Escreva-se no meu canal

terça-feira, 10 de abril de 2012

D. Gritos, 27 anos de um sonho que terminou em tragédia

Paulo Cesar

Navegantes (Camilo Melo/Ricardo Rocha)

Nós mudamos a dimensão daquilo que restou
Da lembrança de um lírio que brilhou
Pra dar ao verde o verde que se acabou
E pelo homem que foi e não voltou
E por nós mesmos, quando ninguém chorou.
E o eco gritado de uma voz
A razão torturada por todos nós
Aqui a esperar.

Se navegamos tanto sem parar
Não é motivo pra desistir
Ficar aqui e não lutar
Se nós lutamos tanto sem ganhar
Não é motivo pra desistir
Esse é um jogo que não pode parar.

E nós chegamos a desvendar todo o mistério
De uma batalha que ninguém vai ganhar
E de uma árvore que nunca vão derrubar.
E se o negro das idéias nos caçar
Nos desculpem mas não vamos nos calar.

E o eco gritado de uma voz
A razão torturada por todos nós
Aqui a esperar.

Se navegamos tanto sem parar
Não é motivo pra desistir
Ficar aqui e não lutar
Se nós lutamos tanto sem ganhar
Não é motivo pra desistir
Esse é um jogo que não pode parar.
D'Gritos em sua terceira formação

Há 27 anos surgiu em Serra Talhada um grupo que revolucionou o cenário musical do interior de Pernambuco e do Nordeste, era a banda D. Gritos, formada por jovens serratalhadenses, eles quebram tabus e superam preconceitos culturais e sociais que predominavam na época. Com letras fortes e autênticas eles conquistaram a juventude da época.

Foram três discos gravados, sendo que apenas um foi lançado, Barriga de Rei, os outros foram Traumas e Navegantes. Mesmo sem apoio financeiro, a banda D.Gritos conseguiu vencer o Festival de Música Popular em Salgueiro, realizar shows em varias cidades de Pernambuco, Paraíba, Ceará e outros estados do Nordeste.

O sucesso obtido com músicas como “Escravos de Ninguém (Porra)”, “Loucos (Mayra)” e “Barriga de Rei” proporcionou ao grupo apresentações em emissoras de TV em Recife-PE e em Campina Grande-PB, além de matérias em jornais de grande circulação como o Diário de Pernambuco.

Os D. Gritos conseguiram ao longo do tempo escrever uma história muito peculiar, algo intenso e marcante, tanto no contexto musical regional, onde há uma preferência pelo forró, como pelas atitudes e as letras extremamente politizadas de Camilo Melo e Ricardo Rocha. Eles cantavam em alto bom tom: “Deixe o trem passar. Não arranquem os trilhos”(Grilos), era uma forma de expressar a vontade em conseguir o almejado reconhecimento e o sucesso a nível nacional.

A banda liderada por Camilo Melo, Ricardo Rocha, Jorge Stanley e que contou com a participação de outros integrantes como Cleóbulo Ignácio (Binga), Jairo Ferreira, Doda, Noreoba, Toinho Harmonia, Paulo Rastafári, Nilsinho, Gisleno Sá, César Rasec, Derivan Calado e Elton Mourato, construiu em pouco mais de oito anos um legando musical inigualável, uma história para ser registrada e nunca mais esquecida!

Um dos grandes destaques da banda foi à parceira musical de Camilo e Ricardo, juntos compuseram várias músicas de sucesso, sendo que a última, “Homem Pó”, foi um prenúncio da fatalidade que marcou a história do grupo.

Homem Pó (Camilo Melo/Ricardo Rocha)


Sentado estava o homem
Pensando e observando ao seu redor
Viu que havia medo
E as pessoas e seus segredos
Não estavam sós.

E procurava...
Mesmo com as armadilhas sob o pó.

Pó que cobre a terra
Terra que engole homens
Homens que se matam sem dó.

Vidas que nasciam
Vidas que morriam
Vidas que apenas se escondiam.

Veja seus filhos
Que criarão os seus filhos
Filhos de um homem que morre
Veja seus netos
Que criarão os seus netos
Netos de um homem que morre.

Em pé ficou o homem
Lembrou que há vários dias estava ali
Lembrou de seus três filhos em casa esperando
Pelo pai, homem sentado, que morre.

Correu desesperado
Não sabia onde morava
O nome de seus três filhos esqueceu.

E quase maluco
Em seus últimos minutos
Olhou pra terra e viu que era pó.

Veja seus filhos
Veja seus netos.

A música é inédita mais pode ser encontrada na internet: http://palcomp3.com/camilomelo/#!/homem-po



Trajetória interrompida

A trajetória de sucesso da banda foi interrompida de forma trágica em 29 de agosto de 1993, quando realizavam o show de abertura da Festa de Setembro e de forma inesperada veio a falecer Ricardo Rocha com apenas vinte e três anos. A melhor narração dos fatos ocorridos naquela noite foi feita por Giovanni Sá, de forma poética e emocionada ele escreveu:

“O show transcorria na mais profunda relação de amor com o público. Já se passava um pouco mais da meia-noite, depois de dedicar uma canção carinhosa a um amigo que partira sem retorno, ao som da canção NAVEGANTES, “o menino maluquinho” caía no palco pra não mais se levantar e decretava ali a sua IMORTALIDADE. O companheiro Ricardo Rocha, tombava sob a luz dos holofotes coloridos e os aplausos de um público apaixonado, no meio dos seus companheiros inseparados. A BANDA D’GRITOS emudecia atônica, era difícil acreditar. A vida que levava sempre era cheia de desafios, afinal, ser músico em Serra Talhada nunca foi fácil.

