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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

OPINIÃO: Carlos Evandro provou que não ‘é cachorro morto’ em Serra Talhada

 Por Paulo César Gomes, professor e colunista do Farol

No início deste ano, o ex-prefeito Carlos Evandro (Avante), durante entrevista ao Programa Farol de Notícias, foi provocado pelo seu ex- seguidor e aliado, China Menezes, sobre sua inviabilidade política. Sem pensar duas vezes, Carlão respondeu: “Eu não sou cachorro morto!

O tempo passou e Carlos Evandro acabou tendo que se submeter a um procedimento cirúrgico, ao mesmo tempo, em que viu suas chances de concorrer, pela quarta vez a prefeitura de Serra Talhada, ser praticamente descartada após relatório do TCE, que o apontou como inelegível por oito anos.

Pois bem, eis que Carlão, mesmo em um processo de recuperação médica, chama pra si a responsabilidade, e indica para lhe suceder na disputa a sua esposa, a ex-primeira dama Socorro Brito (Avante).

A indicação de Socorro Brito para concorrer a prefeitura pela oposição embaralha a disputa eleitoral, e coloca ainda mais pimenta em uma campanha que já promete ser quente há bastante tempo.

Teremos então a disputa entre duas mulheres, que coincidentemente já ocuparam o cargo de secretária de saúde, e que vão defender com unhas e dentes os legados dos seus líderes. Márcia Conrado (PT), irá seguir na trilha do discurso de Luciano Duque (PT), e Socorro Brito, continuará levantando bandeira do seu esposo. Ou seja, o debate sobre que fez mais, Carlão ou Duque, continuará sendo o mote principal desta campanha.

No entanto, restará uma dúvida sobre como Luciano Duque irá debater com Socorro Brito, isso porque, é de domínio público que os dois não são se bicam. E se o “caldo” esquentar, muita coisa poderá vir à tona sobre os oito anos em que Luciano foi vice de Carlão e as explicações do por que os dois romperam,  após Duque assumir o cargo prefeito.

Outro detalhe que deverá chamar atenção é a forma como o grupo governista vai reagir ao discurso inflamando e critico da Dra. Eliana Oliveira (PSL), que fará dupla com Socorro Brito.

Duas coisas são certas. O protagonismo desta eleição será todo das mulheres e o debate vai ser bastante acalorado. E para encerrar, fica ai um lembrete ao nosso grande amigo e parceiro China Menezes, e as demais lideranças governistas: Carlão tinha razão, nessa eleição ele não é cachorro morto!

FOTO HISTÓRICA: Time do Estudantil Serratalhadense em 1950

Por Paulo César Gomes


A foto em destaque é o histórico time dos Estudantil Serratalhadense, com a sua formação no ano de 1950. O Estudantil foi um dos primeiros times amadores da cidade. Existem registros fotográficos do clube ainda nos anos de 1930.

A fotografia acima foi feita no antigo campo da Várzea, local onde em 1969 começou a ser erguido o estádio municipal Nildo Pereira de Menezes, “O Pereirão”.

Alguns detalhes chamam atenção, uma delas é que vários jogadores aparecem usando toca, outros são o fato do técnico e o massagistas usarem terno.

As curiosidades ficam em relação ao qual seria o medicamente secreto que o massagista guardava em sua maleta e porque um torcedor posou com uma espingarda.

Será que o objetivo de transitar com uma arma em torno do campo era intimidar o time adversário?

FOTO HISTÓRICA: Procissão de São Sebastião em Serra Talhada, durante a década de 1940

Por Paulo César Gomes



A imagem acima é de uma  procissão de São Sebastião, no final dos anos de 1940, em Serra Talhada. Observasse que uma multidão segue o andor com a imagem do santo, bem em frente a Igreja Matriz da Penha, o local ainda era na terra batida, isso porque, na época, a Praça Barão do Pajeú ainda não havia sido construída, fato que só ocorreu em 1951.

Atualmente uma imagem de São Sebastião, que pertence ao vereador Dedinha Ignácio, está visitando, desde abril, as casas de serra-talhadenses, de diferentes bairros e localidades do município.

