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domingo, 27 de novembro de 2011

A cidade provinciana e os sete pecados capitais

Por Paulo César Gomes, escritor e professor serra-talhadense

Os sete pecados capitais são atitudes humanas contrárias às leis divinas. Foram definidos pela Igreja Católica, no final do século VI, durante o papado de Gregório Magno. São eles: Luxúria, Gula, Avareza, Ira, Soberba, Vaidade e Preguiça. Na Cidade Provinciana os pecados são considerados em outra escala, porém, com a mesma intensidade e importância dos já conhecidos mundialmente. No universo provinciano os pecados são considerados a partir da sua origem, ou seja, pelos objetivos propostos e não cumpridos. Alguns exemplos estão abaixo relacionados.

1- A Capital do Xaxado – Como podemos ostentar esse título se nada é feito pelos poderes públicos no sentido de valorizar ou no mínimo estimular a prática dessa dança. As atividades que são promovidas são por iniciativas particulares ou com fins coletivos, como as que são realizadas pela Fundação Cultural Cabras de Lampião e os pontos de cultura.

2- A cidade em desenvolvimento – No que se refere à iniciativa privada isso é uma grande verdade, mas nos que diz respeito ao público é uma grande falácia. Basta observarmos as nossas ruas e praças, que em sua maioria são acanhadas, sem planejamento, e o pior sem arborização. Nossas ruas são verdadeiras vielas, não estão preparadas para o futuro e a modernização.

3- O progresso com a barragem de Serrinha – Essa foi uma obra que durou quase 50 anos para ser concluída, e aguardada com muita ansiedade, mas que na prática não cumpri como o seu objetivo. Nenhum projeto de irrigação ou de plantio de cultura adaptadas ao semi-árido são desenvolvidas, mesmo a cidade sendo sede de uma unidade da Universidade Federal de Rural de Pernambuco.

4- A revolução da educação – Mesmo a cidade possuindo várias universidades, faculdades e cursos técnicos, nossas notas de avaliação em caráter nacional ainda são pífias, isso prova que precisamos investir mais no ensino básico e valorizarmos os nossos professores que ensinam aos alunos do ensino infantil.

5- O berço de grandes artistas – A frase reflete o nosso potencial, uma cidade de grandes valores, artistas que são reconhecidos a nível nacional, mas que em âmbito local são desvalorizados e não recebe incentivos, uma realidade cruel, basta ver as nossas produções artísticas que têm caído nos últimos anos, não vemos grandes artistas surgindo. Isso se deve a falta de apoio, um exemplo é o fato de não termos um teatro, local que nos possibilitaria apreciarmos os nossos valorosos artistas.

6- A cidade do futuro – Como podemos falar em futuro se a construção do parque industrial, a reforma do terminal rodoviário, o centro de conversão é só um discurso político. A campanha pela ampliação do aeroporto surgiu em função da iniciativa de empresários da cidade e da região circunvizinha.

7- Um grande pólo médico – Essa é uma das maiores falácias da cidade provinciana, fala-se que somos o 5º ou 4º polo médico do estado de Pernambuco, o que seria motivo de orgulho, mas na verdade muitos provincianos morrem por circunstâncias aparentemente possíveis de ser resolvidas por um bom médico. Então se somos esse importante polo médico o que falta para a população pobre posso se servir desse importante serviço? Será a falta de um de plano de saúde? Ou que sabe se tiver muito dinheiro no bolso? As indagações são muitas, a começa pelo fato de que um helicóptero que estaria a serviço do HOSPAM em atendimentos de urgência e que nunca serviu a população carente.

Caso os provincianos queiram analisar como mais detalhes a realidade da nossa cidade, possivelmente encontraram vários e casos de pecados capitais em Serra Talhada, o que vai comprovar que somos, ainda que alguns políticos não queiram, uma CIDADE PROVINCIANA  onde se promete muito e se faz pouco.

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada em 27 de novembro de 2011.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Pernambuco não tem o direito de saber o nome do autor do “maior erro judicial da história do Brasil?” .

