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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

NO DIA NACIONAL DO LIVRO SERRA TALHADA COMEMORA O APOGEU DO LIXO CULTURAL

Por Paulo César Gomes, professor, escritor e pesquisador serra-talhadense

O uso da escrita é um das mais marcantes avanços do homem civilizado. É a partir dessa iniciativa que a humanidade começa a contar e a registar a sua história de forma mais compreensível. Ao longo dos séculos, homens e mulheres, relataram através da escrita suas angústias, sonhos e realizações. Parte desse material acabou sendo registrado em páginas de livros. Livros que hoje são essenciais para que a sociedade possa compreender o seu tempo presente através do que foi escrito no passado.

E nesse dia 29 de outubro, Dia Nacional do Livro, quero registar a minha indignação pelo fato de que a segunda maior cidade do Sertão pernambucano não possui uma política pública de estimulo e financiamento de produções literárias. Serra Talhada hoje se encontra, em nível de produção literária, atrás de cidades de porte economicamente inferior, mas que entende que é através dos livros que se mudar uma sociedade. Que se construí uma nova realidade social e cultural.

Infelizmente não existem incentivos na cidade para que os jovens serra-talhadenses possam escrever seus trabalhos, para que despertem para esse mundo fascinante que a escrita. Há muito anos não temos um singelo concurso de redação. Nem mesmo uma feira ou um café literário somos capazes de realizar. Os projetos de pesquisa sobre a história da cidade são renegados, nossa memória histórica está se esvaindo pelas mãos como se fossem grãos de areia! Não há o mínimo interesse ou apoio para trabalhos que possam ajudar as futuras gerações a darem o devido valor ao passado da nossa cidade.

Parece até uma coisa sinistra, mas é verdade a mais pura verdade. Se alguém que contribui para o desenvolvimento da cidade morrer, só será lembrado se seu nome for colocado em uma rua, praça ou órgão público. Isso é muito pouco para uma cidade como a nossa! Com uma história tão forte e intensa como a nossa! Um bom exemplo desse “esquecimento” é a Lei No. 1.141 de 20 de dezembro de 2005, de autoria do ex-vereador Barbosa Neto, denominada de a Lei do Livro - que determina que o município deve adquirir 100 livros de autores serra-talhadenses para distribuir entre as escolas da rede municipal de ensino – que não é cumprida.

Enquanto os livros são esquecidos, se gasta um fortuna para a promoção do lixo cultural que se prolifera através da música e de eventos de apelo populista. Nossa juventude é estimulada é a levantar um copo de uísque ou de cachaça, enquanto as moça são educadas para subir em cima da mesa e a aceitarem que são "raparigas". No entanto, nenhuma campanha é feita para estimular os jovens a ler um livro!

Quem quiser escrever um livro em Serra Talhada têm que ficar mendigando a atenção de um “empresário mesquinho” ou a um “político nojento”, tentando conseguir quem sabe R$ 50,00! Porque para eles um livro não é importante para divulgar a sua marca ou para contemplar os seus objetivos políticos. Mal sabem eles que os livros são guardados em locais privilegiados de uma casa, exposto para todos que adentre aquele lar e que daqui a vários anos a sua marca e o seu nome estará preservado, assim como a história! Assim como as angústias, os sonhos e as realizações da humanidade!

Um forte abraço a todos e a todos e até a próxima!


P.S.: Antes que alguém escreva alguma bobagem, quero registrar que irei no momento oportuno, doar as escolas públicas da cidade (municipal e estadual) os livros de minha autoria. 

domingo, 26 de outubro de 2014

Esta eleição poderá nos tornar uma nação dividida ou um país mais maduro

Por Paulo César Gomes, professor, escritor e pesquisador serra-talhadense

Hoje, 26 de outubro, será uma data que entrará para a história do Brasil, não apenas pelo término da disputa intensa entre a presidenta Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves, mas também por ser um divisor de águas da política nacional. O candidato que sair vencedor dessa disputa terá a difícil tarefa de unir um país dividido, entre o Nordeste/Norte/Centro-oeste e o Sul/Sudeste. Regiões que antes eram separadas por questões geográficas, mas que hoje estão em lados opostos, tanto por fatores econômicos como também pelo protagonismo político.

