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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Onde estão o novo e o velho na política de Serra Talhada?

*Paulo César é professor e pesquisardor especialista em História Geral
 
Após um período de intensa movimentação – algo nunca visto em nossa cidade - chegamos finalmente ao início da campanha eleitoral, que contará com apenas duas candidaturas para prefeito, fato que não ocorria  há quase cinqüenta anos. Essa situação só foi possível por que o processo pré-eleitoral foi bastante deformado, a quem diga que foi “doidona”, o que é um absurdo. Na verdade, cada passo  dado pelos grupos foi com extrema consciência, cada lado sabia e sabe bem o que quer. Porém, o diferencial foi à interferência do coronel Eduardo Campos, que não mediu esforços para fortalecer o palanque do seu candidato Sebastião Oliveira. Graças à interferência do Coronel, vários partidos foram cooptados e acordos foram fechados na calada da noite sem que os filiados locais pudessem opinar.
O maior feito de Eduardo nessa campanha foi ter unido “água e óleo”, Inocêncio Oliveira e Augusto César, o fato histórico foi à grande RENOVAÇÃO da política local. O que parece na verdade uma grande piada, os dois grupos em nada oferecem de novidade, a mais de trinta anos se alternam na condução do poder executivo local. Sendo assim, cai por terra o discurso do novo, pois, no mínimo, os dois grupos passaram por uma bela recauchutagem, ou quem sabe modificaram apenas a embalagem, já que o conteúdo continua o mesmo, autoritário e retrogrado. E pelo outro lado, apesar de todas as contradições e incoerências que levaram a filiação de Luciano Duque ao PT, estará representado com duas boas novidades. A primeira delas é a possibilidade real do PT conquistar a Prefeitura Municipal, sonho tentando em
duas oportunidades, em 1982, com Raimundo Aquino e 2004, com Dr. Fonseca.

“Cai por terra o discurso do novo, pois, no mínimo os dois grupos passaram por uma bela recauchutagem, ou quem sabe modificaram apenas a embalagem, já que o conteúdo continua o mesmo, autoritário e retrogrado

Caso os petistas cheguem ao poder estarão derrubando uma escrita. Será a primeira vez desde a década de 60 que a cidade não será governada por alguém que não faz parte dos grupos familiares Ignácio/ Oliveira, Pereira/Conrado e Carvalho.
A outra importante novidade é fato de uma mulher está disputando as eleições como candidata a vice-prefeita, coisa que não acontece desde de 1992, quando dona Penha Oliveira foi candidata a prefeita, por sinal a única a tentar, e tendo como vice professora Rosário. Quatros anos antes a professora e petista Zefinha Santos encarava o desafio de concorrer em uma eleição majoritária em uma chapa que era encabeçada por Dr. Paulo César.
Tatiana Duarte não é a candidata que agrade aos meus pensamentos ideológicos, mas é inegável que do ponto de vista político-sócio-cultural, a sua candidatura representa muito, principalmente em se tratando de uma cidade extremamente conservadora e machista como a nossa. Os passos dados por ela podem ajudar a derrubar não só os coronéis, mas também tabus, assim como vem fazendo Dilma Rousseff como presidenta. A favor de Tatiana pesa o fato de ser uma mãe de família exemplar, uma educadora social, pois desempenha a função de Pastora e radialista, ao contrário de outros, que terão que explicar ao eleitor por que andam acompanhados de pistoleiros ou ainda
zombando e menosprezando os adversários. Para alguns poucos preconceituosos, o fato negativo se dar pelo fato dela ter nascido na Paraíba, uma atitude que demonstra como é pequena a cabeça de alguns politiqueiros.
Pois bem, se todos pesassem assim, nós, legítimos pernambucanos, não iríamos aplaudir e enaltecer a obra de Ariano Suassuna, e nem  votaríamos nele para governador pelo fato do mesmo ser paraibano. Dada às devidas proporções, tanto Ariano como Tatiana, devem ser respeitados em nosso estado e em nossa cidade, independente de credo religioso ou opção político partidária, e principalmente pelas suas origens. E para encerrar, nada melhor do que  parabenizar Tatiana e a todo as mulheres paraibanas, pernambucanas, serra-talhadenses , em fim a todas as mulheres , citando um trechs da música do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que com muito bom humor buscou mostrar o lado forte e guerreiro da mulher nordestina: “… Paraíba masculina mulher macho sim senhor!…”

“A outra importante novidade é o fato de uma mulher. Coisa que não acontece desde de 1992, quando dona Penha Oliveira foi candidata a prefeita. Quatros anos antes a professora e petista Zefinha Santos encarava o desafio de concorrer em uma eleição majoritária em uma chapa encabeçada pelo Dr. Paulo César”


Texto publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada, em 07 de julho de 2012.

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