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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Onde estão o novo e o velho na política de Serra Talhada?

*Paulo César é professor e pesquisardor especialista em História Geral
 
Após um período de intensa movimentação – algo nunca visto em nossa cidade - chegamos finalmente ao início da campanha eleitoral, que contará com apenas duas candidaturas para prefeito, fato que não ocorria  há quase cinqüenta anos. Essa situação só foi possível por que o processo pré-eleitoral foi bastante deformado, a quem diga que foi “doidona”, o que é um absurdo. Na verdade, cada passo  dado pelos grupos foi com extrema consciência, cada lado sabia e sabe bem o que quer. Porém, o diferencial foi à interferência do coronel Eduardo Campos, que não mediu esforços para fortalecer o palanque do seu candidato Sebastião Oliveira. Graças à interferência do Coronel, vários partidos foram cooptados e acordos foram fechados na calada da noite sem que os filiados locais pudessem opinar.
O maior feito de Eduardo nessa campanha foi ter unido “água e óleo”, Inocêncio Oliveira e Augusto César, o fato histórico foi à grande RENOVAÇÃO da política local. O que parece na verdade uma grande piada, os dois grupos em nada oferecem de novidade, a mais de trinta anos se alternam na condução do poder executivo local. Sendo assim, cai por terra o discurso do novo, pois, no mínimo, os dois grupos passaram por uma bela recauchutagem, ou quem sabe modificaram apenas a embalagem, já que o conteúdo continua o mesmo, autoritário e retrogrado. E pelo outro lado, apesar de todas as contradições e incoerências que levaram a filiação de Luciano Duque ao PT, estará representado com duas boas novidades. A primeira delas é a possibilidade real do PT conquistar a Prefeitura Municipal, sonho tentando em
duas oportunidades, em 1982, com Raimundo Aquino e 2004, com Dr. Fonseca.

“Cai por terra o discurso do novo, pois, no mínimo os dois grupos passaram por uma bela recauchutagem, ou quem sabe modificaram apenas a embalagem, já que o conteúdo continua o mesmo, autoritário e retrogrado

Caso os petistas cheguem ao poder estarão derrubando uma escrita. Será a primeira vez desde a década de 60 que a cidade não será governada por alguém que não faz parte dos grupos familiares Ignácio/ Oliveira, Pereira/Conrado e Carvalho.
A outra importante novidade é fato de uma mulher está disputando as eleições como candidata a vice-prefeita, coisa que não acontece desde de 1992, quando dona Penha Oliveira foi candidata a prefeita, por sinal a única a tentar, e tendo como vice professora Rosário. Quatros anos antes a professora e petista Zefinha Santos encarava o desafio de concorrer em uma eleição majoritária em uma chapa que era encabeçada por Dr. Paulo César.
Tatiana Duarte não é a candidata que agrade aos meus pensamentos ideológicos, mas é inegável que do ponto de vista político-sócio-cultural, a sua candidatura representa muito, principalmente em se tratando de uma cidade extremamente conservadora e machista como a nossa. Os passos dados por ela podem ajudar a derrubar não só os coronéis, mas também tabus, assim como vem fazendo Dilma Rousseff como presidenta. A favor de Tatiana pesa o fato de ser uma mãe de família exemplar, uma educadora social, pois desempenha a função de Pastora e radialista, ao contrário de outros, que terão que explicar ao eleitor por que andam acompanhados de pistoleiros ou ainda
zombando e menosprezando os adversários. Para alguns poucos preconceituosos, o fato negativo se dar pelo fato dela ter nascido na Paraíba, uma atitude que demonstra como é pequena a cabeça de alguns politiqueiros.
Pois bem, se todos pesassem assim, nós, legítimos pernambucanos, não iríamos aplaudir e enaltecer a obra de Ariano Suassuna, e nem  votaríamos nele para governador pelo fato do mesmo ser paraibano. Dada às devidas proporções, tanto Ariano como Tatiana, devem ser respeitados em nosso estado e em nossa cidade, independente de credo religioso ou opção político partidária, e principalmente pelas suas origens. E para encerrar, nada melhor do que  parabenizar Tatiana e a todo as mulheres paraibanas, pernambucanas, serra-talhadenses , em fim a todas as mulheres , citando um trechs da música do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que com muito bom humor buscou mostrar o lado forte e guerreiro da mulher nordestina: “… Paraíba masculina mulher macho sim senhor!…”

“A outra importante novidade é o fato de uma mulher. Coisa que não acontece desde de 1992, quando dona Penha Oliveira foi candidata a prefeita. Quatros anos antes a professora e petista Zefinha Santos encarava o desafio de concorrer em uma eleição majoritária em uma chapa encabeçada pelo Dr. Paulo César”


Texto publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada, em 07 de julho de 2012.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A eleição do século e seus fatos inusitados, por Paulo César

Paulo César é professor e historiador


A eleição que se aproxima já foi denominada de a eleição do século, pois colocará frente a frente o novo e o velho. De um lado o poderio e o legado político secular do deputado Inocêncio Oliveira, e do outro, a ousadia e rebeldia do prefeito Carlos Evandro. Mas além desse embate histórico, estamos acompanhando o desenrolar de alguns fatos que entraram para os anais da história política da cidade. Entre tantos elementos surgidos destacaremos alguns que podem ser considerados como inusitados, ou simplesmente, inacreditáveis:

TRAIDORES E TRAÍDOS: 
Quem diria que o prefeito Carlos Evandro iria abandonar o grupo do deputado Carlos Evandro. Ou, quem em sã consciência poderia imaginar que Geni Pereira após a saída do grupo do deputado Augustos César iria lhe reencontrar no grupo dos antigos desafetos, os deputados Inocêncio Oliveira e Sebastião Oliveira. E por que não dizer, o polêmico Jair Ferraz.


