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segunda-feira, 27 de julho de 2020

FOTOS HISTÓRICAS: As belas que marcaram a história da Festa do Algodão em Serra Talhada

O blog do Professor Paulo César Gomes teve acesso as fotos atuais das vencedoras da Festa do Algodão realizada em 1953 em Serra Talhada.


As imagens mostram a vencedora, a serra-talhadense, Maria Tereza de Godoy Bené, aos 80 anos, em uma praia do México, em 2017, e a vice-campeã, Terezinha Vidal, da cidade de São Jose do Egito, em uma viagem a cidade Roma, na Itália, em setembro de 2019.

As duas sertanejas disputaram a coroa de Rainha da Festa do Algodão, no apogeu da adolescência, quando tinham 16 anos.

O tempo fez bem a Tereza Bené e Terezinha Vidal, e ambas continuam sendo mulheres belas, fortes e realizadas.

As fotos cedidas ao Farol pela Dra. Carmem Almeida, filha de Tereza Bené, e por Maria Tereza, filha de Terezinha Vidal.

Maria Tereza de Godoy Bené, antes e depois, eternizada na memória da Festa do Algodão de 1953
A vice campeã, Terezinha Vidal, também mostrando que o tempo sempre faz bem as mulheres serra-talhadenses

domingo, 26 de julho de 2020

REGISTRO HISTÓRICO: Em 1952, deputado propôs a mudança do nome de Serra Talhada para a Agamenon Magalhães


Por Paulo César Gomes



A reportagem abaixo foi publicada no Jornal Pequeno, do Recife, em setembro de 1952, e destaca que o deputado estadual Luiz de França, apresentou um Projeto de Lei para que o nome do município de Serra Talhada passasse a ser chamado de Agamenon Magalhães, o governador do estado, natural da cidade, falecido em 24 de agosto daquele ano.
O próprio texto já adiantava que o projeto não vingaria, no entanto, Agamenon foi homenageado recebendo o seu nome em uma das praças mais importantes da cidade e também o marco zero, a popular “Praça da Concha”.

O curioso é que se a proposta fosse a provada, Serra Talhada entraria pra a historia com três nomes diferentes: primeiro como Villa Bella, depois como Serra Talhada e por último Agamenon Magalhães. Confira a notícia do Jornal Pequeno.

Conheça um pouco mais sobre a vida e a obra de Agamenom Magalhães visitando o link abaixo:

FOTOS HISTÓRICAS: Imagens da antiga Escola Cornélio Soares em Serra Talhada



A imagem acima é da Escola Cornélio Soares, entre as décadas de 1930 e 1940, e foi postada na Revista Destaque Sertão Social, em 1980. A fotografia do prédio indica que ele ficava localizado na Rua João Pessoa, atual Praça Agamenon Magalhães, nesse mesmo ponto já funcionou diferentes bares e restaurantes.

A escola, que era municipal, também funcionou onde está localizado o Banco do Nordeste. Já o tradicional Escola EREM Cornélio Soares, instituição da rede estadual de ensino, sempre existiu no mesmo local, desde os anos de 1950. Abaixo temos as imagem da escola, na década de 1930, e da A Attractiva, comércio que pertencia ao ex-prefeito Cornélio Soares.


FOTO HISTÓRICA: Inocêncio Oliveira e Tião em encontro histórico em Serra Talhada

Por Paulo César Gomes

A foto em destaque apresenta alguns dos nomes e sobrenomes mais tradicionais da política serra-talhadense. O registro é do ano de 1972, e mostra o encontro do então presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Moura Cavalcanti, que foi governador do estado entre os anos de 1975 e 1979, sendo recepcionado por Dona Zizina Andrada, e os sobrinhos Tião Oliveira e Inocêncio Oliveira. Também marcou presença o então depurado estadual Ribeiro Godoy. Pouco tempo depois desse registro fotográfico, a vida política dos irmãos Oliveiras despontou e marcou a história da cidade.

Tião Oliveira, que era vice-prefeito na época, foi eleito para o primeiro mandato de prefeito um ano depois (1973/1977). Posteriormente, foi eleito para mais dois mandatos (1983/1989 e 1996/2000). Já Inocêncio Oliveira, deixou a medicina para se dedicar a política e foi eleito deputado federal, por 10 mandatos consecutivos (entre 1974/2014). Inocêncio foi presidente da Câmara dos Deputados entre 1993 e 1995, nesse período chegou a ocupar a Presidência da República por diversas vezes.

domingo, 12 de julho de 2020

FOTOS HISTÓRICAS: As últimas imagens do trem da linha Serra Talhada/Recife


As fotos aqui anexadas estão originalmente postadas no site https://adamastorfotografia.wordpress.com/. Algumas dessas imagens foram feitas entre as cidades de Serra Talhada, Flores e Arcoverde, e mostram como era o trem que fazia a linha Serra Talhada/Recife no ano de 1986. A viagem entre as duas cidades poderia durar em média 14 horas. 

