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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

19 ANOS SEM RICARDO ROCHA E A BANDA D.GRITOS

Professor Paulo César Gomes


Há exatos dezenove anos, Serra Talhada amanheceu de luto, pois na madrugada daquele dia morreu o jovem Ricardo Rocha. A tragédia que ocorreu naquela noite não só nos privou do convívio de Ricardo, mas também impediu que duas gerações de serra-talhadenses conhecessem o seu talento musical. Naquela fatídica noite, a música e a cultura local foram apunhaladas, pois com a morte de Ricardo chegou ao fim a banda D.Gritos, um dos maiores legados artísticos já produzidos em nossa cidade.
Ricardo deixou esposa, Célia Rocha, e dois filhos, Jéssica Rocha e Julian Richard.  Se estivesse vivo hoje seria avô de uma lida menina de dois anos, Ana Laura.
Com intuito de resgatar parte da história de Ricardo e mais precisamente da banda D.Gritos, estou realizando uma pesquisa que se encontra em fase final e que será transformada em um livro. Nesse processo de levantamento de informações já foram ouvidos vários ex-integrantes da banda como Jorge Staley, Gisleno Sá, Noroba, Derivan Calado e Eltinho Mourato. Já deixaram depoimentos Nildo Gomes, Álvaro Severo e Petrônio Lorena, todos eles acompanharam de perto as diversas etapas da banda. Outra coisa importante dessa pesquisa será a divulgação de músicas inéditas da banda (de Camilo e de Ricardo), além de fotos e recortes de jornais com notícias sobre o grupo, tudo esse material foi cedido gentilmente por Célia Rocha e Camilo Melo.

Aproveitando a data, compartilho alguns desses itens raros com os amigos e amigas internautas que navegam pelo nosso blog. 

Apresentação da banda D.Gritos no estádio "O Pereirarão" - 1987


Discurso feito por Ricardo em shows no meio da música Escravos de Ninguém.
“Não precisamos dessa justiça se eu só vejo injustiça
Se nós todos temos condições de fazer a nossa própria justiça
Não precisamos desse governo que não sabe nos governar
Se nos todos temos condições de fazer o nosso próprio governo
Porque ninguém! Ninguém!  Nasceu para ser escravo de ninguém!
Nem muito menos seria assim um idiota
Pra carregar um presidente nas costas
E você pedir e ele prometer e você ficar até o fim da vida
E nada conseguir
Eu não serei escravo de ninguém! Eu não!
Oh Deus! Deus! Eu pensei que esse mundo era só Seu
Que só Você o destruía
Mas hoje homem destrói tudo que Você fez com tanto amor
Eu choro por essa burrice
Essa ignorância
Por tanto preconceito racial
Eu não serei escravo de ninguém!
E quem quiser que venha comigo...”




Missa do Poeta de 1991


Ricardo e amigos - 1987


Ricardo e o famoso violão comprado fiando na conta da mãe sem o conhecimento dela




Camilo Melo e Ricardo no Kilario - 1987


 GRITOS (Camilo e Ricardo) Música inédita da dupla de compositores feita 1986

Já cansei
De te procurar
Em todo lugar
Já tentei te achar
Acho até que estou ficando louco
Eu digo isso por que não consigo mais parar de Gritar

Gritos roucos
Gritos loucos
Gritos por você e você não quer me ouvir

Será que tudo isso não passa de ilusão
O que é que ta acontecendo com meu pobre coração
Cho ate que estou morrendo aos poucos
Eu digo isso por que não consigo te encontrar

Gritos roucos
Gritos loucos
Gritos por você e você não quer me ouvir.

CHAMADO MEU BEM (Ricardo Rocha) provavelmente a última feita por Ricardo, dezessete dias antes da sua morte.

Agora vem me chamando meu bem
Agora vem me chamando de amor
Agora vem me chamando meu amor
 Agora vem me chamando de amor

Eu tanto quis você aqui do meu lado
Eu estava apaixonado, eu só queria você
Eu tanto fiz por nos te amaria a vida
Inteira mais você foi traiçoeira me trocou
E agora vem me chamando de amor

Todo que você me fez
não vai ficar assim
Eu vou arrumar um novo amor
E amar ate o fim.




P.S.:  As empresas públicas e privadas que desejem patrocinar o livro podem entrar em contato pelo telefone (87)9938-0839 ou pelo e-mail  pcgomes-st@bol.com.br

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A falta de criatividade e as contradições que vêm dominando a campanha


Após mais de duas décadas Serra Talhada volta a ter uma campanha com apenas dois candidatos na disputa pelo posto de prefeito. Diante dessa polarização, o erro se tornou um ponto chave, tanto para derrota como para se chegar à vitória. Talvez o medo do errar possa explicar uma campanha de tão baixo nível político.