A GUERRA DOS ADESIVOS E A INOPERANCIA DA JUSIÇA ELEITORAL E DO MP-PE:
A disputa eleitoral começou antes de forma antecipada. Há vários meses surgiram inúmeros adesivos que de forma explicita fazem referência a determinados candidatos. O pior é que a Justiça Eleitoral e o Ministério Público não estão nem aí para o problema.


A DERROCADA DA TERCEIRA VIA:
Mais uma vez vimos à derrocada de grupos que se diziam ser a terceira, ou quem sabe, a primeira via. O primeiro grupo a derrocar foi o PT, pois era oposição e, de repente, tornou-se governo, e de contrapartida levou o MCC, que surgia como alternativa para os opositores do prefeito Carlos Evandro. E finalizando com o recuo da candidatura de Marquinhos Dantas e passivelmente com a retirada do nome de Dr. Fonseca.



OS MOSQUETEIROS:
Nos livros do francês Alexandre Dumas, os Três Mosqueteiros, são fiéis servidores do rei Luiz XIII. No processo eleitoral local não se sabe a qual rei os mosqueteiros servirão. Caso não venham a servir a nenhum rei, bastará apenas levanta a bandeira “de um por todos e todos por um”. Mesmo diante de algumas indagações, uma coisa é certa, o rei a quem o grupo serve atualmente está próximo de ser destronado ou estará logo submisso a um rei mais poderoso.


OS BLOGS CHAPA BRANCA E O ANALISTA POLÍTICO:
É impressionante a quantidade de blogs e de programas de rádios a serviços de determinadas candidaturas, tudo sendo observando pelos “olhos vendados” da Justiça Eleitoral e do Ministério Público. Fora isso, ainda surgiu um analista político, que ao que me parece é o único do interior do estado, pois nem sequer os jornalistas Magno Martins e Inaldo Sampaio, por exemplo, se auto denominam analistas políticos, sendo assim, esse rótulo vai acabar entrando para as história folclóricas da cidade.


CANDIDATURA DE CHICO PREÁ:
Se ainda tivéssemos o voto em cédula iriamos ver a enxurrada de votos destinados ao nosso filósofo de Água Branca,Chico Preá. Pois ele representa a essência do povo sertanejo, com suas frustrações, desejos, e acima de tudo, a sua coerência com que trata os seus conterrâneos e a sua busca por melhorias para a vida dos excluídos.


O FAROL DE NOTÍCIAS:
Nenhum outro órgão de imprensa forneceu tantas informações e abriu espaço para os eleitores como o FAROL DE NOTÍCIAS. Através desse veículo várias figuras puderam se expressar. De senadores da republica ao anônimo eleitor.


O BODE:
O bode pertence à espécie da Capra Aegagrus ou Capra hircus. Esse animal já entrou para a história dessa eleição, tudo fruto das supostas denuncias de irregularidades em programas do Governo Federal administrados pelo poder executivo municipal. Sendo que o quadrúpede é constantemente degustado por toda a elite eleitoral em diversos restaurantes da cidade. Por incrível que pareça nenhuma das ilustres figuras reclamou da procedência do prato principal.


RETROSPECTIVA
Vale salientar que nas últimas eleições inúmeros fatos e elementos marcaram o processo eleitoral. Em 1992 foram “os cabeças vermelhos” e a frase “de novo”, do personagem Baby da família dinossauro. Em 1996 foram “os seis meisinhos” e “o pão recheado com vinte reias”; em 2000 foi o “dê ré no avião” e “o arruma a mala aí”; em 2004 o “me dê o meu o arroz” e “a invasão de uma emissora de rádio para impedir a exibição de um guia eleitoral”, e em 2008 “a distribuição do suquinho” e “a compra de votos no dia da eleição”.
Diante de tantos fatos e fatores , é possível dizer que o resultado dessa eleição seja imprevisível, pois, a cada dia, novos elementos são acrescentados ou ignorados, mas de uma coisa ninguém pode negar: ela vai mexer com corações, emoções e os cofres de muitos eleitores apaixonados.

