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domingo, 14 de junho de 2015

Na Pedra do Letreiro, pinturas rupestres revelam sinais da pré-história em Serra Talhada


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Reportagem: Paulo César Gomes- Fotos: Farol de Notícias/ Alejandro Garcia

Dando sequência a nossa série de reportagens “Histórias Perdidas de Serra Talhada”, apresentaremos hoje um dos capítulos mais surpreendentes deste trabalho de pesquisa. Com imagens feitas pelo repórter fotográfico do FAROL, Alejandro Garcia, e com informações repassadas pelo Secretário de Agricultura Familiar, Zé Pereira, faremos uma viagem pela pré-história da nossa região.

O nosso encontro com esse passado desconhecido aconteceu na Pedra do Letreiro, que fica no assentamento Poldrinhos, a pouco mais de 30 km do centro de Serra Talhada. É no alto de um serrote, mas precisamente no teto de um das pedras mais imponentes, que encontramos algo precioso e fascinante: as pinturas rupestres.

As pinturas se encontram em dois pontos distintos da pedra, um ponto que provavelmente serviu de abrigo para os homens primitivos. Os detalhes sobre o período e que tipo de grupo habitou a região só podem sem fornecidos por um arqueólogo, mas ainda assim, mesmo com nossos conhecimentos limitados, é possível dizer que se tratam de registro pré-históricos.

As pinturas foram localizadas pelo secretário Zé Pereira, em 2001, na área localizada no assentamento e que foi desapropriado pelo INCRA. “Passamos mais de uma semana, dia e noite, mapeando toda região, quando nos deparamos com essa maravilha”, relata com orgulho Pereira. Uma das primeiras providências, segundo ele, foi de que os moradores não alterassem o local e evitassem qualquer tipo de vandalismo.

Infelizmente, assim como muitas outras coisas da cidade, a Pedra do Letreiro é mais um ponto esquecido e que deveria ser usado com ponto de estudo e de pesquisa por estudantes e professores de universidades e de escolas do ensino fundamental e médio.
No entanto, o fato de não existir um projeto público para proteger as pinturas, evidência o descaso com um importante sítio arqueológico do Sertão do Pajeú.

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PATRIMÔNIO ABANDONADO

Enquanto a nossa história e a nossa cultura ainda é vista com olhar retrógrado e superado, a potencialidade turística e econômica do local deixa de ser aproveitado. Isso porque os moradores poderiam ser treinados para serem guias e o antigo prédio da estação ferroviária, poderia servir com um centro de estudo e exposição de fotos e possíveis fósseis que existam no local.

“Já fizemos vídeos e fotos das pinturas e mandamos para as emissoras de TV da região e ninguém até agora se interessou em divulgar essas pinturas. Agora com essa reportagem do FAROL DE NOTÍCIAS, esperamos que as pessoas de bom senso possam, de fato, nos ajudar a explorar o local sem agredir a natureza e sem alterar esse importante ponto histórico da nossa região” destacou com alegria o secretário Zé Pereira.

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Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 14 de junho de 2015.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

CULTURA: ‘Lei do Livro’ virou página de ficção em ST, diz escritor serratalhadense

Por Giovanni Sá (Farol de Notícias)

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No último final de semana, o escritor lançou mais dois livros. Um deles, sobre o Comercial Esporte Clube


A Lei 1.105/2005, que prevê a adoção de livros de autores serratalhadenses nas escolas municipais, se tornou uma lei ‘morta’. O alerta é do professor e escritor Paulo César Gomes, colunista do FAROL DE NOTÍCIAS, que rotula como um descaso a postura do governo municipal que resiste cumprir o que determina a lei. Nos últimos anos, o escritor lançou quatro livros. Pela lei, 100 exemplares de cada título deveriam circular como material paradidático nas escolas públicas.

“A lei virou uma página de ficção e ninguém faz nada. Uma vergonha. Um dos meus títulos foi indicado pela Academia Serratalhadense de Letras (ASL) e levado até o secretário de educação. Até hoje espero que o poder público adquira o livro. Mas a lei é uma fachada. Não funciona”, lamentou.

