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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Opinião: Fonseca não tem espaço para ser candidato pelo PTB; Augusto César vai indicar o vice de Luciano Duqeu


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Paulo César Gomes é professor e escritor

Durante a realização da última Exposerra tive a oportunidade de bater um papo bastante descontraído com o deputado estadual Augusto César (PTB), no estande do FAROL DE NOTÍCIAS. Afagos à parte, a conversa me rendeu algumas observações importantes sobre o cenário politico atual. Mas, antes de adentrar nas questões centrais, é necessário destacar algumas observações feitas pelo deputado sobre a sua passagem à frente da prefeitura em Serra Talhada (1993/1996).

O primeiro destaque dele foi o fato de ter sido o primeiro prefeito a pagar salário mínimo aos funcionários, antes dele a maioria recebia um valor bem inferior. Outro ponto foi o concurso público, o que permitiu que várias pessoas ingressassem no serviço público sem ter que depender de apadrinhamento político. Último ponto apresentado por Augusto foi o fato de ter sido o único prefeito nos últimos 20 anos a não ter contas rejeitadas pela Câmara de Vereadores.

Passadas a primeira fase da conversa, passei a provocar o parlamentar sobre questões locais. A mais importante dela foi sobre o fato que ele possui no seu grupo o nome que desponta bem nas pesquisas para as eleições do próximo ano. Claro que me referi a Dr. Fonseca. A reposta do líder petebista foi simples: “Precisamos harmonizar primeiro o grupo”, disse Augusto César. Foi quando me veio o questionamento: Fonseca não une o PTB?

Não é preciso muita imaginação para se chegar á conclusão de o que PTB é hoje um partido dividido, sendo que a sua maior parte deseja uma aliança com prefeito Luciano Duque (PT). Essa postura é uma orientação do Ministro Armando Monteiro Neto (PTB). Na outra ponta da corda está os que são contra a adesão à gestão petista, entre esses nomes está Dr. Fonseca, que pelo andar da carruagem terá que novamente mudar de partido as vésperas do encerramento do calendário eleitoral, se de fato quiser ser candidato de oposição na próxima eleição.

O resultado de toda a conversa é que o prefeito Luciano Duque irá guardar até a última hora a carta que cultiva na manga, que no caso é a indicação do nome do candidato à vice na sua chapa a reeleição. Vários são os nomes que almejam essa vaga. No entanto, não será surpresa se a indicação seja feita pelo deputado Augusto César, que mesmo não morrendo de amores por Luciano Duque, sabe que o seu futuro político como liderança passa por uma vitória de um aliado nas próximas eleições. Na próxima opinião narraremos outros encontros e bate papos que revelam um pouco dos bastidores da politica local.

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 02 de agosto de 2015.

domingo, 2 de agosto de 2015

A SERRA: Um patrimônio cultural do povo serra-talhadense abandonado à própria sorte

Por Paulo Cesar Gomes

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Fotos: Farol de Notícias/ Alejandro Garcia


A história de Serra Talhada está diretamente ligada a serra que pela natureza foi talhada. Imponente, a serra é um dos maiores orgulhos dos serra-talhadenses. Não existe um filho desta cidade que ao avistar a montanha a quilômetros de distância não se emocione ao perceber que está chegando ou de que está em casa.

Toda essa beleza é uma propriedade privada, e por isso mesmo, o seu uso para fins de utilidade pública é cercada de polêmicas. No entanto, para nós – Alejandro Garcia e Paulo César Gomes -, a serra que é vista diariamente de qualquer ponto da cidade, não pode e não deve cair no “esquecimento”, por isso estivemos em duas oportunidades no topo da montanha, ao lado do fotógrafo e jornalista Álvaro Severo, para registrar algumas das dezenas de “Histórias Perdidas”, que envolvem a majestosa serra talhada.

OS DESAFIOS DE QUEM VIVE NO TOPO DA SERRA

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Aldenício Ribeiro de Souza mora há 16 anos no topo da Serra


O topo da serra é formando por rochas e por uma camada de terra bastante fértil. Quase toda a área é povoada por sítios, os moradores trabalham como meeiros ou arrendatários. A maioria pratica a agricultura de sobrevivência. Um desses moradores é o senhor Aldenício Ribeiro de Souza, 46 anos, que mora há 16 anos, em um pequeno sítio.

Na área ele cria animais, cultiva algumas fruteiras e planta milho e feijão. Segundo Aldenício, um dos maiores desafios de quem vive no topo da serra é conviver com a falta d’água, principalmente no período de estiagem. “Quando chove a gente tira água das fontes, mas quando a seca chega, a gente tem que pagar mais de R$ 200 para que um carro pipa suba ate aqui”, desabafa o morador.

