O flâneur
é ser que observa o mundo que o cerca de maneira real e descritiva, levando a
vida para cada lugar que vê. O flâneur descreve as cidades, as ruas, os becos,
o externo. Desvincula-se do particular, recrimina o privado, de forma a ver a
rua como lar, refúgio e abrigo. Este sentimento flaneuriano reflete a
necessidade de segurança do indivíduo, a necessidade de identificação dele para
com a sociedade. A rua é seu lar, seu mundo. Ali nada é estranho ou prejudicial.
Na rua se sente confortável e protegido. O flâneur do século XIX representou a
angústia da Revolução Industrial.
Mesmo que não habitante constante da rua, o indivíduo flâneur utiliza sua
janela (caminho livre para o externo) para fazer sua observação e seu retrato.
O flâneur é um fotógrafo. Porém além de imagens, ele registra idéias,
sentimentos e atitudes. Descreve tudo com perfeição e carinho. Ama o mundo
exterior e dele faz seu ideal profissional e emocional.
Baudelaire foi o precursor deste sentimento, foi ele quem abriu as portas e as
janelas da rua para o leitor. Foi ele quem expandiu sua idéia, tão próxima da
realidade, aos diversos flaneures ocultos pelo mundo. Esse sentimento observado
é tão real e tão forte que caminhou pelo tempo e até os dias atuais, deixando
um rasto perceptível em cada época da literatura.
Resumindo, flâneur vem do francês e tem o significado de "vagabundo",
"vadio", " preguiçoso", que por sua vez vem do verbo
francês flâner, que significa "para passear". Charles Baudelaire desenvolveu
um significado para flâneur de "uma pessoa que anda pela cidade a fim de
experimentá-la".
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