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada no dia 27 de junho de 2012.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Na política, quem fala demais dá bom dia a cavalo

*Paulo César é professor especialista em História Geral

As recentes notícias que envolvem as possíveis candidaturas para a disputa eleitoral em nossa cidade só vêm a comprovar uma velha máxima que diz que a política não uma linha reta onde se pode ver o início, o meio e o fim, pois, o processo foi marcado por incontáveis fatos inusitados e por declarações “mitológicas”. De uma hora pra outra os cenários se modificaram, novos grupos foram criados e velhos grupos se fundiram, tudo na maior naturalidade, sem preconceito ou restrição. Diante disso tudo existe uma pergunta que insiste em perturbar, o que será feito com as palavras ditas no passado?
Provavelmente alguém dirá que serão jogadas no lixo ou quem sabe tentarão deletá-las das nossas memórias. Como se fosse possível esquecer o que foi dito pelos Deputados Inocêncio Oliveira e Augusto César, pelo prefeito Carlos Evandro e o ex-prefeito Geni Pereira. Todos eles com maior ou menor intensidade, falaram demais, de aliados e de adversários, até de partidos políticos, ninguém escapou dos ataques ou dos elogios desses falastrões.
Sem falar do deputado Sebastião Oliveira que nos últimos meses criticou com metáforas, para não dizer com ironias, o prefeito, o vice-prefeito, a primeira dama, secretários do governo municipal, vereadores, projetos desenvolvidos pela atual gestão do município, a imprensa, partidos políticos, senador da república, nada escapou da língua ferina do deputado republicano.
Em virtude de tantas contradições ou de total sintonia política, fica aqui o alerta a todos os líderes políticos: as eleições passam e bem logo ali, em um futuro não muito distante, eles poderão se reencontrar ou voltar a se separar, isso porque o que importa não é o interesse coletivo, e sim o pessoal. Se não fosse isso, garanto que o cenário eleitoral seria outro. Porém, é importante deixar um lembrete, o de que antes de falarem um caminhão de besteiras, pensem no constrangimento que terão no futuro ao terem de abraçar e elogiar um antigo desafeto, e o pior será ouvir a gozação popular que não tardará em dizer que “QUEM FALA DEMAIS DÁ BOM DIA A CAVALO!”.

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada em 25 de junho de 2012.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O lado negativo do lulismo, por Paulo César

*Paulo César é professor especialista em História Geral

O ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva construiu ao longo dos anos uma história de vida, e consequentemente política, inigualável, fruto do seu poder de superação diante de inúmeras adversidades com as quais se deparou. Como Presidente da República conseguiu acabar com alguns problemas gravíssimos como, por exemplo, o pagamento da famigerada divida externa, uma doença maligna que marginalizou e excluiu à maioria do povo brasileiro. Além disso podemos ver a melhoria da qualidade de vida, a expansão das Universidades Federais e das Escolas Técnicas por diversos pontos do país e a conquista de espaços importantes no cenário internacional.

Os pontos positivos do governo Lula são inquestionáveis, uma prova disso é a sua altíssima popularidade, um cenário que proporcionou ao líder petista um “status” político nunca antes visto na história do Brasil. Porém, é importante ressaltar que essa onda “lulista” fez resurgir algumas práticas políticas que há décadas haviam sido banidas da nossa história.

Lula para chegar ao poder, após três campanhas sem sucesso, o PT foi obrigado a fazer uma coligação ampla e sem limites, que incluíram entre outros, uma aliança branca com o PFL de ACM e de Roseana Sarney. Com a sua chegada ao planalto, o presidente em nome de uma dita “governabilidade”, apadrinhou verdadeiros “coronéis”, espécies comparadas as do período da “República do Café com Leite” e do “voto de cabresto”, como Jose Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Fernando Collor, Inocêncio Oliveira entre outros.

Com essa prática política, Lula, impôs ao PT e aos partidos aliados a formação de coligações sem nenhuma base política ideológica ou com base em projeto de governo com metas sociais, em todos os casos prevalece a troca de apoio político ou a troca de cargos em gestões no poder executivo e em comissões do poder legislativo. Diante de tantos resultados eleitorais satisfatórios, o “lulismo” passou a ser copiado por vários políticos em diversos estados brasileiros. Um desses estados é o de Pernambuco, onde o coronel Eduardo Campo desenvolve o “lulismo” com “um certo requinte de crueldade”.

Na cartilha do “lulismo” não há espaço para o debate político, nela o que prevalece é o candidato e a coligação do “bolso do paletó”, empurrados de goela abaixo. Esses candidatos surgem de todos os lados, de norte a sul do Brasil, inclusive no interior de Pernambuco, onde maioria dos candidatos “bolso de paletó” são apadrinhados por Lula, Eduardo Campo e Inocêncio Oliveira.

Lamentavelmente esse modelo político tende a se perpetua no país, e o pior, atingindo através de troca de favores ou de pressão, outras áreas importantes como a imprensa e o judiciário. Porém, cabe ao eleitor mais atento o dever de verificar como foi o processo de escolha do seu candidato, caso contrário, a maioria, que em geral é desenformada, acabará escolhendo um político sem personalidade e sem projeto político, que ao longo do mandato irá se tornar uma marionete não mãos dos CORONEIS!

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada no dia 17 de junho de 2012.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Crônica de autoria da minha ex-aluna (nota 10) Valesca Kehrle

* Por Valesca Kehrle Rodrigues
Que encomenda é essa?

