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domingo, 24 de janeiro de 2016

PROFISSÕES PERDIDAS: Há 50 anos, um cocheiro transforma pneus usados em Serra Talhada em autênticas obras de arte

cochos
Por Paulo César Gomes, Fotos: Farol de Notícias/Alejandro Garcia
Muitas pessoas nunca devem ter ouvido falar da expressão “cocho para os bichos beberem água”, e quem já ouviu, certamente desconhece o processo de fabricação do tal cocho.
E foi buscando descobrir a origem dos cochos usados como depósitos d’água e comida para os animais na zona rural, que eu e o David Bowie (o andrógino) da fotografia, Alejandro J. García,  estivemos a procura de um dos únicos cocheiro existentes em Serra Talhada.
O COCHEIRO, A SIMPLICIDADE DA ALMA DE UM ARTISTA
Após mais de uma semana de pesquisa encontramos enfim o nosso o cocheiro. *Seu Pedro, mora no bairro da COHAB, é uma pessoa simples e atenciosa, ele exerce a profissão há quase 50 anos.
“Para fazer os cochos eu utilizo pneus usados. Seja de um fusca ou de caminhão”, explica o cocheiro. O processo é rudimentar, porém, bastante simples. “Corto o pneu com uma faca e depois coloco pregos na parte que é usada como fundo do cocho”, detalha Seu Pedro.
O cocheiro chega a fazer até 10 cochos em um dia. Segundo Pedro, os valores variam bastante, “o menor cocho eu faço por R$ 10,00 e os maiores podem chegar a mais de R$ 100,00”.
Os produtos feitos de forma artesanal pelo nobre cocheiro são comprados e levados para a zona rural da cidade, onde os agricultores utilizam para dar ração, milho, capim palma e outros alimentos aos animais. No que se refere água, Seu Pedro é taxativo “pode colocar 30lityros d’água ou mais que cocho segura”.
O trabalho de Seu Pedro é feito no quintal da sua casa, onde ela armazena pneus velhos e cochos feitos com todo o carinho. Um valoroso trabalho realizado pelas mãos de um pequeno homem na estatura e gigante na sua grandeza e talento.
cochos 2

NOTA AOS LEITORES

* Durante a entrevista o nosso cocheiro nos recebeu em sua casa de forma gentil, no entanto, nos pediu para não ser fotografado e nem identificado, por isso utilizamos o nome fictício de Seu Pedro. Respeitamos o seu pedido e entendemos os seus motivos.
Somos gratos pela sua atenção e registramos aqui a nossa satisfação em levar ao conhecimento dos nossos leitores mais uma profissão pouco conhecida e valorizada, mas que é feita por uma pessoa honesta e batalhadora. E se o amigo faroleiro conhece algum alfaiate, rendeira, santeiro ou outro profissional que exerce uma “profissão perdida”, ente em contanto com a gente através do e-mail pcgomes-st@bol.com.br ou anil_stpe@yahoo.com.br .
Um forte abraço a todos e até a próxima reportagem da série “Profissões Perdidas”


Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 24 de janeiro de 2016.

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