Escreva-se no meu canal

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Em 2012, o PT de Serra Talhada embarcou no vagão de um trem desgovernado


paulo césar
Paulo César é professor e escritor

Próximo de completar 35 anos de fundação, o Partido dos Trabalhadores, vive um momento emblemático na sua história, ao mesmo tempo em que conseguiu – a duras penas – reeleger a presidente Dilma, ver os seus principais dirigentes com nomes envolvidos em escândalos e a sua valorosa militância se dispersar.

Um partido que nasceu sem patrões e para construir um governo socialista, joga uma pá de cal no seu discurso classista, para submeter às regras ditada pelo mercado financeiro e pelo submundo do poder.

Mesmo com todas as contradições o PT ainda é o partido oficial da classe trabalhadora e dos movimentos sociais, nenhuma outra sigla conseguiu se expressar ao ponto de ocupar esse vácuo. Por isso, se faz necessário um profundo debate sobre o futuro do PT em todo o Brasil.
Em Pernambuco, o PT começou a fazer um debate atravessado, fugindo das contradições políticas existentes, fato que vem ocorrendo desde as eleições de 2012, onde a maioria da direção nacional não aceitou a decisão da maioria dos militantes do Recife, que defendia a reeleição do então prefeito João da Costa.

O resultado dessa imposição da DN-PT resultou em uma sucessão de derrotas vexatória, reduzindo o potencial eleitoral do partido em todo o estado. Fica evidente que nem sempre o que a direção majoritária quer é o que a militância quer. Um bom exemplo foi que os militantes, principalmente na capital, que não se envolveram nas campanhas de Armado e João Paulo, foram os primeiros a irem para as ruas no segundo das eleições presidências de forma independente sem esperar pelo aval dos ditos lideres petistas.

EM SERRA TALHADA

Em Serra Talhada, a coisa é mais complexa. Há mais de uma década a minoria do partido emplacou o discurso da candidatura própria, que logo foi incorporado pelo restante da legenda. Entre idas e vindas, fruto das contradições de muitos dirigentes petistas, o partido caminhava em direção à construção de um discurso único, forte e com base na proposta de um governo voltado para o social.
Porém, ao longo do percurso, a maioria do PT resolveu embargar em vagão de um trem desgovernado rumo à prefeitura municipal. A eleição de um prefeito petista em Serra Talhada era parecer um fato histórico e heroico, por tudo o que ocorreu durante a campanha eleitoral. Mas, o que se vê na prática é uma das maiores contradições já vistas na política local.
O partido que antes se reunia mensalmente com seus filiados, que se posicionava sobre todas as decisões políticas que ocorriam no município, que apoiava a luta dos servidores… Sucumbiu-se! Perdeu o bonde da história, e vive vagando como se fosse um astro sem luz ofuscado pelo brilho incandesceste do astro celestial Luciano Duque, que mais parece o cometa Halley, que passa a cada 75 ou 76 anos pela Terra e ninguém consegui enxergar a olho nu.

CONTRADIÇÕES DO PARTIDO

É evidente que passado dois anos do governo Luciano Duque, o PT deveria fazer um balanço crítico sobre o governo e sobre a exclusão dos 13 pontos do programa de governo do partido da gestão. As plenárias avaliativas são práticas partidárias que já foram realizadas pelos ex-vereadores Ari Amorim e Zé Pereira, e pelo atual vereador Sinésio Rodrigues.

Outro ponto sempre defendido pelos petistas era o aluguel de uma sede, o que ajudaria na organização e na orientação dos militantes, porém, inexplicavelmente, o silêncio sepulcral tomou conta da legenda. Mesmo sabendo que segundo as regras estatutárias, as contribuições do prefeito, do deputado estadual, dos vereadores, dos secretários e dos demais cargos de confianças, daria com sobras para manter a sede e sua estrutura funcional.

Talvez o problema de alguns petistas seja o medo de fazer o debate franco e aberto ou talvez de perderem o espaço em um governo desastroso e desgastado, que publicamente se alto avaliou com a nota 5, uma nota que o reprovaria em qualquer avaliação escolar. Infelizmente, o PT prefere fazer a “politica da ema” e não percebe que a próxima estação é logo ali, e quem não se cuidar ficando apenas no vagão sofrerá as piores consequências do trem desgovernado.

Um forte abraço a todos e até a próxima

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 01 de fevereiro de 2015.

Nenhum comentário:

ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

        QUESTÕES DISSERTATIVAS DE SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA QUESTÃO 1 :  João fez um testamento para deixar um dos seus 10 imóveis para seu gra...