Autor: Professor Paulo César Gomes - Especialista em História Geral
A avaliação é parte integrante do processo
ensino/aprendizagem e ganhou na atualidade espaço muito amplo nos processos de
ensino. Requer preparo técnico e grande capacidade de observação dos
profissionais envolvidos.
Segundo Perrenoud (1999), a avaliação da
aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na construção do
currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos
alunos.
Na
avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das
provas periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam
supervalorizados em detrimento de suas observações diárias, de caráter
diagnóstico.
O
professor, que trabalha numa dinâmica interativa, tem noção, ao longo de todo o
ano, da participação e produtividade de cada aluno. É preciso deixar claro que
a prova é somente uma formalidade do sistema escolar. Como, em geral, a
avaliação formal é datada e obrigatória, deve-se ter inúmeros cuidados em sua
elaboração e aplicação.
A avaliação da aprendizagem na escola tem dois
objetivos: auxiliar o educando no seu desenvolvimento pessoal, a partir do
processo de ensino-aprendizagem, e responder à sociedade pela qualidade do
trabalho educativo realizado.
De um lado, a avaliação da aprendizagem
tem por objetivo auxiliar o educando no seu crescimento e, por isso mesmo, na
sua integração consigo mesmo, ajudando-o na apropriação dos conteúdos
significativos (conhecimento, habilidades, hábitos, convicções). A avaliação,
aqui, apresenta-se como um meio constante de fornecer suporte ao educando no
seu processo de assimilação dos conteúdos e no seu processo de constituição de
si mesmo como sujeito existencial e como cidadão. Diagnosticando, a avaliação
permite a tomada de decisão mais adequada, tendo em vista o autodesenvolvimento
e o auxílio externo para esse processo de autodesenvolvimento.
Por outro lado, a avaliação da
aprendizagem responde a uma sociedade social. A escola recebe o mandato social
de educar as novas gerações e, por isso, deve responder por esse mandato,
obtendo dos seus alunos a manifestação de suas condutas aprendidas e
desenvolvidas. O histórico escolar de cada educando é o testemunho social que a
escola dá ao coletivo sobre a qualidade do desenvolvimento do educando. Em
função disso, educador e educando têm necessidade de se aliarem na jornada da
construção da aprendizagem.
Esses dois objetivos só fazem
sentido se caminharem juntos. Se dermos atenção exclusivamente ao sujeito
individual, podemos criar no espontaneísmo; caso centremos nossa atenção apenas
no segundo, chegaremos ao limite do autoritarismo.
O caminho é o do meio, onde o
crescimento individual do educando articula-se com o coletivo, não no sentido
de atrelamento à sociedade (estar a serviço da sociedade), mas sim no sentido
de responsabilidade que a escola necessita ter com o educando individual e com
o coletivo social (com as pessoas que compõem a sociedade, com suas preciosas).
A escola testemunha às pessoas a qualidade do desenvolvimento dos educandos e cada
um de nós aceita esse testemunho acatando certificados e diplomas escolares.
Sempre desejamos saber se o profissional que utilizamos é formado e como é
formado. Esse testemunho é dado pela escola.
Assim sendo, a avaliação da
aprendizagem escolar auxilia o educador e o educando na sua viagem comum de
crescimento, e a escola na sua responsabilidade social. Educador e educando,
aliados, constroem a aprendizagem, testemunhando-a a escola, e esta à
sociedade. A avaliação da aprendizagem neste contexto é um ato amoroso, na
medida em que inclui o educando no seu curso de aprendizagem, cada vez com
qualidade mais satisfatória, assim como na medida em que o inclui entre os
bem-sucedidos, devido ao fato de que esse sucesso foi construído ao longo do
processo de ensino aprendizagem (o sucesso não vem de graça). A construção,
para efetivamente ser construção, necessita incluir, seja do ponto de vista
individual, integrando a aprendizagem e o desenvolvimento do educando, seja do
ponto de vista coletivo, integrando o educando num grupo de iguais, o todo da
sociedade.
A
Avaliação da Aprendizagem, deve ser feita, de forma a diagnosticar os
conhecimentos prévios dos alunos, para nortear o planejamento das aulas, pelo
professor. É imprescindível a Avaliação Formativa, para a verificação do nível
de aprendizagem dos estudantes e a possível reformulação das metodologias
usadas nas aulas. De acordo com os PCNs, a avaliação não é feita apenas para o
aluno, mas para o professor analisar seu trabalho, lembrando que fracasso escolar,
sugere ensino de pouca qualidade.
O ato de avaliar, por sua
constituição mesma, não se destina a um julgamento “definitivo” sobre alguma
coisa, pessoa ou situação, pois que não é um ato seletivo. A avaliação se
destina ao diagnóstico e, por isso mesmo, à inclusão; destina-se à melhoria do
ciclo de vida. Deste modo, por si, é um ato amoroso. Infelizmente, por nossas
experiências histórico-sociais e pessoais, temos dificuldades em assim
compreendê-la e praticá-la. Mas fica o convite a todos nós. É uma meta a ser
trabalhada, que, com o tempo, se transformará em realidade, por meio de nossa
ação. Somos responsáveis por esse processo.
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