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domingo, 5 de julho de 2015

Parque de Esculturas: Em Serra Talhada, obras de arte estão sob o signo do descaso e abandono


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Reportagem: Paulo César Gomes- Fotos: Farol de Notícias/Alejandro Garcia

O conceito de arte vai muito além de uma formação linguística, até porque muitas das vezes podemos estar construindo um mero paradoxo. Na verdade, arte adentra pela alma embriagando todos os nossos sentidos. Nos contagiando e seduzindo. Por isso, não temos como defina-la com precisão, ou até mesmo, estabelecer uma valor para o trabalho de um artista. No entanto, muitos trabalhos não recebem a atenção que merecem e acabam sendo ignorados pela sociedade e pelos poderes públicos.

Foi com o foco voltado para o resgate da arte que mais uma vez, na companhia do incansável Alejandro García, repórter fotográfico do Farol, registramos mais um capitulo das “Histórias Perdidas” de Serra Talhada. Dessa vez o nosso trabalho de pesquisa se concentrou na antiga Estação Ferroviária, mais precisamente no Parque das Esculturas de Ferro.

O FERRO COMO ELEMENTO PRINCIPAL DA ARTE

O Parque das Esculturas de Ferro foi idealizado pelo falecido escultor e poeta Ronaldo Aureliano, que era funcionário da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e no início anos 80 trabalhou em Serra Talhada. As obras de Aureliano resultam do aproveitamento de pedaço de trilhos e outro objetos que não eram aproveitados na ferrovia. Algumas peças chegam a ter mais de 2 metros de altura, o que nos leva crê que elas demoraram bastante tempo para serem construídas. Ronaldo também deixou trabalhos artísticos na estação de Viçosa – AL, cidade onde viveu até a sua morte.

O trabalho com caraterísticas abstratas e formas humanas seguem as tendências modernistas e surrealistas que dominaram arte em praticamente todo século XX. Ao mesmo tempo em que a ferrovias entrava em decadência, Ronaldo conseguiu transformá-la em vitrine cultural para a cidade, já que na época o I FECUST (Festival de Cultura de Serra Talhada) foi realizado no local, e o então vereador Louro Eliodoro, apresentou o primeiro projeto para erguer na estação a estátua de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião.

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ARTE ESQUECIDA EM MEIO AOS GALHOS DE ÁRVORES E ABANDONO


Na última década a antiga estação ferroviária se tornou um dos grandes focos da cultura serra-talhadense. Apesar disso, as obras de Ronaldo Aureliano vivem esquecidas em meio a galhos de árvores e expostas a depredação. Algumas peças já foram mutiladas e outras estão sendo dominadas pela ferrugem.

Não existe nenhuma referência nas peças, sobre título ou data, nem mesmo encontra-se citação sobre o autor. É lamentável que isso ocorra, já que a preservação da memória de um povo, da sua arte, também faz parte da cultura. Será que daqui a cem anos as pessoas saberão quem foi o artista que elaborou aquelas peças? Será que existirá daqui a cem anos algum resquício de que na estação já existiu um parque de esculturas?

UM ARTISTA QUE PERDEU A VIDA APÓS UM GESTO DE HEROÍSMO

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Ronaldo Aureliano


Ronaldo Aureliano da Silva foi poeta, escultor, professor, ator e escritor de teatro. Era membro da Academia Serra-talhadense de Letras. Como poeta é co-autor da obra “Faces de um Novo Sol” e autor da obra “Raça Viva”, com a qual venceu um concurso estadual em Alagoas, onde teve a obra publicada e divulgada em todas as escolas daquele estado. A mesma obra foi publicada na França e na Inglaterra a pedido das suas embaixadas aqui no Brasil.

Ronaldo Aureliano, faleceu aos 52 anos, em 25 de setembro de 2008, após salvar dois jovens do afogamento e tentar salvar um terceiro, o estudante Antonio Carlos Nunes Guimarães, de 15 anos. Aureliano era secretário-adjunto de Cultura da Prefeitura de Viçosa, a 82 quilômetros de Maceió. Ele havia sido convidado a acompanhar um grupo de 30 alunos da Escola Municipal Zumbi dos Palmares, da capital alagoana, em uma aula de campo, por conhecer a cachoeira.