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O VELHO CRUZEIRO ABANDONADO
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Um dos pontos mais visitados da serra é o cruzeiro, porém, para se chegar até o local é preciso enfrentar uma caminhada por uma trilha íngreme e cheia de pedras. Soma-se aos desafios naturais, a falta de placas de orientação, sobre as questões de segurança com a caminhada e a indicação dos pontos turísticos.

Durante o percurso, que fica na talha que divide a serra em duas partes, é possível perceber que a mata nativa está bastante comprometida e a poluição está tomado de conta da trilha. Um morador que pediu para não ser identificado, revelou que nos últimos três anos o número de visitantes caiu vertiginosamente. Isso, segundo ele, se deve ao fato de que aumentou a incidência de assaltos, o uso de drogas e de práticas sexuais, e também o número de assassinatos. “A violência tem afastado as pessoas. Não existe segurança e as pessoas ficam com medo. As turmas de estudantes e os grupos de jovens deixaram de subir a serra”, relatou um dos moradores da redondeza.

Ao chegarmos ao famoso cruzeiro percebemos ele está abandonado e sem nenhuma preservação. A cruz está ameaçando cair. A imagem da santa que ficava no local foi roubada. Também não existe nenhuma identificação sobre quem foi que construiu ou teve a ideia de erguer no meio da serra aquele cruzeiro. O certo é que a paisagem é linda, e a Serra Talhada vista de lá é ainda mais sedutora. No próximo domingo traremos mais “História Perdidas” sobre a serra. 

Um forte abraço e um bom domingo a todos!

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A cidade vista do Cruzeiro

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 02 de agosto de 2015.

domingo, 26 de julho de 2015

Serra Grande: Uma história perdida sobre o cangaço e da batalha mais famosa de Lampião

Reportagem: Paulo César Gomes- Fotos: Farol de Notícias/ Alejandro Garcia

As histórias envolvendo Lampião e o cangaço exercem um fascínio sobre vários historiadores e pesquisadores do Brasil. No entanto, quase nenhum teve a coragem de enveredar pelos caminhos que cercam a maior batalha travada e vencida por Lampião: A Batalha da Serra Grande.

A Batalha da Serra Grande – que completará 90 anos em 2016 – é certamente um dos episódios que envolvem Lampião que deve seu estudo levado em consideração, sobre vários aspectos, entre eles, a geografia da região e a fatos que se tornaram popular entre os moradores do entorno.

Para nós – Alejandro Garcia e Paulo César Gomes – que a cada domingo apresentamos aqui no FAROL a serie de reportagem “Histórias Perdidas”, o fato tem que ser narrado a partir da visão dos homens e mulheres que direta ou indiretamente se relacionam com o acontecido, além de fazermos um trabalho verificando pessoalmente o local.

Sendo assim, a narrativa que apresentamos hoje se dar com base em depoimentos de moradores da região da Serra Grande, que fica próximo ao distrito de Caiçarinha da Penha, mais precisamente em Santana de Cima, na Fazenda Barreiras. Nessa jornada contamos com a participação do grande amigo Álvaro Severo, fotógrafo e jornalista, e neto do Coronel Manoel Pereira Lima.

O CATIVEIRO DE ‘MINEIRO’ NA FAZENDA DO CORONEL PEREIRA LIMA
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LOCAL DO CATIVEIRO DE ‘MINEIRO’


O cativeiro de ‘Mineiro’ na fazenda do Coronel Manoel Pereira Lima Mineiro foi apelido dado a Pedro Paulo Magalhães Dias, um funcionário da Standard Oil Company – hoje companhia Esso -, que foi sequestrado por Lampião na estrada que liga Serra Talhada a Triunfo. Para libertar Mineiro Lampião pediu vinte contos de réis, o dinheiro deveria ser entregue na Fazenda Varzinha, situada a noroeste da Serra Grande.

O sequestro de Mineiro deu início à história da maior batalha vencida por Lampião – história que será contado com novos elementos em breve -. Segundo o depoimento gravado por Álvaro Severo com Juvenal Rodrigues, morador da região já falecido, enquanto a batalha entre cangaceiros e volantes era travada na Serra Grande, Mineiro estava em um cativeiro na Fazenda Barreiras, de propriedade do Coronel Manoel Pereira Lima (prefeito da cidade de Triunfo por três vezes).

