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quinta-feira, 2 de julho de 2020

OPINIÃO: A bomba-relógio do Covid em Serra Talhada e a politização

Por Paulo César Gomes, professor, escritor, pesquisador, mestre pela UFCG e colunista do Farol de Notícias

Na noite de ontem (sexta-feira,26) a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou que a cidade chegou à marca de 466 casos confirmados do covid-19, ou seja, 442 casos a mais do que foi registrados no dia 1º de junho, isso da uma média de quase 14 casos por dia.

A realidade é que estamos literalmente sentados em cima de uma bomba relógio preste a explodir a qualquer momento, porque à medida que os casos aumentam, o Hospam passa a ser a única alternativa de socorro para quem, infelizmente, venha a precisar. O problema é se vier a ocorrer uma superlotação na unidade. Ainda mais, muita gente aproveitou o São João para realizar confraternizações, principalmente na zona rural, e por isso não será surpresa se os casos aumentarem nas próximas semanas.

Mesmo com esse cenário, as barreiras sanitárias diminuíram, trava-se um debate pequeno e mesquinho por aqueles que poderiam estar lutando na mesma trincheira para vencer o coronavírus. O que estamos assistindo é um embate entre dois grupos políticos, que, de forma indireta, estão fazendo de uma questão de saúde pública uma das maiores pandemia da história da humanidade um ringue de luta política.

O problema é que temos um Hospital de Campanha no meio do mato e da lama, sem um colchão para colocar um doente, e os leitos de retaguarda sem ter um espaço decente para poderem ser instalados. Sem contar que os hospitais privados fecharam as portas para os doentes do Covid. Parece até piada, mas esse é o famoso 4º Polo Médico do Estado de Pernambuco. Então sobrou tudo para as costas dos profissionais e das estruturas do velho Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães, ironicamente, o espaço de saúde público mais criticado na cidade nas últimas décadas.

É válido registrar a falta de solidariedade e de respeito de diversos setores da sociedade em relação às vítimas do vírus. Desde o dia 10 de maio já morreram nove pessoas, nove seres humanos, e tantos outros serra-talhadenses faleceram em outras cidades do Brasil. Até agora não tivemos um gesto de solidariedade que represente a nossa dor pela partida de nossos irmãos. Nenhuma briga de família ou tragédia matou tantas pessoas em tão pouco tempo como o Covid-19 assassinou.

Quantas vezes o comércio de Serra Talhada não fechou as portas em sinal de luto ou em respeito a uma pessoa que faleceu? Quantas vezes os políticos fizeram filas nos velórios e literalmente brigaram para segurar na alça de um caixão de alguém que morreu? É bem verdade que temos que evitar aglomerações, mas isso não quer dizer que as pessoas perderam a língua e os dedos.

Políticos, autoridades religiosas e do judiciário, poderiam no mínimo se manifestar em respeito à memória dessas pessoas. Muita gente não sabe sequer o nome, são vítimas anônimas, ignoradas em função do preconceito e da intolerância. Infelizmente, o nove que aparece nos boletins diariamente representa apenas um algarismo.

Feito este desabafo, quero agora questionar as autoridades locais e regionais, independe de posição na hierarquia de poder. Caso venha ocorrer uma superlotação no Hospam e nem o Hospital de Campanha saia da maquete, e os leitos de retaguarda encontrem um abrigo, o que será feito para proteger a vida dos cidadãos e cidadãs serra-talhadenses e das cidades vizinhas?

O Ministério Público, o governador do estado, os deputados, os vereadores, o governo municipal vão fazer o quê? Assistir o crescimento dos dados estáticos? Ou vão de fato agir e resolver os problemas referentes à garantia de que seja oferecido mais leitos de retaguarda e de UTIs? Ou quem sabe, tomar uma atitude, ainda que seja mais radical, mas que de fato venham salvar pessoas, que é o fechamento da cidade. Mas, agora seria para fechar a cidade de verdade.

FOTOS HISTÓRICAS: O padre alemão que fez história em Serra Talhada

Resgatamos para os leitores um pouco da história Padre José Kehrle, um dos primeiros da família alemã a desembarcar no Brasil e a fincar raízes em Serra Talhada. O jovem padre chegou à cidade com 21 anos de idade e só foi em embora por perseguição política, as vésperas da decretação do Estado Novo, em 1936, aos 35 anos.