Segundo a professora responsável pelo grupo de alunos, quando chegou ao local, Aureliano pediu aos estudantes que não entrassem na cachoeira, pois era muito perigoso nadar ali. Mesmo assim, três jovens desobedeceram à recomendação e pularam na água.
Como não sabiam nadar direito, começaram a se afogar. Foi então que o artista plástico pulou na água para salvar os garotos, conseguindo resgatar dois. No entanto, ao tentar salvar Antonio Carlos, Aureliano não conseguiu vencer a força da correnteza e acabou se afogando com o jovem.

Ronaldo é o pai da talentosa atriz e cantora Roberta Aureliano. A jovem vem encantando o público com suas atuações como a Maria Bonita, da peça “O Massacre de Angico”.

Um forte abraço e até a próxima!

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Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 05 de julho de 2015.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

LITERATURA: Após muita pressão e barulho, PMST aplica a lei do livro em Serra Talhada

Por Emmanuelle Silva (Farol de Notícias)

Há uma década que os escritores de Serra Talhada esperam a oportunidade de divulgar seu trabalho nas escolas do município. A Lei 1.105/2005, Lei do Livro, prevê em um dos seus seis artigos, adoção da literatura serratalhadense em projetos transversais, além da visita dos escritores aos colégios. A não aplicação da lei foi alvo de muitas críticas por parte de literatos da cidade, inclusive aqui no FAROL. Após muita pressão e cobranças dos escritores, o professor-pesquisador de história, Paulo César Gomes, terá seus livros circulando nas bibliotecas.

Para ele, um motivo de comemoração diante de tantas portas fechadas. Na tarde dessa terça-feira (30), o autor esteve no gabinete do secretário de Educação e entregou 200 exemplares, 100 da obra “D.Gritos: do sonho à tragédia” e 100 da obra “Um  outro Sertão”. O autor doou para a secretária 50 livros (Comercial: um clube imortal e os 10 assuntos que pais e adolescente não conversam em casa).

Segundo Paulo César, o valor arrecado será usado para o financiamento da publicação de um trabalho sobre uma importante personalidade da cultura regional. “Espero que outros escritores serra-talhadenses também possam se beneficiar da lei do livro e que a produção literária da cidade seja de fato valorizada e reconhecida pelos órgãos competentes” finalizou Paulo César.

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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Opinião: O aumento do número de vereadores em Serra Talhada e o dilema da independência

Por Paulo Cesar Gomes, professor e historiador de Serra Talhada

O aumento do número de vagas para próxima legislatura, em 2017, por meio do Projeto de Emenda a Lei Orgânica Nº 004/2015, levanta inúmeras discussões, não só pelo cooperativismo que domina o Poder Legislativo em todo o Brasil, mas por não levar em consideração a qualidade e a independência dos parlamentares em relação ao executivo.

Serra Talhada tem potencial para ter 20 vereadores, sem nenhum problema, assim como já teve 3 deputados estaduais e 1 deputado federal – que praticamente não fizeram nada em 4 anos. Mas do que adianta tão somente a quantidade se não existe a qualidade, a capacidade e a independência para fiscalizar a contas públicas e cobrar dos gestores as soluções dos problemas da cidade?

Ter mais dois vereadores não vai mudar em nada a imagem que a Câmara tem perante a sociedade, principalmente depois que o prefeito Luciano Duque, ao seu bel prazer, modificou a formação do parlamento – postura que nenhum outro gestor havia feito com tanta determinação – para simplesmente montar uma estrutura que beneficie a sua comprometida reeleição.

Na verdade, o legislativo no Brasil tornou-se um poder sem autoridade. Mandatos que se tornaram “moeda de troca”, sejam de favores com os gestores, sejam de favores para os eleitores. Não é atoa que a maioria dos escândalos de corrupção no Brasil sempre atinge em sua maioria os parlamentares. Do ponto de vista prático a Câmara de Vereadores agiu correntemente, conforme orienta a lei.