De acordo com o professor, as ações da Prefeitura de Serra Talhada são tímidas quanto ao fazer cultural da cidade, e a literatura ficou em segundo plano. “Não imagino que uma sociedade evolua sem educação. A lei era para estimular a leitura entre jovens e adolescentes e ajudar o escritor local. Mas é um fiasco”, resumiu Paulo César Gomes.

domingo, 7 de junho de 2015

Futebol: A luta de um grupo de amigos para manter uma tradição no leito do Pajeú em Serra Talhada

Por Paulo Cesar Gomes
 
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Fotos: Alejandro Garcia / Farol



Mesmo diante de um cenário assustador, que mescla descaso e abandono com o meio ambiente, ainda existem sonhadora isolados que teimam em não desistir, que acreditam que é possível inverter a lógica da coisa e o senso comum tão expressivo nos dias de hoje. Foi buscando encontrar vozes que sintetizem esse pensamento, que estive ao lado do repórter fotográfico do FAROLAlejandro García no leito do mutilado Rio Pajeú durante dois dias. Eis então que surgiu em nossa frente um quarentão em meio a uma molecada, organizando o que antes era um campo de areia e que hoje mais parece um campo de várzea – cheio de buraco e de lama -, para mais uma pelada vespertina.

O nosso personagem atende pelo nome de João Alexandre, conhecido pelo mundo esportivo local como João Bala. Professor de Educação Física e amante do futebol, João Bala começou a jogar nas areias do rio no início dos anos 80 – no trecho do rio paralelo ao final da Rua Cornélio Soares.

Foram contemporâneos de João alguns nomes como Rui Grúdi, Jorge Stanley, Zé Boné, Bria Rodrigues, Danilo (falecido Agente da Policia Civil), Marquinhos da Farmácia do Povo e seu irmão Coninho (Marcondes), Josenildo Mariano, Keninho, Tinda (Marcos César), Coco, Pedro Imbuzeiro, Jair Bola Sete, Demário, Beto Coruja (Humberto Cellus), Chico Caxixola, Ventania (o inesquicel cavalo de She-ra), Marquinho de Beleza, Zé Brejeiro (já falecido), Romero Candoia, Novinho, Mário (Marabá), Dunga de Seu Chico (já falecido) e várias outras “figuraças”, que de segunda a sábado, disputavam peladas nas areias do Pajeú.

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“Quando comecei a jogar aqui os bancos de areia tinham mais de 2 metros de altura acima do nível atual. Durante esse tempo, toneladas e mais toneladas de areia foram retiradas sem controle algum”, desabafa João Bala. Ele ainda relata que já procurou as autoridades pra tentar mudar o rosto do local, mas trava uma luta solitária. “Eu já procurei o Promotor para que ele fizesse alguma coisa para retirar essas cercas que impedem que as pessoas transitem livremente pelo leito do rio, mas até agora nada foi feito”.


Enquanto as autoridades silenciam, João Bala e os seus alunos seguem uma rotina semanal, resistindo a tudo e a todos. Mostrando a sociedade que o rio pode ser uma ótima área de lazer para a juventude. Esportes como vôlei, corridas de cross (de bicicleta e de moto), maratonas, soltar papagaios e tantas outras atividades que podem ser adaptadas ao local. O que não podemos aceitar que o Pajeú está morto! O Pajéu está vivo! Mesmo que a cada dia ele seja alvejado de morte, em função da falta de consciência da sociedade e a omissão das autoridades.

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quinta-feira, 4 de junho de 2015

PAULO CÉSAR GOMES LANÇA LIVROS EM CLIMA DE FESTA, EMBALADA PELO CANTOR RAI DI SERRA



O professor e escritor Paulo César Gomes, estará lançado os seus mais novos trabalhos literários, “Comercial: Um clube Imortal” (R$ 20,99) e “Um Outro Sertão” (R$ 10,99), no próximo sábado, 06 de maio, às 20h, na Soparia Lampião Aceso. A noite de autografo será abrilhantada pelo cantor Rai Di Serra.

O autor destaca que “O livro sobre o time do Comercial resgata a história de uma época de Serra Talhada que até bem pouco tempo era lembrada pelas brigas de família e pelo cangaço. Com a publicação deste trabalho pretendemos derrubar esse paradigma e mostrar que a história da cidade vai além do que a que foi construída, e que por isso deve ser valorizada, independentes de mitos e de lendas urbanas”.