A foto em destaque é do Padre José Kehrle e pertence a uma de suas sobrinhas que reside em Serra Talhada, a Professora Emma Kehrle. Dona Emma que guarda consigo um óculos de uso pessoal do padre, uma imagem do Menino Jesus que ficava em seu altar particular e uma lembrancinha do seu Jubileu de ordenação sacerdotal.

A VIDA E A OBRA DE UM HISTÓRICO SACERDOTE

Os relatos abaixo resumem uma cronologia elaborada pelo próprio Pe. José Kehrle em carta datilografada para um sobrinho no ano de 1975. Nascido em 19 de maio de 1891, em Rheinstetten – Alemanha, o Padre José Kehrle chegou a cursar medicina na Universidade de Munique tendo desistido da carreira no último ano de faculdade para ingressar no seminário e tornar-se sacerdote.

Veio para o Brasil em 1909 e ordenou-se em 14 de março de 1914, em Olinda-PE tendo sido transferido no ano seguinte para Quixadá-CE onde chegou a ter contato com Pe. Cícero em Juazeiro. No ano seguinte, foi encarregado de assumir a secretaria do bispado de Floresta, onde ficou por quatro anos até, em 1919, se tornar o primeiro pároco de Rio Branco, atual Arcoverde. Nesta última cidade chegou a criar uma pequena banda e um “jornal falado”, com o intuído de gerar meios de distração para a população local.

Ainda em 1919 recebeu a ordem de retornar a Floresta junto a seu irmão, o também padre, Luiz Kehrle, onde foram incumbidos de construir uma nova catedral na cidade. Levantou-se uma discussão sobre o melhor local para erguer a construção e o padre José, por sugerir um plebiscito para a tomada da decisão, acabou sendo ameaçado pelo prefeito e seus jagunços tendo que se retirar da cidade no mesmo dia.

Nesta época, Pe. José Kehrle começou a sofrer diversas perseguições políticas tendo sido acusado de ser inimigo do Brasil (por ser Alemão) e de ser protetor de Lampião. Chegou inclusive a ser ameaçado de morte pelo chefe de polícia de Recife.

Em 1922 assume a paróquia de Nossa Senhora da Penha em Vila Bela (atual Serra Talhada) ficando também responsável pela paróquia de São José do Belmonte. Em Vila Bela deixou seu marco quando resolveu demolir a antiga igreja de duas torres (construção de traços muito rústicos e desarmoniosos para dar início à construção da atual Igreja matriz.

A construção seguiu até o ano de 1936 quando, por questões políticas, Pe. José foi transferido de volta ao secretariado da Diocese em Pesqueira. Na sede da diocese começou a presenciar diversas aparições de Nossa Senhora das Graças que lhe avisava de muitos fatos futuros de sua vida pessoal e sacerdotal (os relatos dessas aparições constam no livro: “Eu sou a Graça”, de Dom Rafael Maria Francisco da Silva).

Ainda em sua missão pelo Sertão pernambucano, o padre alemão passou pelas cidades de Venturosa, Afogados da Ingazeira, Brejo da Madre de Deus e Moxotó. Por fim, chegou em Buíque no ano de 1947, onde construiu sua casa e a Capela de Nossa Senhora das Graças, criou uma escola de educação agrícola e uma maternidade com recursos vindos da Alemanha, escreveu livros que foram censurados e atendia muitos pobres que vinham buscar remédios, esmolas e conforto espiritual.

José Kehrle faleceu em Buíque no ano de 1978, aos 87 anos. Sua grandiosa contribuição para a história do interior de Pernambuco ainda é pouco divulgada, mas seu pioneirismo e suas ideias inovadoras foram fundamentais para o crescimento e propagação da fé cristã pelo sertão do estado.

Fonte: Redes Sociais da Paróquia de Nossa Senhora da Penha
Relíquias do Padre José Kehrle pertencentes a sobrinha Emma Kehrle
O Padre José Kehrle, o quarto da direita para esquerda, na farmácia do Dr. Lima Pachêco, na então cidade de Villa Bella, em agosto de 1928
O Padre José Kehrle, ao centro, na antiga Igreja de N. S. da Penha, construída em 1872 e demolida e 1925, o prédio ficava localizado no centro da Praça Sérgio Magalhães, um pouco acima do ponto onde atualmente fica o pé de catingueira metálico

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Resumo sobre A expansão dos Estados Unidos



 Durante o século XIX, os Estados Unidos consolidaram-se como nação independente ao fortalecer suas instituições políticas, expandir suas fronteiras e desenvolver um sentimento nacionalista. Eventos extremamente importantes aconteceram ao longo desse século e marcaram a história desse país, sobretudo a marcha para o oeste e a Guerra de Secessão.