A maior falta de criatividade está nos “jingles”. As famosas músicas de campanha até agora não têm uma que mereça no máximo a nota seis, as que existem por aí vem servindo apenas para animar torcidas organizadas, sendo que a maioria é de um mau gosto e acabam incomodando a maioria dos eleitores. O interessante é que uma das músicas mais tocadas do candidato Luciano Duque (PT) diz: “lá vem, lá vem de novo os cabeças vermelhas…”, até onde se sabe essa expressão, os cabeça vermelha, foi usada nas campanhas de Augusto César (PTB) e Geni Pereira (PSB), ambos encontram-se ao lado de Inocêncio Oliveira (PR), sendo assim, tornaram-se “azulões”, mas isso não justifica o fato de se recorrer a temas tão explorados e atrasados.

A grande novidade da campanha até agora são totens (os bonecos) do candidato Sebastião Oliveira (PR). Mas essa jogada acabou causando um certo efeito contrário, pois o candidato foi tachado de forasteiro pelos concorrentes e também pelo fato de que, recentemente, esteve ausente da cidade em função das atividades parlamentar. Esses vácuos podem criar a impressão de que os bonecos foram colocados para suprir a sua ausência. Além disso, os “manequins” foram confeccionados sem o nome e o número do candidato, informação importante para os eleitores desinformados. E se alguém confunde Sebastião com um garoto propaganda de alguma loja!?

“Esses vácuos podem criar a impressão de que os bonecos foram colocados para suprir a sua ausência. Além disso, os “manequins” foram confeccionados sem o nome e o número do candidato”

Um fato extremante negativo e reprovável foi o uso de chocalho no pescoço por alguns militantes da campanha republicana. Tudo bem que na política devemos explorar a sátira aos adversários, mas, de forma algumas devemos expor os militantes ao ridículo. Quem usa chocalho no pescoço é animal! Existem centenas de formas mais criativas de se atingir o adversário.

Entre as contradições tem uma que é bastante curiosa. Em todos os seus pronunciamentos o candidato Sebastião Oliveira sempre iniciam com a saudação “companheiros e companheiras”. Para quem não sabe, essa é uma saudação de companheiros de lutas do movimento operário e campesino usados como forma de nivelar os dirigentes e os militantes, tanto em sindicatos, como em partidos políticos de esquerda. A expressão tornou-se popular na voz rouca do ex-presidente Lula, que é de origem sindical e dirigente – fundador do maior partido de esquerda da América Latina, o PT.

O estranho é que no currículo de Sebastião não constam passagens por sindicatos, movimentos de trabalhadores rurais ou partidos de esquerda. Na verdade, quem deveria usar essa saudação era o candidato petista, seria uma boa forma de identificá-lo junto ao eleitorado lulista. Mas, infelizmente, a sua equipe de campanha não se apercebeu desse pequeno detalhe. Equipe essa que deveria de imediato definir se o candidato vai ou não participar de debates, pois, o imbróglio seria resolvido de uma vez, o que pouparia a militância de um desgaste a cada final de semana.

A esperança está na chegada do guia eleitoral, o que fará com que o nível da campanha se eleve, coisa que a população serra-talhadense merece. Afinal de contas está em disputa a prefeitura de uma das mais importantes cidades do interior do Nordeste e não a presidência de uma associação de moradores ou o cargo de um condomínio de luxo.

*Paulo César é professor especialista em História Geral

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada em 19 de agosto de 2012.

domingo, 19 de agosto de 2012

Pergunta do internauta Helder

Olá. Meu nome é Helder e ainda tenho uma pequena dúvida. A expressão "Coronel ou coroné" ela viria em função da patente militar ou nenhuma ligação? Grato. heldermp@gmail.com

Resposta:

Caro Helder,


A Expressão coronel tem a ver com a patente da hierarquia militar, porém, os coronéis em sua grande maioria estavam ligados a estrutura militar, na verdade eles eram grandes latifundiários e lideres políticos. Eles eram chamados pela população humilde, principalmente do interior nordestino, de “coroné”. A expressão “coroné” é só mais uma prova da falta de interesse dos coronéis em investir em educação.