Segunda a tradição católica, o santo é protetor contra doenças graves e epidemias. Nesse momento, vários fieis oram para que a pandemia do covid-19 chegue ao fim.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

OPINIÃO: Em Serra Talhada, a média de mortes de idosos é maior que a do Brasil

 Por Paulo César Gomes, Professor e colunista do Farol



Serra Talhada chegou a triste marca de 48 óbitos confirmados, na noite desta quarta-feira, 26. A triste marca impressiona por mostrar o grau de violência e tristeza que a doença vem marcando a vida de dezenas de famílias serra-talhadense. O vírus está matando mais que qualquer briga de família, ou até mesmo, do que em período de violência extrema, a exemplos do cangaço e do coronelismo.

Serra Talhada é hoje a segunda cidade em números de óbitos no sertão Pernambucano, ficando apenas atrás de Petrolina, com 69, e bem a frente de Arcoverde, 32; Araripina, 25; Salgueiro e Ipubi, 20. É bem verdade que as taxas de letalidade e mortalidade ainda são relativamente baixas e a cobertura de leitos hospitalares da rede pública e privada aumentou.

No entanto, um dado chama atenção, e faz a pandemia deixar o rastro de tristeza e dor em boa parte população. O alto índice de mortes de idosos é algo assustador e muito preocupante. Entre os 48 mortos, 87% eram idosos. É o mesmo que dizer que a cada de 10 mortes, 9 são de idosos.

A taxa de mortalidade no Brasil, até o dia 08 de agosto, era de 72,5%, ou seja, Serra Talhada está 10% a frente da média nacional. Diante disso fica uma questão importante para se debater: o que fazer para preservar a vida nossos idosos?

Segundo a Prefeitura Municipal, a maioria dos óbitos ocorreram porque as pessoas demoraram a ir buscar o atendimento médico. Essa é uma justificativa plausível. Outros acreditam que os procedimentos médicos envolvendo a entubação não estão salvando a vida dos idosos, mas essa é uma questão controversa porque não existe um estudo cientifico sobre o assunto.

O fato é que a cidade já está praticamente funcionando em todos os setores, inclusive com bares e restaurantes funcionado, e agora as quadras esportivas. Um único setor expressivo que não foi reaberto é o da educação presencial. Além do processo de reabertura, vale destacar que as pessoas que não usam máscaras não são multadas, mesmo que existe uma lei regulamentando a punição.

A bem da verdade, é que se a situação continuar assim e se algo não for feito urgentemente, mais idosos irão morrer. Filhos, netos e bisnetos irão continuar chorando a morte de entes queridos, amados e especiais. Tá na hora de protegermos aqueles que um dia nos protegeram!

 

A arquitetura de Serra Talhada

Memórias de Um Dia Especial, conto sobre um encontro de amor e amizade

VÍDEO HISTÓRICO:Recorde-se da cidade de Serra Talhada em 1987 (Imagens d...

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

FOTO HISTÓRICA: Zezé de João Lucas e sua estimada família

em A família Barros de ST e o garoto professor

Por Paulo César Gomes


A foto em destaque é da família de José Ribeiro de Barros , o popular Zezé de João Lucas, de sua esposa, Dona Terezinha, e dos seus filhos. Entre está Bita, já falecido (o segundo a esquerda), o primeiro a esquerda é Márcio Luiz, sentado com os braços cruzados. Márcio hoje é professor no Departamento de Minas, da UFPE.

José Ribeiro de Barros era filho do ex-prefeito de Serra Talhada, João Lucas de Barros. 


segunda-feira, 24 de agosto de 2020

FOTO HISTÓRICA: As Bodas de Ouro de um ex-prefeito de Serra Talhada Antônio Romão

Por Paulo César Gomes

O blog destaca um momento especial da família Romão junto a vários amigos em Serra Talhada. Trata-se das comemorações das Bodas de Ouro de Antônio Romão, o tio avô, do vereador Dedinha Ignácio.