Segundo Paulo César, Um Outro Sertão. Crônicas de um reencontro com o passado e de descobertas sobre o presente, “é um trabalho que pretende levar ao conhecimento do leitor um pouco da experiência vivida por esse teimoso escritor, que a cada dia sente mais vontade em lutar pela consolidação de uma literatura sertaneja, feita por homens e mulheres do Sertão! Que acredita que é possível escrever de forma singela, sem ser ao mesmo tempo pobre na formação linguística e repetitivo na escrita.” O prefácio da obra é assinado pela Professora Liliane Alves Oliveira.

Para a Professora Liliane “a narrativa, além de apresentar um tom poético, traz uma linguagem objetiva e clara permitindo o envolvimento desde o iniciante ao mais experiente leitor. Se a vida é um processo de conhecimento, este jovem escritor se lança em suas inquietações interiores em busca de conhecer a si e ao espaço que o circunda, e assim o faz iniciando pelo retorno ao ambiente rural que lhe proporcionara experiência valorosa na juventude e nos mostra com olhos mais maduros que o cotidiano rural tem adquirido outros costumes.”


Os contatos do autor são: (87)9668-3435/(87)9938-0839, e-mail: pcgomes-st@bol.com.br

Link para a compra pela internet:

LEITURA: Projeto de formação de leitores beneficia quase mil alunos em Serra Talhada

Por Emmanuelle Silva ( Farol de Notícias) 
 
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Abertura do projeto Minha escola lê e escreve na escola Antônio Timóteo, no Alto do Bom Jesus
Fotos: Farol de Notícias/Alejandro García

No Brasil, a cada dez pessoas apenas três leram um livro inteiro em 2014, não temos em nossa cultura o hábito de leitura. Pensando nessa realidade é que a professora de Língua Portuguesa, Lucidalva Batista que, em conjunto com todo corpo docente da escola Antônio Timóteo, do Alto do Bom Jesus, realiza o projeto Minha escola lê e escreve. Nesta quarta-feira (3) a escola fez a abertura do projeto com contação de histórias e dramatizações de textos produzidos pelos próprios alunos.

A atividade acontece desde o ano passado atingirá 978 alunos do ensino fundamental e médio da instituição, entre 11 e 25 anos, de todos os turnos reunindo todas as disciplinas em prol da leitura e a escrita dos discentes.

“A leitura é um instrumento importante de inclusão social, o hábito de ler ainda não é uma prática comum, mas o ato de ler é imprescindível no que se refere à promoção de igualdade para construção de uma sociedade mais justa”, justificou a professora Lucidalva.

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domingo, 31 de maio de 2015

Rio Pajéu: As histórias perdidas do ‘rio mais teimoso do mundo’ e a sua morte anunciada

Por Paulo Cesar Gomes

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Fotos: Alejandro Garcia / Farol


No próximo dia 05 de junho, sexta-feira, é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, e foi com a intenção de tornar essa data um momento de reflexão sobre a importância do Rio Pajeú, não só como elemento ambiental, mas também como fonte de histórias que estão diretamente ligadas a formação da identidade da população serra-talhadense, que eu e o inesgotável repórter fotográfico do FAROL, Alejandro Garcia, percorremos trechos do rio que passam na área urbana, registrando imagens da degradação e ouvindo relatos de pessoas que nos ajudaram a resgatar as histórias perdidas do Rio Pajeú.

A BARRAGEM DO JAZIGO E O INÍCIO DO FIM

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É indiscutível que o processo de destruição do Rio Pajeú ocorre na parte dos seus 353 km extensão. No entanto, em relação à cidade, a poluição que é o abandono que fere de forte “o rio mais teimoso do mundo” – expressão usada em reportagem publicada em jornal da capital, para definir o fato do Pajeú correr para o São Francisco no sentido contrário ao mar – tem início no sangradouro da barragem do Jazigo, onde se pode observar o assoreamento e a ocupação irregular das margens do rio.

No local onde antes existiam centenas de peixes e bancos de areias, agora só resta uma mistura de barro e liquido preto que de longe lembra a água limpa e transparente de séculos atrás. O que se ver posteriormente ao Jazigo é o predomínio das algarobas e de outras plantas que não faziam parte do contexto original do leito do rio.