Vejam bem, caros leitores, que encomenda é essa? Assim mesmo se intitulava a notícia deste fato que aqui relato a vocês. Não teve repercussão, mas foi para mim inusitado, um tanto quanto estranho e, sem mais prolongações, diria um pouco bizarro, para aqui deixar bem claro o tamanho do meu espanto.
Minha missão se restringia a procurar uma notícia, com uma única implicação, que ainda fosse recente, o assunto: os mais diversos, nenhuma especificação. Foi assim que acabei nessa quarta-feira à noite navegando por um desses famosos sites de notícias e entretenimentos, mas não teria parado na foto de uma cobra sendo retirada de uma caixa, se não fosse pelo título, que logo me despertou a curiosidade. Que encomenda é essa? O fato foi o seguinte: Funcionários dos correios de Uberaba, Minas Gerais, encontraram no fim do expediente, desta terça-feira uma cobra jararaca adulta numa encomenda que iria para Bertioga no litoral de São Paulo. A Polícia Militar foi acionada e esteve no endereço que havia na caixa, o dono da casa, por sua vez, negou conhecimento do caso e até mesmo do remetente. Fizeram busca na residência, com autorização do proprietário, mas nada foi localizado. A ocorrência foi registrada como tráfico de animais, mas o caso foi passado para que a Polícia Civil investigasse a motivação do crime.
Porém como já era de se esperar, alguém que leu essa notícia por mera curiosidade, assim como eu, não se contentaria com a explicação de tráfico ou ate mesmo comercialização, então cuidei logo de imaginar diversos motivos para o caso. Se o fato foi premeditado, repensado, planejado, encomendado ou se a cobra foi encontrada pelo simples fato do acaso, no quintal de uma casa, que, pôr ventura, pertencia a uma mente criativa, juntou um caso com o acaso e enviou a cobra como vingança por um susto do passado, para um amigo da juventude, vai saber... Essa explicação até me contentaria se tratando de outra cobra qualquer, mas como sina de toda sogra é ser sempre jararaca, quem sabe a intenção do sujeito não seria mesmo dar um susto naquela ex-sogra responsável por seu divórcio? Para não prolongar ainda mais minha imaginação, tomei o caso sem resposta, afinal de contas quem vai saber o que se passa na mente do indivíduo que envia uma cobra pelos correios?
* Aluna do 1o. ano do ensino médio do Colégio Cognitivo - Recife


sábado, 9 de junho de 2012

“Da lembrança de um lírio que brilhou” ...


                                         Ricardo Rocha, Jorge Stanley, Gisleno Sá e Cesar Rasec
  *Por Paulo César  & Helena Conserva

Há 27 anos surgiu em Serra Talhada um grupo que revolucionou o cenário musical do interior de Pernambuco e do Nordeste: a banda de rock D. Gritos, formada por jovens serra-talhadenses: Camilo Melo, Ricardo Rocha e Jorge Stanley, os maiores nomes da banda. Esses garotos quebraram tabus,  preconceitos culturais e sociais com as letras irreverentes e autênticas das suas composições. O sonho chamado D. Gritos teve início da década de 80, nos últimos anos da ditadura militar – eles conquistaram a juventude daquela época e ainda hoje as composições continuam sendo tocadas nas emissoras de rádios locais e ouvidas por seus novos fãs.
Foram três discos gravados, “Barriga de Rei”, “ Traumas” e “Navegantes”, mas por falta de apoio financeiro apenas o primeiro foi lançado. A Banda D.Gritos venceu o Festival de Música Popular em Salgueiro, realizou shows em várias cidades dos estados do Nordeste. O sucesso obtido com músicas como “Escravos de Ninguém (Porra)”, “Loucos (Mayra)” e “Barriga de Rei” proporcionou ao grupo apresentações em emissoras de TV em Recife-PE e em Campina Grande-PB, além de matéria em jornais de grande circulação como o Diário de Pernambuco.
A história da Banda D. Gritos é forte, intensa e marcante tanto no contexto musical, com composições extremamente politizadas de Camilo Melo e Ricardo Rocha - eles cantavam em alto bom tom: “Deixe o trem passar. Não arranquem os trilhos”. Como forma de expressar a vontade em conseguir o almejado reconhecimento ou talvez denunciar apenas, já que o clima ainda era o de repressão – como pela proposta de rock sertanejo que o grupo se arvorava.
Em recente entrevista a TV Asa Branca, Camilo Melo, conta que o projetos deles de fazer rock sertanejo começou em casa.
(1) A banda liderada por Camilo Melo, Ricardo Rocha, Jorge Stanley e que contou com a participação de outros integrantes como Cleóbulo Ignácio (Binga), Jário Ferreira, Doda, Toinho Harmonia, Paulo Rastafári, Nilsinho, Gisleno Sá, César Rasec, Noroba, Derivan Calado e Elton Mourato, construiu em oito anos de existência um legado musical e uma história para nunca mais ser esquecida.
Os garotos com vocação, mas sem conhecimento musical, foram influenciados por músicos veteranos que em meados da década de 80 juntavam-se em rodas de violão na Praça Sérgio Magalhães ou na Concha Acústica para cantar e tocar. Fazia-se comum a presença de Dema, João Grudi e Zé Orlando. Ainda moleques, Camilo Melo e Ricardo Rocha já participavam desse movimento.
Tempo depois Camilo compôs a música “Escravo de Ninguém (Porra)” (a música foi composta em 1985 no inicio da banda) , e começaram, ele e Ricardo Rocha, a tocar em festas de aniversários e em apresentações nas escolas. Essas apresentações rederam a dupla o apoio e a presença de amigos e admiradores que já começavam a cantar as músicas do repertório. Outro integrante da banda, Jorge Stanley, estudou muito, mais de 6 horas diárias tocando e sempre ouvindo som produzido pelo baterista Neil Peart, da banda Rush. Logo ele já estava tocando em pé, de costas e também cantando, além dessas vertentes artísticas, ele foi peça fundamental em vários arranjos da Banda.
A Banda D.Gritos foi muito influenciada por grupos nacionais como os Paralamas do Sucesso, Titãs, RPM, Biquíni Cavadão, e em nível internacional por bandas como: Pink Floid e Smith, e regionalmente por Alceu Valença, Zé Ramalho, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, mais a grande referência foi a maior banda de Rock de todos os tempos, os The Beatles.
Mesmo com todas essas referências, o trabalho do D. Gritos é único, ele é singular, pois não existe nenhuma semelhança musical com qualquer outra banda ou cantor. A maioria das músicas são composições de Camilo e outras e parceria com Ricardo, mas há também músicas solos inéditas de Ricardo e também em algumas em parceria com Jorge Stanley.