A celebração ocorreu em 16 de março de 1966 e contou com a presença de várias pessoas que fizeram e fazem parte da história de Serra Talhada. Estavam presentes na ocasião:

João Inácio, Yolanda Romão, Nuca, Antônio Romão (paletó preto), Dona Santina, Dona Ninha, Zita, Pixuta Romão, Miguel Romão, Eunice esposa de Miguel Romão, Socorro Romão, Abelardo Romão, Lurdes Romão, Aristide Romão, Dona Bé com seu esposo Adeildo e as filhas Maninha e Cleidinha, Nena, Luís Andrelino e Dona Socorro Ignácio, mãe do ex-deputado Inocêncio Oliveira e do ex-prefeito Tião Oliveira.

Antônio Romão de Farias foi prefeito de Serra Talhada durante um curto período no ano de 1930. Depois, voltou a ocupar o cargo nos anos de 1936 e 1939. O ex-prefeito dá nome a uma importante avenida do bairro Bom Jesus.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

A história da fuga contada por Vilmar - Jornal do Commércio - 18.11.1975

Por Paulo César Gomes




A HISTÓRIA DA FUGA CONTADA POR VILMAR


Jornal do Commércio, 18 de novembro 1975.
“Quando soube, terça-feira, que o capitão Ferreira (capitão José Ferreira dos Anjos, que o capturou há 4 meses), ia embora de Serra Talhada, e depois de saber também que havia ameaças de mortes por parte de meus inimigos, procurei fugir. Fugi de meus inimigos, não fugi da justiça. Porque se eu quisesse ir embora de vez, eu não deixava minhas coisas e meus documentos dentro da cela, como deixei” – foram as primeiras palavras de “Vimar Gaia”, cabisbaixo, iluminado apenas à luz de faróis de três carros. Sua voz era baixa, calma, uma característica muito sua.
Ele relatou que, logo na terça-feira, ao saber da transferência do capitão Ferreira (que pelo modo humano como o vem tratando já se constituiu num dos seus melhores amigos), pensou em fugir. “Pedi uma chave de fenda para consertar o ventilador do meu quarto. Consegui distrair os soldados e fiquei com ela. Com auxilio de uma radiola (presenteada ao pistoleiro por uma moça que ainda não foi identificada), onde botei discos na altura máxima, de vez em quando ia ao banheiro, que tem uma parede protetora e começava a cavar devagarinho”.
Foi um trabalho paciente, deslocando a areia que fica entre os tijolos, até que eles ficaram soltos e puderam ser removido à mão na madrugada, ele tinha concluído o paciente trabalho e passado pela abertura que fizera na parede de 30 centímetros de espessura. Do outro Aldo, um carro não identificado levou-o para uma fazenda, na localidade de Altinho, a 39 quilômetros de Serra Talhada.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

VÍDEOS E FOTO HISTÓRICA: O traçado arquitetônico e as lembranças da primeira versão da Praça Sérg...




Por Paulo César Gomes



O blog resgata uma foto histórica da Praça Sérgio Magalhães no ano de 1954. A praça nessa formato foi idealizada entre anos de 1944 e 1945, em 1946 ela já estava pronta.

Somente em 1951 foi inaugurada a Praça Barão do Pajeú. Essa versão da Sérgio Magalhães durou até 1969, quando ela foi reformada pela primeira vez. A segunda reforma aconteceu em 2019.Os cidadãos mais observadores encontram muitas semelhanças entre a atual versão da praça e a da fotografia de 1954.

Além do movimento das pessoas e a presença de veículos, chamam a atenção a existência de dois pequenos obeliscos e o primeiro coreto, bem com ausência do bar abrigo. Ou seja, algumas alterações foram feitas na praça ao longo dos anos 50 e 60.

Caso queira ver mais imagens da antiga Sérgio Magalhães, acessa o nosso canal no You Tube e veja o vídeo com imagens da praça e da cidade Serra Talhada.   