Por: Inaldo Sampaio


1- Seria cômico se não fosse trágico. A imprensa local e nacional noticiou nesta quarta-feira a morte, no Recife, do ex-detento Marcos Mariano da Silva, vítima, segundo o STJ, do “maior erro judicial da história do Brasil”.
2- Ele foi acusado de um crime que não cometeu e ficou 19 anos preso no presídio Aníbal Bruno.
3- Sua prisão ocorreu no Cabo de Santo Agostinho em 1976. Seis anos depois o autor do crime apareceu e ele foi solto. Mas em 1985 foi preso de novo porque a Polícia entendeu que ele era foragido da Justiça.
4- Depois da segunda prisão (injusta), Marcos Mariano perdeu a visão em consequência de estilhaços de uma bomba de gás lacrimogênio atirada no presídio por policiais para conter uma rebelião.
5- Solto novamente após 19 anos de cadeia, ele ajuizou uma ação contra o Estado pedindo indenização de R$ 2 milhões por danos morais e materiais.
6- Em 2009 lhe foi paga uma parte da indenização. Mas, para não pagar a outra parte, o Estado, através da Procuradoria, recorreu à Justiça.
7- Ontem, o Superior Tribunal de Justiça negou provimento ao recurso do Estado e mandou que fosse pago o resto da indenização.
8- Infelizmente, logo que soube da notícia de que ganhara a causa na Justiça, Marcos Mariano infartou e morreu.
9- É uma triste história de um erro judiciário que daria um livro ou mesmo um filme.
10- No entanto, como a democracia no Brasil é relativa, segundo as palavras do general Geisel, nenhum órgão de imprensa divulgou o nome do juiz que condenou um inocente e passar 19 anos na cadeia.
11- O Brasil tem o direito de saber o nome deste irresponsável até para que erros como este não mais de repitam no Judiciário brasileiro.
É isso aí.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O feudalismo na Cidade Provinciana

A realidade política de Serra Talhada pode ser comparada ao período feudal, onde cada feudo era controlado por um senhor. Na conjuntura atual verificamos que cada líder político busca se encastelar em uma “estrutura pública” para se beneficiar e puder conseguir alguns “benefícios políticos”. Alguns Senhores tentam garantir o seu feudo com unhas e dentes, nem que para isso tenham que trair a sua história e deletar as críticas feitas aos adversários. Para se garantir no poder alguns vendem a sua alma ao diabo!

Nessa prática política provinciana, os “Senhores Feudais” pouco se preocupam com a ética ou com a decência, para eles o importante é manter-se no poder, é como se o povo realmente não tivesse memória, ou melhor, fossem meros vassalos e servos. Para alguns em 2012 será realizada mais uma eleição, para outros é um ano para escolhermos o melhor para cidade, mas para os “Senhores Feudais” será mais uma possibilidade de aumentar a estrutura do seu feudo.

O interessante de processo é que todos os pré-candidatos se lançaram com base em projetos pessoais, e brigam agora para garantir o apoio dos “Senhores Feudais”, são eles que decidem os candidatos, são eles que abençoam, casam e assinam o divórcio político. Nessa história os eleitores são os últimos a serem consultados, ou quem sabe iludidos. Fica claro que para os Senhores, ou Coronéis como queiram, não importa engolir a História, as denuncias, as declarações, os processos judiciais, as acusações, é tudo natural. Para eles tudo têm um remédio, se aparece qualquer desconforto digestivo, eles usam um bom laxante, para manter a boa aparência, um super óleo de peroba.

Nossos políticos são verdadeiros camaleões, se adaptam facilmente ao ambiente, para tanto, já mataram “o azulão” e “o cabeça vermelho” para não criar controvérsias nos palanques e nos discursos. Quem agradece é a nossa fauna, que não irá mais servir de bandeira para tantos hipócritas e oportunistas! Os nossos “Senhores Feudais” devem ficar risonhos ao saber que a nossa FAFOPST é uma das piores do Brasil, ou que o nosso IDEB é dos piores da região do Pajeu. Porque para eles a educação não importante, o importante é o voto, nem que seja comprando, pois ele é quem vai garantir mais um mandato e o controle do feudo.

Alguém pode dizer que isso ocorre em todo o Brasil, o que é verdade, por isso é que o nosso IDH (Índice de Desenvolvimento Humano criado pela ONU) é inferior ao de vários países da América do Sul. Na verdade o Brasil ainda é um país colonial, e Serra Talhada uma Cidade Provinciana.

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada, em 21 de novembro de 2011.

domingo, 20 de novembro de 2011

Minhas ex-alunas estão dando show no Colégio Cognitivo!