Expansão territorial: a marcha para o oeste

Após terem sua independência reconhecida pela Inglaterra no Tratado de Paris, em 1783, os Estados Unidos garantiram o controle sobre uma extensa faixa de terra, que se estendia da região dos Montes Apalaches ao Rio Mississípi. Iniciava-se, assim, a expansão territorial dos Estados Unidos em direção à costa do Pacífico.

Esse processo de ampliação do território americano recebeu o nome de “marcha para o oeste” e ocorreu de duas maneiras: pela diplomacia ou compra e pela guerra. A diplomacia e a compra possibilitaram a adquisição da Luisiana (1803), da Flórida (1819) e do Alasca (1867). A partir da guerra, os Estados Unidos conseguiram tomar territórios do México.

A Luisiana pertencia aos franceses, mas a perda do Haiti e as dificuldades financeiras enfrentadas pela França, no início do século XIX, fizeram esse país vender a região para os Estados Unidos por 15 milhões de dólares. A Flórida foi vendida por 5 milhões de dólares pelos espanhóis em razão das dificuldades que esse país enfrentava na Europa, relacionadas com o período napoleônico. Por fim, os russos venderam o Alasca por 7,2 milhões de dólares por causa do temor de que a região fosse invadida pelos britânicos.
No entanto, não foi somente a partir da diplomacia que o território americano cresceu, pois, conforme mencionamos, a guerra também contribuiu para esse processo expansionista. Durante a marcha para o oeste, os americanos travaram conflitos contra os mexicanos por territórios que hoje correspondem a uma porção de estados americanos (Califórnia, Arizona, Novo México etc.).
A rivalidade entre as duas nações iniciou-se com a Revolução do Texas, em que colonos americanos, insatisfeitos com a administração mexicana do Texas, rebelaram-se e declararam a independência dessa região em 1836. O interesse dos Estados Unidos por novos territórios mexicanos (que equivalem, principalmente, à Califórnia) e a anexação do Texas levaram as duas nações à guerra.

Conhecida como Guerra Mexicano-Americana, e ocorrida entre 1846 e 1848, essa guerra foi finalizada com a assinatura do Tratado Guadalupe-Hidalgo, que ratificava a vitória americana. Com essa vitória, os americanos assumiram a posse de um vasto território e estabeleceram as fronteiras entre os dois países no Rio Grande. O México foi indenizado em 15 milhões de dólares pelos territórios perdidos e teve uma dívida de 3,2 milhões de dólares perdoada.

A ocupação de todos esses territórios por cidadãos americanos e estrangeiros, que imigraram para os Estados Unidos nessa época, foi incentivada a partir da década de 1860, quando Abraham Lincoln assinou a Lei do Povoamento (Homestead Act). Essa lei vendia lotes de terra por preços irrisórios, desde de que o comprador assumisse o compromisso de morar e plantar em sua propriedade durante cinco anos.

Durante esse processo de expansão territorial dos Estados Unidos, os grandes perdedores foram os indígenas que, repetidas vezes, foram obrigados pelos americanos a saírem de suas terras. A marcha para o oeste acabou provocando a morte de milhões desses povos por causa da violência com que foram tratados e da destruição de seu modo de vida.
A violência contra os indígenas, nesse período, acabou rendendo episódios como o decreto da Lei de Remoção de Índios, de 1830, que obrigou várias nações indígenas a mudarem-se da região da Geórgia, e proximidades, para o oeste do Rio Mississípi. Isso levou à chamada Trilha das Lágrimas, evento que causou a morte de milhares de pessoas, de diferentes nações indígenas, durante a marcha forçada para a nova reserva estabelecida pelo governo.