No entanto, caberá ao eleitor à tarefa de distinguir os gatos da cada vez mais rara lebre. Pois como já se sabe, para se eleger vereador basta apenas ter dinheiro, mesmo que passe 4 anos sem fazer absolutamente nada pelo eleitor e pela cidade. E não será surpresa nenhuma se em 2019 os nobres parlamentares aumentarem as vagas de 17 para 34. Porque talvez se juntar dois dê um! E assim finalmente o legislativo tenha luz própria.

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 01 de julho de 2015.

domingo, 28 de junho de 2015

OPINIÃO: Os discursos facistas e hipócritas estão manchando ainda mais a política brasileira

Por Paulo César Gomes, professor e escritor serra-talhadense

Um discurso extremamente fascista começa a tomar conta do Brasil e tem como pano de fundo a defesa dos valores familiares, da ética, da moral, do puritanismo… Velhas bandeiras que são empunhadas pelo que existe de mais atrasado neste país e que durante cinco séculos foram incapazes de mudar a face da nação.

O Brasil está se tornando refém do conservadorismo que se expressa através do Congresso Nacional, representado pelas bancadas do agronegócio (ruralista), da bala, da bíblia, da bola, que confundem liberdade de expressão com “avacalhação”. Esses “guardiões dos interesses nacionais” nunca moveram uma palha para questionar as atrocidades que foram cometidas durante a Ditadura Militar. Não é atoa que eles defendem a volta de um regime repressor.

Toda essa discussão nos remete a forma como o nazismo e fascismo, liderados por Hitler e Mussolini respectivamente, assumiram o poder na Alemanha e na Itália, e posteriormente desencadearam uma das maiores barbáries já comentadas contra a humanidade, o holocausto contra os judeus.

Em um regime democrático, a liberdade de expressão, de religião, de orientação sexual e política deve prevalecer sobre os interesses individuais. É assim que se amadurece, socialmente e culturalmente. É com o livre debate que se aprende a conviver com o oposto, com o diferente. Desta forma, as atitudes demagógicas e hipócritas não seriam praticadas com tanta ênfase em marginalizar, ainda que a intenção fosse essa, elas seriam vistas como uma contribuição para a construção de uma sociedade mais justa, humana e fraterna!

Forte abraço a todos!

Publicado no portal Farol de Noticias de Serra Talhada, em 28 de junho de 2015.

CÔNEGO TORRES: Tragédias que marcaram a história do antigo ‘Colégio do Açude’

Reportagem: Paulo César Gomes- Fotos: Farol de Notícias/ Alejandro Garcia/ Arquivo

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A violência tem deixado marcas profundas na alma dos serra-talhadenses. Feridas que teimam em não cicatrizar. No entanto, apesar do lado negativo, é preciso que algumas histórias sejam resgatadas, não pela lembrança triste, mas pelo legado de amizade e de carinho que algumas pessoas deixaram. Partindo deste princípio, estivemos ao lado do nosso companheiro de pesquisa, Alejandro Garcia – repórter fotográfico do FAROL -, visitando o tradicionalíssimo Colégio Municipal Cônego Tôrres, para conhecermos um pouco da sua estrutura física e sabermos alguns detalhes de duas tragédias que ocorreram no educandário.

A ORIGEM DO COLÉGIO DO ‘AÇUDE’

Quem nos guiou nesse trabalho foi o nobre Professor Zé Luiz, que conhece como ninguém as histórias que envolvem o colégio. Zé Luiz, que também foi aluno do Cônego Tôrres, nos conta que durante os anos 50 e 60, o CMCT era conhecido como “o colégio do açude”, já que de frente para ele existia um açude. “Quem morava no centro da cidade tinha que passar pela parede do açude para poder assistir aula. A parede ficava a onde hoje esta localizada a Câmara de Vereadores”, relata Zé Luiz.