Lançamento dos Livros Crônicas e Poesias e Contos e Cordéis

EXPOSIÇÃO LUA GONZAGA NO MUSEU DO CANGAÇO


CONVITE:
Gostaríamos de contar com sua presença na ABERTURA da Exposição LUA GONZAGA, em Homenagem ao Centenário de Luiz Gonzaga, promovida pelo SESC – PE e Memorial Luiz Gonzaga, que se realizará neste domingo, dia 20, às 19h30min, no MUSEU DO CANGAÇO, na Estação Ferroviária, em Serra Talhada, onde será servido um coquetel regional, com Forró Pé de Serra.
A Exposição LUA GONZAGA – em Homenagem ao Centenário de Luiz Gonzaga ficará no MUSEU DO CANGAÇO - no período de 20 de novembro à 20 de dezembro /2012.
ENTRADA GRATRUITA - Contamos com sua presença.

Realização
Memorial Luiz Gonzaga
SESC / PE.
Fundação Cultural Cabras de Lampião

Apoio

Prefeitura Municipal de Serra Talhada
Prefeitura da Cidade do Recife

Atenciosamente,

CLEONICE MARIA DOS SANTOS
Presidenta da Fundação Cultural Cabras de Lampião

terça-feira, 15 de novembro de 2011

RESENHA - MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

As busca de soluções para resolver conflitos é milenar e têm evoluídoconforme os processos sociais se desencadeiam. Nesse sentido, o desenvolvimento das práticas de mediação, conciliação e arbitragem, ocupam um espaço de destaque no cenário jurídico.

A mediação de conflitos tem sido apontada por alguns especialistas como uma alternativa para acelera a solução de casos que podem ser resolvidos pelas próprias partes, sem a interferência de um terceiro.

A bandeira da conciliação tem sido levantada por setores da esfera judicial e também por Organizações Não Governamentais, o que demonstra a legitimidade e a eficácia dessa forma de solucionar conflitos.

Iniciativa como a do Núcleo de Mediação e Cidadania (NMC) da Universidade Federal de Minas Gerais, um projeto do Programa de Pólos de Cidadania, vinculado à Faculdade de Direito da UFMG, têm conseguido resultados extremamente satisfatórios.

As mediações atende a vários setores da sociedade, desde conflitos familiares, a brigas de vizinhos. As reuniões ocorrem em ambientes organizados, autônomos e pacíficos.

Os Núcleos ou Câmaras de Conciliação, Mediação e Arbitragem enfrentam alguns obstáculos no sentido de convencer o cidadão da eficácia, porém, as pessoas que passaram por esse método de negociação aprovam essa prática

Fica claro que é necessário um trabalho intenso de divulgação e proliferação dessa prática, para que a sociedade se senta segura apara recorrer a essa forma de solucionar conflitos com frequência. Por outro lado, é importante destaque a ação dos vários órgãos públicos e ONGs que estão desencadeando esse processo por todo o Brasil.

As medições realizadas amenizaram as estantes de vários Fóruns pelo Brasil e também ajudaram a diminuir a violência corriqueira em situações de conflito. São os mediadores buscando fazer justiça de forma igualitária e pacifica.Prof. Paulo César Gomes - 3o. Período de Direito - FIS Serra Talhada, setembro de 2011.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Os verdadeiros “analfabetos políticos” da Cidade Provinciana


Por Paulo César Gomes

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.” Essa é a definição de Bertolt Brecht para o analfabeto político, mas para nós provinciano a melhor é a de Mário Quintana “ o verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê”, essa pode ser aplicada a alguns cidadãos provincianos.

Os nossos “analfabetos políticos” vivem gravitando em torno de algum coronel político, a proximidade é tanta que eles são os primeiros a levantarem as bandeiras, a colocarem os adesivos, a sentirem a dores dos seus líderes. É como se o seu político fosse uma divindade, um ser intocável.

Esse tipo de analfabeto é uma verdadeira epidemia na cidade provinciana, eles se movimentam com uma astucia invejável, adoram um boato, estão em todas as esquinas, bares e praças, vivem camuflados no mundo cibernético, proferindo verdadeiras pérolas filosóficas. É como se eles estivessem praticando a maior das ações em defesa dos ídolos políticos.

Alguém pode imaginar que alguém que não gosta de política é o verdadeiro analfabeto político, ou talvez que seja aquele que por situações adversas, não teve acesso a escola. Com certeza eles não são! Os maiores analfabetos são aqueles que vivem lambendo as botinas dos coronéis provincianos, são eles que ajudam a contaminar a população, praticando as piores aberrações políticas e aliciando os inocentes eleitores com propostas indecorosas.