Aquela madrugada será inesquecivel, por ser perfeita e tão belo, aquele show, alguem assistia ao show do “menino maluquinho”. Tamanha beleza e alegria tinham que ser divididas entre os mortais e as estrelas, que com certeza, acabaram de receber mais uma nessa imensa cosntelação de estrelas.” (Trechos do TRIBUTO AO COMPANHEIRO “Crônica do Show Anuciado”, Jornal Desafio, setembro de 1993).

Com a morte de Ricardo chegou ao fim os D.Gritos, a maior banda de rock pop do interior pernambucano, era o fim de um sonho de jovens sertanejos que encontraram na música uma forma de se expressar, demosntrando as suas revoltas, suas frutações e ilusões. Porém musical da banda venceu o tempo, e uma prova disso é que elas continuam sendo executadas diariamente em rádios de todo o interior nordestino.

Em 2010 a Prefeitura Municipal e a Fundanção Casa da Cultura promoveram um Tributo a Banda D.Gritos, pela primeira vez em mais de dezessete anos alguns ex-integrantes do grupo (Camilo Melo, Jorge Stanley, Gisleno Sá, Cesar Rasec e Nilsinho) voltaram ao palco e a som de “Escravos de Ninguem (Porra)” fizeram uma viagem no tempo. O destino de forma irônica colocou todos juntos no mesmo local onde ocorreu a tragedia com Ricardo Rocha.

O reencontro histórico da banda D.Gritos só veio a comprovar que “eles mudaram a dimenssão daquilo que restou”, que eles são “o lirio que brilhou” e que o “eco gritado de uma voz” continua navegando pelo tempo, como se fosse uma eterna melodia!



Vídeos da banda no youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=_hpr2o3txL0&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=tPXQyKbtn1Q&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=nDk9oN0z_dc&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=GPsKkczxM-g&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=xB5qgXrvhe0&feature=endscreen&NR=1


P.S.: Esses um esboço de um trabalho de pesquisa que estou desenvolvendo sobre a Banda D.Gritos, as pessoas que quiserem contribuir com informações, histórias, fatos inusitados, depoimentos, recortes de jornais, fotos e vídeos da banda podem enviar para o e-mail pcgomes-st@bol.com.br


*Paulo César é professor e especialista em História Geral



2ª Formação


Acima, 1ª Formação da banda

Festival de Música de Salgueiro

 
Fotos do acervo pessoal de Camilo Melo

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Serrinha, um retrato do descaso e oportunismo político

A Barragem de Serrinha é um intrigante caso no qual se verifica o descaso com a aplicação do dinheiro público em obras faraônicas. A obra que tive o seu inicio no final da década de 1950 e foi inaugurada em 1996, mesmo não estando concluída, vem sendo ressuscitada a cada eleição, apenas com objetivo explícito de angariar votos dos inocentes eleitores locais.
A Barragem de Serrinha tinha tudo pra ser uma obra propulsora do desenvolvimento econômico e social da região do alto Pajeu, com a implantação de projetos nas áreas da agricultura irrigada e pesca, gerando empregos e melhorando a qualidade de vida de centenas de famílias.
O problema é que a obra foi e continua sendo usada como uma plataforma política eleitoreira, nada é feito de concreto para que águas do seu reservatório sejam efetivamente utilizadas. Vários são os factoides criados em torno da alocação de recursos federais para a efetivação de projetos no entorno do açude. Para não sair da rotina, o tema voltou a ser lembrando agora em 2012, são as velhas promessas políticas que recheiam o eterno discurso do deputado Inocêncio Oliveira, provavelmente quem mais se beneficiou politicamente com as idas e vindas da emblemática obra.
Nessa história os maiores prejudicados são os agricultores ribeirinhos e a população em geral, pois acabam perdendo uma importante ferramenta para o desenvolvimento da região. Por outro lado, os nossos políticos se deleitam com a lentidão e o descaso dos órgãos públicos federais, que de forma singular ignoram o fato de que em pleno sertão nordestino existe uma barragem com um grande volume de água e que não é praticamente usada.
Essa situação só vem a comprovar que o fenômeno da seca não é o responsável pelo atraso econômico do Nordeste, os verdadeiros responsáveis são nossos gloriosos e eternos “coronéis”, que assistem de camarote a desgraça econômica, social e cultural da maioria da nossa sociedade que é formada por inúmeros excluídos que habitam o campo e a cidade.

Paulo César é professor especialista em História Geral e bacharelando em Direito
Publicado em 03 de abril de 2012 pelo site Farol de Notícias de Serra Talhada

quarta-feira, 28 de março de 2012

O que falta para o entreposto da Trasnordestina em ST?

