Hitler nasceu na
Áustria e pretendia ser pintor. Mas, por duas vezes, foi reprovado nos exames
para ingresso na Academia de Viena. Após a morte dos pais, vivia como um
mendingo, pernoitando em albergues e tentando viver dos cartões postais que
pintava.
Quando começou a
guerra, incorporou-se em um regimento alemão. Participou com bravura, foi
ferido duas vezes e condecorado com a Cruz de Ferro. Mas a derrota o abalou profundamente.
Ele era
extremamente nacionalista. Opunha-se aos judeus, num anti-semitismo cujas
origens são difíceis de serem explicadas. Via nos judeus um fator de corrupção
do povo alemão. Cristo e Marx, dois judeus, pregavam a igualdade entre os
homens e a resignação, idéias que Hitler considerava nocivas ao povo alemão.
Daí, surgiu sua doutrina racista, segundo a qual os homens eram desiguais por
natureza. A raça superior era a dos arianos (germânicos), altos e alourados. Na
Alemanha, eles existiam em estado puro, sendo, pois, a raça sob a humilhação do
Tratado de Versalhes. O povo alemão deveria agrupar-se em um único estado: A
Grande Alemanha, que reuniria todas as populações germânicas.
Desprezava os
povos latinos e principalmente os eslavos, os quais julgava que deveriam ser
reduzidos à escravidão, dominados pelos germânicos. A pureza da raça ariana
deveria ser defendida através da impiedosa perseguição aos judeus.
A partir dessas
idéias de Hitler, surgiu o Nazismo, um regime totalitário e militarista que se
baseava numa mística heróica de regeneração nacional. Apoia-se no campesinato e
não tem a estrutura corporativista do fascismo.
O fracasso na
primeira tentativa de tomada do poder
Após a organização
do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazista), Hitler
percorreu a Alemanha para divulgá-lo e conseguir mais adeptos. As reuniões do
partido eram feitas com alguns rituais, como numerosas paradas, ataques
violentos aos socialistas, além dos uniformes.
Foi fundado também
um jornal partidário. Vários adeptos foram recrutados entre desempregados.
Alguns intelectuais também se filiaram.
Com a crise de
1923, Hitler organizou uma manifestação militar para tomar o poder. Numa
concentração em Munique, avisou que uma revolução nacional começara; mas o povo
não o seguiu. Após um conflito com a polícia, Hitler foi preso e o Partido
Nazista começou um declínio contínuo, até que, em 1929, havia menos de 120.000
membros.
A crise econômica
e a tomada do poder
Após as
dificuldades econômicas dos primeiros anos pós-guerra, até 1924 a economia
alemã havia recuperado seu equilíbrio, graças aos investimentos vindos do
estrangeiro (principalmente dos Estados Unidos). De 1930 em diante, porém, os
capitalistas estrangeiros começaram a retirar seus empréstimos. A inflação
recomeçou e a crise econômica também. A produção do país entrou em declínio.
A miséria da
população permitiu a ascensão política do Partido Nazista, bem como do partido
Comunista. Nas eleições de 1930, essa tendência se manifestou claramente. Os
nazistas elegeram 107 deputados e os comunistas 77, em detrimento dos partidos
liberais.
Em 1932, terminava
o período presidencial de Hindenburg; ele se candidatou novamente, tendo Hitler
como adversário. Foram necessárias duas eleições para decidir o pleito. Hitler
perdeu, mas obtivera um considerável número de votos.
O cargo de
primeiro-ministro foi confiado a von Papen. Sua grande dificuldade era o
progresso dos nazistas. Estes aumentaram o número de deputados no Parlamento
nas eleições seguintes. Hindenburg recebeu poderes excepcionais e chamou Hitler
para a vice-chancelaria, mas o chefe nazista não aceitou.
O Reichstag
(Assembléia Nacional) foi dissolvido e novas eleições realizadas. Os nazistas
perderam várias cadeiras, mas o problema continuou, pois não era possível
governar sem os nazistas ou contra eles.
Hindenburg
substituiu Von Papen por um general de tendências socialistas, esperando ganhar
mais apoio popular. Mas o próprio Von Papen convenceu o presidente a chamar
Hitler para o poder, esperando assim poder controlá-lo melhor. No dia 30 de
janeiro de 1933, Hitler assumiu a chancelaria, com Von Papen como
vice-chanceler.
Da chegada ao
poder até o estabelecimento da ditadura foi um passo rápido. Hitler formou um
governo de coalizão direitista, incluindo os nazistas, nacionalistas,
independentes e católicos. Em 27 de fevereiro promoveu o incêndio do Reichstag,
atribuindo-o aos comunistas, como pretexto para decretar o fechamento da
imprensa, a suspensão das atividades dos partidos de esquerda e o estado de
emergência. Em 5 de Março do mesmo ano conseguiu a vitória nas eleições para o
Reichstag com ampla maioria dos votos, usando todos os meios lícitos e ilícitos
para chegar a este resultado.
O novo Reichstag eleito
deu a Hitler plenos poderes. As cores da República foram substituídas por uma
bandeira vermelha com a cruz gamada em negro e branco, símbolo do Partido
Nazista. Todos os partidos, com exceção do nazista, foram dissolvidos e
proibidos de se reorganizar. Hitler tornou-se o condutor, o guia e chefe.
Quando morreu
Hindenburg em 1934, não foi eleito outro presidente. Hitler acumulou as funções
de chanceler e chefe de Estado. Um plebiscito confirmou esta decisão com cerca
de 90% dos votos a favor.
Estava legalizado
o tolitarismo na Alemanha. Como Mussolini na Itália, Hitler detinha agora o
poder absoluto em seu país.
Com a ascensão de
Hitler ao poder, o anti-semitismo e os atos de violência contra judeus se
tornaram política de estado. Em abril de 1933 os judeus foram proibidos de
praticar a medicina e a advocacia e de ocupar cargos públicos. Em 1935 judeus e
demais minorias de sangue não-germânico foram privados de direitos
constitucionais e proibidos de casar-se ou manter relações extramatrimoniais
com cidadãos alemães ou de sangue ariano. Em 1936 foi criado o Serviço para a
Solução do Problema Judeu, sob a supervisão das SS, que se dedicava à
exterminação sistemática dos judeus por meio da deportação para guetos ou
campos de concentração. Durante a Segunda Guerra, foram estabelecidos na
Polônia ocupada os campos de extermínio em massa. Cerca de 6 milhões de judeus
foram executados.
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