O que move os nossos analfabetos não é a fome ou a miséria alheia, são simplesmente os seus interesses pessoais. Eles se espelham nas práticas dos coronéis, mais jamais serão coronéis, porque eles não passam de serviçais e garotos de recado. Não adiante criticar apenas os coronéis, é preciso denunciar toda a estrutura viciada que se forma em torno dos nossos politiqueiros. Não podemos jogar a responsabilidade naquele que nunca leu um jornal, porque nunca teve a oportunidade de ir a uma escola, naquele que não assisti TV, por que ele não tem uma em casa, ou naquele que não sabe o que uma cidade desenvolvida, porque nunca um político lhe mostrou como se administra uma cidade.

Poderíamos jogar a culpa pelos problemas da cidade provinciana na nossa juventude, que para a maioria é alienada, mas vivem desempregada, mas que quando aparece à oportunidade, ela está vinculada ao seu voto. Imagine a quantidade de alunos da zona rural que estão perdendo aulas há semanas porque falta transporte, talvez se estivéssemos em um ano eleitoral isso não aconteceria. Como podemos cobrar de alguém o voto consciente, se para ele é negado elementos sociais e culturais elementares, porém fundamentais na formação de um cidadão consciente.

Fica claro que os maiores responsáveis pelas mazelas sociais da cidade provinciana são os nossos políticos, mas é inegável que os nossos analfabetos políticos contribuem de forma decisiva para que uma parte da sociedade, em sua maioria excluída, seja manipulada, usada e desfavorecida na cidade provinciana.




Por que tanta perseguição ao MCC?

Caros amigos provincianos, está semana me deparei com a informação de que a oposição em Serra Talhada tinha acabado, confesso que fiquei pensativo tentando entender tal afirmação. Não questiono o título da notícia, pois a mesma faz parte de um mecanismo jornalístico, além disso, é bom frisar que vivemos em um país democrático no qual é permitida a liberdade expressão.

A minha reflexão parte do princípio de que em qualquer regime democrático sempre irão existir algumas divergências, ou seja, propostas formuladas por opositores e que não aceitas pelos que estão no poder. O fim da oposição municipal significa dizer que todos estão juntos com o prefeito Carlos Evandro, o que na verdade não acontece.

Na história recente da cidade provinciana todos os prefeitos se deparam com opositores, basta lembrar as gestões de Augusto César, Tião Oliveira, Geni Pereira e também a de Carlos Evandro. O problema não é forma com a oposição atua, intensa ou flexível, e sim os seus projetos e a postura a sua posição política.

Nos dias atuais se discuti a posição do MCC, uma proposta nova de oposição, pois além de criticar, se propõem a ser uma alternativa de poder no município. O movimento é novo, tem pouco mais de um ano, mas já é motivo de muitas criticas, em sua esmagadora maioria injustas, de setores políticos extremamente conservadores. Setores esses que sempre estiveram no poder e que não aceitam que novos projetos alternativos, independentes e coerentes surjam.

Tenho ouvido e lido verdadeiros besteiróis (os autores não são dignos de comentários) sobre o MCC, até parece que o movimento é responsável por todos os atos políticos realizados de forma desastrada na cidade provinciana. Os vocabulários usados são absurdos, coisa de gente da mente pequena, ou talvez orientada por uma força superior. A grande questão colocada é que existe uma ação orquestrada para desqualificar e desestabilizar o MCC, isso em função do movimento ser independe, não ser tutelado ou manipulado por algum coronel provinciano.

A postura do MCC incomoda, pois ela é firme, basta fazermos uma analise de que saiu do movimento, alguns por que o seu projeto político não foi contemplado ou por conflito de interesse pessoal. Não podemos negar que dentro do MCC existe contradição, fato peculiar a qualquer discussão política, o que não podemos é enterra o movimento, ele pode semear boas propostas que pode dar bons frutos, não podemos esquecer que vivemos em uma cidade governada e liderada por coronéis. A existência e a sobrevivência do MCC são fundamentais para a nossa democracia.

Enquanto as contradições, precisamos de mais um tempo para verificarmos as decisões e as opções de cada força política, para podermos fazermos um julgamento definitivo do MCC. Nesse caso só nos resta torcemos pelo sucesso das discussões no MCC, independe de qual seja, para que com o decorrer do tempo venhamos a entender que podemos fazer política transparente e legitima, sem dependermos dos coronéis e dos seus bajuladores.