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Modelo de Projeto de Pesquisa para seleção de Mestrado

 

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA

 

 

 

 

 

 

 

AUTOR

 

 

 

 

ESCRAVIDÃO EM MUNICÍPIO: UMA PESQUISA HISTÓRICA SOBRE AS PRÁTICAS COTIDIANAS DOS ESCRAVOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CIDADE - UF

 MÊS ANO - ANO

                                                  

 

 

 

AUTOR

 

 

 

 

 

 

 

ESCRAVIDÃO EM MUNICÍPIO: HISTÓRICO SOBRE OS ESCRAVOS

 

Projeto de Pesquisa apresentado ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade, no ingresso a linha de pesquisa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CIDADE - UF

 MÊS - ANO

 

INTRODUÇÃO

 

Falar sobre o sistema de escravidão no Brasil não é uma tarefa fácil, pois além de ser um tema que machuca o fundo da alma dos seres humanos, em especial a população negra, temos de enfrentar também críticas acerca dessa temática, pois para alguns estudiosos o assunto já foi bastante dissecado, e que tudo sobre escravidão já foi dito em vários trabalhos acadêmicos. Porém, ainda existem aqueles que acreditam que possível explorar ainda esse tema histórico, sendo assim, pretendemos insistir que a história da escravidão ainda percorrerá um longo caminho e terá uma longa duração no que se referi a buscar novos espaços que comprovem a permanência desse lugar dentro da historiografia brasileira da escravidão.

Uma prova da relevância do tema a existência de uma gama de pesquisadores que estão preocupados com a cultura do nosso país, em especial a cultura afro brasileira e indígena. E, quando se fala da pesquisa sobre escravidão, aumenta as expectativas de buscarmos novas formas de trabalhar essa temática, passando assim a analisarmos as práticas de cotidianas nos diferentes lugares onde ocorreu o regime de escravidão no Brasil.

Pensamos estudar a história da escravidão em MUNICÍPIO, salientando que a cidade surgiu como Fazenda MUNICÍPIO em meados do século XVIII e que pertencente à vila de Pajeu das CIDADE VIZINHA - PE, no entanto, quando foi elevada a categoria de vila, ainda durante o século XIX, passou a ser chamanda de CIDADE , nome que continuou com a emancipação política em 1851. Somente em 1939 voltou a ser chamada de MUNICÍPIO.

O século XIX foi um período em que em CIDADE passou por um processo de desenvolvimento urbanístico resultante de sua posição estratégica para época, já que era a principal via de acesso de que ia do sertão de ESTADO PRINCIPAL para a capital ou para outro estado a vila também era ponto de parada para quem pretendia ir para os estados vizinhos. Nesta vila, desenvolveu-se uma sociedade, cuja principal mão de obra era a escrava. A economia estava ligada à agricultura e ao trabalho do negro no campo e nas mais diversas formas de ofício nos espaços urbanos. A riqueza material dos mais abastados estava concentrada nos bens semoventes, mas os escravos não eram apenas mercadorias ou bens, eles tinham suas próprias práticas de relacionamentos com seus senhores para se favorecerem de diversas formas e nos mais diversos ofícios que exerciam.

 

JUSTIFICATIVA

Nosso trabalho de pesquisa justifica-se pela relevância em estudar a formação da população e desenvolvimento de MUNICÍPIO, antiga CIDADE, marcada pela história de seres humanos, em especial da raça negra, que foram escravizados e trazidos à força ou que chegaram a esse lugar foragidos de outras regiões.

            Os negros que aqui chegaram se espalharam pela vasta região, indo trabalhar nas fazendas em diferentes ofícios, tornando-se, em muitos casos, vaqueiros ou até mesmo trabalhando nos serviços domésticos. A escravidão em CIDADE pode ser estudada a partir das diversas práticas cotidianas e do uso da mão de obra cativa.

Apesar de diversos trabalhos acadêmicos feitos sobre a escravidão, estamos diante de mais uma proposta de dissertação que virá preencher uma lacuna bibliográfica de grande viabilidade pelo fato de que a cidade pesquisada foi um lugar que teve uma forte influência da escravidão e as pesquisas científicas direcionadas a esse tema em MUNICÍPIO é quase desconhecida da sociedade. Portanto, este trabalho será de grande importância para o campo da historiografia da escravidão em geral.