Esse processo de expansão para o oeste e o ataque contra mexicanos e indígenas foram justificados por uma ideologia conhecida como Destino Manifesto. Surgidos oficialmente em 1845, esses ideais afirmavam que os Estados Unidos eram uma nação predestinada por Deus para ocupar aqueles territórios e levar a “civilização” para esses locais. Esse pensamento foi utilizado também para justificar todas as violências cometidas durante todo esse processo de expansão territorial.

Guerra de Secessão

Um dos principais eventos que marcaram a história dos Estados Unidos, ao longo do século XIX, foi a Guerra de Secessão, também conhecida como Guerra Civil Americana. Esse conflito foi iniciado em 1861, com a secessão (separação) dos estados sulistas, e encerrou-se em 1865, com a derrota dos sulistas e sua reintegração à União. Essa guerra ocasionou a morte de 600 mil pessoas.

Esse conflito foi resultado da rivalidade existente entre os estados nortistas e sulistas em relação à expansão do trabalho escravo para os territórios recém-conquistados pelos Estados Unidos. Os estados sulistas queriam a expandir a escravidão para os novos territórios, enquanto os nortistas eram contrários a essa proposta.
Esse debate dividiu politicamente a nação e levou a pequenos conflitos entre colonos nortistas e sulistas em alguns locais como o Kansas. Essa disputa alcançou o debate presidencial, e a vitória de Abraham Lincoln acabou provocando a insatisfação dos sulistas, que se separaram da nação e fundaram os Estados Confederados da América.

A separação dos sulistas foi o estopim da guerra, o que fez as tropas da União lutarem para reintegrar os estados rebeldes ao território americano. Ao fim da guerra, os sulistas, derrotados, além de serem reintegrados à União, foram obrigados a aceitar a abolição da escravidão em todo território dos Estados Unidos a partir da 13ª Emenda Constitucional.

O que foi a marcha para o oeste nos EUA?


Marcha para o oeste” é o nome que dado ao processo de expansão territorial que aconteceu nos Estados Unidos da América (EUA) ao longo do século XIX. Esse processo foi marcado tanto pela expansão territorial como pelo estabelecimento de colonos/habitantes nessas novas terras. Durante esse processo, os Estados Unidos deixaram de ser um território recluso ao das antigas treze colônias, alcançou as planícies centrais e estendeu-se até a costa oeste (costa do Oceano Pacífico).

A expansão territorial dos Estados Unidos foi iniciada logo após o fim da Guerra de Independência travada contra os ingleses entre 1776-1781. A ratificação da vitória dos colonos americanos foi dada pela assinatura do Tratado de Paris em 1783, responsável por reconhecer a independência das treze colônias e o surgimento dos EUA como nação.

Outra consequência desse tratado foi a cessão, por parte da Inglaterra, de terras para os Estados Unidos. Esse território estendia-se da região dos Montes Apalaches até a borda do Rio Mississipi. A ocupação dessa área tornou-se polêmica entre colonos e Inglaterra, uma vez que os ingleses não autorizavam os colonos a se estabelecerem nessas regiões para se evitar conflito com os indígenas.

Depois de assegurada a independência, os americanos iniciaram uma rápida ocupação dessas terras à custa da vida de milhares de indígenas. O processo de expansão territorial dos Estados Unidos também aconteceu por meio da compra de territórios e da sua conquista pela guerra. Os territórios que foram adquiridos a partir da compra e da diplomacia foram os seguintes:
·         Luisiana, território comprado dos franceses em 1803.
·         Flórida, território comprado dos espanhóis em 1819.
·         Alasca, comprado dos russos em 1867.
Luisiana foi um território comprado dos franceses no começo do século XIX, em 1803. A compra de Luisiana aconteceu pelo fato de os franceses precisarem de dinheiro para financiar as tropas napoleônicas que estavam em guerra no continente europeu. Apesar de Napoleão Bonaparte ter planos futuros para a América, a necessidade de pôr dinheiro naquele momento falou mais alto, e os franceses aceitaram vender a região por 15 milhões de dólares.

A compra da Flórida aconteceu em um cenário de enfraquecimento da Espanha, pois, naquele momento, o país europeu lidava com uma série de movimentos de independência que pipocavam em suas colônias no continente americano. Com a Flórida em segundo plano, o governo americano passou a pressionar o governo da Espanha para vender o território, alegando que os indígenas da Flórida representavam um risco.