Nota-se que as imagens foram feitas em época de chuvas, o que tornava a paisagem extremante atrativa. O interior dos vagões não aparentava muito conforto e, a criançada aproveitava a parada do trem para vender bombons, pipocas, salgados e dida (geladinho, dindim, sacolé). Poucos anos depois o trem deixou de circular entre a capital e o interior do estado.

OPINIÃO: A ‘gripezinha’ de Bolsonaro e a realidade de Serra Talhada

Por Paulo César Gomes, professor e pesquisador Mestre em História pela UFCG



Foi anunciado oficialmente que o presidente Jair Messias Bolsonaro, foi contaminado pela Coivd-19. Diante disso, muitos brasileiros que perderam parentes dirão: e daí? É só uma ‘gripezinha’. Como ele tem um histórico de atleta, não vai sentir nada, não precisa nem usar cloroquina, já que ele, certamente, já entrou em esgoto e não vai sentir nem uma dorzinha de garganta.

Na verdade, o presidente agora faz parte da estatística, infelizmente está incluso entre os 1.674.655 que adquiriram o vírus. Há de se considerar que a Covid-19 já ceifou a vida de mais de 66.868 brasileiros. Esperamos que agora o presidente seja solidário com os familiares das vítimas e que finalmente dê um novo rumo ao combate do vírus em todo os país.

O AVANÇO DA COVID EM SERRA TALHADA

O mês de julho chegou de forma avassaladora, em relação ao aumento dos índices de contaminações pela Covid- 19.  Somente na noite dessa terça-feira(7), foi anunciado 56  novos casos em 24h. Um recorde negativo.

Na primeira semana do mês, já foram registrados mais de 220 casos e o número de óbitos aumentam ao mesmo tempo. Só o bairro IPSEP tem mais contaminados do que a cidade de Afogados da Ingazeira, que possui população superior 45 mil habitantes.

Todos os indícios levam a crer que as inúmeras festas realizadas em fazendas e chácaras, além das comemorações do São João e São Pedro, e os maus hábitos do cidadão em relação a não manter o distanciamento correto e não usar mascará também contribuíram.

A grande questão é: o que fazer para conter esse aumento acelerado do vírus? Esse, sem dúvida, passa a ser o principal debate a ser travado pela sociedade serra-talhadense.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

DOCUMENTOS HISTÓRICOS: Saiba quando Luiz Lorena esteve na Alepe


Por Paulo César Gomes, professor e pesquisador Mestre em História pela UFCG

A foto acima é do ex-prefeito e historiador Luiz Lorena, falecido em 26 de fevereiro de 2009, aos 83 anos, em Serra Talhada. Nascido no dia 1º de janeiro de 1926, na fazenda Quebra-Unha, em São José do Belmonte, Luiz Lorena era filho de dona Jacinta Pereira de Sá e de Antônio Conrado de Lorena e Sá, este filho do coronel Isidoro Conrado, ex-prefeito de Belmonte.

Luiz Lorena só veio residir em Serra Talhada em 1936 (aos 10 anos de idade) onde seu pai, Antônio Conrado, havia colocado uma casa comercial. Foi prefeito de Serra Talhada por três vezes.
Com a triste notícia do falecimento de Antonio Policarpo de Andrada, o popular “Seu Madeira”, que foi vice-prefeito de Luiz Lorena, entre os anos de 1955 e 1958, setores da imprensa serra-talhadense questionaram o fato de Luiz Lorena ter renunciado ao cargo de prefeito para ser candidato a deputado estadual em 1958, dando lugar a ‘Seu Madeira’.

O primeiro grande relato sobre o assunto foi feito pelo escritor e deputado estadual Luiz Wilson, na página 213, do livro “Serra Talhada 250 anos de História – 150 anos de Emancipação Política”, de autoria do próprio Lorena. “Candidato a deputado Estadual, ficou na suplência, assumindo por certo período uma cadeira na Casa Joaquim Nabuco (1962 ou 1963)”, atesta a obra.


