Escreva-se no meu canal

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O alto preço do silêncio e omissão diante da História

 
 

É comum em períodos eleitorais ouvir por parte um setor da sociedade serra-talhadense uma verdadeira “canonização” do deputado Inocêncio Oliveira, os feitos marcantes da sua extensa carreira política são propagados por toda a cidade, algo similar a um “ritual eclesiástico”. São citados desde das infinitas obras, como a da barragem de Serrinha, aos fatos marcantes, e principalmente os cargos na mesa diretora da Câmara de Federal ocupados por ele ao logo dos seus vários mandatos. 

Também é curioso observar que vários dos seguidores do deputado já foram adversários e que no final acabaram se curvando aos seus pés “por opção ou por ocasião”, sendo que alguns, em um passado recente, foram críticos ferrenhos do parlamentar. Muitas das críticas foram feitas em palanques de campanhas eleitorais, programas de rádio e jornais locais. Alguns se empolgaram tanto, que chegam a declara na internet que o parlamentar é o VERDADEIRO REI DA POLÍTICA SERRA-TALHADENSE! Quanta demagogia…!

A grande questão que envolve essa “adoração” é fato de que os fieis seguidores não são capazes de explicar o porque do deputado só ter aderido ao movimento pelo “Impeachment de Collor”, em 1992, no último momento, quando Collor já estava abandonado e a população foi as ruas pedindo a sua expulsão da Presidência da República, ou falarem sobre o sua atuação durante os governos da “Ditadura Militar” do General Ernesto Geisel (1974-1979) e general João Baptista Figueiredo decreta (1979-1985).
Ou explicarem a sua omissão durante o movimento pela aprovação da Emenda Constitucional Dante de Oliveira, (o movimento pelas eleições diretas para Presidente da República realizado em 1984). Esse silêncio sobre questões importantes se aplica também ao escândalo dos poços artesianos que foram perfurados pelo DNOCS em três propriedades do próprio Inocêncio Oliveira. Vale salientar, que na época, a cidade enfrentava uma das maiores secas do século 20. (FONTE: “A Indústria da miséria”, revista Veja, de 21/04/1993).

Outro episódio que ainda deixa dúvida é o que se refere à decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (Maranhão) condenou o republicano por trabalho escravo em 7 de fevereiro deste ano. Pela sentença, o deputado terá de pagar R$ 130 por dia trabalhado a cada trabalhador explorado. A conta começa desde a época da fiscalização do Grupo Móvel do Ministério do Trabalho, feita em 2002. (FONTE: Site Conversa Afiada do jornalista Paulo Henrique Amorim, de 25/02/2012).

Diante de tantas contradições, omissões e um silêncio providencial, fica nítido a necessidade de se verificar a verdadeira dimensão política, em escala nacional e regional, do nosso genial conterrâneo. E por outro lado, cabe o questionamento sobre o papel dos seus seguidores e dos novos aliados em tentar apenas mostrar um lado do VERDADEIRO REI DA POLÍTICA SERRA-TALHADENSE.

Fica aqui um singelo lembrete, não se faz mais HISTÓRIA para se enaltecer falsos mitos ou construir imagens de divindades metamórficas, a HISTÓRIA hoje é produzida com base em pesquisas científicas, com documentos que comprovem os fatos, não só pela visão do vencedor, mas também do simples cidadão, por isso, ou mais cedo ou mais tarde, a verdade vem à tona, e aí ninguém poderá fugir… Tudo é questão de tempo!

*Paulo César é professor especialista em História Geral

Sugestões de links para os curiosos de plantão:

http://juristaruibarbosa.blogspot.com.br/?view=classic

http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_21041993.shtml

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/02/25/gilmar-e-o-trabalho-escravo-joaquim-barbosa-sempre-soube/
 
Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada, em 09 de maio de 2012.

Nenhum comentário:

ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

        QUESTÕES DISSERTATIVAS DE SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA QUESTÃO 1 :  João fez um testamento para deixar um dos seus 10 imóveis para seu gra...