O governo espanhol, fragilizado, aceitou vender a região como forma de evitar uma guerra contra os americanos. A Flórida foi vendida em 1819 por 5 milhões de dólares, em acordo assinado no Tratado Adams-Onís.

Por fim, o último território adquirido via compra foi o Alasca, obtido em acordo com os russos em 1867. A venda do Alasca aconteceu porque a Rússia passou a enfrentar uma forte crise em sua economia depois da Guerra da Crimeia. Territórios como o Alasca – que só davam prejuízo – passaram a ser vistos como indesejados, e os russos optaram por vendê-lo. William H. Seward, secretário do Estado dos Estados Unidos, foi o responsável pelo acordo em que os EUA aceitaram pagar 7,2 milhões de dólares pelo território do Alasca.

Essas compras foram acompanhadas de um grande fluxo de pessoas que se mudaram e estabeleceram-se nesses novos territórios. Esse grande volume de terras “vazias” foi habitado, principalmente, graças a incentivos do governo americano por meio do Homestead Act, ou Lei do Povoamento.

Essa lei foi instituída por Abraham Lincoln em 1862 e decretou que toda pessoa que tivesse interesse em se fixar em uma terra no oeste poderia fazê-lo a um preço baixíssimo. As condições exigidas pelo governo era de que o lote cedido seria habitado e cultivado por, no mínimo, cinco anos.

A expansão e a ocupação do oeste pelos americanos foram incentivadas por uma crença que existia na época, conhecida como Destino Manifesto. Nessa crença, os americanos afirmavam que os Estados Unidos eram uma nação escolhida por Deus para ser grande e próspera. Essa crença era utilizada como justificativa para isentar os americanos da culpa de toda a violência cometida nesse processo, principalmente contra os indígenas.

A Guerra Mexicano-Americana


Não foi só de diplomacia e compra que os Estados Unidos obtiveram novos territórios para si ao longo do século XIX. A expansão americana também aconteceu por meio de guerra, uma vez que os americanos travaram, nesse percurso, um conflito contra o México que se estendeu por dois anos e ficou conhecido como Guerra Mexicano-Americana.

A Guerra Mexicano-Americana aconteceu entre 1846 e 1848 e foi resultado do desgaste das relações entre Estados Unidos e México ao longo do século XIX, por conta da questão que envolvia o Texas. Originalmente, o Texas era um território mexicano que, a partir de 1821, começou a ser povoado por colonos americanos (com autorização do governo mexicano).
Os colonos americanos, no entanto, voltaram-se contra o controle dos mexicanos sobre o Texas por não aceitarem as leis estipuladas pelo governo daquele país, iniciando assim um levante que forçou o México a ceder o Texas para os Estados Unidos na década de 1830. Esse acontecimento criou um grande desgaste entre os dois governos.

Na década de 1840, os Estados Unidos manifestaram interesse sobre a Califórnia, e o governo mexicano declarou guerra aos Estados Unidos em defesa de seu território. Com outra derrota, o México foi obrigado a ceder, além da Califórnia, o território do Novo México.

A violência contra os indígenas

A marcha para o oeste americana foi realizada ao longo de todo o século XIX e às custas dos indígenas. A violência desse processo resultou na morte de milhares indígenas e forçou outros tantos a abandonarem suas terras e seu estilo de vida para sobreviverem.

Da década de 1830 em diante, uma série de estados americanos criou leis que obrigavam os índios a se retirarem de suas terras, de forma a permitir que americanos pudessem desenvolver colheitas nessas regiões. Essas leis de remoção levaram a um evento conhecido como Trilha das Lágrimas (Trail of Tears), em que milhares de índios tiveram de marchar por muitos quilômetros em meio a um rigoroso frio para se estabelecerem em um novo local definido pelo governo.

Durante essa caminhada, os historiadores estimam que até 15 mil indígenas tenham morrido. Na região central dos Estados Unidos, muitos indígenas tiveram seu estilo de vida destruído, uma vez que sobreviviam da caça aos bisões e, por isso, precisavam de uma faixa de terra muito longa.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

O Barroco

Do https://www.educamaisbrasil.com.br/

Barroco no Brasil foi introduzido pelos jesuítas portugueses durante o Período Colonial, com o objetivo principal de catequizar os índios.

