
O MEC considera que o ensino médio vive uma crise de identidade. Prova disso seria o desinteresse de parte da juventude pelos estudos. Pelo menos no modelo de ensino predominante na rede pública: nas escolas técnicas federais, ao contrário, as vagas são tão disputadas que é preciso promover vestibulares. “A escola tem que corresponder à expectativa dos estudantes”, resumiu ontem o ministro Fernando Haddad.
Num primeiro momento, o MEC vai financiar projetos inovadores apresentados dos governos estaduais. Os repasses terão início ano que vem e serão limitados a 100 escolas públicas. O investimento federal oscilará, ao todo, entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões, segundo Haddad. O dinheiro será divido pelas 100 escolas, o que sugere um teto médio de R$ 1 milhão.
O ministro evita dizer que o programa Ensino Médio Inovador é a grande aposta do MEC para tornar as escolas atraentes. Ele não quer melindrar os governos estaduais, responsáveis por 85% das matrículas. Afinal, o ministério não tem poder para interferir nas redes dos Estados e depende da adesão voluntária. Assim, a ideia é somar esforços para mudar o atual modelo, abrindo espaço para que cada rede proponha soluções distintas, desde que sintonizadas com o espírito da reforma.
Enquanto Haddad se esforçava ontem para passar a ideia de que o Ensino Médio Inovador é apenas uma de muitas iniciativas de diversificação do ensino, a secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda, foi mais direta: “Esperamos que essa proposta seja acompanhada, avaliada e possa se tornar uma política universal”, disse, em texto divulgado pelo MEC.
De acordo com o ministro, o Conselho Nacional de Educação promoveu alterações na proposta original. Uma delas, segundo ele, foi dar liberdade aos Estados para apresentar propostas inovadoras, desde que adequadas a algumas balizas, como o aumento da carga horária e a possibilidade de os alunos escolherem parte das disciplinas.
De início, o ministério pretendia também selecionar as 100 escolas com piores resultados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A intenção foi deixada de lado a pedido do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Segundo Haddad, o argumento é que a transição para o novo modelo poderia ser mais fácil em outras escolas.
Fonte: JC ON LINE
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