O cativeiro era em baixo de um pé de umbuzeiro, a margem esquerda do riacho São Domingos – Segundo Juvenal Rodrigues o clima no local foi bastante divertido. “Lá onde Mineiro estava havia uma festa com bebida e mulheres”. A narrativa de Rodrigues pode está inteiramente relacionada à declaração de Mineiro aos jornais, ao chegar ao Recife, logo após ser libertado, de que havia sido bem tratado pelos cangaceiros.

A EMBOSCADA A VOLANTE DE CASACA PRETA E A MORTE DE ZÉ PAULO

Casaca Petra era membro de uma volante que andou pela região da fazenda Barreiras ameaçando os moradores na tentativa de encontrar pista de Lampião e seu bando. O cangaceiro sabendo da presença e das intenções de Casaca Petra, armou uma emboscada para o volante, o local escolhido foi justamente o pé de umbuzeiro.

Casaca Petra foi atraído até um umbuzeiro e acabou sendo surpreendido pelos cangaceiros. O volante saiu em disparada e buscou abrigo na casa do Coronel. No entanto, antes de adentrar na residência, Casaca Petra quase leva um tiro de um fuzil 7 mm disparado por um volante de uma distância de mais 200 metros. A marca da bala ainda hoje está gravada na porta da casa da fazenda.

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MARCA DO TIRO QUE TINHA COMO ALVO CASACA PETRA


Segundo Álvaro Severo, os mais antigos moradores da região contam que Lampião tinha um primo chamado Zé Paulo, e que o mesmo teria sido usado pelos os volantes como refém. A ideia era trocar Zé Paulo por Mineiro. “A ideia não funcionou e a volante acabou matando Zé Paulo”, narra Severo.

Uma cruz parcialmente destruída na beira da estrada identifica o local onde o corpo de Zé Paulo foi enterrado. “A gente sabe muito pouco sobre Zé Paulo. Dizem que ele era parente de Lampião. O certo é ele foi trazido já morto da cima serra e para ser enterrado aqui”, relata Luiz Juvenal, 60 anos, morador da região e filho de Juvenal Rodrigues.

Luiz Juvenal indicado o local onde Zé Paulo foi sepultado
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Local onde Zé Paulo foi enterrado (Foto: Álvaro Severo)

FAZENDA BARREIRAS: UM EXEMPLO DE PRESERVAÇÃO CULTURAL E AMBIENTAL
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A fazenda Barreiras possui cerca de 800 hectares de caatinga preservada, além disso, m local com muitas histórias para serem contadas. Uma delas é a da Pedra D’Agua, uma fonte de Água localizada no leito do riacho São Domingos e que foi cavada a pedido de Dona Ana Maria, esposa de Manoel Pereira Lima, e avó de Álvaro Severo.

“Esse poço foi à salvação de muita gente durante a grande secas do início do século 20”, declara Severo. Ele também a proveito a reportagem para mostrar o ponto embaixo do umbuzeiro onde foram enterrados alguns cangaceiros.

A fazenda está aberta para visitas para estudos ambientais, pedagógicos, históricos e culturais. Os interessados devem agenda à visita com Álvaro Severo, pelo telefone 999226627, bem como ver o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=AJXocUjZDdo. 

Um forte abraço e até a próxima!

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ÁLVARO SEVERO E PAULO CÉSAR GOMES

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FONTE DA PEDRA D’ÁGUA

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 Crucifixo encontrado embaixo do pé de umbuzeiro onde supostamente foram enterrados vários cangaceiros (Foto: Álvaro Severo)


Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 26 de julho de 2015.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

História: Conheça o Bar Flutuante que virou ponto turístico na década de 80 em Serra Talhada

Por Paulo Cesar Gomes 

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Bar Fluntuate - Reprodução: you tube/ Tv Globo


A preservação da memória do seu povo tem sido um dos grandes legados deixados pelas grandes civilizações que se desenvolveram ao longo dos séculos. Essa prática atualmente é regra em muitos países desenvolvidos, onde história, cultura e memória, fazem parte de um tridente de elementos que ajudam a difundir determinadas ações humanas que se destacaram em suas respectivas épocas e que hoje são lembradas como grandes façanhas humanas.

Nossa querida Serra Talhada é uma cidade alheia a essa tendência mundial, pois ainda está presa a um círculo vicioso de se fazer cultura e de como se deve contar a sua história. Isso pode ser devastador para as futuras pesquisas sobre a cidade, já que estamos perdendo muitas fontes orais, documentais e fotográficas. Um belo exemplo disso é a falta de registro sobre certo ponto turístico da cidade, que foi destaque em reportagem da TV Globo, no início dos anos 1980, e que infelizmente tornou-se mais uma “História Perdida”.