O professor fez parte de uma geração que vivenciou o ápice do Cônego Torres como centro de ensino, tornando-se uma referência em educação para todo o interior de Pernambuco. “Muitos médicos, advogados, engenheiros, antes de se formarem na faculdade, passaram primeiro pelas carteiras do Cônego Tôrres”, destaca Zé Luiz.

DUAS TRAGÉDIAS QUE ABALARAM A CIDADE

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Nesta sala, tombou o jovem Antônio Carlos Rocha


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Em 1975, assassino colocou uma escada e atirou pela janela da escola


O colégio, que foi construído em 1954, no governo do então prefeito Moacir Godoy, guarda em suas dependências muitas histórias felizes, de sucesso e de superação. Apesar disso, duas tragédias marcaram a vida de professores, alunos, funcionários e da população em geral.
A primeira ocorreu em 1975, quando de forma abrupta a vida do jovem Antônio Carlos da Rocha, o Carlinhos, foi ceifada. Carlinhos era ator e fazia parte do lendário TAST (Teatro Amador de Serra Talhada). Ele era um rapaz pacato e muito querido por todos. Mas, apesar de toda a simpatia, Carlinhos acabou sendo assassinado enquanto assistia a uma aula. O tiro – que até o hoje não se sabe de quem partiu e o verdadeiro motivo da ação criminosa – foi dado de uma janela do colégio.

Segundo a reportagem do Globo Repórter, da TV Globo, exibido em 18 de outubro de 1977, as hipóteses para o crime teriam sido a inveja, já que ele havia passado em concurso para os Correios, ou por ciúme de uma moça que ele estaria namorando.

Em 1990, as estruturas do gigante estabelecimento educacional voltaram a estremecer quando o funcionário José Nogueira dos Santos, carinhosamente chamado de “Pai Herói”, perdeu a vida no saguão de entrada do Colégio. O fato gerou uma grande comoção na cidade e fez com que todas as escolas aumentassem os muros, e as normas de segurança se tornaram mais rígidas.

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A porta ainda guarda marcas das balas que mataram ‘Pai Herói’


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UM COLÉGIO PROJETADO PARA O FUTURO
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Os construtores do Colégio Municipal Cônego Tôrres eram visionários, já que todo o projeto arquitetônico do prédio tem traços de grandiosidade, o que deixa no ar uma indescritível sensação de bem estar. Salas amplas, auditório, cozinha, pátio espaçoso, biblioteca, enfim, uma estrutura privilegiada para um estabelecimento de ensino público.

Nesses últimos 60 anos, o CMCT passou por transformações drásticas, a principal delas ocorreu com o fim dos cursos de técnicos de contabilidade e magistério, o que levou a escola a ficar no ostracismo.  No entanto, nos últimos anos o Cônego Torres voltou a ocupar o seu lugar de protagonista na educação municipal, quando passou a funcionar em tempo integral.
Há que se destacar também a história de sucesso da espetacular banda marcial do colégio, que anualmente abrilhanta os desfiles cívicos do município, sempre com muita elegância e musicalidade.

Um forte abraço até o próximo domingo!

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 28 de junho de 2015.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A simplicidade de um olhar


“...Assim como na natureza, é na simplicidade de um olhar que descobrimos a beleza existente na alma de uma outra pessoa...” (Paulo César Gomes)

domingo, 21 de junho de 2015

História: Na caatinga, um monumento erguido contra a violência provocada por Lampião


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Reportagem: Paulo César Gomes- Fotos: Farol de Notícias/Alejandro Garcia

A nossa “História Perdida” dessa semana é marcada pela fé e pelo legado deixado por Lampião em nossa região, e se desenrolou a cerca de 50 km de Serra Talhada, mais precisamente na localidade do Poço da Cerca. Foi nessa região que na companhia do repórter fotográfico do FAROL, Alejandro Garcia, buscamos entrevistar alguns moradores, procurando informações que nos levassem a desvendar a origem da capela que fica em um serrote, ao lado direito da parede do Açude de Serrinha.