Durante a semana passada foi anunciado pela aliança Transnordestina Logística S.A e Odebrecht Infraestrutura, que os trabalhos de montagem da superestrutura da Ferrovia Transnordestina em de Serra Talhada começam no próximo dia 10 de abril. Essa notícia comprova que as obras da ferrovia continuam a todo vapor, porém uma pergunta fica no ar: e o entreposto vai ou não vai ser construído em Serra Talhada?
Essa discussão sobre o entreposto foi levantada em 2010 quando o vereador Zé Pereira apresentou um requerimento, que foi subescrito e aprovado por todos os vereadores, solicitando do Ministério da Integração Nacional e da Casa Civil, a inclusão de um entreposto em Serra Talhada, no projeto de construção da Transnordestina. Cópias do requerimento foram enviadas para a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (o cargo era ocupado na época pelo atual ministro Fernando Bezerra Coelho) e para os Deputados Federais Inocêncio Oliveira, Pedro Eugênio, Fernando Ferro, Mauricio Rands (atualmente ele é Secretário de Estado), Gonzaga Patriota, Fernando Bezerra Filho e Armando Monteiro Neto (atualmente ele é Senador da República).
Paralelamente foi realizado um abaixo-assinado e uma reunião entre a construtora Odebrecht, a CDL, Câmara de Vereadores e a Prefeitura Municipal, na ocasião se discutiu a viabilidade da construção de um entreposto na cidade, tanto do ponto de vista estrutural do projeto como a importância para economia local e para todo o vale Pajeu. A discussão parecia que estava andando, porém, passados mais de dois anos, o assunto caiu no esquecimento. Vários outros projetos de menor, maior ou igual importância entraram na pauta política, desde a retomada de projetos na Barragem de Serrinha, passando pela Faculdade de Medicina, até chegar na ampliação do Aeroporto. Todos esses projetos são importantes, sendo que o único que está em andamento é o da obra da Transnodestina.
Então, diante dessa situação, é preciso que as atenções se voltem para a construção do entreposto, para esse a reivindicação seja concretizada, porque se ela não for incluída agora no projeto, provavelmente não teremos outra oportunidade e certamente ficaremos apenas a ver o trem. Em um momento em que se promove um verdadeiro carnaval somente para que seja feita a assinatura de uma ordem de serviço, e que audiências e mais audiências são realizadas de Recife a Brasília, apenas para gera fatos políticos, sendo que a sua maioria não passam de factoides, poderíamos aproveitar o momento para conseguirmos algo real e material, que beneficiaria não só a nossa população, mas também dezenas de cidades da região.
O que nos deixa em dúvida é se o problema para que a construção do entreposto seja realizado é por questões geográficas (o relevo ou a hidrografia da região), por falta de verbas, ou na verdade falta é vontade política? Caso seja vontade política, só resta a indignação e revolta contra os nossos gloriosos e onipresentes líderes políticos. Ao que parece o prestígio dos nossos políticos é equivalente à força de vontade que eles tem em resolver os problemas concretos, reais e urgentes que a nossa cidade tanto precisa.
*Paulo César é professor especialista em História Geral e bacharelando em Direito

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada, em 27 de março de 2012.

domingo, 25 de março de 2012

Em Triunfo Prefeitura e UFRPE estão monitorando mortes de peixes no lago central

A Prefeitura Municipal de Triunfo, preocupada com a mortalidade de peixes no Lago João Barbosa Sitônio, está tomando as devidas providência junto a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), através dos professores doutores gerentes do departamento do curso de engenharia de pesca e recursos pesqueiros da Universidade, Ugo Lima e Elton França, que estiveram na localidade recolhendo alguns deles para análise.

No último dia 22 de março, estiveram de volta à Triunfo para realizar, em um barco, o monitorameto de 24h com o objetivo de observar a qualidade da água, do oxigênio, do PH e da temperatura, além da coleta da mostra biológica para análise de fitoplancton e zooplancton.

Agora, alunos triunfenses do curso de engenharia de pesca farão parte do monitoramento. Também será firmado um convênio entre a UFRPE e a Prefeitura de Triunfo para ações prolongadas e diferenciadas do monitoramento biomunológico. O Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP) está sendo contatado para apoiar o projeto

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dois toques sobre CMDRS, Carlos Evandro, Sebastião e Augusto

Os efeitos eleitorais das denuncias contra o CMDRS e da rejeição das contas do prefeito Carlos Evandro:

Um debate tem sido travado por alguns observadores políticos locais, de quais seriam os efeitos das denúncias envolvendo o Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) e a rejeição das contas do Prefeito Carlos Evandro no desempenho eleitoral do pré-candidato a prefeito Luciano Duque (PT). Pelo equilíbrio que o petista vem mantendo e o ritmo de atividades que estão a todo vapor, e mesmo o “fogo intenso” da oposição não tendo cessado, é possível dizer que os últimos acontecimentos não abalaram o seu desempenho nas pesquisas, mas é importante ressaltar que é preciso clarear melhor a cabeça da população sobre essas questões tão polêmicas.
Por outro lado, o pré-candidato pelo PR, Sebastião Oliveira tem intensificado suas visitas à zona rural da cidade e entrevistas semanais as emissoras de rádio, principalmente as de propriedade do seu primo, o deputado Inocêncio Oliveira. O republicano também têm mantido contatos com empresários e lideranças religiosas locais, isso pode demonstrar que o pré-candidato, encontra-se com fragilidades em alguns setores, como por exemplo, na zona rural e entre seguimentos sociais que contribuem para formação da opinião do eleitorado.
Pelo andar da carruagem é possível dizer que os números que envolvem os principais protagonistas do processo eleitoral pouco mudaram do final de 2011 para cá. Esse contexto comprova uma característica que vem norteando a maioria das últimas eleições em diversos locais do país, o de que as campanhas mais agressivas não são bem vistas pela população, mesmo que em muitos casos, as denuncias do ponto de vista político e ético sejam necessárias. Em muitos casos o eleitorado está votando em campanhas propositivas e que se desenvolvem sem ataques e sem agressões.