Prof. Paulo César Gomes





quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Registros da presença do Prof. Paulo César nos congressos estudantis da UNE e UBES (com fotos e crachás)



 

Crachá de delegado  e fotos do então estudante secundarista Paulo César Gomes, que na época representou a Escola Cornélio Soares no 31º Congresso da União Brasileira de Estudantes Secundarista, que foi realizado na cidade de Goiânia – GO, entre os dias 1º e 05 de novembro de 1995, no Ginásio do Rio Vermelho. 

                        
Delegação de Serra Talhada ao 45o. Congresso da UNE. Da esquerda para direita: Ana Mourato, Paulo César Gomes, Salete Batista e Eliane Alves (todos alunos de cursos da FAFOPST)


 
Crachá de delegado usado por Paulo César Gomes e fotos tiradas durante o 45º Congresso da União Nacional dos Estudantes. Na época Paulo César era aluno do curso de História na FAFOPST. O Congresso foi realizado entre os dias 02 e 06 de junho, no ginásio o Mineirinho,  na cidade Belo Horizonte - MG.

 Foto tirada do durante o CECUT, em Julho de 1997, logo após o CONUNE. Da esquerda para a direita: Roberto Gomes, Paulo César Gomes e Jesualdo Campos Júnior. 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Augusto César, um império em decadência

Por Paulo Cesar

Há 20 anos, o atual deputado estadual Augusto César (PTB) era o principal protagonista da primeira grande derrota do grupo político do deputado Inocêncio Oliveira. Duas décadas depois, Augusto e Inocêncio encontram-se juntos no mesmo palanque, sendo que o primeiro dessa vez é apenas coadjuvante. Diante dessa inusitada aliança várias indagações são levantadas, entre elas, a de qual foi o motivo determinante para que Augusto César mudasse o seu discurso e sucumbisse nos braços do líder republicano.

Augusto já deu inúmeras declarações sobre o assunto, mas nenhuma tocou na questão chave que explique tamanha reviravolta. Na verdade, após o sucesso eleitoral em 1992, a eleição para deputado estadual em 1998, e a eleição do seu aliado Geni Pereira, em 2000, Augusto vem perdendo, ano a ano, aliados importantes. É bem verdade que o petebista conseguiu eleger o filho para deputado em 2006 e, em 2010, Augusto-pai se elegeu como primeiro suplente.



“Duas décadas depois, Augusto e Inocêncio encontram-se juntos no mesmo palanque, sendo que o primeiro dessa vez é apenas coadjuvante"



Mesmo assumido o mandato em função dos titulares terem sido convocados para cargos no poder executivo estadual, o líder petebista, até o encerramento do prazo de filiação para as eleições desse ano, não tinha opções para encabeçar uma chapa para a disputa em Serra Talhada. No apagar das luzes, surgiu Fonseca Carvalho, que acabou dando certo no seu grupo. Esse foi o grande trunfo para que Augusto conseguisse fechar o acordo histórico com Inocêncio. Para alguns, isso pareceu muito, porém, demonstra como o grupo dos antigos “cabeças vermelhos” ruiu e perdeu espaço ao longo do tempo.

Fica evidente que falta ao grupo petebista unidade e a tão propagada renovação que, de fato, ocorreu no acordo PTB/PR, mas que na verdade deveria ser de quadros (dirigentes) e de uma atuação mais contundente de Augusto junto as suas bases. O vácuo deixado por ele, de maior opositor do deputado Inocêncio Oliveira, tem tudo para ser ocupado pelo PT, a partir de agora. Para Augusto só restam dois caminhos: Torcer pela eleição do candidato republicano a prefeitura municipal e a consolidação do nome do senador Armado Monteiro para governador em 2014.



“Para alguns, isso pareceu muito, porém, demonstra como o grupo dos antigos “cabeças vermelhos” ruiu e perdeu espaço ao longo do tempo”


Caso contrário, ficará em situação difícil, pois, mesmo que se reeleja deputado, perderá parte do seu já enfraquecido grupo, o que poderá levá-lo a ficar dependente definitivamente do deputado Inocêncio Oliveira, provando que na política”óleo e água”podem formar um único elemento.