No entanto, para o repórter fotográfico do FAROL, Alejandro García, e esse simplório escritor e pesquisador, toda história merece ser lembrada e contada. Por isso estivemos essa semana vasculhando nos arredores do Açude da Borborema, buscando informações que nos levassem ao proprietário do revolucionário bar flutuante, que funcionou durante o final da década de 70 e o início dos anos 80.

O FLUTUANTE;  “O POINT” DA CIDADE





Infelizmente não se tem fotos ou relatos sobre o bar flutuante, o único registro é em encontrado no siteYoutube, em uma matéria produzida pelo repórter Tonico Ferreira – vencedor de prêmio nacional de jornalismo em função da reportagem – para o programa Globo Repórter, exibido em 1982, sobre o escândalo da mandioca. No vídeo é possível ver que o bar atraía uma grande quantidade de frequentadores, além de muitos curiosos que iam só para conhecer o bar, que não época era uma grande novidade para a população. A falta de material não nos permitiu adentrar como mais profundidade sobre o tema, mas ainda assim, registramos o local onde há mais de 30 anos funcionou o famoso bar flutuante.

Um forte abraço e até a próxima!

O vazio tomou conta do açude Borborema
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Fotos Alejandro Garcia (Farol de Notícias) 

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 19 de julho de 2015.

domingo, 12 de julho de 2015

ESTAÇÃO ESQUECIDA: O legado de uma época de desenvolvimento e força política

Por Paulo Cesar Gomes

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Reportagem: Paulo César Gomes- Fotografias: Farol de Notícias/Alejandro Garcia

É indiscutível que uma cidade não se desenvolve economicamente, socialmente e até culturalmente, sem que a política esteja envolvida. Isso é comprovado quando olhamos o desenvolvimentos das grandes cidades em relação ao interior, principalmente do Norte e Nordeste, e comparamos o peso político de cada região. Pois bem, Serra Talhada sempre foi uma cidade privilegiada no que diz respeito a participação ativa na política brasileira.

No entanto, nos últimos anos vem perdendo protagonismo. Uma prova disso é o fato de que a cidade não foi contemplada com uma plataforma de embarque e desembarque da Ferrovia Transnordestina. Acontece que há mais de 30 anos atrás a Capital do Xaxado possuía duas estações ferroviárias. Sendo uma das únicas do interior do estado a ter esse privilégio.

A primeira estação fica onde hoje é a popular “Estação do Forró”. Mas aonde estaria localizada a segunda? Por que motivos ela não foi construída na zona urbana da cidade? Essas perguntas foram o combustível para que mais uma vez estivéssemos ao lado do querido amigo Alejandro Garcia, repórter fotográfico do FAROL, buscando encontrar as ruínas da “estação esquecida”.

A ORIGEM DAS ESTRADAS DE FERRO EM PERNAMBUCO

Para entendermos o contexto desse trabalho de pesquisa é preciso que se faça uma viagem pela história de Pernambuco, mais precisamente em 1885, quando teve início a construção da Estrada de Ferro Central de Pernambuco (EFCP), em um trecho entre Recife e Jaboatão, pela empresa inglesa Great Western do Brasil, que mais tarde viria a incorporar quase todas as ferrovias da região Nordeste.

Aos poucos, a linha foi sendo estendida, somente chegando ao seu extremo, em Salgueiro, no ano de 1963, sem se entroncar com linha alguma na região. Antes disso, em 1950, a União incorporou a rede da Great Western, que passou a se chamar Rede Ferroviária do Nordeste (RFN).

A EFCP passou a se chamar Linha Centro. Esta linha, assim como toda a RFN passou a ser controlada pela RFFSA – Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima – a partir de 1957. Em 1983, os trens de passageiros e cargas do interior foram extintos. Permaneceram apenas os de passageiros no trecho entre Recife e Jaboatão, como trens de subúrbio.

O CICLO DO ALGODÃO FOI DETERMINANTE PARA CHEGADA DO TREM EM SERRA TALHADA

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INAUGURAÇÃO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SERRA TALHADA EM 1957


Não há como negar que o ciclo do algodão foi o fator determinante para a chegada do trem em Serra Talhada. Diante da necessidade de escoamento da grande produção do chamado “ouro branco”, fazia-se necessário a utilização de um meio de transporte rápido e econômico. Apesar disso é preciso que se diga que o fato de Agamenom Magalhães ser filho de Serra Talhada, foi um atenuante nesse processo.