Mesmo não existindo maiores informações sobre a escravidão em CIDADE , é possível verificar através da obra de HISTÓRIADOR LOCAL que existiu de fato escravidão na região, segundo ele “os fazendeiros deste município compravam pretos africanos para utilizarem como escravos” (HISTÓRIADOR LOCAL, p.110) ele faz uma ressalva que “os escravos viviam e regime de liberdade relativa” e “o trabalho escravo não se revestia da crueldade levada a efeito na zona da cana-de-açúcar” (HISTÓRIADOR LOCAL, p.109).

O local mais provavelmente para refugio após as fuga era o Quilombo de Livramento, que fica localizado na atual cidade serrana , situado no Planalto da Borborema, na divisa entre ESTADO PRINCIPALe Paraíba, próximo ao Pico do Papagaio, a 1.360 m de altitude. Segundo a Professora Janine Primo Carvalho de Meneses o quilombo foi fundado pelo negro Semba nos fins do século XVI.

Outra dado que pode comprovar a suposta falta de registros de atos de violência é fato de que “o único pelourinho, instalado na região do Pajeú estava localizado na vizinha vila de Pajeú das CIDADE VIZINHA”. (Neto, 2004)

Era mister cuidar bem da cavalaria que devia estar sempre pronta na hora de segurar a cauda do barbatão. A ordenha das vacas era também obrigação dos escravos.” (HISTÓRIADOR LOCAL, 2001)

As propriedades menores mantinham quase sempre uma ou duas escravas para o serviço doméstico e na busca de água em barreiros e açudes. Segundo HISTORIADOR LOCAL a água era transportada em potes de barro para ficar de em quarentena por 12 horas para decantar impurezas e bactérias.  Além disso, as cativas se dedicavam a atividades artesanais como, por exemplo: fabricação de objetos de barro, como o pote, panelas, e outros, bordando as roupas das sinhazinhas e no “serviço de fiação manual de algodão descaroçando a unha para a produção da matéria prima (fio) destinado à confecção de redes e cobertas, inclusive também de tangas para vestir escravos” (HISTORIADOR LOCAL, 2001, p. 109).

No que se refere à religião é possível dizer que os cultos em templos católicos começaram a ser praticados entre os anos 1853/1854, quando a padroeira de Nossa foi transferida para uma nova capela. O antigo templo, que foi construído pelos escravos, foi destinado ao Rosário. De esta forma os escravos poderam participar de atos religiosos e receber sacramento. (HISTORIADOR LOCAL, 2001).

  Não podemos deixar de refletir o que vem ocorrendo nas últimas décadas sobre as transformações nos estudos que tomam a cidade como objeto num dos campos mais importantes da historiografia brasileira moderna, com a experiência em torno do urbano que tem adquirido várias configurações, tornando a cidade como símbolo de modernidade nos diferentes aspectos, como equipamentos modernos, as mudanças de hábitos e costumes, as reformas urbanas e segregação dos espaços; cidade do imaginário; a cidade moderna como objeto de história, séculos XIX e XX; os urbanistas e os saberes sobre o urbano; as reformas urbanas no discurso higienista; a cidade sobre a ótica das “maquinarias do conforto”; visões do urbano na literatura, crônica, cinema, etc.; em especial a cidade como palco de lutas de classes; a cidade disciplinadora de corpos e de mentes, etc.

Apesar de toda uma gama de experiência em torno do urbano e tendo em vista que foram adquiridas as diversas configurações, como destaca Luciano Mendonça, “pouca atenção tem se dado ao destino dos africanos e seus descendentes em seu espaço em termos de práticas sociais e culturais”. Em outras palavras, ele cita a cidade vista a partir de um recorte étnico-racial. Durante o período em que estudamos a “cidade negra no Brasil” estabeleceu-se um dialogo entre a historiografia da escravidão e da experiência negra no país com a historiografia das cidades visando assim ampliar o horizonte de interpretação sobre a temática.