Ainda que tenha chegado sob influência de Portugal, visto que o Brasil era uma colônia portuguesa, o estilo artístico adquiriu características próprias no território brasileiro. Isso porque, naquela época, ambos os países viviam realidades muito distintas: os portugueses exibiam luxo e pompa, enquanto os brasileiros enfrentavam a escravização dos negros e a perseguição aos índios.

O Barroco teve uma grande importância artística e cultural no Brasil e deixou legados na arquitetura, na pintura e na estatuária até os dias de hoje em muitas cidades brasileiras, a exemplo do Rio de Janeiro, Ouro Preto, Salvador e Recife.

Contexto histórico


No início do século XVII o Brasil era uma colônia portuguesa. Os jesuítas sentiram necessidade de catequizar os povos indígenas para contribuir com o processo colonizador e se utilizaram do Barroco para isso, principalmente por meio da religião, que exercia influência significativa na vida das pessoas. Por conta disso, a maior parte da herança barroca no Brasil está na arte sacra, na pintura e na estatuária dos conventos e igrejas.

Um detalhe importante dessa época, também chamada de “Século do Ouro”, refere-se à exploração de minério em Minas Gerais, que se tornou um dos principais polos culturais e econômicos do país, pois lá muitas jazidas foram encontradas. Isso contribuiu para o desenvolvimento da cultura e da arte naquela região. 


Características do Barroco no Brasil e na Europa


A reação ao Classicismo entre os séculos XVI e XVII levou ao surgimento do Barroco na Itália. Com características totalmente opostas, como excesso, exagero, linguagem dramática, assimetria, irregularidade, conceptismo e cultismo, o estilo Barroco ditou a cultura da época.

Naquele período pós-Reforma Protestante, a Igreja Católica da Contrarreforma tentava se refazer e as monarquias absolutistas buscavam se autoafirmar, ostentando poder e pompa. Exemplo disso são os grandes teatros, igrejas e palácios construídos na época com o objetivo de causar um impacto na sociedade.

Católico e monárquico, Portugal adotou essa estética barroca e a levou ao Brasil cerca de 100 anos após o início da colonização, quando o território brasileiro crescia com o surgimento das suas primeiras vilas. 

Nessa época, a escravatura foi instaurada e os índios demonstravam resistência à expansão da colonização. Dessa forma, o Barroco no Brasil expressou todas essas contradições e tensões. A técnica rudimentar utilizada pelos escravos e índios, principalmente nas artes plásticas, levou o Barroco no Brasil a ser considerado pobre quando comparado ao europeu. Porém, para muitos estudiosos, foram essas características que deram originalidade às obras barrocas nacionais. 

Artes Barrocas no Brasil


Muitas obras barrocas, principalmente na arquitetura, além de pinturas e esculturas, existem até hoje como legados do Barroco no Brasil e são considerados, inclusive, Patrimônio da Humanidade. 

Os edifícios sacros são os destaques da arquitetura barroca no Brasil. As primeiras construções foram levantadas nas cidades de Olinda e Salvador, ainda na metade do século XVI. Eram utilizadas técnicas bem rudimentares, como a técnica do pau-a-pique, que consistia no entrelaçamento de madeiras fixadas no solo, com vigas horizontais, geralmente de bambu.

Em seguida, passaram a ser erguidos em alvenaria, adobe e taipa. As igrejas possuíam frontões retangulares (forma triangular que decora o topo da fachada) sobre bases retangulares. Grande parte desses edifícios foram destruídos no período da invasão holandesa.

Minas Gerais detém o maior acervo Barroco do Brasil, com construções ricas em detalhes e elementos cobertos por uma camada de ouro. Também eram utilizadas cores fortes, figuras de anjos e altares de madeira. 

pintura barroca expressava o momento enfrentado pela Igreja Católica e a sua necessidade de se reaproximar dos fiéis após a Reforma Protestante. Inicialmente, a pintura era trazida de Portugal, feita em azulejos, e descrevia passagens da Bíblia.

No Brasil, as pinturas das igrejas tinham como destaque o primeiro plano super dimensionado e elementos de plano de fundo reduzidos, características que davam aos devotos a sensação de proximidade com Deus. Eram muito utilizadas as cores, azul, vermelho, dourado e o claro escuro. 