UMA PROMESSA FEITA PARA LAMPIÃO SE AFASTAR DA REGIÃO

A nossa primeira parada foi na casa do simpaticíssimo Sr. Edmar, pai do secretário de Educação de Serra Talhada. Foi ele quem nos revelou a história que envolve a construção da capela. Mas antes, é preciso que se diga que a região foi durante as primeiras décadas do século XX, palco de várias batalhas entre cangaceiros e soldados da volante, além de vários conflitos entre membros de clãs familiares, o que resultou em dezenas de mortes criando um cotidiano de violência.

“A capela foi construída pelos meus avós, que fizeram uma promessa para que se Lampião deixasse a região, eles iriam construir uma capela de Nossa Senhora da Paz”, relata Edmar. Segundo ele, “a capela começou a ser erguida no final da década de 20”.
As declarações de Sr. Edmar batem com as informações publicadas em livros sobre a saída de Lampião da região que ocorreu em 1928.

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UM LOCAL PARA O PAGAMENTO DE PROMESSAS E CELEBRAÇÕES

A capela fica no cume de um Serrote. Para se chegar lá é preciso disposição e um bom preparo físico. Do local onde o templo foi construído é possível ver boa parte das águas do açude de Serrinha e o ponto onde possivelmente deve está a submersa vila de São Francisco.

Apesar da presença de dezenas de urubus no entorno, o templo é visitado por várias pessoas que vão pagar as promessas por graças alcançadas. Muitos fiéis levam ex-votos- pernas e braços de madeira- para representarem o local do corpo onde o milagre ocorreu.
Segundo Dona Lourdes Bezerra, proprietária do restaurante mais frequentado do Poço da Cerca, as missas na capela são periódicas, sendo que algumas celebrações são realizadas com a presença do Bispo da Diocese de Afogados da Ingazeira, Dom Egídio Bisol. “Dom Egídio gosta de celebrar missa lá em cima. Quando a gente menos espera ele chegar por aqui ou manda o recado e a gente manda organizar o local para ele poder realizar a missa.”

Um forte abraço a todos e até a próxima História Perdida!



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Publicada no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 21 de junho de 2015.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

OPINIÃO: A força de Fonseca na pesquisa Opine/Farol anuncia um dado revelador para Serra Talhada


Por Paulo César Gomes, professor e escritor serra-talhadense

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Os dados da pesquisa Opine, divulgados com exclusividade pelo Farol de Notícias, revelam um cenário extremamente complexo para 2016. Os números sugerem uma ligeira recuperação da popularidade do prefeito Luciano Duque. Essa oscilação positiva se deve a uma guinada dada pelo petista, que nos últimos meses, principalmente depois que passou a ser orientando politicamente pelo vereador Sinézio Rodrigues, passou a cooptar adversários mudando radicalmente o cenário da Câmara de Vereadores e da política local.

No entanto, o prefeito não conseguiu rever um quadro desfavorável em relação ao secretário estadual de Transporte Sebastião Oliveira, que foi derrotado em 2012, e por isso trás consigo do histórico daquela campanha. Ou seja, para a população de Serra Talhada, votar em Sebastião é uma forma de fazer espécie de “justiça atrasada”, já que muitos eleitores de Duque estão extremante decepcionados com a atual gestão.

O único dado realmente interessante para Duque é o fato de que, ser houver mais de dois candidatos da oposição, ele acabará se reelegendo com facilidade. Porém, é preciso que se verifique um candidato único da oposição deixará o prefeito em uma situação bastante desconfortável.

A NOME FONSECA

A grande novidade de toda a pesquisa são os bons índices obtidos pelo Dr. Fonseca Carvalho. Fato que já vem sendo registrado a pelo menos 10 anos. Os números de Fonseca são resultados de seus bons serviços com médico e da boa relação que mantêm com várias lideranças políticas.

Mesmo não tendo a exposição na mídia na mesma proporção de Marquinhos Dantas, Waldemar Oliveira e Socorro Brito, Fonseca conseguiu se sair muito bem entre os possíveis candidatos da oposição, demonstrando que parte do eleitorado não espera do candidato apenas um discurso afiado, mas também um histórico de serviços prestados a cidade.