O dilema de Augusto

A pouco mais de um ano Augusto César não tinha se quer um nome para lançar como pré-candidato do PTB para disputar a prefeitura, em vários momentos cogitou-se a possibilidade do mesmo indicar a vice do possível nome do PT. Porém com a saída de Dr. Fonseca do PT, e consequentemente a sua filiação ao PTB, o grupo de Augusto César entrou no jogo.
Mas como a política é um processo dinâmico e mutável, os diversos cenários criados fizeram com que o líder petebista ficasse em uma verdadeira “sinuca de bico”. O parlamentar sabe que pode decidir a eleição para o lado de Luciano Duque (PT) ou para o de Sebastião Oliveira (PR), mas para isso teria que abdicar da candidatura própria de Dr. Fonseca, correr o risco de rachar o seu grupo e ainda se deparar com antigos e novos desafetos.
De um lado (Luciano Duque) irá reencontrar Carlos Evandro, que foi seu vice-prefeito entre 1993-1996 e que rompeu com Augusto no final do mandato. Do outro lado (Sebastião Oliveira) irá reencontrar o seu velho companheiro de jornadas, o ex-prefeito Geni Pereira, os dois foram aliados por quase duas décadas, acabaram rompendo a pouco mais de dois anos. O mais surpreendente será ver Augusto César no mesmo palanque do Dep. Inocêncio Oliveira, já que o petebista construiu sua carreira política tendo o republicano com principal adversário.
O dilema de Augusto poderá chegar ao fim se for confirmado o convite do Senador Armando Monteiro ao prefeito Carlos Evandro para se filiar ao PTB e o mesmo aceite, dessa forma o deputado acabaria apoiando Luciano Duque que é o candidato do prefeito. Pelo jeito muita água ainda vai rolar por debaixo da ponte petebista.

A pergunta que não quer calar: Quando será que o Ministério Público e a Justiça Eleitoral começarão a agir no sentido de coibir as campanhas eleitorais antecipadas?

*Paulo César é professor especialista em História Geral e bacharelando em Direito

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada, em 19 de março de 2012.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Um breve olhar sobre a maior eleição da história de Serra

Paulo César é professor especialista em História Geral e bacharelando e Direito

 Os eleitores e as eleitoras mais atentos e atentas, estão vivenciados a cada dia, a cada hora, como se fosse um reality show, a maior eleição de todos os tempos. O ano de 2012 definitiva já está na história, não só pela profecia da civilização Maia sobre o fim do mundo, mas principalmente pela eleição municipal que se aproxima.
Essa não será uma simples eleição, não escolheremos apenas um novo prefeito, votaremos para escolher entre “o novo e o velho”. Votaremos para ratificar o poderio político do Dep. Inocêncio Oliveira ou pelo surgimento de um novo grupo político, que poderá ser personificado no candidato do PT. De um lado quase 40 anos de política e do outro, uma aliança entre um seguimento que rompeu com o Deputado e um partido que há décadas sonha em governar a segunda maior cidade do sertão pernambucano.
Nesse embate, o nome do Governador do Estado será usado de um lado e do outro, o da Presidenta da República. O Governador sonha com o Planalto e o partido da Presidente sonha em não sair de lá. Sendo assim a eleição em Serra Talhada é mais importante do que se imagina, ela faz parte de um jogo em que os principais interessados não estão apenas dentro, mas também fora do município. Em nenhuma outra cidade do interior de Pernambuco o processo pré-eleitoral é tão intenso e dinâmico como em nossa cidade. A cada dia uma nova surpresa, um novo fato! Declarações de lideranças políticas são feitas em vários veículos de comunicação, seja aqui, ou na capital, de vereador a senador da República, o assunto é o mesmo, a sucessão municipal na terra de Lampião.
Estaremos próximos de ver umas das maiores vitoria do Dep. Inocêncio Oliveira ou uma das suas maiores derrota? O Dep. Augusto César se tornará aliado do seu maior adversário ou seguirá caminho próprio como mero coadjuvante? A aliança Carlos Evandro, Luciano Duque e o PT poderá se concretizar em nova força política na cidade? E as perguntas não param por ai, será que o MCC, Marquinhos Dantas e Dr. Fonseca conseguiram demonstrar o seu potencial e sairão fortalecidos desse pleito?. Nada é mais lúcido nessa conjuntura do que espera os acontecimentos, porque nada está definido, mesmo que muitas coisas já estejam encaminhadas, muitos fatos ainda surgiram até o dia último prazo para a realização das convenções, ou quem sabe durante a campanha eleitoral, e porque não dizer no dia da eleição, 07 de outubro, até lá só nos resta acompanhar os blogs, os sites de notícias, os jornais e os programas de rádios.
Porém, é importante ressaltar que é preciso que alguns métodos antigos sejam deixados de lados, como por exemplo, a intimidação, a perseguição, as ameaças…. Essa eleição não pode e não deve entrar pra História pela prática da política de baixo nível, pelas calunias, por a utilização de instrumentos que manchem a moral e a ética da nossa sociedade. Mas vale lembrar para aqueles que insistirem em fazer o jogo sujo, que o povo não vota em quem é hipócrita ou em quem estimula a violência, ela vota em quem prega a paz e a harmonia, e não maioria das vezes naquele que é perseguido e difamado. Para refrescarmos a memória, é só nos lembramos da vitoria histórica da esperança sobre o medo, ou seja, nem tudo se vence pela força, em muitos momentos precisamos usarmos a inteligência e o bom senso!
Aproveito a oportunidade para agradecer a todos àqueles que apreciam os meus textos e também a todos aqueles que detestam. A democracia e a liberdade de expressão são praticadas dessa forma, alguns dão à cara a tapa, enquanto outros se escondem em meio a sua insignificância.

