Paulo César Gomes é professor, escritor e pesquisador serratalhadense
Passados pouco mais de um ano da posse do prefeito Luciano Duque (PT), muito pouco se viu da cara da nova gestão. Apesar da distância existente entre o atual prefeito e o ex-prefeito, a influência de Carlos Evandro (PSB) ainda é muito nítida, não só nas fachadas dos prédios públicos, mas principalmente pela presença de nomes que atuaram nos oito anos de seu governo entre os principais interlocutores do prefeito petista.
Essa falta de “identidade administrativa” vem causando sério desgaste não só ao gestor, como também a todo o secretariado. Isso se reflete no fato de que oito secretários já foram demitidos nos últimos 14 meses – uma média de quase um secretário a cada dois meses – se esse ritmo for seguindo até o fim do mandato ainda teremos 17 “degolas” pela frente.
Vale lembrar que o prefeito declarou após a eleição, em 2012, que iria montar um secretariado com perfil técnico e as saídas estariam ligadas ao não cumprimento de metas. No entanto, os fatos comprovam o contrário, pois assim como alguns secretários foram nomeados obedecendo a critérios políticos, outros caíram seguindo a esteira desses mesmos critérios.
Outro elemento que demonstra a falta de identidade é o fato que a maioria das secretarias que foram criadas para acomodar aliados ainda não vingaram. É bem verdade que têm delas que não possui a mínima estrutura, nem pessoal, nem material, muito menos pessoal para funcionar, apesar de que foram nomeados cerca de sete secretários executivos para auxiliar e torna o trabalho das secretarias mais dinâmico e eficiente.
Apesar disso, é importante ressaltar que alguns secretários estão trabalhando na base da criatividade, isso em função da “herança maldita” deixada pelo prefeito Carlos Evandro e pelo “inchaço” da máquina administrativa. Diante disso é preciso refletir sobre os caminhos que a gestão do PT em Serra Talhada deve seguir, que entre outras coisas, passar pela necessidade de se criar uma identidade, uma marca e um estilo administrativo.
Um modelo menos burocrático e centralizador e que dê mais autonomia aos secretários seria uma solução. Sem contar que é preciso tornar a máquina mais leve e funcional. Dá para fazer mais e melhor! Mas para isso é preciso quebrar as “algemas” existentes no interior da prefeitura. É necessário que se tome decisões políticas ousadas, com consistência e coerência. Do contrário, a gestão petista passará mais um ano batendo cabeça e andando em círculos.
Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!
Publicado no Portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 09 de fevereiro de 2014.
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