 Jorge Stanley, Camilo Melo, Ricardo Rocha, Toinho Harmonia e Paulo Rastafári

Entre as músicas gravadas como: “Escravos de Ninguém (Porra)”, “Barriga de Rei”, “Grilos”, “Quando Será Minha Vez”, “Medo da Verdade” possuem um forte conteúdo político e social. Já “Loucos (Mayra)”, “Eu Sei”, “Romance Entre Abelhas” e “Coisas de Palhaços” são reflexos dos conflitos sentimentais e amorosos dos integrantes do grupo, uma pequena amostra da versatilidade e criatividade dos músicos.
Há duas músicas em especial que mostram o potencial de Camilo e Ricardo em reproduzir o sentimento momentâneo e a transcrição de um projeto de vida. São elas: “Fogão de Lenha” e “Navegantes”. “Fogão de Lenha” foi uma resposta a uma pergunta preconceituosa, e de certa forma racistas, feita por um repórter do Diário de Pernambuco aos roqueiros pajeuzeiros e a outra “Navegante”, um resumo dos desafios, das dúvidas, das certezas e incertezas, dos sonhos e das batalhas vividas ao longo de oito anos de existência da banda.
A última música que compuseram juntos, Camilo Melo e Ricardo Rocha “Homem Pó”, para nós, Serra-talhadense foi entendida como um prenúncio da fatalidade que viria a marcar a história da banda com a morte do vocalista Ricardo Rocha
(2) A trajetória de sucesso dos garotos foi interrompida de forma trágica na madrugada do dia 30 de setembro de 1993, quando realizavam o show na Praça Sergio Magalhães, na abertura da Festa de Setembro, em Serra Talhada, de forma inesperada Ricardo Rocha falece com apenas vinte e três anos.
Com a morte de Ricardo chegou ao fim o D.Gritos. O fim de um sonho de jovens sertanejos. Porém, o repertório musical da banda venceu o tempo, e uma prova disso é que elas continuam sendo executadas diariamente em rádios de todo o interior nordestino.
Em 2010 a Prefeitura Municipal e a Fundação Casa da Cultura promoveram um Tributo a Banda D.Gritos, pela primeira vez em mais de dezessete anos. Ex-integrantes do grupo Camilo Melo, Jorge Stanley, Gisleno Sá, Cesar Rasec e Nilsinho voltaram ao palco e a som de “Escravos de Ninguem (Porra)” fizeram uma viagem no tempo. O destino de forma irônica colocou todos juntos no mesmo local onde ocorreu a tragédia com Ricardo Rocha. O reencontro histórico da banda D.Gritos só veio a comprovar que “eles mudaram a dimensão daquilo que restou”, e que o “eco gritado de uma voz” continua navegando pelo tempo, como se fosse uma eterna melodia!
            Foi um momento especial “da lembrança de um lírio que brilhou”         - Ricardo Rocha que Deus ilumine teus caminhos nessa outra dimensão a que chegaste prematuramente.