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada, em 12 de março de 2012.

quinta-feira, 8 de março de 2012

As lideranças políticas de Serra Talhada chegaram ao fundo do poço

Paulo César é professor especialista em História Geral e bacharelando em Direito

Os últimos acontecimentos revelaram na sua plenitude o nível de visão e de amadurecimento das nossas principais lideranças políticas. Infelizmente elas chegaram ao fundo poço! Não chegaram a esse estágio porque estejam fazendo denúncias ou apenas se defendendo de ataques e críticas, chegaram a esse ponto porque são egocêntricos e personalistas. A nossa cidade vive um dos piores momentos no que se refere à política, pois ela é praticando da pior forma possível, com muita baixaria, acusações de todos os lados, intimidação, perseguição, e o pior de tudo, o estímulo a violência.
Imagine as pessoas que foram adotadas por nossa cidade, os nossos conterrâneos que estão em outras cidades, os jovens, as crianças, os idosos, enfim, todos aqueles que diariamente são obrigados a ver e ouvir uma enxurrada de declarações inoportunas que são publicadas em blogs e em rádios locais, todos devem estar sentido vergonha por todo esse circo montado as véspera de um momento tão importante como o das eleições municipais. Um momento que deveria ser uma exaltação a democracia, a liberdade, está preste-se a se torna uma guerra, isso porque alguns que visam apenas interesses pessoais travam uma disputa pelo poder, exclusivamente pelo poder…
Eles não estão preocupados em apresentar ou debater projetos que venham a desenvolver a cidade, preferem o confronto no campo pessoal, dessa forma acabam ignorando o desejo do nosso povo de viver em paz. O curioso disso tudo é que até pouco tempo alguns eram aliados fieis e outros eram adversários históricos, e agora guerreiam em lados opostos, talvez essa metamorfose política seja uns dos ingredientes que possa explicar como esse mar de lama tomou conta da política de Serra Talhada.
Porém, é bom ressaltar que se toda essa metamorfose ocorreu em tão pouco tempo, é possível que logo logo novas mudanças ocorram, com novos objetivos e novas intrigas. Para nossos políticos nada é impossível, afinal de conta eles são mestres na arte da hipocrisia e da demagogia. Por outro lado é importante que a impressa exerça seu papel de informar ouvindo sempre todos os lados, sem se esquecer de que nem só de sensacionalismo vive a notícia, é necessário que se construa pautas construtivas e positivas.
Nesse processo é preciso também que a Justiça Eleitoral e o Ministério Público comecem a agir no sentido de impedir as campanhas antecipadas, pois elas acontecem abertamente e sem nenhum controle. Mas não podemos esquecer de chamar a responsabilidade todas as nossas lideranças políticas, para que os mesmo procurem acalmar as suas respectivas militâncias, porque do contrário o germe da discórdia irá contaminar mais pessoas. A liderança que não pecar por omissão e por não tentar buscar elevar o debate, acabará pecando por estimular o confronto e a violência.
Nesse momento é preciso esquecer os sonhos e os desejos individuais, é preciso pensar no bem estar da população, em uma campanha limpa, em uma disputa política saudável, em um confronto de ideias, enfim, em uma Serra Talhada desenvolvida, com paz e harmonia!

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada, em 04 de março de 2012.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Uso do dinheiro público para fins particulares



A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) garantindo a aplicabilidade da Lei do Ficha Limpa para as eleições deste ano, significou um avanço no sentido de banir do cenário eleitoral os políticos que administraram ou administram de forma danosa o erário público.
Infelizmente a Lei foi alterada em seu texto original, por parlamentares que se preocuparam mais em legislar em causa própria do que a atender ao um pedido da sociedade. O movimento popular pela aprovação da Lei do Ficha Limpa espalhou-se em todo o território nacional, levando o debate em torno do combate a corrupção, algo só visto no “Fora Collor”.
Segundo dados de órgãos internacionais, o Brasil é um dos países em que se verifica o maior número de episódios comprovados de corrupção, isso nos leva a crê que os nossos políticos confundem, em muitos casos, o público com o privado. Então estaria ai origem de todo o mal? Será que construir uma cascata fabulosa, um castelo ou o usar dinheiro público em passeios familiares e em farras em motéis, não seriam formas de usar “o público” para fins particulares?
Na verdade a criatividade dos nossos políticos é algo digno de filmes “hollywoodianos”, já se escondeu dinheiro em cueca e em meias, até apostas em jogos da loteria federal foram usados como forma de lavar dinheiro de origem ilícita. Sendo assim concluirmos que a Lei do Ficha Limpa logo será ultrapassada, que novos métodos pra se desviar verbas públicas serão criados, e que novamente a população irá se manifestar de forma veemente para que a guerra de combate à corrupção não seja em vão.
O problema não é só o fato de que as leis no Brasil não são cumpridas pelas elites e pelos políticos, o grande desafio está no fato de que a nossa população ainda não aprendeu a votar, isso se comprova quando verificamos que Paulo Maluf, Jáder Barbalho, Fernando Collor e tantos outros envolvidos em escândalos de corrupção, ainda coseguem se eleger e se mantém no topo da elite política, ou seja, a Lei é dura, mas o voto não!