OS TEMPOS ÁUREOS DOS BANHOS NAS PITOMBAS E NA PEDRA DO CURTUME

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Os banhos no Rio Pajeú fazem parte da memória de muitas gerações de serra-talhadenses que até o final dos anos 80 ainda puderam desfrutar das águas “calientes” e transparentes de locais como “as Pitombas” e “o Curtume”.

Segundo o senhor Cícero, morador de uma fazenda que fica nas redondezas das Pitombas, “antigamente tinha gente direto aqui, tomando banho e pescando. Era um monte de carro encostado, tudo com o som ligado”. Hoje água que tem aqui só da para os bichos beberem” lamenta Seu Cícero.

Infelizmente, “as Pitombas” e “o Curtume” foram destruídos pela ganância de alguns e o despreparo das autoridades. Nas Pitombas é possível ver a quantidade de areia que foi retirada do local sem o menor controle da União, deixando marcas deploráveis na paisagem e no leito do rio.

Na Pedra do Curtume o descaso chegou ao extremo, pois o local foi destruído a base de dinamite pela empresa responsável pela construção da ponte que liga o centro da cidade ao bairro da Caxixola, sem que nenhuma autoridade tenha se manifestado contra o crime ambiental. O resultado é que o local que durante décadas foi a principal área de lazer de crianças e adultos, praticamente não existe mais, um cenário que resume bem o que o Pajeú representa para Serra Talhada nos dias de hoje.

OS VELHOS CACIMBÕES QUE MATARAM A SEDE DO POVO E O DESAPARECIMENTO DE VICENTE CORINGA

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O rio não servia apenas para diversão da população, em períodos de seca prolongada, a salvação era a retirada da água dos cacimbões feitos de tijolos construídos ao longo do leito. Alguns desses  ainda resistem ao tempo e podem ser vistos da ponte da Caxixola.

Um das histórias curiosas sobre os cacimbões ocorreu em meados da década de 80, quando durante o período de cheia, o deslocamento entre o bairro da Caxixola e o centro era realizado atrás de uma canoa que pertencia a Sr. Luiz Rufino. Em uma das travessias os remadores perderam o controle da embarcação e se chocaram com um cacimbão, o que levou a canoa a ser dividir em duas bandas. Todos os passageiros salvaram se, a única perca sentida foi a lata de moeda do proprietário da canoa que nunca foi encontrada.

Uma das lembranças mais tristes que se tem do rio foi o desaparecimento do mais famoso nadador que a cidade já conheceu. Vicente Coringa, como assim era conhecido, virou uma lenda entres os serra-talhadenses. Muito se fala das suas braçadas velozes e de sua coragem em desafiar a força das águas do rio, principalmente em períodos de cheia. No entanto, em um triste dia da década de 60, Vicente Coringa desafiou pela última vez as águas do Pajeú e acabou sumindo em meio aos remansos e barceiros. Seu corpo nunca foi encontrado.

UM DEPÓSITO DE LIXO E DE ESGOTOS, LOTEAMENTO E PASTO PARA ANIMAIS

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Quanto mais próximo da área urbana mais se verifica a degradação do rio. São dezenas de toneladas de lixo jogados por mês nas margens e no leito, sem que haja nenhum tipo de fiscalização ou punição para os agressores.

Praticamente todos os esgotos da cidade são despejados no rio sem que exista nenhum sistema de tratamento. O mau cheiro é sentido por moradores que moram nas proximidades das margens. Até mesmo os órgãos públicos, como no caso o Matadouro Público, entram na lista dos que poluem diariamente o Pajeú.

Soma-se a esse cenário tenebroso o fato de “o rio mais teimoso do mundo” ter sido loteado, e onde antes havia espaço para lazer, agora é dominado por centenas de cercas de arame farpado e de pasto para alimentar animais.

Mas ainda assim, com toda essa perspectiva negativa, existem pessoas que acreditam que é possível salvar o rio. E diferente de muitos que ficam só no discurso, esses colocam a mão na massa. Mas essa história, a gente só conta na próxima semana!