A importância e confiabilidade nesta justificativa, é que para este projeto ser elaborado, tivemos a preocupação de conhecer primeiro o que estamos propondo, tendo acesso assim a uma variedade de fontes bastante satisfatórias e confiáveis.

                                                          

 

OBJETIVOS:

 

OBJETIVO GERAL

 

Analisar a história de MUNICÍPIO no século XIX, a partir das relações escravistas na vida cotidiana nas diferentes formas de reagir e de convivência com seus senhores.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

Compreender a vida cotidiana em MUNICÍPIO, antiga CIDADE,  frente às relações escravistas em termos sociais, políticas e econômicas no século XIX;

Entender as relações de trabalho e vida cotidiana dos escravos na cidade e no mundo rural e suas diversas formas de ofício;

Fazer uma abordagem de estudos sobre a vida cotidiana e as práticas religiosas dos cativos da CIDADE no XIX.

 

 

 

 DISCUSSÃO TEÓRICA E HISTORIOGRÁFICA

 

Entre os autores teóricos que darão sustentação a nossa dissertação, destacamos E. P. Thompson que coloca os homens na condição de sujeitos e históricos. Para ele, são as ações humanas que explicam as configurações históricas, eliminando assim o determinismo. Pelo fato dos homens serem as criaturas históricas e que eles são os construtores das condições em que atuam, mas também são condicionados por elas a partir das relações estabelecidas no âmbito social entre indivíduos e grupos, levando a tensão dialética entre liberdade e determinação, estrutura e processo, cujas relações têm múltiplas dimensões, tais como: politicas, morais, econômicas, culturais, jurídicas etc., se relacionando assim de maneiras particulares e dentro de campos de possibilidades determinadas sem espécies sobre determinações. (Thompson, 1998)

 Precisamos também nos afirmar na utilização da teoria do paradigma indiciário, esse trata de formas de saber tendencialmente mudas no sentido de que suas regras não se prestam a ser formalizadas nem ditas. Ninguém aprende o ofício de conhecedor ou de diagnosticador, limitando-se a por em prática regras preexistentes. Nesse sentido, esse tipo de conhecimento entra em jogo elementos imponderáveis: “faro, golpe de vista, intuição”. (Ginzburg, 1989, p.179)

Esse mesmo historiador e teórico italiano defende o uso do paradigma indiciário nas ciências humanas porque consiste na interpretação dos fatos a partir de partes que o constituem, ou seja, interpreta os fatos com o auxílio de indícios ou sinais que permitem decifrar uma verdade quase sem percepção. Eleonora Félix da Silva utiliza-se desse paradigma para afirmar que “o conhecimento histórico é indireto, indiciário, conjectural”, porque analisa os componentes de uma sociedade, baseados em indícios e sinais que permitem decifrar uma verdade histórica.

Outros autores a serem introduzidos na pesquisa são o serra-talhadense HISTÓRIADOR LOCAL, o historiador é autor de uma obra importante para o desenvolvimento de trabalho, o livro “MUNICÍPIO. 250 anos de história. 150 anos de Emancipação política”. Também serão introduzidos na pesquisa os elementos apresentados nas pesquisas de dois pesquisadores possuem trabalhos publicados sobre a escravidão negra no sertão de Pernambuco.

Luciano Mendonça é um historiador que está diretamente ligado a nossa pesquisa, devido suas teses estarem direcionadas para a mesma questão. É um convite que o autor faz, incentivando a novos pesquisadores aderirem à causa. O mesmo começou sua pesquisa sobre os cativos no Planalto da Borborema em Campina Grande como se estivesse fazendo um convite aos estudantes acadêmicos dessa importante região do interior do Nordeste brasileiro. Na formulação do nosso trabalho, pretendemos dialogar com esse autor em muitos aspectos, como por exemplo, as praticas religiosas, os roubos de animais, as frentes de trabalho abertas nas últimas décadas do século XIX, que coincidem com trechos discorridos em sua pesquisa, em especial a Revolta do Quebra Quilos e os Cativos da Rainha da Borborema no século XIX, que será de fundamental importância fazermos alguns contrapontos, cujo epicentro desta discursão será formalizado em torno da documentação, que consequentemente estamos encontrando e que interessa não só a escravidão em MUNICÍPIO, mas também as CIDADES VIZINHAS, devido à aproximação geográfica dessas cidades e de suas diferenciações nos campos da história política, econômica, social, cultural e material, mas que se aproximam também quando passamos a analisar o território como um lugar de escravidão e de resistência cotidiana.