Desta forma, o trem acabou se tornando a melhor alternativa, tanto para o transporte de mercadorias e da produção agrícola, bem como para a locomoção da população para outras cidades, principalmente para a capital. A chegada do trem ocorreu em 7 de fevereiro de 1957, com a inauguração da primeira estação da cidade. O evento contou com a presença de autoridades do governo federal, estadual e municipal, além de centenas de populares.

A ESQUECIDA ESTAÇÃO FELIPE CAMARÃO

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Muito se sabe sobre a principal estação da cidade. No entanto, pouco se conhece sobre a segunda, que ficava localizada na zona rural da cidade, cerca de 26 km do centro, na Fazenda Barra do Exu, que pertencia ao ex-prefeito Francisco Alves da Fonseca Barros, o coronel Chico Alves, posteriormente passou a ser administrada por Antônio Alves de Nogueira (Tota Alves). Este acabou vendendo a propriedade ao ex-deputado João Falcão Ferraz, que era casado com Ana Lúcia Nogueira Ferraz, sobrinha de Tota Alves.

O que mais chama atenção nessa história é o que levou o governo estadual a construir uma estação no meio do nada. O que se pode compreender que a região era uma grande produtora de grãos e que a família possuía uma grande influência política para ter conseguido tal feito.

A estação Felipe Camarão – homenagem ao índio que compôs a linha de frente das tropas brasileiras durante a insurreição pernambucana – foi inaugurada provavelmente entre os anos de 1963 e 1965,  seguindo a mesma estética arquitetônica das demais que estão espalhadas pelo estado. As terras da antiga fazenda foram indenizadas pelo INCRA e hoje são ocupadas pelos agricultores do assentamento Poldrinhos. Apesar disso, nada foi feito para que o prédio da antiga estação fosse utilizado para algum fim.
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UM CENTRO DE ESTUDOS PARA PESQUISA E ORIENTAÇÕES SOBRE O ECOTURISMO

Ao invés de deixar o prédio da “estação esquecida” virar pó, as autoridades competentes – governos federal e municipal – deveriam realizar um projeto para tornar a região um ponto de cultura e turismo. A estrutura da estação poderia ser recuperada para ser usada como um centro de estudos sobre a pré-história e a prática de atividades ligadas ao ecoturismo, tendo os moradores como guias.

Vale lembrar que na região de Poldrinhos está localizada a Pedra do Letreiro, onde existem pinturas rupestres ainda não catalogadas. Bem como um conjunto de serrotes, formado por rochas sedimentares e mata nativa, propícios para escaladas e outras atividades que fazem parte do rol dos esportes de aventura. Nós que estivemos na região, somos testemunhas da adrenalina que é escalar um dos serrotes, com quase 60 metros de altura, e a visão deslumbrante que se tem do cume da estrutura rochosa.

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VALE DE AVENTURAS, MAS SEM INVESTIMENTOS


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Publicado pelo portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 12 de julho de 2015.

domingo, 5 de julho de 2015

Parque de Esculturas: Em Serra Talhada, obras de arte estão sob o signo do descaso e abandono


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Reportagem: Paulo César Gomes- Fotos: Farol de Notícias/Alejandro Garcia

O conceito de arte vai muito além de uma formação linguística, até porque muitas das vezes podemos estar construindo um mero paradoxo. Na verdade, arte adentra pela alma embriagando todos os nossos sentidos. Nos contagiando e seduzindo. Por isso, não temos como defina-la com precisão, ou até mesmo, estabelecer uma valor para o trabalho de um artista. No entanto, muitos trabalhos não recebem a atenção que merecem e acabam sendo ignorados pela sociedade e pelos poderes públicos.

Foi com o foco voltado para o resgate da arte que mais uma vez, na companhia do incansável Alejandro García, repórter fotográfico do Farol, registramos mais um capitulo das “Histórias Perdidas” de Serra Talhada. Dessa vez o nosso trabalho de pesquisa se concentrou na antiga Estação Ferroviária, mais precisamente no Parque das Esculturas de Ferro.

O FERRO COMO ELEMENTO PRINCIPAL DA ARTE

O Parque das Esculturas de Ferro foi idealizado pelo falecido escultor e poeta Ronaldo Aureliano, que era funcionário da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e no início anos 80 trabalhou em Serra Talhada. As obras de Aureliano resultam do aproveitamento de pedaço de trilhos e outro objetos que não eram aproveitados na ferrovia. Algumas peças chegam a ter mais de 2 metros de altura, o que nos leva crê que elas demoraram bastante tempo para serem construídas. Ronaldo também deixou trabalhos artísticos na estação de Viçosa – AL, cidade onde viveu até a sua morte.

