Escreva-se no meu canal

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Os verdadeiros “analfabetos políticos” da Cidade Provinciana


Por Paulo César Gomes

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.” Essa é a definição de Bertolt Brecht para o analfabeto político, mas para nós provinciano a melhor é a de Mário Quintana “ o verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê”, essa pode ser aplicada a alguns cidadãos provincianos.

Os nossos “analfabetos políticos” vivem gravitando em torno de algum coronel político, a proximidade é tanta que eles são os primeiros a levantarem as bandeiras, a colocarem os adesivos, a sentirem a dores dos seus líderes. É como se o seu político fosse uma divindade, um ser intocável.

Esse tipo de analfabeto é uma verdadeira epidemia na cidade provinciana, eles se movimentam com uma astucia invejável, adoram um boato, estão em todas as esquinas, bares e praças, vivem camuflados no mundo cibernético, proferindo verdadeiras pérolas filosóficas. É como se eles estivessem praticando a maior das ações em defesa dos ídolos políticos.

Alguém pode imaginar que alguém que não gosta de política é o verdadeiro analfabeto político, ou talvez que seja aquele que por situações adversas, não teve acesso a escola. Com certeza eles não são! Os maiores analfabetos são aqueles que vivem lambendo as botinas dos coronéis provincianos, são eles que ajudam a contaminar a população, praticando as piores aberrações políticas e aliciando os inocentes eleitores com propostas indecorosas.

O que move os nossos analfabetos não é a fome ou a miséria alheia, são simplesmente os seus interesses pessoais. Eles se espelham nas práticas dos coronéis, mais jamais serão coronéis, porque eles não passam de serviçais e garotos de recado. Não adiante criticar apenas os coronéis, é preciso denunciar toda a estrutura viciada que se forma em torno dos nossos politiqueiros. Não podemos jogar a responsabilidade naquele que nunca leu um jornal, porque nunca teve a oportunidade de ir a uma escola, naquele que não assisti TV, por que ele não tem uma em casa, ou naquele que não sabe o que uma cidade desenvolvida, porque nunca um político lhe mostrou como se administra uma cidade.

Poderíamos jogar a culpa pelos problemas da cidade provinciana na nossa juventude, que para a maioria é alienada, mas vivem desempregada, mas que quando aparece à oportunidade, ela está vinculada ao seu voto. Imagine a quantidade de alunos da zona rural que estão perdendo aulas há semanas porque falta transporte, talvez se estivéssemos em um ano eleitoral isso não aconteceria. Como podemos cobrar de alguém o voto consciente, se para ele é negado elementos sociais e culturais elementares, porém fundamentais na formação de um cidadão consciente.

Fica claro que os maiores responsáveis pelas mazelas sociais da cidade provinciana são os nossos políticos, mas é inegável que os nossos analfabetos políticos contribuem de forma decisiva para que uma parte da sociedade, em sua maioria excluída, seja manipulada, usada e desfavorecida na cidade provinciana.




Por que tanta perseguição ao MCC?

Caros amigos provincianos, está semana me deparei com a informação de que a oposição em Serra Talhada tinha acabado, confesso que fiquei pensativo tentando entender tal afirmação. Não questiono o título da notícia, pois a mesma faz parte de um mecanismo jornalístico, além disso, é bom frisar que vivemos em um país democrático no qual é permitida a liberdade expressão.

A minha reflexão parte do princípio de que em qualquer regime democrático sempre irão existir algumas divergências, ou seja, propostas formuladas por opositores e que não aceitas pelos que estão no poder. O fim da oposição municipal significa dizer que todos estão juntos com o prefeito Carlos Evandro, o que na verdade não acontece.

Na história recente da cidade provinciana todos os prefeitos se deparam com opositores, basta lembrar as gestões de Augusto César, Tião Oliveira, Geni Pereira e também a de Carlos Evandro. O problema não é forma com a oposição atua, intensa ou flexível, e sim os seus projetos e a postura a sua posição política.

Nos dias atuais se discuti a posição do MCC, uma proposta nova de oposição, pois além de criticar, se propõem a ser uma alternativa de poder no município. O movimento é novo, tem pouco mais de um ano, mas já é motivo de muitas criticas, em sua esmagadora maioria injustas, de setores políticos extremamente conservadores. Setores esses que sempre estiveram no poder e que não aceitam que novos projetos alternativos, independentes e coerentes surjam.

Tenho ouvido e lido verdadeiros besteiróis (os autores não são dignos de comentários) sobre o MCC, até parece que o movimento é responsável por todos os atos políticos realizados de forma desastrada na cidade provinciana. Os vocabulários usados são absurdos, coisa de gente da mente pequena, ou talvez orientada por uma força superior. A grande questão colocada é que existe uma ação orquestrada para desqualificar e desestabilizar o MCC, isso em função do movimento ser independe, não ser tutelado ou manipulado por algum coronel provinciano.

A postura do MCC incomoda, pois ela é firme, basta fazermos uma analise de que saiu do movimento, alguns por que o seu projeto político não foi contemplado ou por conflito de interesse pessoal. Não podemos negar que dentro do MCC existe contradição, fato peculiar a qualquer discussão política, o que não podemos é enterra o movimento, ele pode semear boas propostas que pode dar bons frutos, não podemos esquecer que vivemos em uma cidade governada e liderada por coronéis. A existência e a sobrevivência do MCC são fundamentais para a nossa democracia.

Enquanto as contradições, precisamos de mais um tempo para verificarmos as decisões e as opções de cada força política, para podermos fazermos um julgamento definitivo do MCC. Nesse caso só nos resta torcemos pelo sucesso das discussões no MCC, independe de qual seja, para que com o decorrer do tempo venhamos a entender que podemos fazer política transparente e legitima, sem dependermos dos coronéis e dos seus bajuladores.

Saudações provincianas e até a próxima.

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada-PE, em 14 de novembro de 2011.

Nenhum comentário:

ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

        QUESTÕES DISSERTATIVAS DE SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA QUESTÃO 1 :  João fez um testamento para deixar um dos seus 10 imóveis para seu gra...