Na eleição de 3 de outubro de 1958, 6.607 serra-talhadenses votaram, sendo que houve abstenção de 16%. Além de Luiz Lorena (PRT), disputaram aquela eleição representado a cidade, os deputados Argemiro Pereira e Methódio Godoy.


Em 23 de julho de 1959, o Diário de Pernambuco informava que o ex-prefeito havia sido convocado para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa por 90 dias, mas ele acabou optando por não assumir.


Passados quase quatros anos da primeira convocação, Luiz Lorena volta a ser notificado pela pelo Presidente da Assembleia de Pernambuco, em 02 de fevereiro de 1963.


Já no dia 19 de fevereiro ele já apareceu como Deputado Estadual, só que ausente. Naquele mesmo ano, ele acabou sendo eleito prefeito da cidade e exerce seu último mandado. A narrativa apresentada pelo blog, busca por luz sobre a história da cidade e de seus personagens, reforçando assim, a busca pelos detalhes até pouco esclarecidos, mas que merecem ser destacado.

Não se sabe muito sobre a atuação do ex-prefeito Luiz Lorena como deputado, até porque foram por poucos dias. O certo é que foi a sua decisão de concorrer a um mandato de parlamentar, que possibilitou que Antônio Policarpo de Andrada, o nosso saudoso “Seu Madeira”, entrasse para a história como prefeito de Serra Talhada.

FOTO E VÍDEOS HISTÓRICOS: 90 anos de Zé Marcolino e vídeo de Gonzagão em Serra Talhada


A foto em destaque é mais um registro da presença de Luiz Gonzaga em Serra Talhada, tendo com plateia o seu parceiro musical o poeta Zé Marcolino e o Padre Jesus. Apesar da imagem não ser de boa qualidade, percebe-se a relação de amizade que o ‘Velho Lua’ tinha com a cidade e com José Marcolino.

Após a trágica morte do poeta, em 20 de setembro de 1987, Luiz Gonzaga, mesmo com a saúde debilitada, veio a Serra Talhada participar de uma homenagem a Marcolino, realizada em 1988, no Ginásio Esportivo da AABB. As apresentações fizeram parte da primeira missa do poeta. Logo no início da apresentação, Gonzagão fez questão de citar o nome do Padre Jesus. Abaixo você pode ver imagens dessa apresentação histórica.

Revista do Rádio de 1962, destacando a parceria entre Luiz Gonzaga e José Marcolino

90 ANOS DO POETA ZÉ MARCOLINO E O INÍCIO DA PARCERIA COM LUIZ GONZAGA

O sertanejo José Marcolino era um homem que valorizava as tradições nordestinas, sendo muito ligado aos cantadores e às prosas sertanejas, que foram profundamente importantes em sua vivência como homem de origem humilde.

Nasceu em 28 de junho de 1930 na cidade de Sumé, no Sítio Várzea Paraíba, lugar exuberante de sons, cheiros e cores. Inspirado na paixão pelo Nordeste, sua música falava do Cariri e do povo que habitava a região.

Diante do desejo de conhecer Luiz Gonzaga, escreveu diversas cartas ao Rei, porém nunca havia obtido resposta. Certo dia, sabendo que Gonzaga estava em sua cidade, hospedado no Grande Hotel, José Marcolino não se conteve.

Aquele momento poderia ser a grande oportunidade para apresentar sua música a Luiz Gonzaga, foi à sua procura. Chegando ao hotel, encontra Xaxadinho, que fazia parte do trio que acompanhava Luiz Gonzaga, a quem pediu informação e, atendido com simpatia pelo tocador de triângulo, esperou a descida de Gonzaga.

O primeiro encontro foi tratado com certo desinteresse percebido por Marcolino, que de cara interrogou Luiz Gonzaga sobre o recebimento de suas cartas. O encontro não durou muito tempo e o compositor foi embora desanimado com o desenrolar da conversa.

Decorrente sua persistência, José Marcolino conseguiu com que Gonzaga lhe escutasse. Após a sua apresentação, Luiz Gonzaga, com um sorriso no rosto, perguntou ao compositor quantas músicas iria lhe dar. Respondendo com simplicidade, José Marcolino disse: umas três.