Notas de rodapé:
(1) A Banda D.Gritos teve 4 formações, a 1ª foi formada Camilo Melo, Ricardo Rocha, Gleobálo Ignácio (Binga), Toinho Harmonia, Jário Ferreira, Edésio e Doda( entre 1985 e 1987) eles tinham entre 15 e 17 anos.
A 2ª. Camilo Melo, Ricardo Rocha, Paulo Rastafári, Jorge Stanley, Noroba e Toinho Harmonia (1987 e 1889).
A 3ª. Camilo Melo, Ricardo Rocha, Jorge Stanley e Girleno Sá (1990 a 1991).
A 4ª. Ricardo Rocha, Jorge Stanley, Girleno Sá, Cesar Rasec, Elton Mourato e Deriva Calado (1991 a 1993). Em vários shows e nas gravações dos discos Nilsinho participou tocando instrumentos de percussão, por isso ele considerados pelos colegas com um ex-D.Gritos.

(2) Ricardo recebeu o choque no palco durante a apresentação da banda, o show foi interrompendo, foram feitos os primeiros socorros no local e depois ele foi removidos para o Pronto Socorro São José onde deu entrada já sem vida. Foram feitos todos os procedimentos na tentativa de reanimá-lo, porém não surtiu efeito. Na certidão de óbito de Ricardo Rocha, assinado por Dr. Babosa Neto, o médico que o atendeu, consta que a causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória provocada por uma descarga elétrica. Na época foram feitos alguns reparos no palco e não foi aberto inquérito e nem foi divulgado um laudo pericial. Ele deixou esposa: Célia Rocha e dois filhos: Jéssica Rocha e Juliano Richard.

Como vivem alguns ex-intregrantes da banda hoje:
Camilo Melo, mora em Serra Talhada, continua no ramo artístico. Atualmente é produtor musical de sucesso, além de continuar compondo. A Banda Vizzú e Banda Gatinha Manhosa gravaram composiçoes suas. Também foi premiado no último Festival de Cinema em Triunfo. Jorge Stanley foi por dez anos backvocal da banda Limão Com Mel e por cinco da Gatinha Manhosa, hoje e dono de uma produtora de eventos e reside na cidade Salgueiro.
Gisleno Sá trabalho em algumas peças teatrais na cidade e atualmente é um empresário bem sucedido no ramo de películas para automoveis e vidraças. César Rasec passou por várias bandas nas quais sempre foi elogiado, isso fez dele um dos maiores guitarristas do Nordeste. Reside em Serra Talhada. Paulo Rastafari, fez suscesso em várias bandas de forro atualmente mora em Juazeira do Norte -CE. Toinho Harmonia residente em São Paulo a mais de quinze anos. Nilsinho continua em Serra Talhada, participa de alguns shows e de gravações de cd’s de artistas da terra. Elton Mourato trabalho por mais dez na banda do cantor Assisão e atuamente é motoritas de uma empresa de materila de construçõa, Derivam Calado mora em São José do Egito e particcipa de uma banda de rock da cidade e Doda mora no Rio de Janeiro.

*Paulo César é professor de História e especialista em História Geral, bacharelando do curso de Direito na FIS e aluno especial do mestrado em História na UFCG (Capina Grande – PB).

*Helena Conserva é professora e jornalista - aluna especial do Mestrado em Desenho, Interatividade e Cultura da Universidade Estadual de Feira de Santana – Bahia


Navegantes
 (Camilo Melo/Ricardo Rocha)

Nós mudamos a dimensão daquilo que restou
Da lembrança de um lírio que brilhou
Pra dar ao verde o verde que se acabou
E pelo homem que foi e não voltou
E por nós mesmos, quando ninguém chorou.
E o eco gritado de uma voz
A razão torturada por todos nós
Aqui a esperar.

Se navegamos tanto sem parar
Não é motivo pra desistir
Ficar aqui e não lutar
Se nós lutamos tanto sem ganhar
Não é motivo pra desistir
Esse é um jogo que não pode parar.

E nós chegamos a desvendar todo o mistério
De uma batalha que ninguém vai ganhar
E de uma árvore que nunca vão derrubar.
E se o negro das idéias nos caçar
Nos desculpem mas não vamos nos calar.
E o eco gritado de uma voz
A razão torturada por todos nós
Aqui a esperar.

Se navegamos tanto sem parar
Não é motivo pra desistir
Ficar aqui e não lutar
Se nós lutamos tanto sem ganhar
Não é motivo pra desistir
Esse é um jogo que não pode parar.

Homem Pó
(Camilo Melo/Ricardo Rocha)

Sentado estava o homem
Pensando e observando ao seu redor
Viu que havia medo
E as pessoas e seus segredos
Não estavam sós.
E procurava...
Mesmo com as armadilhas sob o pó.

Pó que cobre a terra
Terra que engole homens
Homens que se matam sem dó.
Vidas que nasciam
Vidas que morriam
Vidas que apenas se escondiam.

Veja seus filhos
Que criarão os seus filhos
Filhos de um homem que morre
Veja seus netos
Que criarão os seus netos
Netos de um homem que morre.

Em pé ficou o homem
Lembrou que há vários dias estava ali
Lembrou de seus três filhos em casa esperando
Pelo pai, homem sentado, que morre.

Correu desesperado
Não sabia onde morava
O nome de seus três filhos esqueceu.
E quase maluco
Em seus últimos minutos
Olhou pra terra e viu que era pó.
Veja seus filhos
Veja seus netos.