Quem antes dava as cartas teve que a contra gosto render-se a um Brasil que vivia excluído e menosprezado e que agora ganhou voz e vez. Os grandes grupos corporativistas e as oligarquias que fizeram nessa eleição a maior aliança desde a Ditadura Militar acabarão sendo derrotados por aqueles que foram as ruas não para defender um governo, mas para defender as suas conquistas.

Os próximos quatro nos reservam grandes surpresas, principalmente quando se percebe que a maioria do Congresso Nacional será formada por uma maioria conservadora e fisiologista. Alguns são capazes de vender a própria alma para conseguir atingir “os seus interesses”. Diante desse futuro incerto é preciso que se diga que esse processo não se encerra aqui, ele é continuo.

É por isso que se faz necessário que a população acompanhe o passo a passo da política nacional para entender melhor a verdadeira face dessa eleição histórica. Os derrotados farão de tudo para se sentirem vitoriosos e os vitoriosos terão a obrigação de conquistar os derrotados. Se não for assim não seremos uma nação. Seremos apenas uma pátria dividida!

Um forte abraço a todos e a todas e até á próxima!

Publicado pelo portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 26 de outubro de 2014.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A REVISTA VEJA DEVERIA DIZER PUBLICAMENTE QUE SEU CANDIDATO É AÉCIO NEVES E NÃO TENTAR MANIPULAR A OPINIÃO PÚBLICA

Por Paulo César Gomes, professor e escritor serra-talhadense

Em tempo de Ditadura Militar, onde a censura predominava, por diversas vezes jornais e revista foram proibidos de expor suas as suas ideais e de levar ao conhecimento dos brasileiros os problemas sociais e políticos da época. Hoje, em tempos de democracia plena, tudo é permitido, inclusive a manipulação das informações e a omissão com relação ao objetivo principal do bom jornalismo, que é o de levar à sociedade a verdade dos fatos.

Há poucos dias atrás, o jornalista Xico Sá, um dos mais antigos colunistas da Folha de São Paulo, pediu demissão após o seu texto não ter sido publicado pelo jornal, isso porque, segundo a direção, o jornalista feriu a orientação do jornal ao declarar o seu voto à presidenta Dilma Rousseff.  Xico Sá, ao contrário de outros, não saiu esperneado e acusando a Folha de ter lhe censurado. Apenas levantou a discursão de que os jornais brasileiros deveriam agir como os folhetins americanos que declaram abertamente quem são os seus candidatos.

Esse tema levando pelo jornalista vem à tona em um momento impar na história do país, principalmente estando à população ao poucos dias da escolher do Presidente da República. E onde as principais revistas brasileiras estampam em suas capas conteúdos que atacam a candidatura da presidente Dilma Rousseff, gerando uma onda boatos que ferem os princípios da ética jornalista. Afinal, a onde estão a imparcialidade e a transparência da mídia brasileira?

Não seria mais lógico se a Veja, a Isto É, a Época, O Globo, a Folha, o Estadão e outros veículos de comunicação, assumissem publicamente quem é o seu candidato? Dizerem com todas as letras que apoiam Aécio Neves. Pois, ao esconderem o seu candidato os órgãos de imprensa negam ao povo o direito de saber qual é a linha editorial que pauta as notícias que vão balizar as suas escolhas. Acredito que isso não contempla o sentido real da liberdade de expressão e de imprensa, abrindo se assim um espaço terrível para a manipulação da informação.


E a história comprova que todas as vezes que as informações foram deturbadas, a população foi quem saiu perdendo. Mas, pelo menos dessa vez, a consciência popular vai se sobressair frente à postura golpista de grupos familiares que ainda se acham os eternos donos do Brasil.