Já as esculturas, eram consideradas símbolos de devoção e se difundiram em parte do litoral e interior brasileiros, sendo encontradas tanto nas casas como nas igrejas. Assim como na pintura, as primeiras obras estatutárias barrocas foram importadas de Portugal. Com o decorrer do tempo, beneditinos e franciscanos passaram a ensinar a arte de esculpir no barro, enquanto os índios aprendiam com a técnica no barro com os jesuítas.

Arquitetura barroca no Brasil. (Foto: Flickr)

Principais nomes do Barroco no Brasil


O poema épico “Prosopopeia”, de Bento Teixeira (1633-1696) é considerado o marco inicial do Barroco no Brasil em 1601. O artista exalta em suas 94 estrofes o terceiro donatário da capitania de Pernambuco.

Outro destaque da literatura barroca foi Gregório de Matos (1633-1696). Conhecido como “Boca do Inferno” pelo estilo irônico utilizado nas suas poesias religiosa, satírica, lírica e erótica, ele é considerado um dos maiores poetas do Barroco no Brasil.

Antônio Francisco de Lisboa, o Aleijadinho (1730 – 1814) é conhecido como o maior expoente das artes plásticas barrocas. Utilizando-se de características do Rococó e estilos clássico e gótico, ele usava como material de suas obras a pedra-sabão e a madeira. Entre suas inúmeras obras estão a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.

Manuel da Costa Ataíde e (1762 - 1830), ou Mestre Ataíde, como era chamado, também foi um dos mais importantes artistas do Barroco no Brasil. Ele buscava inspiração nas gravuras e estampas missais para as suas pinturas e possui obras espalhadas por diversas cidades mineiras.

O livro “Música do Parnaso” (1705) foi o livro do primeiro autor nascido no Brasil a publicar versos no estilo barroco: Manuel Botelho de Oliveira (1636 – 1711). A obra reunia poesias escritas em diversas línguas, como castelhano, português, italiano e latim. 

O frade franciscano Manuel da Santa Maria de Itaparica (1704-1768) ganhou relevância na poesia barroca com “Eustáquios” e “Descrição da Ilha de Itaparica”. Em suas obras destacam-se a descrição do inferno e a destruição de Jerusalém.

terça-feira, 23 de junho de 2020

OPINIÃO: A prisão do Queiroz e o fim do governo Bolsonaro

Por Paulo César Gomes, professor, escritor, pesquisador, mestre pela UFCG e colunista do Farol de Notícias

Após mais de um ano e meio o governo Bolsonaro ainda não mostrou para o que veio, ao mesmo tempo em que a pandemia do covid -19 já contaminou mais 1 de milhão de pessoas e ceifou a vida de quase 50 mil brasileiros.

Bolsonaro se elegeu com 57 milhões de votos, tendo como base apenas narrativas, sem apresentar nenhum projeto consistente para ser aplicado nas áreas de saúde, educação, cultura, assim como para outros setores importantes para a nação. As narrativas bolsonaristas, muitas das quais oriundas das “fake news”, diziam que “o mito” iria acabar com a corrupção e que o governo não teria ideologia.

O fato é que ideologias que há décadas foram banidas pelas sociedades civilizadas, como o fascismo e o nazismo, retornam com força sobre o manto do bolsonarismo. Mas por uma compreensão histórica do mal que essas ideologias fizeram a humanidade, o extremismo radical não conta com o apoio da grande parte da população. E ainda é preciso citar “os ignorantes” e “os negacionistas”, que acreditam que a terra é plana e que não reconhecem a importância dos métodos científicos no combate ao coronavírus.

COMBATE A CORRUPÇÃO

Agora, chegou à vez do combate a corrupção. O combate à corrupção seduziu boa parte da classe média e das elites brasileiras, e deu a Bolsonaro o aval necessário para ser eleito. Tendo Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato como os principais avalistas desta narrativa. A verdade é que a prisão do ex-policial e faz tudo da família Bolsonaro, o Fabrício Queiroz, acabou colocando a última pá de cal no que seria a redenção do governo Jair Bolsonaro.

Queiroz é para os Bolsonaro o que PC Farias foi para Fernando Collor, alguém que sabe demais e que se abrir a boca o governo vem abaixo. Queiroz foi preso na casa camuflada, que era registrada como escritório do advogado dos Bolsonaro.

É no mínimo estranha a rede proteção montada para esconder o Queiroz. E isso nos leva a uma pergunta: o porquê do sumiço do Queiroz da rachadinha?