O trabalho com caraterísticas abstratas e formas humanas seguem as tendências modernistas e surrealistas que dominaram arte em praticamente todo século XX. Ao mesmo tempo em que a ferrovias entrava em decadência, Ronaldo conseguiu transformá-la em vitrine cultural para a cidade, já que na época o I FECUST (Festival de Cultura de Serra Talhada) foi realizado no local, e o então vereador Louro Eliodoro, apresentou o primeiro projeto para erguer na estação a estátua de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião.

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ARTE ESQUECIDA EM MEIO AOS GALHOS DE ÁRVORES E ABANDONO


Na última década a antiga estação ferroviária se tornou um dos grandes focos da cultura serra-talhadense. Apesar disso, as obras de Ronaldo Aureliano vivem esquecidas em meio a galhos de árvores e expostas a depredação. Algumas peças já foram mutiladas e outras estão sendo dominadas pela ferrugem.

Não existe nenhuma referência nas peças, sobre título ou data, nem mesmo encontra-se citação sobre o autor. É lamentável que isso ocorra, já que a preservação da memória de um povo, da sua arte, também faz parte da cultura. Será que daqui a cem anos as pessoas saberão quem foi o artista que elaborou aquelas peças? Será que existirá daqui a cem anos algum resquício de que na estação já existiu um parque de esculturas?

UM ARTISTA QUE PERDEU A VIDA APÓS UM GESTO DE HEROÍSMO

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Ronaldo Aureliano


Ronaldo Aureliano da Silva foi poeta, escultor, professor, ator e escritor de teatro. Era membro da Academia Serra-talhadense de Letras. Como poeta é co-autor da obra “Faces de um Novo Sol” e autor da obra “Raça Viva”, com a qual venceu um concurso estadual em Alagoas, onde teve a obra publicada e divulgada em todas as escolas daquele estado. A mesma obra foi publicada na França e na Inglaterra a pedido das suas embaixadas aqui no Brasil.

Ronaldo Aureliano, faleceu aos 52 anos, em 25 de setembro de 2008, após salvar dois jovens do afogamento e tentar salvar um terceiro, o estudante Antonio Carlos Nunes Guimarães, de 15 anos. Aureliano era secretário-adjunto de Cultura da Prefeitura de Viçosa, a 82 quilômetros de Maceió. Ele havia sido convidado a acompanhar um grupo de 30 alunos da Escola Municipal Zumbi dos Palmares, da capital alagoana, em uma aula de campo, por conhecer a cachoeira.

Segundo a professora responsável pelo grupo de alunos, quando chegou ao local, Aureliano pediu aos estudantes que não entrassem na cachoeira, pois era muito perigoso nadar ali. Mesmo assim, três jovens desobedeceram à recomendação e pularam na água.
Como não sabiam nadar direito, começaram a se afogar. Foi então que o artista plástico pulou na água para salvar os garotos, conseguindo resgatar dois. No entanto, ao tentar salvar Antonio Carlos, Aureliano não conseguiu vencer a força da correnteza e acabou se afogando com o jovem.

Ronaldo é o pai da talentosa atriz e cantora Roberta Aureliano. A jovem vem encantando o público com suas atuações como a Maria Bonita, da peça “O Massacre de Angico”.

Um forte abraço e até a próxima!

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Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 05 de julho de 2015.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

LITERATURA: Após muita pressão e barulho, PMST aplica a lei do livro em Serra Talhada

Por Emmanuelle Silva (Farol de Notícias)

Há uma década que os escritores de Serra Talhada esperam a oportunidade de divulgar seu trabalho nas escolas do município. A Lei 1.105/2005, Lei do Livro, prevê em um dos seus seis artigos, adoção da literatura serratalhadense em projetos transversais, além da visita dos escritores aos colégios. A não aplicação da lei foi alvo de muitas críticas por parte de literatos da cidade, inclusive aqui no FAROL. Após muita pressão e cobranças dos escritores, o professor-pesquisador de história, Paulo César Gomes, terá seus livros circulando nas bibliotecas.

Para ele, um motivo de comemoração diante de tantas portas fechadas. Na tarde dessa terça-feira (30), o autor esteve no gabinete do secretário de Educação e entregou 200 exemplares, 100 da obra “D.Gritos: do sonho à tragédia” e 100 da obra “Um  outro Sertão”. O autor doou para a secretária 50 livros (Comercial: um clube imortal e os 10 assuntos que pais e adolescente não conversam em casa).