Um bom domingo a todos e até a próxima!
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UM DOS CACIMBÕES DO VELHO PAJEÚ

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DEGRADAÇÃO DO RIO NA REGIÃO DAS PITOMBAS

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POÇO DO PADRE, AO LADO DA PEDRA DO CURTUME

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VISTA DA PEDRA DO CURTUME

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CÍCERO: “ANTIGAMENTE TINHA GENTE DIRETO AQUI TOMANDO BANHO”

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Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 31 de maio de 2015.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

OPINIÃO: A união entre Carlos Evandro e Sebastião não muda em nada o xadrez de 2016

Por Paulo Cesar Gomes


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A uniã entre o Secretário de Transportes, Sebastião Oliveira, e o ex-prefeito Carlos Evandro, a princípio parece ser um fator determinante para o resultado das próximas eleições. No entanto, trocando em miúdos a nova aliança, é possível identificar que ela não muda muita coisa no cenário do próximo ano, pois não traz à tona qualquer elemento novo.


Por outro lado, a união reforça a tese de que os dois se sentiram enfraquecidos com o processo de cooptação realizado pelo prefeito Luciano Duque. A outra coisa a se vislumbrar é a instabilidade existente em torno do nome de Waldemar Oliveira, que até agora não conseguiu se concretizar como referência para o seu grupo político.

Dois fatores podem ser decisivos para a campanha de 2016. A primeira pode ser o lançamento de uma terceira candidatura, que ao que tudo indica será capitaneada por Marquinhos Dantas. Conta a favor o fato de que desde dos anos 90, sempre que um terceiro nome foi lançado, o prefeito que estava no poder não conseguiu se reeleger ou fazer o seu sucessor. A exceção foi Carlos Evandro em 2008.

Também é bom lembrar que Marquinhos Dantas saiu da eleição para deputado em pé de igualdade com Augusto César e Rogério Leão, que acabaram sendo eleitos. Com um discurso afiado e propositivo, e com o respaldo de um grupo político consistente, Marquinhos Dantas certamente irá tirar preciosos votos dos dois prováveis candidatos, principalmente do prefeito Luciano Duque. Porém, só um nome até o momento é capaz de colocar fogo na disputa: o de Sebastião Oliveira.

Para o bem e para o mal – isso do ponto de vista da metáfora – ‘Sebá’ traz consigo o retrospecto de ter sido derrotado por Duque, o que automaticamente o colocará em evidência para com a alternativa frente ao desgaste que o prefeito vem se submetendo ao longo do seu mandato. Agora é esperar para ver se Sebastião topa a parada ou irá assistir de camarote Luciano Duque engolir o seu grupo político como um predador.

Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 25 de maio de 2015.

domingo, 24 de maio de 2015

Evangelista Entrevistado por Paulo Cesar Gomes/Alejandro J. García-Far...

Evangelista: Um revolucionário que chegou às telas do cinema, mas que foi esquecido em Serra Tallhada

Por Paulo Cesar Gomes

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Fotos: Alejandro Garcia/ Farol


Serra Talhada é uma cidade detentora de fatos e de personagem que muitas vezes parecem habitar em um contexto cultural diferente do existente atualmente. Um destes “anônimos” ou personagem esquecido da história serra-talhadense, nasceu no município em 1926 e já foi tema de entrevista em grandes programas da TV brasileira, jornais, revistas e de filmes premiados em vários festivais.

Foi com grande satisfação que eu e nosso obstinado repórter fotográfico do FAROL, Alejandro Garcia, estivemos conversando com uma das importantes personalidades já nascida em terras pajeuzeiras e que por questões que fogem a nossa compreensão não recebe a atenção que merece dos seus conterrâneos. O personagem esquecido deste domingo é Evangelista Ignácio de Oliveira, ou Vanja, como os amigos costumam o chamar. Evangelista é um autodidata, fala vários idiomas, é físico, astrônomo, inventor, filósofo e cientista. Segundo ele, os seus dons foram lhe repassados por “uma escolha do mestre Jesus!”