Dilma na TV - Programa 16 (2º turno) - A resposta do povo às mentiras é ...

domingo, 19 de outubro de 2014

OPINIÃO: Os debates para presidente revelam a verdadeira face da política brasileira

Dilma e Aécio


Por Paulo César Gomes, professor, escritor e historiador serratalhadense

Os debates presidenciais estão quebrando todos os recordes de audiências das emissoras que realizam o evento. Conclui-se, então, que essa é a primeira vez que a grande maioria dos brasileiros param para assistir ao confronto de dois candidatos que disputam o cargo mais importante do país.

O contraditório desse momento histórico é que essa sequência de embates está sendo considerado como a pior já vista desde 1989. Então, o que há de bom nesses debates para chamar tanta atenção da população?  A resposta é simples. A realidade nua e crua!

O que estamos vendo, lendo e ouvindo é verdadeira cara da política brasileira. E dessa forma que se debate no Congresso Nacional, nas CPI’s, nas Assembleias Legislativas, nas Câmaras de Vereadores. Onde existirem políticos se enfrentado pelo poder, a tendência é que o nível seja de mediano para baixo.

Mas de quem é a culpa por tanta incoerência? Do próprio eleitor que não privilegia o debate de ideias e de propostas, não “curtir” o alto nível de uma discussão política. Uma prova disso é que a população foi às ruas em junho de 2013 pedindo mudanças.

No entanto, a maioria dos deputados federais e estaduais eleitos pelo país afora são parentes de que já têm mandato, ou seja, os vencedores como sempre são aquele que praticam o carreirismo e acabam por se perpetuar na política. Infelizmente não se renovam as lideranças, o que faz com que as velhas práticas se repitam.

Mesmo que o eleitor não queira admitir por razões diversas, o fato é que o poder de decisão está com ele, seja para ligar a televisão ou o computador, e principalmente na hora de votar. Mas infelizmente o eleitor ainda é muito vulnerável à emoção que uma campanha produz. Não resiste à força de um discurso embriagante e demagógico.

E por isso mesmo aceita com facilidade um debate político que mais parece uma luta de UFC. Um combate sem muitas regras e compostura, mas que para alegria geral será decidido pelo voto dos juízes, nesse caso, o próprio eleitor!

Um forte abraço a todos e a todas e até á próxima!

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 19 de outubro de 2014

sábado, 18 de outubro de 2014

Viagem ao passado: O Pereirão e a história de um estádio que revolucionou o cotidiano de Serra Talhada

Por Paulo César Gomes, professor e historiador serra-talhadense

Não existem muitos registros escritos sobre o início da prática futebolística em Serra Talhada. Desta forma, se torna impreciso a identificação dos locais onde os serra-talhadenses costumavam disputar partidas de futebol.

Porém, com base em fotografias das décadas de 1930 e 1940, e tendo como referência as obras de construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha e as paredes do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães, é possível dizer que nos períodos acima citados, os jogos eram realizados em um campo que ficava onde hoje estão localizadas as ruas Padre Ferraz e Agostinho Nunes de Magalhães, uma das poucas áreas planas do centro da cidade.

Altletico de Damiao Romao
O Atlético de Damião Romão em partida realizada no campo da várzea em 1957. Em pé da esquerda para direita encontram-se lado a lado o Deputado Inocêncio Oliveira e o ex-prefeito Nildo Pereira.

Com o crescimento urbanísticos do centro de Serra Talhada, que se deu nos anos 50, o campo foi extinto, o que levou os atletas amadores a construir um outro campo. O local escolhido ficava bem afastado do centro da cidade, em uma área próxima ao rio Pajeú e que pertencia à família Pereira. Surge então o campo da várzea.

Os jogos no campo da várzea era sempre uma grande atração e mobilizava toda a cidade, antes porém, ele era cercado com cordas e para assistir às partidas o público costuma levar sua própria cadeira ou tamboretes, além de usarem a carroceria de caminhões como camarotes improvisados. Era comum encontrar na lateral do campo um gogo de sapateiro, que era usado para apertar os pregos que sustentavam os cravos das chuteiras dos atletas.