Dessa forma, é possível dizer que tanto o prefeito, os seus concorrentes, terão que expor para sociedade o seu histórico de contribuições feitas para a população. Então, como ainda faltam pouco mais de um ano para o início da campanha, fica o recado: ao trabalho candidatos!

Um forte abraço a todos e até a próxima!

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 14 de junho de 2015.

domingo, 14 de junho de 2015

Na Pedra do Letreiro, pinturas rupestres revelam sinais da pré-história em Serra Talhada


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Reportagem: Paulo César Gomes- Fotos: Farol de Notícias/ Alejandro Garcia

Dando sequência a nossa série de reportagens “Histórias Perdidas de Serra Talhada”, apresentaremos hoje um dos capítulos mais surpreendentes deste trabalho de pesquisa. Com imagens feitas pelo repórter fotográfico do FAROL, Alejandro Garcia, e com informações repassadas pelo Secretário de Agricultura Familiar, Zé Pereira, faremos uma viagem pela pré-história da nossa região.

O nosso encontro com esse passado desconhecido aconteceu na Pedra do Letreiro, que fica no assentamento Poldrinhos, a pouco mais de 30 km do centro de Serra Talhada. É no alto de um serrote, mas precisamente no teto de um das pedras mais imponentes, que encontramos algo precioso e fascinante: as pinturas rupestres.

As pinturas se encontram em dois pontos distintos da pedra, um ponto que provavelmente serviu de abrigo para os homens primitivos. Os detalhes sobre o período e que tipo de grupo habitou a região só podem sem fornecidos por um arqueólogo, mas ainda assim, mesmo com nossos conhecimentos limitados, é possível dizer que se tratam de registro pré-históricos.

As pinturas foram localizadas pelo secretário Zé Pereira, em 2001, na área localizada no assentamento e que foi desapropriado pelo INCRA. “Passamos mais de uma semana, dia e noite, mapeando toda região, quando nos deparamos com essa maravilha”, relata com orgulho Pereira. Uma das primeiras providências, segundo ele, foi de que os moradores não alterassem o local e evitassem qualquer tipo de vandalismo.

Infelizmente, assim como muitas outras coisas da cidade, a Pedra do Letreiro é mais um ponto esquecido e que deveria ser usado com ponto de estudo e de pesquisa por estudantes e professores de universidades e de escolas do ensino fundamental e médio.
No entanto, o fato de não existir um projeto público para proteger as pinturas, evidência o descaso com um importante sítio arqueológico do Sertão do Pajeú.

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PATRIMÔNIO ABANDONADO

Enquanto a nossa história e a nossa cultura ainda é vista com olhar retrógrado e superado, a potencialidade turística e econômica do local deixa de ser aproveitado. Isso porque os moradores poderiam ser treinados para serem guias e o antigo prédio da estação ferroviária, poderia servir com um centro de estudo e exposição de fotos e possíveis fósseis que existam no local.

“Já fizemos vídeos e fotos das pinturas e mandamos para as emissoras de TV da região e ninguém até agora se interessou em divulgar essas pinturas. Agora com essa reportagem do FAROL DE NOTÍCIAS, esperamos que as pessoas de bom senso possam, de fato, nos ajudar a explorar o local sem agredir a natureza e sem alterar esse importante ponto histórico da nossa região” destacou com alegria o secretário Zé Pereira.

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Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 14 de junho de 2015.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

CULTURA: ‘Lei do Livro’ virou página de ficção em ST, diz escritor serratalhadense

Por Giovanni Sá (Farol de Notícias)

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No último final de semana, o escritor lançou mais dois livros. Um deles, sobre o Comercial Esporte Clube


A Lei 1.105/2005, que prevê a adoção de livros de autores serratalhadenses nas escolas municipais, se tornou uma lei ‘morta’. O alerta é do professor e escritor Paulo César Gomes, colunista do FAROL DE NOTÍCIAS, que rotula como um descaso a postura do governo municipal que resiste cumprir o que determina a lei. Nos últimos anos, o escritor lançou quatro livros. Pela lei, 100 exemplares de cada título deveriam circular como material paradidático nas escolas públicas.