*Paulo César é professor especialista em História Geral

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada, 14 de agosto de 2012.



quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Carlos Evandro, o maior personagem das eleições 2012 em Serra Talhada

Por Paulo César
 
Nenhum outro político sairá desta eleição tão fortalecido como o prefeito Carlos Evandro, independente do resultado, pois ele conseguiu o que parecia impossível: além de sair do grupo do deputado Inocêncio Oliveira de cabeça erguida, fato raro na política local, ele ainda levou consigo uma militância fiel e, de quebra, arrastou o PT para o seus braços.
Mesmo não sendo eleitor do prefeito, e nem tão pouco tenho essa intenção, é inegável que ele visualizou muito bem o cenário que o rondava, coisa que alguns não souberam, como por exemplo, o prefeito do Recife, João da Costa (PT), e o de Iguaraci, Albérico Rocha (PR), ambos foram rifados da disputa eleitoral pelos seus respectivos partidos. Carlos, em uma jogada de mestre, colocou o seu “pupilo” em um partido de expressão nacional, o que lhe permitiu as condições para poder bater de frente com velhos “coronéis” da cidade.
Para chegar a esse “status político”, Carlos teve que remar contra a maré. O primeiro passo importante foi quando se elegeu vice-prefeito na chapa de Augusto César, em 1992. Em 1996, rompeu com Augusto sem maiores explicações, mesmo sendo o candidato a prefeito do grupo. Ele preferiu migrar para o lado do deputado Inocêncio Oliveira. E, mesmo sem muito espaço, conseguiu – com o apoio do falecido ex-prefeito Tião Oliveira – se lançar a prefeito em 2000. Infelizmente para Carlos Evandro, Tião não apenas lhe deu apoio, mas também todo o ônus da sua péssima gestão. O resultado foi uma vitória esmagadora de Geni Pereira.
Quatro anos se passaram para que Carlos desse o troco em Geni, e finalmente em 2008, “Carlão” se tornou o primeiro prefeito a ser reeleito em Serra Talhada. Hoje, a sua gestão conta com aceitação que beira os 80%, números que só foram conseguidos, por que entre outras coisas, ele não se deparou com opositores nos últimos sete anos, pois sempre contou com a maioria da Câmara de Vereadores e conseguiu colocar parte da imprensa, escrita e falada, no bolso. É bem verdade que nos últimos meses algumas vozes se levantaram contra ele, mas infelizmente nenhuma delas apareceu com credibilidade o suficiente para conseguir arranhar a sua imagem junto à população.
Sendo assim, Carlos Evandro passou a ser a peça principal de jogo de xadrez, pois ele possui todos os elementos que favorecem a eleição do seu candidato, e por isso mesmo sofrerá intensos ataques dos opositores no sentido de desqualificar a sua gestão. A sua imagem será usada tanto para um lado como para o outro, obviamente em sentidos contrários. Porém, como o jogo ainda não está decidido existem dois dilemas a serem resolvidos: o primeiro é como Carlos conseguirá transferir a sua aceitação para o seu candidato. O segundo é como o candidato de oposição irá descaracterizar um governo que ele defendeu durante quase sete anos.
Diante desse cenário extremamente movimentado e intrigante, só nos resta acompanhar com toda a atenção as táticas que serão usadas para que um candidato possa se sobressair sobre o outro. Sempre lembrando que qualquer passo dado na hora errada pode custar a derrota para um dos lados.

*Paulo César é professor especialista em História Geral

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada em 07 de agosto de 2012.

domingo, 5 de agosto de 2012

Salve a nossa caatinga ( Poema do Prof. Miguel Leonardo)


Não desmate as beiras dos regatos

De olhos d’água e dos topos de serra

Pois a água para brotar na terra

Precisa a existência de  “matos”

Não cace tatus, pebas  nem gatos

Nem prenda o pássaro em alçapão

Deixe a fauna em paz, do meu sertão

Que Deus vai muito lhe agradecer

Vamos gente  a caatinga defender

Para evitar a desertificação.


Na lavoura  não use pesticida

Já que para o  ambiente faz mal

Prefira o produto natural

Pois o mesmo conserva sua vida

Boa saúde começa na comida

Saborosa sem contaminação

É melhor reduzir a produção

E a fonte da vida se manter

Vamos gente  a caatinga defender

Para evitar a desertificação.

 Sertanejo,  plante mandacaru

Faça feno da planta maniçoba

Maneje direito a algaroba

Não arranque a batata do imbu

Zele o nosso lendário Pajeú

Dos poetas veio de inspiração

Ouça o canto penoso do carão

Que chorando parece até dizer:

Vamos gente  a caatinga defender

Para evitar a desertificação.


Padre Afonso além de bom vigário

Defende com garra o umbuzeiro

Murici, também o catolezeiro

Tudo há no Pequeno Santuário

Um  oásis extraordinário

Em prol da caatinga do Sertão

Por isto é que este cidadão

Precisamos seguir e enaltecer

Vamos gente  a caatinga defender

Para evitar a desertificação.