Pela terra batida do campo da várzea desfilaram grandes jogadores e personalidades da cidade, como Manoel do Galo, Ageu, Clóvis, Tidão, Assis Duarte, Zé Bracinho, Paulo Moura, Psica-Pisca, Bria Pau Ferro, Chico de Roxa, Vadinho Godoy, Hermes Soldado, Ivanilso de João Máximo, Caíta Carvalho, Nicinho Ferraz, Neguinho da Quixaba, Adelmo Rodrigues, Cecé de Padre Afonso, Daguinha, Zito, Paulo e Antônio de Seu Micena, Reina de Agamenom, Raimundo de Gedeão, Vincente Bola Sete, Lelinha, Citonho Macineiro, Aragão, Edmilson Lima, Fernando da Favela, Assis de Florentino, Luiz Leite, entre tantos que por ali desfilaram seu futebol.

Outros craques que passaram pelo campo da várzea entraram para história da cidade, muito mais pela política do que pelo futebol apresentado na época, a exemplo do deputado federal Inocêncio Oliveira, do irmão, o ex-prefeito Tião Oliveira, e do também ex-prefeito Nildo Pereira. Coube a esse último a realização da obra mais importante do nosso futebol, a construção do Estádio Municipal Nildo Pereira de Menezes, o Pereirão.

Nascido em meio a uma das mais tradicionais família do ciclo politico de pernambucano, Nildo Pereira foi desde cedo influenciado pelo pai, o já falecido ex-deputado estadual Argemiro Pereira, o jovem deixou a sua paixão pelo futebol para adentrar na carreira politica, mas antes disso, ele ainda jogou pelo Comercial e pelo juniores do Náutico, tendo como parceiro no clube da Conselheiro Rosa e Silva Inocêncio Oliveira. Em 1969, Nildo Pereira foi eleito prefeito de Serra Talhada, sendo seu vice o então vereador Tião Oliveira.

Segundo o ex-prefeito Nildo Pereira, em função das suas ligações com o futebol, muitos atletas lhe procuraram reivindicando a construção de um estádio. Diante disso, ele resolveu atender ao pleito e logo no início indenizou o terreno no qual ficava o campo da várzea, às obras de construção do estádio municipal levaram quase cinco anos para serem concluídas. As verbas usadas na edificação tiveram origens nos recursos próprios e no dinheiro arrecado com a venda das ações da Petrobrás pertencentes ao município, o processo de venda foi autorizado pela Lei 299 de 18 de janeiro de 1971.

O projeto da praça esportiva foi desenvolvido no Recife pelo engenheiro Manoel Custódio dos Anjos Filho, e contou com a participação do também engenheiro Gildo Pereira de Menezes. Os mestres de obras foram Januário Pereira e Benedito Duarte (Seu Dito). Além da mão-de-obra, outros materiais oriundos da cidade foram usados na construção, a exemplo de 600 cadeiras de ferro confeccionadas pelos estudantes e professores do Ginásio Estadual Industrial, hoje Escola Referência Cornélio Soares.

O estádio foi inaugurado em 21 de janeiro de 1973, e contou com as presenças do então vice-governador Barreto Guimarães (1971-75), pai do médico ortopedista André Barreto, e do ex-presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Rubem Moreira. O jogo inaugural foi realizado entres as equipes do Santa Cruz e do Sport, o tricolor venceu por 3 x 0, com dois de Erb e um de Fernando Santana.

Fotos do dia da inauguracao do Estadio e dos times do Santa Cruz e Sport
 

Santa Cruz - Inauguracao do Pereirao
Sport - Inauguracao do Pereirao
Fotos da Inauguração do Pereira e dos times do Santa Cruz e Sport

 O estádio foi construído para um capacidade de 5 mil, mas extraoficialmente já chegou a receber mais 10 mil pessoas. O maior público que se têm registro foi na partida entre o Comercial e Santa Cruz, realizada em 24 de agosto de 1980, apesar da derrota do clube serra-talhadense por 3 x 1, 9.473 pessoas pagaram ingressos. Pelos gramados do estádio jogaram alguns campeões mundiais pela seleção brasileira com Garrincha e Zeti (goleiro).