Segundo Paulo César, o valor arrecado será usado para o financiamento da publicação de um trabalho sobre uma importante personalidade da cultura regional. “Espero que outros escritores serra-talhadenses também possam se beneficiar da lei do livro e que a produção literária da cidade seja de fato valorizada e reconhecida pelos órgãos competentes” finalizou Paulo César.

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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Opinião: O aumento do número de vereadores em Serra Talhada e o dilema da independência

Por Paulo Cesar Gomes, professor e historiador de Serra Talhada

O aumento do número de vagas para próxima legislatura, em 2017, por meio do Projeto de Emenda a Lei Orgânica Nº 004/2015, levanta inúmeras discussões, não só pelo cooperativismo que domina o Poder Legislativo em todo o Brasil, mas por não levar em consideração a qualidade e a independência dos parlamentares em relação ao executivo.

Serra Talhada tem potencial para ter 20 vereadores, sem nenhum problema, assim como já teve 3 deputados estaduais e 1 deputado federal – que praticamente não fizeram nada em 4 anos. Mas do que adianta tão somente a quantidade se não existe a qualidade, a capacidade e a independência para fiscalizar a contas públicas e cobrar dos gestores as soluções dos problemas da cidade?

Ter mais dois vereadores não vai mudar em nada a imagem que a Câmara tem perante a sociedade, principalmente depois que o prefeito Luciano Duque, ao seu bel prazer, modificou a formação do parlamento – postura que nenhum outro gestor havia feito com tanta determinação – para simplesmente montar uma estrutura que beneficie a sua comprometida reeleição.

Na verdade, o legislativo no Brasil tornou-se um poder sem autoridade. Mandatos que se tornaram “moeda de troca”, sejam de favores com os gestores, sejam de favores para os eleitores. Não é atoa que a maioria dos escândalos de corrupção no Brasil sempre atinge em sua maioria os parlamentares. Do ponto de vista prático a Câmara de Vereadores agiu correntemente, conforme orienta a lei.

No entanto, caberá ao eleitor à tarefa de distinguir os gatos da cada vez mais rara lebre. Pois como já se sabe, para se eleger vereador basta apenas ter dinheiro, mesmo que passe 4 anos sem fazer absolutamente nada pelo eleitor e pela cidade. E não será surpresa nenhuma se em 2019 os nobres parlamentares aumentarem as vagas de 17 para 34. Porque talvez se juntar dois dê um! E assim finalmente o legislativo tenha luz própria.

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 01 de julho de 2015.

domingo, 28 de junho de 2015

OPINIÃO: Os discursos facistas e hipócritas estão manchando ainda mais a política brasileira

Por Paulo César Gomes, professor e escritor serra-talhadense

Um discurso extremamente fascista começa a tomar conta do Brasil e tem como pano de fundo a defesa dos valores familiares, da ética, da moral, do puritanismo… Velhas bandeiras que são empunhadas pelo que existe de mais atrasado neste país e que durante cinco séculos foram incapazes de mudar a face da nação.

O Brasil está se tornando refém do conservadorismo que se expressa através do Congresso Nacional, representado pelas bancadas do agronegócio (ruralista), da bala, da bíblia, da bola, que confundem liberdade de expressão com “avacalhação”. Esses “guardiões dos interesses nacionais” nunca moveram uma palha para questionar as atrocidades que foram cometidas durante a Ditadura Militar. Não é atoa que eles defendem a volta de um regime repressor.

Toda essa discussão nos remete a forma como o nazismo e fascismo, liderados por Hitler e Mussolini respectivamente, assumiram o poder na Alemanha e na Itália, e posteriormente desencadearam uma das maiores barbáries já comentadas contra a humanidade, o holocausto contra os judeus.

Em um regime democrático, a liberdade de expressão, de religião, de orientação sexual e política deve prevalecer sobre os interesses individuais. É assim que se amadurece, socialmente e culturalmente. É com o livre debate que se aprende a conviver com o oposto, com o diferente. Desta forma, as atitudes demagógicas e hipócritas não seriam praticadas com tanta ênfase em marginalizar, ainda que a intenção fosse essa, elas seriam vistas como uma contribuição para a construção de uma sociedade mais justa, humana e fraterna!

Forte abraço a todos!

Publicado no portal Farol de Noticias de Serra Talhada, em 28 de junho de 2015.