Por fim, recebeu um abraço de Luiz Gonzaga que convidou o novo parceiro para ir com ele para o Rio de Janeiro, dando início a uma importante parceria que originou músicas como: Pássaro Carão, Sala de Reboco, Saudade Imprudente, Cacimba Nova, Serrote Agudo e etc.
No dia 19 de setembro de 1987, José Marcolino sofreu um grave acidente de carro, em Afogados da Ingazeira, vindo a falecer no dia seguinte.


quinta-feira, 2 de julho de 2020

OPINIÃO: A bomba-relógio do Covid em Serra Talhada e a politização

Por Paulo César Gomes, professor, escritor, pesquisador, mestre pela UFCG e colunista do Farol de Notícias

Na noite de ontem (sexta-feira,26) a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou que a cidade chegou à marca de 466 casos confirmados do covid-19, ou seja, 442 casos a mais do que foi registrados no dia 1º de junho, isso da uma média de quase 14 casos por dia.

A realidade é que estamos literalmente sentados em cima de uma bomba relógio preste a explodir a qualquer momento, porque à medida que os casos aumentam, o Hospam passa a ser a única alternativa de socorro para quem, infelizmente, venha a precisar. O problema é se vier a ocorrer uma superlotação na unidade. Ainda mais, muita gente aproveitou o São João para realizar confraternizações, principalmente na zona rural, e por isso não será surpresa se os casos aumentarem nas próximas semanas.

Mesmo com esse cenário, as barreiras sanitárias diminuíram, trava-se um debate pequeno e mesquinho por aqueles que poderiam estar lutando na mesma trincheira para vencer o coronavírus. O que estamos assistindo é um embate entre dois grupos políticos, que, de forma indireta, estão fazendo de uma questão de saúde pública uma das maiores pandemia da história da humanidade um ringue de luta política.

O problema é que temos um Hospital de Campanha no meio do mato e da lama, sem um colchão para colocar um doente, e os leitos de retaguarda sem ter um espaço decente para poderem ser instalados. Sem contar que os hospitais privados fecharam as portas para os doentes do Covid. Parece até piada, mas esse é o famoso 4º Polo Médico do Estado de Pernambuco. Então sobrou tudo para as costas dos profissionais e das estruturas do velho Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães, ironicamente, o espaço de saúde público mais criticado na cidade nas últimas décadas.

É válido registrar a falta de solidariedade e de respeito de diversos setores da sociedade em relação às vítimas do vírus. Desde o dia 10 de maio já morreram nove pessoas, nove seres humanos, e tantos outros serra-talhadenses faleceram em outras cidades do Brasil. Até agora não tivemos um gesto de solidariedade que represente a nossa dor pela partida de nossos irmãos. Nenhuma briga de família ou tragédia matou tantas pessoas em tão pouco tempo como o Covid-19 assassinou.

Quantas vezes o comércio de Serra Talhada não fechou as portas em sinal de luto ou em respeito a uma pessoa que faleceu? Quantas vezes os políticos fizeram filas nos velórios e literalmente brigaram para segurar na alça de um caixão de alguém que morreu? É bem verdade que temos que evitar aglomerações, mas isso não quer dizer que as pessoas perderam a língua e os dedos.

Políticos, autoridades religiosas e do judiciário, poderiam no mínimo se manifestar em respeito à memória dessas pessoas. Muita gente não sabe sequer o nome, são vítimas anônimas, ignoradas em função do preconceito e da intolerância. Infelizmente, o nove que aparece nos boletins diariamente representa apenas um algarismo.

Feito este desabafo, quero agora questionar as autoridades locais e regionais, independe de posição na hierarquia de poder. Caso venha ocorrer uma superlotação no Hospam e nem o Hospital de Campanha saia da maquete, e os leitos de retaguarda encontrem um abrigo, o que será feito para proteger a vida dos cidadãos e cidadãs serra-talhadenses e das cidades vizinhas?

O Ministério Público, o governador do estado, os deputados, os vereadores, o governo municipal vão fazer o quê? Assistir o crescimento dos dados estáticos? Ou vão de fato agir e resolver os problemas referentes à garantia de que seja oferecido mais leitos de retaguarda e de UTIs? Ou quem sabe, tomar uma atitude, ainda que seja mais radical, mas que de fato venham salvar pessoas, que é o fechamento da cidade. Mas, agora seria para fechar a cidade de verdade.

FOTOS HISTÓRICAS: O padre alemão que fez história em Serra Talhada

Resgatamos para os leitores um pouco da história Padre José Kehrle, um dos primeiros da família alemã a desembarcar no Brasil e a fincar raízes em Serra Talhada. O jovem padre chegou à cidade com 21 anos de idade e só foi em embora por perseguição política, as vésperas da decretação do Estado Novo, em 1936, aos 35 anos.