Lembrança da 30ª missa do agricultor

Serra Talhada, 30/07/2012.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Inocêncio Oliveira x coronelismo: O porquê de tanta irritação?

Recentemente o jornalista Magno Martins publicou em seu blog a informação de que o deputado Inocêncio Oliveira está chateado com a pecha de “coronel”, imposta pelos seus adversários em Serra Talhada. O que muitos não entendem é o porquê da expressão “coronel” incomodar tanto o velho cacique político. Para compreendermos melhor a origem de toda essa irritação é necessária uma rápida viagem pela história do Brasil, em particular, pelo fim do período imperial e início da república.
Durante o império, século 19, vários aliados de D. Pedro I e D. Pedro II receberam o título de “barão”, honraria concedida aos grandes proprietários de terras e consequentemente os maiores exploradores da mão de obra escrava. Tendo em mãos o título, os “barões” passaram a mandar e a desmandar em praticamente todas as regiões do País, principalmente nas pequenas cidades do interior.
Quando a monarquia foi destituída, o título de “barão” deixou de existir, sendo assim, os líderes de oligarquias passaram a ser chamados de “coronéis”, pois costumavam usar da força para impor as suas vontades. Estes mesmo “coronéis” foram os formadores de grupos armados, conhecidos como “jagunços”, que eram responsáveis pelo trabalho sujo, como por exemplo, o de amedrontar e aterrorizar as pessoas mais simples e humildes. Em certos episódios abomináveis, chegaram a exterminar vidas. Durante décadas os “coronéis” transformaram suas áreas de domínio em currais-eleitorais, onde as pessoas votavam ao som do chiado da chibata em seus ouvidos e ao toque frio do cano de uma espingarda em suas cabeças.
Os “coronéis” de forma oportunista sempre procuraram está ao lado de quem estava no poder, fato esse que permitiu há vários deles a perpetuação no poder em praticamente todo o Nordeste e Norte do Brasil. Algumas das mais precisas representações do que é um “coronel” pode ser encontrada em obra literária, entre elas, destacam-se as escritas por Jorge Amado e Dias Gomes. Após essa rápida abordagem, fica explicado o porquê da irritação do nosso querido deputado Inocêncio Oliveira.
Ainda resta uma questão, essa envolve o fato de que o mesmo pode está próximo de uma derrota histórica, façanha que pode ser protagonizada por ex-aliados, e justamente no momento em que ele conseguiu colocar o deputado Augusto César debaixo de suas asas. Então diante disso, é possível dizer que o deputado republicano se encontra incomodado em função de vários acontecimentos que podem marcar de forma negativa a sua carreira política.

*Paulo César é professor especialista em História Geral

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada, em 29 de julho de 2012.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Assisão, 50 anos do mais autêntico forró


*Paulo César é professor especialista em História Geral

Em matéria de forró Serra Talhada também tem o que comemorar no ano do centenário de nascimento de Luiz Gonzaga. O motivo se deve a fato de que o o nosso forrozeiro Assisão está completando 50 anos de carreira. Nascido na Fazenda São Miguel, Francisco Assis Nogueira, mais conhecido por Assisão, conquistou o mundo através das suas composições e se tornou um ícone da música regional.

Aos 70 anos de idade, o cantor possui um currículo extenso, pois além de ser um grande compositor e cantor, ele é também um inovador. Assisão foi um dos primeiros forrozeiros a introduzir, ainda nos início dos ano 80, os sons produzidos pela guitarra, baixo, teclado e bateria nas suas músicas, mesmo com essa nova roupagem ele não deixou de produzir o autêntico forró.

O cantor faz parte de uma geração de forrozeiros, entre eles, Jorge de Altinho, Alcimar Monteiro, Flávio José, Novinho da Paraíba, que são os baluartes do verdadeiro forró, o original, aquele de Luiz Gonzaga, de Jackson do Pandeiro, do Trio Nordestino e de Dominguinhos. Mesmo com a grande concorrência com bandas que deformam o ritmo, Assisão contínua sendo umas das grandes atrações nas maiores e melhores festas juninas do país, como em Caruaru e Campina Grande. Outra coisa que notabilizou o cantor foram as suas inúmeras apresentações em programas de TV, como o Clube do Bolinha, na TV Bandeirantes na década de 80, e em vários outras emissoras do país a longo dos anos 90 e início do século XX .