Paulo César, professor especialista em História Geral

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Professores denunciam esquema de “gestão-panelinha” em escolas do Estado

Por Giovanni Sá

Mais um fiasco do Governo do Estado vem provocando desconforto em pais, alunos e professores serra-talhadenses. O Processo de Eleições Diretas (PED) para as escolas públicas estaduais não funciona desde 2005, criando espécies de gestões vitalícias na administração de centros educacionais na Capital do Xaxado.
O governador Eduardo Campos (PSB) substituiu a prática democrática da escolha dos diretores escolares através do voto pela indicação. O resultado foi imediato: na maioria dos colégios surgiram ”panelinhas” de gestores, que se transformaram em “correia de transmissão” da gestão socialista.
“A coisa funciona da seguinte forma: um gestor que sai indica uma pessoa da sua confiança. A própria Gerência Regional de Educação (GRE) pede ao diretor o substituto com este perfil. Ou seja, vão se criando “panelinhas” em detrimento ao processo democrático”, lamenta o professor Paulo César Gomes, da Rede Estadual de Ensino. As eleições diretas sempre foram uma bandeira de luta do movimento sindical, relembra ele. Entretanto, com a ascensão de Eduardo Campos no cenário político, os sindicalistas praticamente abandonaram a proposta.

Caminho inverso

Até em Serra Talhada o processo de eleição direta nas escolas municipais está em andamento. Neste ano, 23 centros educacionais irão realizar votações com a participação de alunos, pais e professores. A previsão é que o prcesso se realize no próximo mês de maio. “Foi um compromisso assumido pelo prefeito Carlos Evandro com a categoria. Estamos trabalhando o edital em sintonia com a Secretaria de Educação. Mas o anúncio será feito pelo próprio prefeito”, comemora Sinézio Rodrigues, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinstet).

FONTE: FAROL DE NOTÍCIAS  

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sentença "O Celular do Carpinteiro"




Processo Número: 0737/05
Quem Pede: José de Gregório Pinto
Contra quem: Lojas Insinuante Ltda, Siemens Indústria Eletrônica S.A e Starcell Computadores e Celulares.

