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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Histórias Perdidas: Os cemitérios esquecidos e o registro da cólera em Serra Talhada


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Reportagem: Paulo César Gomes- Fotos: Farol de Notícias/Alejandro Garcia
Sempre que se fala em cemitério um sentimento triste invade o nossos pensamentos, no entanto, para alguns historiadores os cemitérios revelam mais que isso. Segundo essa nova corrente historiográfica, os cemitérios são locais de onde se podem encontrar diversas fontes que podem ajudar a reconstruir a memória esquecida de uma cidade.
Baseando-se nessa linha de pensamento, estivemos ao lado do nobre repórter fotográfico do Farol, Alejandro García, pesquisando e fotografando a história dos cemitérios esquecidos de Serra Talhada.
O CEMITÉRIO DA CÓLERA
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No século 19, foi construido o Cemitério da Cólera neste local


Pouca gente sabe que onde hoje está localizada a empresa Tupan Construções, na Avenida Miguel Nunes de Souza, foi um cemitério. Essa história teve origem no século XIX, quando Serra Talhada foi acometida por duas epidemias de Cólera-morbo, onde morreram dezenas de pessoas. Por uma questão de higiene e precaução, em 1863, um cemitério foi providenciado para que as vítimas fossem sepultadas em covas bastante profundas. Até a década de 1960 ainda encontravam se cruzes do antigo cemitério.

O CEMITÉRIO VELHO E O ‘CURRAL DE LORENA’

Não se sabe ao certo quando erguido o primeiro cemitério da cidade, muito se fala que já existiu um onde hoje funciona a casa paroquial da Igreja de Nossa Senhora da Penha. O que se tem de registro é encontrado no livro do ex-prefeito Luiz Lorena, “Serra Talhada. 250 anos de história. 150 anos de Emancipação Política.” Segundo o livro, em 1891, em função do faturamento, foi construído o antigo cemitério. “A prefeitura construiu, entre faveleiras e cardeiros, um cemitério na hoje Rua Joaquim Conrado”(LORENA, p.99).

A cidade cresceu bem rapidamente e o antigo cemitério foi cercado de casas e o seu crescimento ficou impossibilitado. Foi então que em 1957, o então prefeito Luiz Lorena, resolveu erguer a atual cemitério em uma área de 10.000m2, no bairro Bom Jesus.
Segundo o ex-prefeito, os seu adversários apelidaram o cemitério de “o curral de Lorena”.  A nova necrópole já foi ampliada por duas vezes.

O antigo campo santo foi demolido em meados dos anos de 1990, após um intenso debate na sociedade, já que várias pessoas eram contra a demolição em função do valor histórico do centenário cemitério. Existem pouquíssimos registros das construções existentes no local.

Ironicamente onde antes existiam restos mortais, hoje existe um espaço para salvar vidas, no caso especifico o Hemope. No entanto, é preciso que se diga que existiam outros locais pertencentes à União que poderiam ter sido usados para a construção do órgão. Infelizmente, como se pode ver, muitas das memórias da cidade estão se perdendo com o tempo em função da falta de preocupação das autoridades em preservá-las.

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O cemitério velho foi derrubado para dar espaço ao Hemope


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Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 13 de Setembro de 2015.

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