Saudações provincianas e até a próxima.

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada-PE, em 14 de novembro de 2011.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

NOSSO BLOG CHEGA A MARCA DE MAIS DE 6.000 ACESSOS

O nosso BLOG chegou à expressiva marca de mais 6.000 acessos, um número impressionante. Aproveito o momento para agradecer a todos aqueles que diariamente visitam o nosso BLOG. A todos os amigos professores, alunos e parceiros internautas um forte abraço!


Prof. Paulo Cesar Gomes

sábado, 5 de novembro de 2011

O processo eleitoral de Serra Talhada em 3 atos: O circo, o pão, a fé e a ilusão na Cidade Provinciana

Por Paulo César Gomes, escritor e professor serra-talhadense


O circo, o pão, a fé e a ilusão na Cidade Provinciana (3º. Ato)



A Cidade Provinciana se prepara para mais um período eleitoral, que ironicamente poderia ser chamado de espetáculo circense, bastar fazermos uma retrospectiva e observarmos como se comportaram os nossos politiqueiros nos últimos anos. Há algum tempo atrás o nosso líder maior, adorado e idolatrado por seus seguidores, alguns o comparam a um Papa, pois domina como poucos a arte de fazer política, nos agraciou de forma honrosa com milhares de “pães”, e não satisfeito com tal ato, acrescentou “vinte reais” como recheio no pão. Esse foi um dos jeitos mais grandiosos realizado por essa santidade em favor do seu povo.

Nesse contexto espetáculo merece destaque aquele que adora festas, ou melhor, mega festas. Ele faz questão de dividir com todos os provincianos os seus gostos musicais e sua simpatia artística. Ele também é rodeado por uma centena de fiéis seguidores.

Nessa disputa de talentos não podemos esquecer da duplica dinâmica. Eles atuam em sintonia e conseguem fazer tudo em dobro, como por exemplo, duas festas de filiação, dupla campanha de marketing. Esses dois querem fazer mágica em 2012.

Diante desse quadro artístico, onde verificamos os variados talentos dos nossos políticos, percebemos também que não há em nossa cidade um lugar decente para apresentação dos nossos valorosos e guerreiros atores de teatro. Talvez seja mais importante gastar verdadeiras fortunas com “festas aleatórias” do que promover cultura popular de qualidade.

É lamentável que em nossa cidade não exista um Teatro. Será por que nossos políticos preferem viver em picadeiros? Ou será por que adoram praticar a política da Roma Antiga do “pão e circo”, onde as pessoas se empolgavam com as batalhas entre os gladiadores e comiam pão no intervalo das lutas, e dessa forma esqueciam dos graves problemas sociais que os cercavam e não se revoltavam contra os seus governantes.



Para alguns politiqueiros vencer é uma questão de honra, não importa os métodos usados para que ela aconteça, o que importante é vencer. Para isso estimulam o povo adorarem e a venerarem os seus nomes, como se eles estivessem além do bem e do mal. É como se a cada campanha o nosso sonho de uma cidade melhor renasce-se, partido desse desejo, muitos passam a imaginar que alguns políticos são santos e que logo após a eleição vão realizar verdadeiros milagres. Um milagre é certo, a multiplicação dos cargos de confiança na prefeitura.

Nesse jogo de poder onde fé e ilusão se mistura e alguns tentam compra a consciência do povo com pão recheado de dinheiro e mega festas, só têm um lado perdedor: o povoda cidade provinciana. Basta ver que o centro de convenção não existe nemem maquete, o parque industrial não passa de um conto folclórico e a usina de biodiesel é só mais uma “estória de trancoso”. O resultado dessa forma de fazer política, com muito espetáculo e pouca ação, pode ser resumido ao observarmos a paisagem que nos cerca, é só olhar a situação do rio Pajeu e do nosso cartão postal, a Serra Talhada, ambos encontram-se abandonados, maltratados, depredados, poluídos e esquecidos. Um retrato nu e cru da cidade provinciana!

Publicado no site Farol de Notícias no dia 05 de novembro de 2011

PISO SALARIAL DA ENFERMAGEM: ENFERMAGEM poderá ganhar novo direito no STF em estado; veja últimas notícias do PISO ENFERMAGEM

Do Jc Ne10 O   piso salarial da enfermagem   continua suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde a definição do ministro Luís Robert...