A foto em destaque é do Padre José Kehrle e pertence a uma de suas sobrinhas que reside em Serra Talhada, a Professora Emma Kehrle. Dona Emma que guarda consigo um óculos de uso pessoal do padre, uma imagem do Menino Jesus que ficava em seu altar particular e uma lembrancinha do seu Jubileu de ordenação sacerdotal.

A VIDA E A OBRA DE UM HISTÓRICO SACERDOTE

Os relatos abaixo resumem uma cronologia elaborada pelo próprio Pe. José Kehrle em carta datilografada para um sobrinho no ano de 1975. Nascido em 19 de maio de 1891, em Rheinstetten – Alemanha, o Padre José Kehrle chegou a cursar medicina na Universidade de Munique tendo desistido da carreira no último ano de faculdade para ingressar no seminário e tornar-se sacerdote.

Veio para o Brasil em 1909 e ordenou-se em 14 de março de 1914, em Olinda-PE tendo sido transferido no ano seguinte para Quixadá-CE onde chegou a ter contato com Pe. Cícero em Juazeiro. No ano seguinte, foi encarregado de assumir a secretaria do bispado de Floresta, onde ficou por quatro anos até, em 1919, se tornar o primeiro pároco de Rio Branco, atual Arcoverde. Nesta última cidade chegou a criar uma pequena banda e um “jornal falado”, com o intuído de gerar meios de distração para a população local.

Ainda em 1919 recebeu a ordem de retornar a Floresta junto a seu irmão, o também padre, Luiz Kehrle, onde foram incumbidos de construir uma nova catedral na cidade. Levantou-se uma discussão sobre o melhor local para erguer a construção e o padre José, por sugerir um plebiscito para a tomada da decisão, acabou sendo ameaçado pelo prefeito e seus jagunços tendo que se retirar da cidade no mesmo dia.

Nesta época, Pe. José Kehrle começou a sofrer diversas perseguições políticas tendo sido acusado de ser inimigo do Brasil (por ser Alemão) e de ser protetor de Lampião. Chegou inclusive a ser ameaçado de morte pelo chefe de polícia de Recife.

Em 1922 assume a paróquia de Nossa Senhora da Penha em Vila Bela (atual Serra Talhada) ficando também responsável pela paróquia de São José do Belmonte. Em Vila Bela deixou seu marco quando resolveu demolir a antiga igreja de duas torres (construção de traços muito rústicos e desarmoniosos para dar início à construção da atual Igreja matriz.

A construção seguiu até o ano de 1936 quando, por questões políticas, Pe. José foi transferido de volta ao secretariado da Diocese em Pesqueira. Na sede da diocese começou a presenciar diversas aparições de Nossa Senhora das Graças que lhe avisava de muitos fatos futuros de sua vida pessoal e sacerdotal (os relatos dessas aparições constam no livro: “Eu sou a Graça”, de Dom Rafael Maria Francisco da Silva).

Ainda em sua missão pelo Sertão pernambucano, o padre alemão passou pelas cidades de Venturosa, Afogados da Ingazeira, Brejo da Madre de Deus e Moxotó. Por fim, chegou em Buíque no ano de 1947, onde construiu sua casa e a Capela de Nossa Senhora das Graças, criou uma escola de educação agrícola e uma maternidade com recursos vindos da Alemanha, escreveu livros que foram censurados e atendia muitos pobres que vinham buscar remédios, esmolas e conforto espiritual.

José Kehrle faleceu em Buíque no ano de 1978, aos 87 anos. Sua grandiosa contribuição para a história do interior de Pernambuco ainda é pouco divulgada, mas seu pioneirismo e suas ideias inovadoras foram fundamentais para o crescimento e propagação da fé cristã pelo sertão do estado.

Fonte: Redes Sociais da Paróquia de Nossa Senhora da Penha
Relíquias do Padre José Kehrle pertencentes a sobrinha Emma Kehrle
O Padre José Kehrle, o quarto da direita para esquerda, na farmácia do Dr. Lima Pachêco, na então cidade de Villa Bella, em agosto de 1928
O Padre José Kehrle, ao centro, na antiga Igreja de N. S. da Penha, construída em 1872 e demolida e 1925, o prédio ficava localizado no centro da Praça Sérgio Magalhães, um pouco acima do ponto onde atualmente fica o pé de catingueira metálico

ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

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