Assisão já lançou 46 discos e é autor de mais 700 composições, suas músicas também fazem sucesso na voz de outros cantores como Elba Ramalho e o Trio Nordestino. Entre os seus grandes sucesso se destacam: “Alegria e Sorriso”, “Peixe Piaba” “Eu Tenho Uma Novinha Pra Você”, “Já Saiu Rock, Tango, Rock” e “Agora é Forró Que Vamos Ter”, “Pau Nas Coisas”, “Pequenininha” que já possui mais de 240 regravações, e “Esquenta Moreninha” (Esquenta moreninha/ tem uma fogueirinha no meu coração…/ Eu vou cair na brincadeira nesse São João/ levar meu bem junto à fogueira nesse São João / não quero saber de tristeza nesse São João/ quero alegria e muita festa nesse São João…)que é considerada por muitos com um dos Hinos do São João.

Há alguns meses, ele lançou o CD “Festejo Animado”, que traz 12 faixas, entre elas algumas regravações, e que tem como carro-chefe a canção que intitula o álbum. Para comemorar os 50 anos de carreira ele lançou mais um DVD. Entre as homenagens recebidas podemos citar a realizada pelos estudantes da Escola Cornélio Soares no desfile cívico durante as comemorações de aniversário da cidade e a Moção de Aplauso concedida pela Câmara de Vereadores de Serra Talhada.

No último dia 09 de agosto, foi organizada uma festa na Fazenda São Miguel para comemora os 50 de carreira do forrozoeira forrozeiro mais ilustre daquele região. O evento foi realizado no tradicional clube do povoado, que ficou lotado de familiares, amigos, políticos e principalmente de admiradores do cantor. 
Moção de aplauso aprovada pela Câmara de Vereadores de Serra Talhada


Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada em 22 de julho de 2012.
atualizado em 19 de agosto de 2012.

O ESCÂNDALO DOS BANDIDOS DE TOGA NO TJ-RN E A APLICAÇÃO DO CONCEITO DE CONCURSO DE PESSOAS


Paulo César Gomes dos Santos ([1])– FIS
pcgomes-st@bol.com.br

RESUMO
Esse trabalho tem como objetivo demonstrar como ocorre o concurso de pessoas, como se verifica o(os) autor(es) e o(os) partícipe(s). Também buscará mostrar como uma pessoa que não é funcionária pública pode ser enquadrada no crime de peculato. Para isso iremos comentar o crime contra os cofres públicos ocorrido no TJ-RN comentidos por uma funcionária em parceira com o seu esposo.
Palavras chaves: concurso de pessoas, funcionário público, peculato.
ABSTRACT
            This paper aims to demonstrate how the services of persons occurs, as is the (the) Author (ES) and (the) participate (s). It will also seek to show how a person who is not a public official can be prosecuted as crimes of embezzlement. To do this we will comment on the crime against the public coffers occurred in the TJ-RN comentidos by an employee in partnership with her husband.
Keywords: tender people, public officials, embezzlement.

INTRODUÇÃO
Diante de um caso de repercussão nacional onde um crime de corrupção se deu em um ambiente “aparentemente imune”, um Tribunal de Justiça. Buscaremos estudar as condições que permitiram que os principais envolvidos, fossem enquadrados pelo Ministério Público nos crimes de formação de quadrilha e peculato. Para isso iremos recorrer a doutrinadores renomados do Direito Penal, entre eles, Fernando Capez, para que possamos desenvolver com embasamento qualificado a nossa proposta de trabalho e de estudo.

O ESCÂNDALO DOS BANDIDOS DE TOGA NO TJ-RN E O CONCURSO DE PESSOAS
O escândalo foi denunciado no programa da Rede Globo de televisão, o Fantástico, a matéria denominada de “Bandidos de Toga” mostrava como funcionava o esquema que desviou mais de 20 milhões de reais do TJ-RN em pouco mais de quatro anos.
O esquema era comandado por um casal que usou o dinheiro do contribuinte em viagens por países europeus, compra de carros importados e para fazer investimentos imobiliários. Eles adquiriram aparelhos celulares de valores que giram entre seis mil euros e sete mil euros.
Além de uma mansão na praia, no valor de R$ 3 milhões. Segundo eles, o chamado “troco”, foi torrado em farras no próprio Rio Grande do Norte.
Os fraudadores contaram com a ajuda de laranjas e com a conivência de dois desembargadores, porém, o nosso foco na abordagem estará voltada para a participação do casal e dos laranjas que responderão por peculato e formação de quadrilha.
Para compreender como o casal esta sendo enquandro no crime de peculato é preciso primeiro entender o que o concurso de pessoas, “também conhecido com concurso de agente ou delinquintes” (CAPEZ, 2012).
O concurso de pessoas é a reunião de duas ou mais pessoas, colaborando para o cometimento de certa infração penal. São especies de crimes fefinidos como monossubjetivas (homicideo, furto, etc) ou plurissubjetivas (quadrilha ou bando).
O art. 29 do Código Penal não traz claramente uma definição de concurso de pessoas, "quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade":
§ 1º se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