CÔNEGO TORRES: Tragédias que marcaram a história do antigo ‘Colégio do Açude’

Reportagem: Paulo César Gomes- Fotos: Farol de Notícias/ Alejandro Garcia/ Arquivo

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A violência tem deixado marcas profundas na alma dos serra-talhadenses. Feridas que teimam em não cicatrizar. No entanto, apesar do lado negativo, é preciso que algumas histórias sejam resgatadas, não pela lembrança triste, mas pelo legado de amizade e de carinho que algumas pessoas deixaram. Partindo deste princípio, estivemos ao lado do nosso companheiro de pesquisa, Alejandro Garcia – repórter fotográfico do FAROL -, visitando o tradicionalíssimo Colégio Municipal Cônego Tôrres, para conhecermos um pouco da sua estrutura física e sabermos alguns detalhes de duas tragédias que ocorreram no educandário.

A ORIGEM DO COLÉGIO DO ‘AÇUDE’

Quem nos guiou nesse trabalho foi o nobre Professor Zé Luiz, que conhece como ninguém as histórias que envolvem o colégio. Zé Luiz, que também foi aluno do Cônego Tôrres, nos conta que durante os anos 50 e 60, o CMCT era conhecido como “o colégio do açude”, já que de frente para ele existia um açude. “Quem morava no centro da cidade tinha que passar pela parede do açude para poder assistir aula. A parede ficava a onde hoje esta localizada a Câmara de Vereadores”, relata Zé Luiz.

O professor fez parte de uma geração que vivenciou o ápice do Cônego Torres como centro de ensino, tornando-se uma referência em educação para todo o interior de Pernambuco. “Muitos médicos, advogados, engenheiros, antes de se formarem na faculdade, passaram primeiro pelas carteiras do Cônego Tôrres”, destaca Zé Luiz.

DUAS TRAGÉDIAS QUE ABALARAM A CIDADE

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Nesta sala, tombou o jovem Antônio Carlos Rocha


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Em 1975, assassino colocou uma escada e atirou pela janela da escola


O colégio, que foi construído em 1954, no governo do então prefeito Moacir Godoy, guarda em suas dependências muitas histórias felizes, de sucesso e de superação. Apesar disso, duas tragédias marcaram a vida de professores, alunos, funcionários e da população em geral.
A primeira ocorreu em 1975, quando de forma abrupta a vida do jovem Antônio Carlos da Rocha, o Carlinhos, foi ceifada. Carlinhos era ator e fazia parte do lendário TAST (Teatro Amador de Serra Talhada). Ele era um rapaz pacato e muito querido por todos. Mas, apesar de toda a simpatia, Carlinhos acabou sendo assassinado enquanto assistia a uma aula. O tiro – que até o hoje não se sabe de quem partiu e o verdadeiro motivo da ação criminosa – foi dado de uma janela do colégio.

Segundo a reportagem do Globo Repórter, da TV Globo, exibido em 18 de outubro de 1977, as hipóteses para o crime teriam sido a inveja, já que ele havia passado em concurso para os Correios, ou por ciúme de uma moça que ele estaria namorando.

Em 1990, as estruturas do gigante estabelecimento educacional voltaram a estremecer quando o funcionário José Nogueira dos Santos, carinhosamente chamado de “Pai Herói”, perdeu a vida no saguão de entrada do Colégio. O fato gerou uma grande comoção na cidade e fez com que todas as escolas aumentassem os muros, e as normas de segurança se tornaram mais rígidas.

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A porta ainda guarda marcas das balas que mataram ‘Pai Herói’


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UM COLÉGIO PROJETADO PARA O FUTURO
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Os construtores do Colégio Municipal Cônego Tôrres eram visionários, já que todo o projeto arquitetônico do prédio tem traços de grandiosidade, o que deixa no ar uma indescritível sensação de bem estar. Salas amplas, auditório, cozinha, pátio espaçoso, biblioteca, enfim, uma estrutura privilegiada para um estabelecimento de ensino público.

Nesses últimos 60 anos, o CMCT passou por transformações drásticas, a principal delas ocorreu com o fim dos cursos de técnicos de contabilidade e magistério, o que levou a escola a ficar no ostracismo.  No entanto, nos últimos anos o Cônego Torres voltou a ocupar o seu lugar de protagonista na educação municipal, quando passou a funcionar em tempo integral.
Há que se destacar também a história de sucesso da espetacular banda marcial do colégio, que anualmente abrilhanta os desfiles cívicos do município, sempre com muita elegância e musicalidade.

Um forte abraço até o próximo domingo!

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 28 de junho de 2015.

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