Por Paulo César Gomes,
professor e escritor serra-talhadense
Em tempo de Ditadura
Militar, onde a censura predominava, por diversas vezes jornais e revista foram
proibidos de expor suas as suas ideais e de levar ao conhecimento dos
brasileiros os problemas sociais e políticos da época. Hoje, em tempos de
democracia plena, tudo é permitido, inclusive a manipulação das informações e a
omissão com relação ao objetivo principal do bom jornalismo, que é o de levar à
sociedade a verdade dos fatos.
Há poucos dias atrás, o
jornalista Xico Sá, um dos mais antigos colunistas da Folha de São Paulo, pediu
demissão após o seu texto não ter sido publicado pelo jornal, isso porque,
segundo a direção, o jornalista feriu a orientação do jornal ao declarar o seu voto
à presidenta Dilma Rousseff. Xico Sá, ao
contrário de outros, não saiu esperneado e acusando a Folha de ter lhe
censurado. Apenas levantou a discursão de que os jornais brasileiros deveriam agir
como os folhetins americanos que declaram abertamente quem são os seus candidatos.
Esse tema levando pelo
jornalista vem à tona em um momento impar na história do país, principalmente
estando à população ao poucos dias da escolher do Presidente da República. E onde
as principais revistas brasileiras estampam em suas capas conteúdos que atacam
a candidatura da presidente Dilma Rousseff, gerando uma onda boatos que ferem os
princípios da ética jornalista. Afinal, a onde estão a imparcialidade e a transparência
da mídia brasileira?
Não seria mais lógico se
a Veja, a Isto É, a Época, O Globo, a Folha, o Estadão e outros veículos de
comunicação, assumissem publicamente quem é o seu candidato? Dizerem com todas
as letras que apoiam Aécio Neves. Pois, ao esconderem o seu candidato os órgãos
de imprensa negam ao povo o direito de saber qual é a linha editorial que pauta
as notícias que vão balizar as suas escolhas. Acredito que isso não contempla o
sentido real da liberdade de expressão e de imprensa, abrindo se assim um
espaço terrível para a manipulação da informação.
E a história comprova que
todas as vezes que as informações foram deturbadas, a população foi quem saiu
perdendo. Mas, pelo menos dessa vez, a consciência popular vai se sobressair
frente à postura golpista de grupos familiares que ainda se acham os eternos donos
do Brasil.
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