 

FONTES E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

 

O procedimento metodológico a ser utilizado no nosso trabalho se dará de acordo com a bibliografia dos historiadores sociais citados neste projeto e será acompanhado de uma documentação que parte de diferentes lugares construídos no decorrer do século XIX, cuja parte desses arquivos já localizados e encontram-se em CIDADE VIZINHA, cidade a qual CIDADE pertenceu até 1851, e em Afogados da Ingazeira, sede da diocese a qual as paróquias existentes em MUNICÍPIO, as de IGREJAS QUE pertencem. Também serão verificados os inventários que se encontram arquivados no Instituto Arqueológico. Com os documentos que daremos ênfase na pesquisa que são os cartoriais, eclesiásticos e judiciais onde parte desses documentos nunca foi utilizada em pesquisas anteriores. Portanto, boa parte da documentação que iremos analisar será utilizada pela primeira vez, como afirmam os funcionários desses órgãos os quais já visitamos.

  Para estudar a história da escravidão em CIDADE, de acordo com as condições propostas neste projeto, temos feito um mapeamento da documentação nos órgãos públicos municipais e estaduais na cidade, e servirão como prova para argumentarmos sobre a importância deste trabalho, entre eles citamos os documentos cartoriais, eclesiásticos e processos judiciais bastante diversificados, pelo fato desses arquivos serem poucos e de que quase nunca tinham sido procurados, fez com que alguns encontrem-se em avançado estágio de deterioração, sendo que de alguns volumes que estão bastante danificados pelo tempo, mas ainda com condição de serem recuperados, principalmente os documentos cartoriais e judiciais da primeira metade do século XIX sobre escravidão.

Os documentos estão lá a nossa espera, precisamos utilizá-los a partir de vários estudos, fazendo uso das mais diversas artimanhas para fazê-los falar.

Os testamentos, preciosos registros que nos ajudam a compreender sobre as crenças e visões de mundo do homem no passado avalia também o interesse do individuo em exercer a caridade às suas últimas vontades, com auxilio aos filhos, escravos, sobre várias alegações.

Os processos criminais e cíveis são fontes que dão voz a todos os seguimentos sociais, inclusive do escravo ao senhor.

Nos arquivos cartoriais da cidade de CIDADE VIZINHA também existe um bom acervo de documentos dos séculos XIX e XX, mas partes deles já foram recolhidas pelo Estado. A outra parte ainda se encontra nas prateleiras dos cartórios locais, intocáveis pelos pesquisadores da escravidão, cujos livros encontrados e que iremos continuar a encontrar são os de notas diversas, registros de negócios como compra e venda de propriedades e de cativos, registros de procuração de cartas de alforrias e outros.

Buscaremos encontrar e visitar outras fontes como centro de pesquisa, museus, órgãos de pesquisas, revistas e jornais especializados na historiografia da escravidão etc., além do uso das fontes orais que servirão como suporte na nossa pesquisa.   

 

 

 

 

 

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

ATIVIDADES / PERÍODO

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ   20

Revisão de Literatura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cursos de Disciplinas Acadêmicas

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

 Pesquisa de Campo

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Analise dados

 

 

 

X

X

X

X

X

X

X

Construção da dissertação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deposito da dissertação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Defesa da disertação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ATIVIDADES / PERÍODO

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Cursos de Disciplinas Acadêmicas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Deposito da dissertação

 

 

 

 

 

 

 

 

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Defesa da disertação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

        QUESTÕES DISSERTATIVAS DE SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA QUESTÃO 1 :  João fez um testamento para deixar um dos seus 10 imóveis para seu gra...