Ao longo das últimas quatro décadas poucas mudanças foram feitas no Pereirão, as mais significativas foram a elevação dos vestiários, já que antes ele era abaixo do nível do gramado o que facilitava o alagamento durante o período de chuvas e a ampliação e cobertura do setor de cadeiras.

Outras alterações foram nas cabines destinadas à imprensa, no sistema de irrigação e iluminação. Vale salientar que existe área suficiente para que a capacidade do estádio seja ampliada, incluindo-se também a possibilidade de construção lojas de material esportivo e de um museu sobre a história do futebol do município, conforme sugestão do prof. Dierson Ribeiro.

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Fotos do estádio o Pereirão

Ainda que a obra tenha sido realizada em um período ditatorial e por isso a construção do estádio tenha sido usado de forma oportunista pelo regime militar, ao ponto de placa da inauguração ser colocado com sendo uma obra do “governo revolucionário”.

O papel do Pereirão como agregador social e instrumento de construção pisco-educacional para os jovens da cidade são indiscutíveis, principalmente quando verificamos a escalada crescente das drogas no meio juvenil, ainda mais que a cidade avança sem planejamento e sem projetos que atendam as necessidades do setor.

A falta de organização urbana e de política públicas está levando a extinção dos campos de várzeas. Segundo o presidente da Liga Desportiva de Serra Talhada, Erivaldo Genoíno, só existem hoje dois campos de várzea, um no bairro da Cachichola, e outro na Borborema, conhecido como “o voo da morte”.

Sendo assim, a mensagem gravada na placa da inauguração do estádio se torna mais atual do que nunca: “Marco no desenvolvimento físico e mental para a nossa juventude, de quem depende o futuro do Brasil de amanhã”.

 Um abraço a todos e a todas e até a próxima!

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 17 de outubro de 2014.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

CARTA DE UM NORDESTINO A TODOS OS PAULISTANOS



Caros(as) paulistanos(as),

Essa carta se dar em função da disputa acirrada em que a eleição presidencial se transformou e pelo papel importantíssimo que os estado de São Paulo cumpri nessa discursão. Vivemos um momento marcante da história brasileira, onde todos estão chamados a refletir e a participar, não só com o voto, mas de todo o debate que ora é travado.

Nesse sentido gostaria convidar os irmãos paulistanos a pensarem sobre o que realmente desejam para o Brasil. Nós, nordestinos, em sua maioria, estamos nos manifestando em favor da candidatura da Presidenta Dilma Rousseff. Isso por que entendemos que houve avanços significativos em nossa região.  É bem verdade que é ainda são poucos, porém, foram capazes de produzir forte efeito na vida e na autoestima de um povo que antes era visto como miserável.

Muito se questiona a eficácia da Bolsa Família e de outras políticas sociais, o que de fato faz sentido, no entanto, é bom lembrar que antes - incluído o governo FHC/PSDB - o que tínhamos eram as famigeradas “frentes de emergência”, uma fórmula de trabalho precário, deprimente e coronelístico, que permitia que o povo nordestino fosse manipulado e escravizado pelas elites agrárias.

Ainda que tenhamos que conviver em meio às imagens de uma mata acinzentada por boa parte do ano, é preciso que se diga que a realidade econômica e social da região mudou, graças aos investimentos em obras de grande porte, geração de emprego e o estimula a agricultura familiar. Em função dessas medidas não se encontra mais “casas de taipas” como em outrora.  O velho burro de carga foi substituído pela moto, à luz do candeeiro foi trocada pela luz das lâmpadas elétricas. As informações não chegam somente através do “rádio de pilha”, por que hoje o sertanejo pode comprar uma TV e uma antena parabólica. As mulheres já não precisam carrega uma lata d’agua na cabeça, pois agora temos cisternas na porta em praticamente todos os lares. O pote de barro virou peça de decoração porque muitas famílias já possuem uma geladeira.

