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domingo, 21 de junho de 2015

História: Na caatinga, um monumento erguido contra a violência provocada por Lampião


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Reportagem: Paulo César Gomes- Fotos: Farol de Notícias/Alejandro Garcia

A nossa “História Perdida” dessa semana é marcada pela fé e pelo legado deixado por Lampião em nossa região, e se desenrolou a cerca de 50 km de Serra Talhada, mais precisamente na localidade do Poço da Cerca. Foi nessa região que na companhia do repórter fotográfico do FAROL, Alejandro Garcia, buscamos entrevistar alguns moradores, procurando informações que nos levassem a desvendar a origem da capela que fica em um serrote, ao lado direito da parede do Açude de Serrinha.

UMA PROMESSA FEITA PARA LAMPIÃO SE AFASTAR DA REGIÃO

A nossa primeira parada foi na casa do simpaticíssimo Sr. Edmar, pai do secretário de Educação de Serra Talhada. Foi ele quem nos revelou a história que envolve a construção da capela. Mas antes, é preciso que se diga que a região foi durante as primeiras décadas do século XX, palco de várias batalhas entre cangaceiros e soldados da volante, além de vários conflitos entre membros de clãs familiares, o que resultou em dezenas de mortes criando um cotidiano de violência.

“A capela foi construída pelos meus avós, que fizeram uma promessa para que se Lampião deixasse a região, eles iriam construir uma capela de Nossa Senhora da Paz”, relata Edmar. Segundo ele, “a capela começou a ser erguida no final da década de 20”.
As declarações de Sr. Edmar batem com as informações publicadas em livros sobre a saída de Lampião da região que ocorreu em 1928.

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UM LOCAL PARA O PAGAMENTO DE PROMESSAS E CELEBRAÇÕES

A capela fica no cume de um Serrote. Para se chegar lá é preciso disposição e um bom preparo físico. Do local onde o templo foi construído é possível ver boa parte das águas do açude de Serrinha e o ponto onde possivelmente deve está a submersa vila de São Francisco.

Apesar da presença de dezenas de urubus no entorno, o templo é visitado por várias pessoas que vão pagar as promessas por graças alcançadas. Muitos fiéis levam ex-votos- pernas e braços de madeira- para representarem o local do corpo onde o milagre ocorreu.
Segundo Dona Lourdes Bezerra, proprietária do restaurante mais frequentado do Poço da Cerca, as missas na capela são periódicas, sendo que algumas celebrações são realizadas com a presença do Bispo da Diocese de Afogados da Ingazeira, Dom Egídio Bisol. “Dom Egídio gosta de celebrar missa lá em cima. Quando a gente menos espera ele chegar por aqui ou manda o recado e a gente manda organizar o local para ele poder realizar a missa.”

Um forte abraço a todos e até a próxima História Perdida!



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Publicada no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 21 de junho de 2015.

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