§ 2º bem como que "se algum dos concorrentes quiser participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Quantro são os elementos básicos do conceito de concurso de pessoas:
a) pluralidade de pessoas e pluralidade de condutas;
b) relevância causal de cada conduta;
c) liame subjetivo ou normativo entre as pessoas;
d) identidade de infração penal.Caso inexista qualquer desses requisitos não há que se falar em concurso de pessoas.
Analisando o fato que ocorreu no Rio Grande Norte ferificamos que o casal, Carla Ubarana e George Leal, criaram uma quadrilha para de forma ilícita saquearem os cofres da união.
Formada em direito, administração e economia, Carla Ubarana era funcionária de carreira no Tribunal e diz que foi convidada pelo então presidente do Tribunal de Justiça para cuidar dos precatórios. Precatório é o nome do dinheiro que o estado, o município ou uma empresa pública têm que pagar na Justiça quando perdem uma ação.
“Ninguém domina precatório. E eu posso lhe dizer que eu domino precatório”, diz Carla. Esse dinheiro fica em uma conta da Justiça, e a fila para receber é grande. Na lista no site do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, tem gente que está há quase dez anos esperando para receber.
“Fui convidada em 2007 pelo presidente, desembargador Osvaldo Cruz, para assumir um cargo na divisão de precatório”, explica Carla.
Ela fez um levantamento e encontrou muito dinheiro parado, sem dono. “Existe uma verba que eu não consegui identificar o processo. Uma verba entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,6 milhão”.
Carla diz que levou o caso ao então presidente do tribunal. “Desembargador Osvaldo Cruz. Ele falou: ‘Como o dinheiro não tem dono, o que a gente pode fazer para trabalhar o dinheiro?’. “O termo foi ‘trabalhar o dinheiro’”, ressalta Carla.
“O máximo que eu levava era R$ 60 mil, R$ 50 mil. Eram bolinhos que já vinham do banco amarrados com notas de R$ 100. Então, ele estava todo prensadinho, não fazia volume. Botava no meio dos processos e ia para a presidência, como eu sempre fui. Eu despachava com o presidente normalmente”, descreve Carla.
Carla conta que, quando o desembargador Osvaldo Cruz deixou a presidência do Tribunal de Justiça, o sucessor dele também pediu para participar da falcatrua.
“’O que o senhor quer?’ E ele respondeu: ‘Eu quero a mesma saída de dinheiro de Osvaldo’. Ela conta que perguntou: ‘Então o senhor quer receber dinheiro do precatório, do mesmo jeito que desembargador Osvaldo recebia?’. Ele disse: ‘Do mesmo jeito. O mesmo valor’. O nome do desembargador é Rafael Godeiro. ‘Está bom. Agora a gente vai ter um dinheiro que vai ser repartido por três’”.
O marido George Leal é dono de uma pequena construtora e, segundo a Justiça, montou o golpe com ela caracterizando uma espécie de concurso de pessoas denominado de necessário, que segundo Fernando Capez, refere-se aos crimes plurissubjetivo, os crimes que exigem o concurso de, pelo menos, duas pessoas. Exemplo: crime de quadrilha ou bando (art. 288 do CP).
O casal do ponto de vista da Teoria restrita, que é a adotada pelo Código Penal brasileiro, são considerados autores, pois, sengundo a Teoria, autor é só aquele que realiza a conduta  principal contida no núcleo do tipo, ou seja, aquele que subtrai, que mata, que constrange à conjunção carnal etc. (Capez, 194).
O esquema contou com a participação de laranjas que são considerados como partícipes apenas concorrem para que o autor ou coautores realizam a conduta principal. Participe é aquele que, sem praticar o verbo (núcleo) do tipo, concorre de algum modo para a produção do resultado.(Capez, 194).
De acordo com Ministério Público um dos laranjas levou um cheque de R$ 79,5 mil. Para isso, bastou uma folha de papel assinada pelo presidente do tribunal. “Não existe número de processo, não tem número de ofício. É um documento atípico”, avalia o promotor Flávio Pontes Filho.“Ele assinando, era o suficiente para o banco. Eu só confirmava”, diz Carla.
Carla por ser servidora pública vai responder pelo crime de peculato([2]) e formação de quadrilha, além de falsificação e ocultação de documentos oficiais, e George, mesmo não sendo funcionário público, assim como os laranjas, vai responder também pelo crime de peculato e de formação de quadrilha.
O marido irá responder por crime de peculato em função o sujeito ativo será sempre o funcionário público (Carla), no entanto comunica-se aos coautores (George e os laranjas) por força do Art. 30 Código Penal, com isso os demais autores poderão não ser funcionários públicos.
O sujeito passivo é o Estado, visto que é um delito contra a administração pública,  abrangendo assim, as autarquias e as entidades paraestatais, que são as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações instituídas pelo poder público.  A pena para este crime é de reclusão, de 2 a 12 anos.
Os autores do esquema assumiram perante o Ministério Puúblico e a Poícia Federal as sua participações configurando assimo liame subjetivo que assim definido por Capez:
“É imprescidéivel a unidade de desgnio, isto é, a vontade de todos contribuíram para a produção do resultado, sendo o crime produto de uma cooperação desejada e reciprocra. É necessária a homogeneidade de elemento subjetivo (não se admite participação dolosa em crime culposo e vice-versa).
Não se exige prévio acordo de vontades, bastando apenas que uma vontade adira à outra.”

