de 1967, considerada como sendo uma das maiores da história e que atingiu boa parte da cidade. A imagem da Rua Cerilo Xavier foi feita de uma ponte da linha férrea, ponto de onde o fotografo captou a dimensão da inundação na Rua Henrique de Melo, que fica a cerca de 2k do leito do rio, ao poucos metros dali, nos sentido contrario estava o prédio da SANBRA, que por está em um ponto alto não foi atingida. Na imagem é possível que a maioria das casas eram de alvenaria e por isso sofreram menos danos com o alagamento, ao mesmo tempo, vemos duas pessoas atravessando a rua alagada carregando um móvel, caminhando em direção a rua que faz esquina com o Hospital. Certamente as casa em que moravam foi invadida com maior volume de água do que as que aparecem na foto.
Nota-se também a quantidade pessoas na porta de suas casas, observando o volume de água e movimento na rua.  Algumas crianças andam no meio do alagamento tranquilamente, diferente da foto anterior onde as pessoas brincavam com água. Pelas informações extraídas durante as pesquisa, identificamos que os danos matérias causados pela enchente de 1967 foram menores que as de 1960. Nesse episódio o que marcou foi o grande volume de chuva, que acabou provocando uma maior extensão do alagamento. Abaixo uma matéria uma matéria publicada no Diário de Pernambuco, no dia 09 de abril de 2967.
Diário de Pernambuco, dia 9 de abril de 1967 / Fonte: SERRA TALHADA: CEM ANOS EM QUARENTA (1940-1980)

Dois dias depois, o jornal da capital do estado publicou uma nova matéria que trás mais detalhes sobre a enchente:
[...Em Serra Talhada, para onde foram enviadas equipes de socorro, foram registradas vinte casos de febre tifóide no Hospital local, tendo o Departamento de Saúde Pública determinado a ida de vacinadoras para imunizar a população. Os seus três principais distritos estão isolados, em face de o sangradouro do açude ali construído pelo DNOCS haver cortado as ligações para Loanda. O pluviômetro da SAMBRA acusou na última quinta-feira, 114 milímetros, quando a média anual é de 360/60mm. De janeiro até agora choveu em toda aquela área mais de 900 milímetros, índice comparável a media anual da zona da mata. ATOLEIRO NA BR-232. Na BR- 232, no trecho compreendido entre a cidade de Custódia e Serra Talhada, o trafego permanece impraticável, em face das longas fendas abertas ao longo da estrada. Diversos carros que por ali transitaram, nos dois últimos dias da semana ficaram ilhados…] Trechos do Diário de Pernambuco, dia 11 de abril de 1967.

Dados extraídos do livro “SERRA TALHADA: CEM ANOS EM QUARENTA (1940-1980), de autoria de Paulo César Gomes e publicado em 2019. 
Fotos da cheia de 2004. Imagens feitas pelo fotografo Milagres e cedidas pelo empresário João Daniel
 
Rua Enock Ignácio, em frente ao atual Pátio da Feira  – 2004
 
Rua Enock Ignácio, em frente ao atual Pátio da Feira  – 2004
Rio Pajeú, visto do bairro Bom Jesus – 2004
Lagoa Maria Timóteo – 2004
Lagoa Maria Timóteo – 2004

quinta-feira, 26 de março de 2020

Pernambuco tem 48 casos confirmados e seis curas

Por G1

Chegou a 48 o número de casos confirmados do novo coronavírus (Sars-Cov-2), em Pernambuco. Nesta quinta-feira (26), dia em que subiu para três a quantidade de mortos devido à Covid-19, no estado, houve um aumento de duas confirmações, em relação ao boletim divulgado na quarta (25). Também foi notificada mais uma cura clínica. Agora, são seis pacientes recuperados
"Desses dois casos, um está na UTI, tem 63 anos, e outro está em isolamento domiciliar. Ambos são moradores do Recife. Há dez pacientes internados. Do total de doentes em hospitais, sete estão em UTI. Temos seis pacientes recuperados, além dos três óbitos", declarou o secretário estadual de saúde, André Longo.
Também nesta quinta-feira, a prefeitura do Recife e o governo do estado lançaram a plataforma Atende em Casa, que tem orientações sobre a Covid-19 e avaliação de sintomas. Caso seja necessário, ela viabiliza videochamada com enfermeiros e médicos, que dão orientações para quem tiver suspeita de ter contraído o novo coronavírus.
Segundo o secretário de Saúde do Recife, Jaílson Correia, nas primeiras horas de funcionamento, houve mais de mil acessos à plataforma. "Nossos profissionais de saúde atenderam mais de 500 pessoas, conversando face a face as pessoas, entendendo, e definindo a conduta. São poucas horas de atuação e já temos o Atende em Casa como uma ação bastante exitosa", afirmou Jaílson.
O secretário André Longo disse que, na capital pernambucana, a plataforma começou a funcionar como um piloto, mas a previsão é expandir, nos próximos dias, para outras cidades do estado.
"Ele funciona permitindo uma avaliação de risco e uma videochamada com médicos e enfermeiros. É indicado para quem tiver sintomas gripais, que podem ser causados por coronavírus, ou não", disse.
Na quarta-feira (25), além do primeiro óbito por coronavírus confirmado no estado, Pernambuco tinha outras 14 mortes em investigação para a Covid-19. Todos os resultados saíram nesta quinta e foram negativos para o novo vírus.
Mortes por coronavírus
Subiu para três o número de pessoas mortas com Covid-19, doença transmitida pelo novo coronavírus, em Pernambuco, nesta quinta-feira (26), segundo a Secretaria Estadual de Saúde (veja vídeo abaixo). A morte de um homem de 85 anos, na quarta (25), foi considerada a primeira no estado de um paciente com a doença
As duas mortes mais recentes aconteceram na madrugada desta quinta (26). As vítimas são um morador do Recife, de 69 anos, e o canadense de 79 anos, que chegou a Pernambuco em 12 de março, no navio Silver Shadow. A embarcação partiu nesta quinta.
Segundo o infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, referência para o tratamento de casos de Covid-19 e local onde morreu a primeira vítima da doença, todos os pacientes que morreram faziam parte do grupo de risco para agravamento do coronavírus.
"Essas duas pessoas, assim como o caso de ontem, preenchem o critério de gravidade que nós já falamos há um tempo. Não são todas as pessoas que vão evoluir pra uma situação dessa, mas é preciso tomar muito cuidado", declarou Demétrius Montenegro.

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