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domingo, 7 de junho de 2015

Futebol: A luta de um grupo de amigos para manter uma tradição no leito do Pajeú em Serra Talhada

Por Paulo Cesar Gomes
 
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Fotos: Alejandro Garcia / Farol



Mesmo diante de um cenário assustador, que mescla descaso e abandono com o meio ambiente, ainda existem sonhadora isolados que teimam em não desistir, que acreditam que é possível inverter a lógica da coisa e o senso comum tão expressivo nos dias de hoje. Foi buscando encontrar vozes que sintetizem esse pensamento, que estive ao lado do repórter fotográfico do FAROLAlejandro García no leito do mutilado Rio Pajeú durante dois dias. Eis então que surgiu em nossa frente um quarentão em meio a uma molecada, organizando o que antes era um campo de areia e que hoje mais parece um campo de várzea – cheio de buraco e de lama -, para mais uma pelada vespertina.

O nosso personagem atende pelo nome de João Alexandre, conhecido pelo mundo esportivo local como João Bala. Professor de Educação Física e amante do futebol, João Bala começou a jogar nas areias do rio no início dos anos 80 – no trecho do rio paralelo ao final da Rua Cornélio Soares.

Foram contemporâneos de João alguns nomes como Rui Grúdi, Jorge Stanley, Zé Boné, Bria Rodrigues, Danilo (falecido Agente da Policia Civil), Marquinhos da Farmácia do Povo e seu irmão Coninho (Marcondes), Josenildo Mariano, Keninho, Tinda (Marcos César), Coco, Pedro Imbuzeiro, Jair Bola Sete, Demário, Beto Coruja (Humberto Cellus), Chico Caxixola, Ventania (o inesquicel cavalo de She-ra), Marquinho de Beleza, Zé Brejeiro (já falecido), Romero Candoia, Novinho, Mário (Marabá), Dunga de Seu Chico (já falecido) e várias outras “figuraças”, que de segunda a sábado, disputavam peladas nas areias do Pajeú.

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“Quando comecei a jogar aqui os bancos de areia tinham mais de 2 metros de altura acima do nível atual. Durante esse tempo, toneladas e mais toneladas de areia foram retiradas sem controle algum”, desabafa João Bala. Ele ainda relata que já procurou as autoridades pra tentar mudar o rosto do local, mas trava uma luta solitária. “Eu já procurei o Promotor para que ele fizesse alguma coisa para retirar essas cercas que impedem que as pessoas transitem livremente pelo leito do rio, mas até agora nada foi feito”.


Enquanto as autoridades silenciam, João Bala e os seus alunos seguem uma rotina semanal, resistindo a tudo e a todos. Mostrando a sociedade que o rio pode ser uma ótima área de lazer para a juventude. Esportes como vôlei, corridas de cross (de bicicleta e de moto), maratonas, soltar papagaios e tantas outras atividades que podem ser adaptadas ao local. O que não podemos aceitar que o Pajeú está morto! O Pajéu está vivo! Mesmo que a cada dia ele seja alvejado de morte, em função da falta de consciência da sociedade e a omissão das autoridades.

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