Tudo isso é pouco e irrisório, frente aos avanços tecnólogo e as facilidades das grandes metrópoles. Porém, trás algo fundamental para a vida das pessoas, a dignidade. Dignidade que se expressa na oportunidade que os nossos filhos têm de cursar uma universidade pública ou uma escola técnica, fruto do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) e da descentralização das universidades e do ensino técnico. A educação que antes era um privilégio dos filhos dos coronéis, agora é de todos, do rico e do pobre!

É por essas e tantas outras conquistas que conclamamos os nossos irmãos paulistanos a refletirem sobre o Brasil que queremos. Um país que ainda possui muitas mazelas sociais e políticas, que é regido por um sistema politico defasado e conservador, mas que ainda nos permite o direito de nos expressarmos. Por isso amigos e amigos, chamamos vocês à no próximo dia 26 de outubro, a votarem pela razão, pelo povo do Sudeste, do Sul, do Centro-oeste, do Norte e do Nordeste!

A votarem pelo Brasil!

A votarem Dilma Presidenta!



Serra Talhada - PE, 17 de outubro de 2014.




Paulo César Gomes

domingo, 12 de outubro de 2014

OPINIÃO: O povo nordestino, o preconceito e nossa dignidade expressa através do voto


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Por Paulo César Gomes, professor e escritor


Estamos presenciando a maior eleição da história do Brasil, um processo marcado pelo imponderável. Essa dinâmica tem chamado a atenção da sociedade, que acompanha atentamente os movimentos políticos dados pelos candidatos. Mais uma vez PT e PSDB confrontam-se para ver que governará o Brasil pelos próprios quatro anos, e por isso, essa é uma eleição que se expressa por dois tipos de voto: o da continuidade e o do anti-PT.

Infelizmente o voto da mudança não se manifestou nessa eleição, talvez Marina Silva pudesse capitalizar esse voto, no entanto ela se perdeu nas suas próprias contradições. Mas Aécio Neves e o PSDB não representam essa mudança.

Uma coisa negativa a se destacar nessa campanha – fato que já vem se repetindo a ciclo eleitoral – é a forma violenta como os sulistas reagem ao voto da maioria do povo nordestino. Coisas horrendas como jogar uma bomba nuclear na região são publicados nas redes sociais, ou dizer que o voto do nordestino não é qualificado.

Além do preconceito latente, o que se percebe é que as regiões supostamente desenvolvidas do país não aceitam que os nordestinos – ainda que existam dezenas de problemas para serem solucionados – não são mais aqueles incontáveis retirantes que buscavam São Paulo como a única salvação das suas vidas.

Hoje o nordestino tem oportunidades. Sejam eleitoreiras ou não, mais existem. Praticamente todas as propriedades rurais possuem uma cisterna, programas de apoio à agricultura familiar são realidade em várias comunidades. Os filhos do sertanejo não precisam se deslocar para capital e ter que viver em precárias condições em uma casa de estudante porque as universidades públicas foram interiorizadas, nem tão pouco pagar uma escola ou cursinho para que o filho tenha as mínimas condições de passar em um vestibular, porque hoje nos temos o ENEM.

Milhares de famílias nordestinas realizaram o sonho da casa própria através de financiamento público nos últimos anos. Tudo isso é inquestionável. E por isso que o nordestino está votando. Votando para defender as suas conquistas, mesmo que mínimas.

Uma postura comum aos homens e mulheres desde os primórdios. Talvez as elites sulistas que controlam as riquezas dos país através dos bancos e dos meios de produção, que dominam os grandes jornais, revistas e TVs, e que fazem campanha aberta pelo seu candidato, não estejam satisfeitas com o fato que os retirantes não estão mais a fim de serem usados como mão de obra barata.