“A lei virou uma página de ficção e ninguém faz nada. Uma vergonha. Um dos meus títulos foi indicado pela Academia Serratalhadense de Letras (ASL) e levado até o secretário de educação. Até hoje espero que o poder público adquira o livro. Mas a lei é uma fachada. Não funciona”, lamentou.

De acordo com o professor, as ações da Prefeitura de Serra Talhada são tímidas quanto ao fazer cultural da cidade, e a literatura ficou em segundo plano. “Não imagino que uma sociedade evolua sem educação. A lei era para estimular a leitura entre jovens e adolescentes e ajudar o escritor local. Mas é um fiasco”, resumiu Paulo César Gomes.

domingo, 7 de junho de 2015

Futebol: A luta de um grupo de amigos para manter uma tradição no leito do Pajeú em Serra Talhada

Por Paulo Cesar Gomes
 
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Fotos: Alejandro Garcia / Farol



Mesmo diante de um cenário assustador, que mescla descaso e abandono com o meio ambiente, ainda existem sonhadora isolados que teimam em não desistir, que acreditam que é possível inverter a lógica da coisa e o senso comum tão expressivo nos dias de hoje. Foi buscando encontrar vozes que sintetizem esse pensamento, que estive ao lado do repórter fotográfico do FAROLAlejandro García no leito do mutilado Rio Pajeú durante dois dias. Eis então que surgiu em nossa frente um quarentão em meio a uma molecada, organizando o que antes era um campo de areia e que hoje mais parece um campo de várzea – cheio de buraco e de lama -, para mais uma pelada vespertina.

O nosso personagem atende pelo nome de João Alexandre, conhecido pelo mundo esportivo local como João Bala. Professor de Educação Física e amante do futebol, João Bala começou a jogar nas areias do rio no início dos anos 80 – no trecho do rio paralelo ao final da Rua Cornélio Soares.

Foram contemporâneos de João alguns nomes como Rui Grúdi, Jorge Stanley, Zé Boné, Bria Rodrigues, Danilo (falecido Agente da Policia Civil), Marquinhos da Farmácia do Povo e seu irmão Coninho (Marcondes), Josenildo Mariano, Keninho, Tinda (Marcos César), Coco, Pedro Imbuzeiro, Jair Bola Sete, Demário, Beto Coruja (Humberto Cellus), Chico Caxixola, Ventania (o inesquicel cavalo de She-ra), Marquinho de Beleza, Zé Brejeiro (já falecido), Romero Candoia, Novinho, Mário (Marabá), Dunga de Seu Chico (já falecido) e várias outras “figuraças”, que de segunda a sábado, disputavam peladas nas areias do Pajeú.

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“Quando comecei a jogar aqui os bancos de areia tinham mais de 2 metros de altura acima do nível atual. Durante esse tempo, toneladas e mais toneladas de areia foram retiradas sem controle algum”, desabafa João Bala. Ele ainda relata que já procurou as autoridades pra tentar mudar o rosto do local, mas trava uma luta solitária. “Eu já procurei o Promotor para que ele fizesse alguma coisa para retirar essas cercas que impedem que as pessoas transitem livremente pelo leito do rio, mas até agora nada foi feito”.


Enquanto as autoridades silenciam, João Bala e os seus alunos seguem uma rotina semanal, resistindo a tudo e a todos. Mostrando a sociedade que o rio pode ser uma ótima área de lazer para a juventude. Esportes como vôlei, corridas de cross (de bicicleta e de moto), maratonas, soltar papagaios e tantas outras atividades que podem ser adaptadas ao local. O que não podemos aceitar que o Pajeú está morto! O Pajéu está vivo! Mesmo que a cada dia ele seja alvejado de morte, em função da falta de consciência da sociedade e a omissão das autoridades.

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ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

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