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Uma viagem pela história musical de Serra Talhada



Paulo César é professor e especialista em História Geral

A música sempre foi uma vertente importante na história cultural de Serra Talhada, tendo o início com a composição do Hino Oficial, “Rosa do Sertão rude e agreste, Perdida no seio do Nordeste. À margem arenosa do rio Pajeú, Entre a flor singela do mandacaru”(Trecho do Hino) que tem como autora a Professora Amália Rocha e a melodia do Maestro Luiz Benjamim. Uma das grandes baluartes da nossa musicalidade é a maestrina Rosa Pau Ferro, uma negra que nasceu em 1903 na cidade de Triunfo, e que na adolescência veio morar em Serra Talhada. Mesmo com pouco conhecimento ela se tornou uma das mais renomadas professoras de músicas da cidade, infelizmente faleceu pobre e esquecida, aos 91 anos, no abrigo Ana Ribeiro.

Outra grande referência musical é a Filarmônica Vilabelense, fundada em 29 de agosto de 1905, e que ao longo dos seus mais de cem anos vem enchendo de orgulho e mexendo com emoções de várias gerações de serra-talhadenses. Não há um serra-talhadense que não guarde na memória uma das impecáveis apresentações da Filarmônica Vilabelense durante as festividades de Nossa Senhora da Penha. Ao longo dos anos vários foram os músicos que construíram uma trajetória de sucesso em nossa cidade. Como não lembrar “Edésio e  seus Red Caps”, que nas décadas de 60 e 70 fizeram a juventude dançar e namorar ao som da “Jovem Guarda”. Não poderíamos deixar de citar o Maestro Nogueira e o Maestro Luiz Fogos que influenciam dezenas de jovens, tanto na música instrumental como na popular.

Alguns predestinados alcançaram sucesso a nível nacional, como o genial Arnaud Rodrigues, autor de várias composições e de discos de sucesso em parceria com Chico Anísio, além do grande poeta Zé Marcolino, paraibano de nascimento e serra-talhadense de coração. Merece destaque nessa relação seleta, o florense de fama internacional, o Maestro e multi-instrumentista Moacir Santos.

Mesmo sem o apoio devido, cantores com Assisão conseguiram construir uma carreira sólida e respeitada, o que lhe permitiu a gravação de 46 discos e mais de 700 composições ao longo de 50 anos de estrada. Outros de tamanho talento, mas com menores oportunidades, também marcaram essa expressiva e extensa história musical, a exemplo de Rui Grúdi, Rai de Serrat, Tico de Som, Noroba, Lila, Humberto Cellus, Carlinhos Pajeu, Leo Godoy, Bira Marcolino, César Rasec, além dos irmãos forrozeiros, Edson e Batista Lima, e a dupla sertaneja Fábio e Nando, que fazem sucesso em todo o Brasil. No que se refere ao rock à banda D. Gritos é imbatível, mesmo com uma história curta e apenas 19 músicas gravadas, o grupo ainda é muito lembrado, e as suas melodias são executadas diariamente em várias emissoras de rádio pelo país afora.

Porém, a música de Serra Talhada não seria a mesma sem os seus palcos principais, a começar pelo lendário CIST, o nostálgico Batucão, a requintada AABB, o abandonado e esquecido Coreto da Praça Sérgio Magalhães, e a romântica Concha Acústica. Nem tão pouco podemos esquecer das festas de ruas, do mega evento que se tornou a Festa de Setembro, ao inexpressivo Carnaval, da badalada EXPOSERRA, ao aconchegante São João da Estação do Forró, além do gostoso forró lá da Fazenda São Miguel. Em todos esses palcos e espaços públicos, vários homens e mulheres escreveram uma história de genialidade e de perseverança, com muito suor e lágrima, enfrentando todas as adversidades sem em nenhum momento desistir do sonho de cantar, de tocar… de encantar!  De fazer da música uma bandeira de vida, e dessa forma escreverem os seus nomes na intensa e vibrante História de Serra Talhada!

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada em 17 de maio de 2012.