Vou direto ao assunto.
O marceneiro José de Gregório Pinto, certamente pensando em facilitar o contato com sua clientela, rendeu-se à propaganda da Loja Insinuante de Coité e comprou um telefone celular, em 19 de abril de 2005, por suados cento e setenta e quatro reais.
Leigo no assunto, é certo que não fez opção por fabricante. Escolheu pelo mais barato ou, quem sabe até, pelo mais bonitinho: o tal Siemens A52. Uma beleza!
Com certeza foi difícil domar os dedos grossos e calejados de marceneiro com a sensibilidade e recursos do seu Siemens A52, mas o certo é que utilizou o aparelhinho até o mês de junho do corrente ano e, possivelmente, contratou muitos serviços. Uma maravilha!
Para sua surpresa, diferente das boas ferramentas que utiliza em seu ofício, em 21 de junho, o aparelho deixou de funcionar. Que tristeza: seu novo instrumento de trabalho só durou dois meses. E olha que foi adquirido legalmente nas Lojas Insinuante e fabricado pela poderosa Siemens.....Não é coisa de segunda-mão, não! Consertado, dias depois não prestou mais... Não se faz mais conserto como antigamente!
Primeiro tentou fazer um acordo, mas não quiseram os contrários, pedindo que o caso fosse ao Juiz de Direito.
Caixinha de papelão na mão, indicando que se tratava de um telefone celular, entrou seu Gregório na sala de audiência e apresentou o aparelho ao Juiz: novinho, novinho e não funciona. De fato, o Juiz observou o aparelho e viu que não tinha um arranhão.
Seu José Gregório, marceneiro que é, fabrica e conserta de tudo que é móvel. A Starcell, assistência técnica especializada e indicada pela Insinuante, para surpresa sua, respondeu que o caso não era com ela e que se tratava de “placa oxidada na região do teclado, próximo ao conector de carga e microprocessador.” Seu Gregório: o que é isto? Quem garante? O próprio que diz o defeito diz que não tem conserto....
Para aumentar sua angústia, a Siemens disse que seu caso não tinha solução neste Juizado por motivo da “incompetência material absoluta do Juizado Especial Cível – Necessidade de prova técnica.” Seu Gregório: o que é isto? Ou o telefone funciona ou não funciona! Basta apertar o botão de ligar. Não acendeu, não funciona. Prá que prova técnica melhor?
Disse mais a Simens: “o vício causado por oxidação decorre do mau uso do produto.” Seu Gregório: ora, o telefone é novinho e foi usado apenas para falar. Para outros usos, tenho outras ferramentas. Como pode um telefone comprado na Insinuante apresentar defeito sem solução depois de dois meses de uso? Certamente não foi usado material de primeira. Um artesão sabe bem disso.
O que também não pode entender um marceneiro é como pode a Siemens contratar um escritório de advocacia de São Paulo, por pouco dinheiro não foi, para dizer ao Juiz do Juizado de Coité, no interior da Bahia, que não vai pagar um telefone que custou cento e setenta e quatro reais? É, quem pode, pode! O advogado gastou dez folhas de papel de boa qualidade para que o Juiz dissesse que o caso não era do Juizado ou que a culpa não era de seu cliente! Botando tudo na conta, com certeza gastou muito mais que cento e setenta e quatro para dizer que não pagava cento e setenta e quatro reais! Que absurdo!
A loja Insinuante, uma das maiores e mais famosas da Bahia, também apresentou escrito de advogado, gastando sete folhas de papel, dizendo que o caso não era com ela por motivo de “legitimatio ad causam”, também por motivo do “vício redibitório e da ultrapassagem do lapso temporal de 30 dias” e que o pobre do seu Gregório não fez prova e então “allegatio et non probatio quasi non allegatio.”
E agora seu Gregório?
Doutor Juiz, disse Seu Gregório, a minha prova é o telefone que passo às suas mãos! Comprei, paguei, usei poucos dias, está novinho e não funciona mais! Pode ligar o aparelho que não acende nada! Aliás, Doutor, não quero mais saber de telefone celular, quero apenas meu dinheiro de volta e pronto!
Diz a Lei que no Juizado não precisa advogado para causas como esta. Não entende seu Gregório porque tanta confusão e tanto palavreado difícil por causa de um celular de cento e setenta e quatro reais, se às vezes a própria Insinuante faz propaganda do tipo: “leve dois e pague um!” Não se importou muito seu Gregório com a situação: um marceneiro não dá valor ao que não entende! Se não teve solução na amizade, Justiça é para isso mesmo!
Está certo Seu Gregório: O Juizado Especial Cível serve exatamente para resolver problemas como o seu. Não é o caso de prova técnica: o telefone foi apresentado ainda na caixa, sem um pequeno arranhão e não funciona. Isto é o bastante! Também não pode dizer que Seu Gregório não tomou a providência correta, pois procurou a loja e encaminhou o telefone à assistência técnica. Alegou e provou!
Além de tudo, não fizeram prova de que o telefone funciona ou de que Seu Gregório tivesse usado o aparelho como ferramenta de sua marcenaria. Se é feito para falar, tem que falar!
Pois é Seu Gregório, o senhor tem razão e a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, a Loja Insinuante lhe devolver o dinheiro com juros legais e correção monetária, pois não cumpriu com sua obrigação de bom vendedor. Também, Seu Gregório, para que o Senhor não se desanime com as facilidades dos tempos modernos, continue falando com seus clientes e porque sofreu tantos dissabores com seu celular, a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, que a fábrica Siemens lhe entregue, no prazo de 10 dias, outro aparelho igualzinho ao seu. Novo e funcionando!
Se não cumprirem com a ordem do Juiz, vão pagar uma multa de cem reais por dia!
Por fm, Seu Gregório, a Justiça vai dizer a assistência técnica, como de fato está dizendo, que seu papel é consertar com competência os aparelhos que apresentarem defeito e que, por enquanto, não lhe deve nada.
À Justiça ninguém vai pagar nada. Sua obrigação é fazer Justiça!
A Secretaria vai mandar uma cópia para todos. Como não temos Jornal próprio para publicar, mande pelo correio ou por Oficial de Justiça.
Se alguém não ficou satisfeito e quiser recorrer, fique ciente que agora a Justiça vai cobrar.
Depois de tudo cumprido, pode a Secretaria guardar bem guardado o processo!
Por último, Seu Gregório, os Doutores advogados vão dizer que o Juiz decidiu “extra petita”, quer dizer, mais do que o Senhor pediu e também que a decisão não preenche os requisitos legais. Não se incomode. Na verdade, para ser mais justa, deveria também condenar na indenização pelo dano moral, quer dizer, a vergonha que o senhor sentiu, e no lucro cessante, quer dizer, pagar o que o Senhor deixou de ganhar.
No mais, é uma sentença para ser lida e entendida por um marceneiro.

Conceição do Coité, 21 de setembro de 2005
Gerivaldo Alves Neiva
Juiz

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Novos tempos, velhas políticas!