Carla e o marido estão em prisão domiciliar aguardando a conclusão do inquérito. Os desembargadores estão afastados do Tribunal de Justiça e como têm foro privilegiado ([3]), são investigados em liberdade pelo Superior Tribunal de Justiça.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verificamos nesse trabalho, após uma breve analise da participação do casal, Carla Ubarana e George Leal, no escândalo dos “Bandidos de Toga” do TJ-RN, que desviou mais de 20 milhões de reais dos cofres públicos, e de como o fato pode servi de exemplo para a aplicação prática do conceito de concurso de pessoas, concurso necessário, Teoria Restrita e a contribuição dos partícipes, nesse caso, os laranjas. Além disso, o caso pode servir exemplo de como uma pessoa que não é funcionária pública e que passa agir de forma ilícita em parceria com agente público com a finalidade de "apropriar ou desviar" valores, bens móveis, de que o funcionário tem posse justamente em razão do cargo/função que exerce, pode ser enquadrado no crime de peculato. Infelizmente, em função do foro privilegiado e do corporativismo que cerca o judiciário, os desembargadores não serão punidos, do contrário, receberam um belo salário com a aposentadoria compulsória.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Direito Penal: parte geral. v. 1. São Paulo: Saraiva, 1999.
CAPEZ, Fernado. Direito Penal Simplificado: parte geral, 15. ed. São Paulo, Sairava, 2012.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. 4. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2004.
JESUS, Damásio E. Direito Penal. v. 1. 25 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.


[1] O autor é acadêmico do 4º período no curso de Bacharelado em Direito da Faculdade de Integração do Sertão sediada em Serra Talhada - PE.
[2] Peculato é o fato do funcionário público que, em razão do cargo, tem a posse de coisa móvel pertencente à administração pública ou sob a guarda desta (a qualquer título), e dela se apropria, ou a distrai do seu destino, em proveito próprio ou de outrem".
O artigo 312 do Código Penal tipifica o peculato como: “Crime de apropriação por parte do funcionário público, de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou privado de que tenha a posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio. Além de, não tendo a posse, mas valendo-se da facilidade que lhe proporciona o cargo, subtrai-o ou concorre para que seja subtraído para si ou para alheio.”Três são as modalidades:
Peculato-apropriação, o funcionário público se apropria do dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular de que tem o agente a posse em razão do cargo;
Peculato-desvio, o funcionário público aplica ao objeto material destino diverso que lhe foi determinado em benefício próprio ou de outrem;
Peculato-furto, o funcionário público não tem a posse do objeto material e o subtrai, ou concorre para que outro o subtraia, em proveito próprio ou alheio, por causa da facilidade proporcionada pela posse do cargo.
O Artigo 375º do Código Penal português define de maneira semelhante o Crime de Peculato e faz-lhe aplicar, genericamente, uma pena de 1 a 8 anos de prisão.

[3] Esse um privilégio contido não Constituição Federal que é concedido as autoridades políticas e judicias de ser julgado por um tribunal diferente ao de primeira instância, em que é julgada a maioria dos brasileiros que cometem crimes. Apenas os crimes de responsabilidade e os comuns de natureza penal são submetidos a essa regra. Os demais ilícitos, entre os quais está o entre os quais está o de improbidade administrativa, submetem-se ao foro comum, juízes de Direito e Juízes federais, de acordo com o caso.

ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

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