O PIONEIRO DA ASA DELTA NO BRASIL
Nos final dos anos 60, Evangelista surpreendeu a cidade ao criar, com tecnologia própria, a primeira asa delta que se tem registro no Brasil. Infelizmente, as autoridades policiais impediram que Vanja salta-se com o aparelho do cume da serra talhada em direção a Praça Sérgio Magalhães, no dia festa da padroeira, Nossa Senhora da Penha. “O tenente disse que não ia deixar eu morrer e que eu era doido, além disso ele prendeu a asa delta”, conta com bom humor o inventor. A decisão da polícia deixou frustrado não só o jovem cientista, mas também uma multidão que aguardava o voo pioneiro. A asa delta permaneceu na delegacia até ser vendida por 14 mil reis, cerca de R$50,00, (valor atual com base estimativa). Anos depois o comprador entrou em contato para informar que o voo da asa delta havia sido um sucesso.

Quarenta anos se passaram até que finalmente Evangelista pudesse realizar o seu sonho de voar em uma asa delta. O voo ocorreu na cidade do Rio Janeiro, e mesmo não sendo com o aparelho que havia inventado, foi muito marcante para o serra-talhadense. “O voo foi espetacular, em determinado momento o instrutor me deu a direção do aparelho eu conduzi como se fosse um veterano. Após o voo o instrutor me perguntou há quanto tempo eu voava, e respondi que tenha sido o primeiro, para a surpresa dele”, relembra Evangelista.
Na lista de inventos de Vanja ainda constam, uma câmera filmadora de 35mm; armas de fogo em forma de bengala, de isqueiro e de torneira; boneca metálica feita com sucatas de rádios e televisores e um carro com dispositivo que atirava, entre dezenas de invenções, tudo construído com material reciclado.

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UM CIENTISTA A FRENTE DO SEU TEMPO


Muitos encaram as teorias científicas de Evangelista com descrença ou até mesmo com ironia. No entanto, ele é taxativo e contundente ao defender as suas teses. “O sol não possui eletricidade. Na verdade, é silício que gera a energia das placas de capacitação solar!”, afirma o autodidata. Para comprovar a sua teoria ele usa uma das suas invenções. Ele define os críticos dos seus conceitos, inclusive cientistas que ficaram famosos ao longo da história da humanidade de “crianças”. Evangelista também é contundente ao afirmar que “o homem não chegou à lua” e define o planeta com um imã gingante. “A Terra é semelhante a um microfone e a um alto falante. Eu sou o pai do gigante imã”, declara com muita firmeza o revolucionário serra-talhadense.

O HOMEM DO CINEMA E DA TV

Evangelista é hoje um homem que desperta paixões o que levou o a ser tema de reportagens de jornais e revistas, além de ter sido temas de documentários e filmes, entre os trabalhos cinematográficos de destacam “O Som da Luz do Trovão” e O “Gigantesco Imã”, trabalhos dirigidos pelo também serra-talhadense Petrônio Lorena e Tiago Scorza – esse último o foi premiado na última edição do Cine Pe, em Recife.

Evangelista já foi atração no programa de Jô Soares, onde segundo ele, o apresentador não respondeu com clareza a sua pergunta feita em inglês. “Ele é uma criação!”, exclama o inventor ao falar do apresentador global. Recentemente Vanja foi convidado para o programa de Ana Maria Braga. No entanto, em função da sua participação no Cine PE a entrevista foi adiada. Vale ressaltar que já existem contatos para que o inventor inicie sua trajetória a nível internacional, mais precisamente no México.

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UM PERSONAGEM ESQUECIDO DA HISTÓRIA DE SERRA TALHADA


Mesmo com toda a popularidade e a repercussão em torno do nome Evangelista Ignácio, muito pouco dele se sabe em Serra Talhada. Uma contradição que mostra o descaso com o qual a memória da cidade é tratada. Nos anos 80, Evangelistas doou a Fundação Casa da Cultura parte das suas invenções para a exposição ao público. Duas décadas depois não se sabe o destino das peças raras desenvolvidas pelo ilustres inventor. Esse descaso acaba fazendo com que Vanja seja mais um anônimo, assim como tantos outros talentosos locais, que infelizmente são renegados e excluídos pelo um modelo de se fazer cultura ultrapassada e decadente. Evangelista merece se homenageado em vida, algo digno do seu trabalho e de sua postura revolucionária.