Paulo César é especialista em História Geral e bacharelando em Direito

Vivemos uma nova fase política em terras “brasilis”, temos uma presidenta disposta a fazer uma faxina ética, na economia tudo é um mar de rosas, iremos promover os maiores eventos esportivos do planeta (Copa do Mundo e Olimpíadas), tudo conspira para nos tornamos um dos maiores países do novo milênio. Mesmo diante desse cenário extremamente promissor algo anda errado.
O país que conviveu com uma Ditadura Militar por mais de duas décadas, período em que várias vidas foram brutalmente exterminadas em nome da liberdade, começa-se a resgatar práticas políticas antes abomináveis. O curioso disso é que certas iniciativas partem daqueles que mais defenderam a volta da democracia.
É contraditório que o partido que surgiu em meio a greves de trabalhares em pleno regime militar, seja o primeiro a desclassifica a mais importante e o último instrumento reivindicatório da classe trabalhadora. É como se alguns dirigentes petistas nunca tivessem promovido ou participado de uma greve, ou ainda, como se todas as que eles promoveram tivessem sido “civilizadas”.
Greve é uma disputa de interesses, e como qualquer embate mexe com o emocional, sendo assim alguns certamente irão perde a razão e cometerão excessos. Greve não é coisa de outro mundo, basta olharmos as recentes greves gerais em países europeus e nos Estados Unidos, com certeza em alguns desses movimentos encontraremos excessos, mas não podemos tira o mérito e a importância das suas reivindicações.
Condenar o direito constitucional do trabalhador a greve, é o mesmo que voltarmos aos tempos de chumbo. Querer criar instrumentos para controlar a imprensa, é o mesmo que defender a censura. Não há dúvidas de que alguns políticos não estão preparados para o poder, ou talvez o poder seja muito grande para alguns político de alma pequena. Porque não se justifica tamanho retrocesso, tanto a nível nacional, como estadual.
Em Pernambuco o processo é mesmo, muda o partido, mas não a prática. Isso quer dizer que mesmo que o estado esteja em largo processo de desenvolvimento econômico, as práticas políticas são as piores possíveis. O tudo poderoso Eduardo Campos, o Dudu Beleza, ou melhor, Dudu Malvadeza, deita e rola, não respeita ninguém. Paga o pior salário de professor do país, não respeita os servidores públicos, trata com violência os estudantes e persegui os jornalistas que ousam mostrar a verdade.
É uma pena que a maioria dos jornais, sindicatos, movimentos sociais e alguns partidos estejam não mão desse estelionatário político, pois de democrático ele não tem nada, sua postura é equivalente a de um CORONEL, egocêntrico, vingativo e perseguidor. Pelo estado a fora, muitos seguem esse CORONEL, praticando a mesma política e idolatrando as suas façanhas ditatoriais.
O bom da vida e da política é que nada é para sempre, assim como absolutismo chegou ao fim com Revolução Francesa e o Nazismo foi derrotado pelas forças aliadas, os ares dos novos tempos continuaram soprando e as velhas práticas políticas irão ruir, e juntos cairão todos aqueles que acham e acreditam que democracia é um processo único é pessoal, mal se lembram eles que a democracia é como foi dito por Aristóteles, é feita do povo e para o povo!

Publicado no Farol de Notícias de Serra Talhada, em 13 de fevereiro de 2012.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A importância da oposição na política

Paulo César é professor especialista em História Geral e bacharelando em Direito

Em todas as nações onde se vivência a prática democrática o papel da oposição é reconhecido pela sua importância. No Brasil o papel que caberia a oposição é feito, em grande, pela imprensa, pois é a partir dela que a população toma conhecimento dos desvios de conduta dos políticos e alerta para os prejuízos econômicos, sociais e culturais de ações desenvolvidas de forma equivocada por órgãos e agentes públicos, principalmente os que têm origem no poder executivo e legislativo.
Infelizmente a oposição no Brasil vive uma crise de identidade, padece de discurso e da falta de poder de mobilização junto à sociedade. Essa crise atingiu também os movimentos sociais, que em sua maioria, abandonaram bandeiras históricas em nome da governabilidade. Em quanto os políticos que hoje são “oposição” não vêem à hora de voltar ao poder, os movimentos sociais se submetem a disciplina imposta por partidos que se dizem de esquerda, e que só pensam em utilizar o aparelho sindical para fins pessoais ou eleitoreiros.
No cenário estadual a situação é ainda pior, já que o governador deita e rola, sem enfrentar oposição. E o pior é que boa parte da imprensa está comprometida e não se esforça em fiscaliza e denunciar as diversas arbitrariedades cometidas pelo Sr. Eduardo Campos. É impressionante como não se divulga nada sobre os péssimos salários pagos aos servidores do estado em todos os seguimentos, sejam da saúde, segurança pública e principalmente da educação. Em Pernambuco se paga o PIOR SALÁRIO DE PROFESSOR DO BRASIL!
As rodovias estaduais encontram-se em péssimo estado, em algumas delas não se encontra 1 cm de asfalto. A Saúde é uma negação, os hospitais estão super lotados, com falta de médicos e de equipamentos de qualidade. O Pacto Pela Vida é uma grande falácia, basta olhar os jornais e verificar a quantidades de crimes que são cometidos do litoral ao sertão, o tráfico de drogas e os assaltos a bancos se multiplicam. Talvez se tivéssemos uma oposição qualificada e determinada poderíamos viver é outro cenário, mesmo que não tivéssemos o melhor do governador do Brasil.
Em nível local a coisa é ainda pior, pois o grau de politização é muito pequeno, não se pode fazer uma analise crítica do mandato de um deputado (federal e estadual), de um prefeito ou de um vereador, sem que a discussão seja levada para o campo pessoal. Esse tipo de postura reduz o debate e impede que algumas questões éticas e estratégicas não sejam vistas com o devido respeito.
Ao longo da história verificamos que em lugares em que não existiu oposição, a população pagou um alto preço, pois se tornaram reféns de políticos demagogos e em muitos casos acabaram sendo governados por ditadores. Um país, um estado, uma cidade sem oposição, é um espaço propício para o surgimento da pior espécie de político. O político autoritário, prepotente e egocêntrico, aquele que não consegui ver além do seu umbigo.
A importância da oposição não pode ser medida apenas no período eleitoral, a sua importância vai mais além, ela se da em todos os momentos da prática política. É ilusão acreditar que a política pode ser vista apenas por um anglo, a política é muito mais ampla e dinâmica, e nesse contexto o olhar da oposição poder no fornecer outros anglos de visão. Em nome da construção de uma sociedade democrática precisamos valorizar e respeitar a prática política feita pela oposição. Essa oposição tem que ser política, e não aquela feita por oportunistas, carreiristas e demagogos.

Publicado no Farol de Notícias de Serra Talhada, em 07 de fevereiro de 2012.

ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

        QUESTÕES DISSERTATIVAS DE SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA QUESTÃO 1 :  João fez um testamento para deixar um dos seus 10 imóveis para seu gra...