Muitas coisas ainda vão acontecer. Muitas verdades ainda virão à tona e muitas pessoas ainda serão presas. No entanto, ficarão alguns questionamentos que certamente aos bolsonaristas elitistas e frustrados responderão rapidamente. Quando Bolsonaro irá começar a por o seu plano de governo em prática? Até quando ele vai viver arrumado inimigos ou falando besteiras diariamente? Até quando ele vai ficar ameaçando patrocinar um golpe militar, se ele é incapaz de construir uma base política sólida para ajudá-lo a governar? E quando será que os dos aliados do “centrão” começarão a ser pegos com a boca na botija?

O governo Bolsonaro acabou. Ele não vinga. Os próximos dois anos e meio vão ser apenas para cumprir tabela e para assistirmos o derrocada lenta e gradual do “mito”. A hora agora é de tentar salvar a maior quantidade de vidas possíveis, em face da tragédia provocada pela pandemia, e a começar a pensar em um novo projeto político e de governo, que seja capaz de resgatar a autoestima e o verdadeiro orgulho de ser brasileiro. Por isso amigos bolsonaristas, é bom já ir se acostumado!

FOTO HISTÓRICA: O centro de Serra Talhada entre 1930/40 e as primeiras algarobas plantas no Brasil


Por Paulo César Gomes



A foto em destaque foi tirada de cima da chaminé da Usina de Beneficiamento de Caroá que fica localizada na Rua Coronel Cornélio Soares. A imagem registrada entre o final dos anos 1930 e início dos anos 1940, mostra a frente da antiga prefeitura municipal, onde hoje funciona o prédio da coletoria estadual, com um caminhão na frente.

Dois prédios se destacam na Praça da Igreja do Rosário, na época, era chamada de Rua João Pessoa, em um deles funcionava a Casa Comercial do Coronel Cornélio Soares. Existem fotos na revista Destaque Sertão Social (1980), que afirma que no local funcionava a Escola Cornélio Soares. O fato é que esse seria um dos comércios onde o líder político comercializava vários produtos, entres ele, o algodão.

Outro fato que chama atenção é que não existe árvores nas ruas da cidade, isso só comprova que não havia projeto de arborização naquele período. Também merece destaque na imagem o prédio a direita do prédio da antiga prefeitura municipal, nesse espaço funcionava a Câmara de Vereadores, hoje uma parte dele é usado pela Filarmônica Vilabelense.

Uma das ausências sentidas na imagem é justamente as das frondosas algarobas, que ficam em frente ao antigo prédio da prefeitura. Muitas pessoas não sabem, mas essas foram as primeiras algarobas plantadas no Brasil.

A algaroba chegou a Serra Talhada por iniciativa do Professor J. B. Griffing, da Escola de Agronomia de Viçosa-MG, que enviou as sementes da planta para a Estação Experimental da Fazenda Saco, no início dos anos 1940. A Estação Experimental, já era, na época, uma das maiores referências em agronomia do país, e lá foram desenvolvidas as primeiras mudas de algarobas.
Em 1942, no dia da árvore, 21 de setembro, a diretora do então recém inaugurado Grupo Escolar Solidônio Leite, a Professora Maria Stella de Godoy Batista, junto com um grupo de alunos resolveram plantar as primeiras mudas de algarobas em solo brasileiro, bem em frente ao prédio da prefeitura municipal.

Naquela data, foram plantadas cinco mudas das quais apenas três sobreviveram, outras mudas posteriormente foram plantadas na própria Escola Solidônio Leite e no Hospital Professor Agamenon Magalhães (HOSPAM). As três primeiras mudas que sobreviveram são hoje conhecidas popularmente como “as três Marias”. Por diversas razões, já se incorporaram a paisagem e a memória histórica da cidade.

Por questões desconhecidas, estas que são as primeiras algarobas plantadas no Brasil, há quase 78 anos, não são reconhecidas e nem tão pouco valorizadas. Falta um projeto de tombamento e de iniciativas que a preservem sem afetar as moradias no entorno, assim como, evitar que elas caiam em função das ventanias ou das fortes chuvas.

Foto atual da três primeiras algarobas plantadas no Brasil (Foto: Max Rodrigues/Farol de Notícias-2020)

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