Que “os paraíbas”, “os cabeça-chatas”, não precisam mais se amontoar de abaixo de viadutos, marquises e em barracos em favelas do sudeste. Têm muita gente que acha que ainda vive no tempo das oligarquias cafeeiras ou na Republica do Café com Leite, e que podem se dar ao luxo de falar pelo resto do Brasil.

Se querem realmente mudança, deveriam primeiro mudar o discurso  xenofóbico e começar a lutar por um país igualitário, inclusive no que se refere à distribuição da renda. Talvez assim não tivéssemos dois países tão distintos. Um lutando por sua dignidade e outro para manter os seus privilégios!

Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 12 de outubro de 2014.

domingo, 5 de outubro de 2014

OPINIÃO: O que sobrou das manifestações de rua e os palpites dos votos em Serra Talhada

Por Paulo César Gomes, Professor e escritor serra-talhadense


Chegamos ao tão esperado fim do 1º turno com a surpreendente disputa entre Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) pela vaga no 2º turno para enfrentar a presidenta Dilma Rousseff (PT). ( Na minha opinião dá Marina com uma margem pequena de votos). No entanto, antes que as urnas sejam abertas é preciso que se avalie todo o processo em curso, principalmente no que se refere ao movimento “vem pra rua”, ocorrido em 2013.

Pelos números das últimas pesquisas é possível dizer que resultado das eleições em muito pouco altera o quadro político nacional, que continuará sendo liderado pelos mesmas lideranças políticas e pelos mesmos partidos – PT, PMDB, PSDB, PSB, PTB, DEM, DEM, PR, PCdoB -, o que mostra uma falta de sintonia com a revolta da população que foi às ruas em junho do ano passado. Mas o que de fato aconteceu ao longo de um ano e quatro meses? Nada, absolutamente nada! O movimento foi e continua sendo importante, no entanto, a opção por não escolher liderança fez com quer ninguém fosse capaz de ser identificado como sendo “o porta-voz” das mudanças, isso porque ficou faltando “a cara” que representasse os milhares de brasileiros e as suas reivindicações.

A liderança que poderia ter assumido esse papel era Marina Silva, mas ao invés de continuar no PV – já que o seu partido a REDE não foi reconhecido – ela preferiu embarcar no projeto do ex-governador Eduardo Campos. Um projeto que era mais pessoal do que coletivo. O resultado é que após a morte de Eduardo, Marina foi ungida a condição de candidata à presidenta e com ela emergiu uma série de contradições, desde ter um vice que representa o agronegócio, até as mudanças na sua proposta de governo para o segmento LGBTs, entre outras. Além disso, a campanha de descaracterização feita pelo PT levou Marina às cordas, o que facilitou o renascimento da candidatura de Aécio e do discurso do antipetismo.

Diante desse resultado, fica a sensação de que as manifestações foram vitoriosas até o momento em que surgiram os “black bloc”, depois disto os movimentos foram banalizados e colocados no rol dos grupos de arruaceiros e baderneiros. O que infelizmente acabou influenciando de forma decisiva na definição do cenário político nacional.

Palpite para o resultado das urnas em Serra Talhada:

Deputado Federal:
1º. Sebastião Oliveira;
2º. Pedro Eugênio;
3º. Marinaldo Rosendo:
4º. Gonzaga Patriota;
5º. Zeca Cavalcanti;
6º. Fernando Ferro.

Deputado Estadual
1º. Manoel Santos;
2º. Augusto César;
3º. Rogério Leão;
4º. Marquinhos Dantas;
5º. Lucas Ramos;
6º. Rodrigo Novaes.

Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 05 de outubro de 2014.

PISO SALARIAL DA ENFERMAGEM: ENFERMAGEM poderá ganhar novo direito no STF em estado; veja últimas notícias do PISO ENFERMAGEM

Do Jc Ne10 O   piso salarial da enfermagem   continua suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde a definição do ministro Luís Robert...