Um bom domingo a todos e até próxima história esquecida de Serra Talhada!

P. S.: Esse texto é dedicado ao grande Alejandro Garcia, que aniversário na última sexta-feira. “O ombrer”! Como é carinhosamente chamado, tem sido peça chave na realização desse trabalho pioneiro de resgatar fatos, episódios e personagens que andavam esquecidos em Serra Talhada. Vida longo ao grande Alejandro! Um argentino com alma e coração serra-talhandese!

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Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 24 de maio de 2015.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Professores estaduais decidem retornar à greve

Do JC Online

Com informações da repórter Maria Regina Jardim

Segundo o Sintepe, cerca de 2500 professores estiveram no Clube Português definindo o rumo da categoria / Foto: Maria Regina Jardim / JC

Segundo o Sintepe, cerca de 2500 professores estiveram no Clube Português definindo o rumo da categoria

Foto: Maria Regina Jardim / JC

Atualizada às 15h35

Em assembleia geral no Clube Português, na área central do Recife, os professores da rede estadual de ensino decidiram retornar à greve. Ficou definido que, a partir da sexta-feira da próxima semana (29), as aulas serão suspensas em virtude do movimento. No mesmo dia, será realizada uma nova reunião em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), às 14h, para definir os rumos da nova paralisação.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), 2500 professores estiveram no local, além de alunos. O presidente do sindicato, Fernando Melo, iniciou a assembleia lendo partes do ofício que foi enviado pelo governo estadual para definir sobre a reposição dos dias perdidos. Segundo Melo, o governo propôs um reajuste salarial de 0,89% para o mês de abril e 2% a cada trimestre de 2015, totalizando cerca de 7%. O valor, de acordo com ele, é metade do que a categoria cobra atualmente (13%).

A última paralisação durou 24 dias e se encerrou no dia 5 deste mês. A principal reivindicação dos professores é o cumprimento da Lei do Piso Salarial, que garante reajuste de 13,01% a todos os profissionais da rede e não apenas aos que tem nível médio.

domingo, 17 de maio de 2015

HISTÓRIA: O ‘banco da Diva’ e as lembranças da praça Sérgio Magalhães em Serra Talhada

Por Paulo Cesar Gomes
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Praça Sérgio  Magalhães, em Serra Talhada, no início de 1940


As reformas urbanistas realizadas nas grandes e médias cidades brasileiras proporcionaram os surgimentos de novos hábitos e, em contrapartida, sepultou velhos costumes dos seus moradores. Na esteira dessa modernidade, Serra Talhada encontra-se transitando entre esses dois polos; o novo e o velho.

Foi com o olhar nessa fase de transição que eu e o incansável repórter fotográfico do FAROL, Alejandro Garcia, viajamos virtualmente até a Serra Talhada da década de 70, do século passado, para encontrar as explicações para a origem do apelido do famoso “banco da diva”. Seria a diva, uma loira sedutora? Uma prostituta? Ou seria mais uma lenda urbana?

A GESTÃO NILDO PEREIRA E A REFORMA DA PRAÇA SÉRGIO MAGALHÃES


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Banco da Diva-  Departamento de Investigação de Vidas Alheias


Foi durante a gestão do prefeito Nildo Pereira (1969/1973), que as Praças Sérgio Magalhães e Barão Pajeú sofreram as suas maiores transformações, ganhando as características existentes até os dias atuais. As duas praças – na verdade não deveria existir a divisão nominal da praça – são um dos maiores cartões postais da cidade e passagem obrigatória de quem visita a região.

O grande volume de pessoas que sempre transitam pela praça chamou a atenção de um grupo de curiosos e observadores da vida alheia, que em meados dos anos 70, estabeleceram um espaço para se debater a vida dos outros. O local escolhido foi um banco estrategicamente localizado na Praça Barão do Pajeú com vista para a Praça Sérgio Magalhães e as ruas adjacentes. Quem sobe ou quem desce as praças obrigatoriamente têm que passar pelo famoso banco, que foi batizando carinhosamente de DIVA – Departamento de Investigação de Vidas Alheias.

UMA ÉPOCA EM QUE FALAR DA VIDA ALHEIA ERA SÍMBOLO DE AMIZADE E RESPEITO

Segundo o professor João Antunes, tudo começou quando um grupo de jovens resolveu conversar diariamente até altas horas da noite. “Não se sabe quem deu o nome, mas os cadeiras cativas eram Ivo Policarpo e Aluízio (Nenê), infelizmente os dois já  faleceram”. A empresária Ana Maria de Souza Neri, mais conhecida como ‘Aninha’, relata que o banco só era frequentado por homens e que praticamente todos ganhavam apelidos.

“Era uma época de igualdade. Onde todos eram iguais. As brincadeiras eram sadias e não havia tantas maldades como nos dias de hoje”, destaca a empresária. Aninha acrescenta que “foi do banco da diva que surgiram muitas das fofocas que foram publicadas nos jornais ‘o Linguarudo’ e o ‘Tesoura’, apesar das polêmicas nunca ocorreu nenhuma briga por causa das fofocas”.

Outro profundo conhecedor dos frequentadores do banco da diva é Seu Carlos, dono de um dos bares mais tradicionais do centro cidade há mais de 25 anos. Seu Carlos relata que apesar de alguns frequentadores do banco cultivaram os hábitos dos velhos boêmios, ele nunca viu nenhuma confusão no local. “A coisa mais triste que vi foi à morte de um rapaz que foi atropelado logo que saiu do banco há mais de 10 anos”, revelou.

UMA NOVA GERAÇÃO SE MOLDA COM O OLHAR PARA O FUTURO, MAS AS PRAÇAS FICARAM NO PASSADO

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Banco ‘Everest’ ponto de encontro para troca de mensagens nas redes sociais


Ao longo das últimas décadas as Praças Sérgio Magalhães e Barão do Pajéu vêm sofrendo com o abandono e falta de conservação da sua estrutura física. A iluminação é precária e os postes e as lâmpadas são aos moldes da sua última reforma, há mais de quatro décadas. O próprio banco perdeu um pouco do seu charme em função da derrubada inconsequente do pé de azeitona que ficava ao seu lado.

Muitas jovens praticamente não conhecem nada sobre a história do banco da diva e dos seus personagens, muitos, talvez, já tenham sentado no local, mas nem imaginam que por ali já passaram médicos, advogados, engenheiros, músicos, compositores, dezenas de anônimos, que ao longo dos anos transformaram um simples banco e um espaço para diversos encontros e reencontros.

Apesar disso, é importante destacar que as novas gerações constroem as suas próprias identidades. Um dos “points” da nova geração é a calçada do BNB (Banco do Nordeste). No entanto, um outro local que mais se assemelha com o banco da diva, é popularmente conhecido como o “everest”, também é um banco da praça que fica localizado em frente a Igreja Matriz da Penha. Os frequentadores do banco da diva e everest se comunicam através de grupos do  whatsapp .

Um bom domingo a todos e até a próxima história esquecida de Serra Talhada!

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, 17 de maio de 2015.

domingo, 10 de maio de 2015

OPINIÃO: Com as suas negociatas, Duque está transformando o processo eleitoral no vale tudo


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Por Paulo César Gomes, Professor e escritor 
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Em recente entrevista coletiva o prefeito Luciano Duque cometeu um grave equivoco ao comparar a sua estratégia de montar um balcão de negócio dentro da prefeitura ao processo de acomodação de aliados feitos pelo governador Paulo Câmara.

Acomodar aliados que estiveram juntos no processo de uma disputa eleitoral é uma coisas, outra coisa é usar o dinheiro público para atrair adversários. O prefeito deveria explicar se isso é ético e se é moral.

Luciano Duque está transformando a disputa de 2016 em vale tudo, deixando claro a sua intenção de ir até as últimas consequências para conseguir a sua reeleição. Isso demonstra também um certo ar de desespero com a sua gestão sendo reprovada pela população.

Diante disso, cabe a oposição também marcar sua posição frente às negociatas feitas pelo prefeito, expondo a população a forma como o dinheiro público estás sendo usado. Com a palavra a oposição: Sebastião Oliveira, Carlos Evandro/Socorro Brito, Marquinhos Dantas/Tatiana Duarte e Augusto César, se de fato for oposição.

Um feliz Dia das Mães e até a próxima!

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 10 de maio de 2015.

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