domingo, 13 de maio de 2012

Homenagem ao dia das mães

 No dia em que Deus criou as mães (e já vinha virando dia e noite há seis dias), um anjo apareceu-lhe e disse:
- Por que esta criação está lhe deixando tão inquieto Senhor?
E o Senhor Deus respondeu-lhe:
- Você já leu as especificações desta encomenda? Ela tem que ser totalmente lavável, mas não pode ser de plástico. Deve ter 180 partes móveis e substituíveis, funcionar à base de café e sobras de comida. Ter um colo macio que sirva de travesseiro para as crianças. Um beijo que tenha o dom de curar qualquer coisa, desde um ferimento até as dores de uma paixão, e ainda ter seis pares de mãos.
O anjo balançou lentamente a cabeça e disse-lhe:
- Seis pares de mãos Senhor? - Parece impossível !?!
Mas o problema não é esse, falou o Senhor Deus - e os três pares de olhos que essa criatura tem que ter?
O anjo, num sobressalto, perguntou-lhe:
- E tem isso no modelo padrão?
O Senhor Deus assentiu:
- Um par de olhos para ver através de portas fechadas, para quando se perguntar o que as crianças estão fazendo lá dentro (embora ela já saiba); outro par na parte posterior da cabeça, para ver o que não deveria, mas precisa saber, e naturalmente os olhos normais, capazes de consolar uma criança em prantos, dizendo-lhe: - "Eu te compreendo e te amo! - sem dizer uma palavra.
E o anjo mais uma vez comenta-lhe:
- Senhor...já é hora de dormir. Amanhã é outro dia.
Mas o Senhor Deus explicou-lhe:
- Não posso, já está quase pronta. Já tenho um modelo que se cura sozinho quando adoece, que consegue alimentar uma família de seis pessoas com meio quilo de carne moída e consegue convencer uma criança de 9 anos a tomar banho...
O anjo rodeou vagarosamente o modelo e falou:
- É muito delicada Senhor!
Mas o Senhor Deus disse entusiasmado:
- Mas é muito resistente! Você não imagina o que esta pessoa pode fazer ou suportar!
O anjo, analisando melhor a criação, observa:
- Há um vazamento ali Senhor...
- Não é um simples vazamento, é uma lágrima! E esta serve para expressar alegrias, tristezas, dores, solidão, orgulho e outros sentimentos.
- Vós sois um gênio, Senhor! - disse o anjo entusiasmado com a criação.
- Mas, disse o Senhor, isso não fui eu que coloquei. Apareceu assim...

(autor: desconhecido)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O alto preço do silêncio e omissão diante da História

 
 

É comum em períodos eleitorais ouvir por parte um setor da sociedade serra-talhadense uma verdadeira “canonização” do deputado Inocêncio Oliveira, os feitos marcantes da sua extensa carreira política são propagados por toda a cidade, algo similar a um “ritual eclesiástico”. São citados desde das infinitas obras, como a da barragem de Serrinha, aos fatos marcantes, e principalmente os cargos na mesa diretora da Câmara de Federal ocupados por ele ao logo dos seus vários mandatos. 

Também é curioso observar que vários dos seguidores do deputado já foram adversários e que no final acabaram se curvando aos seus pés “por opção ou por ocasião”, sendo que alguns, em um passado recente, foram críticos ferrenhos do parlamentar. Muitas das críticas foram feitas em palanques de campanhas eleitorais, programas de rádio e jornais locais. Alguns se empolgaram tanto, que chegam a declara na internet que o parlamentar é o VERDADEIRO REI DA POLÍTICA SERRA-TALHADENSE! Quanta demagogia…!

A grande questão que envolve essa “adoração” é fato de que os fieis seguidores não são capazes de explicar o porque do deputado só ter aderido ao movimento pelo “Impeachment de Collor”, em 1992, no último momento, quando Collor já estava abandonado e a população foi as ruas pedindo a sua expulsão da Presidência da República, ou falarem sobre o sua atuação durante os governos da “Ditadura Militar” do General Ernesto Geisel (1974-1979) e general João Baptista Figueiredo decreta (1979-1985).
Ou explicarem a sua omissão durante o movimento pela aprovação da Emenda Constitucional Dante de Oliveira, (o movimento pelas eleições diretas para Presidente da República realizado em 1984). Esse silêncio sobre questões importantes se aplica também ao escândalo dos poços artesianos que foram perfurados pelo DNOCS em três propriedades do próprio Inocêncio Oliveira. Vale salientar, que na época, a cidade enfrentava uma das maiores secas do século 20. (FONTE: “A Indústria da miséria”, revista Veja, de 21/04/1993).

Outro episódio que ainda deixa dúvida é o que se refere à decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (Maranhão) condenou o republicano por trabalho escravo em 7 de fevereiro deste ano. Pela sentença, o deputado terá de pagar R$ 130 por dia trabalhado a cada trabalhador explorado. A conta começa desde a época da fiscalização do Grupo Móvel do Ministério do Trabalho, feita em 2002. (FONTE: Site Conversa Afiada do jornalista Paulo Henrique Amorim, de 25/02/2012).

Diante de tantas contradições, omissões e um silêncio providencial, fica nítido a necessidade de se verificar a verdadeira dimensão política, em escala nacional e regional, do nosso genial conterrâneo. E por outro lado, cabe o questionamento sobre o papel dos seus seguidores e dos novos aliados em tentar apenas mostrar um lado do VERDADEIRO REI DA POLÍTICA SERRA-TALHADENSE.

Fica aqui um singelo lembrete, não se faz mais HISTÓRIA para se enaltecer falsos mitos ou construir imagens de divindades metamórficas, a HISTÓRIA hoje é produzida com base em pesquisas científicas, com documentos que comprovem os fatos, não só pela visão do vencedor, mas também do simples cidadão, por isso, ou mais cedo ou mais tarde, a verdade vem à tona, e aí ninguém poderá fugir… Tudo é questão de tempo!

*Paulo César é professor especialista em História Geral

Sugestões de links para os curiosos de plantão:

http://juristaruibarbosa.blogspot.com.br/?view=classic

http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_21041993.shtml

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/02/25/gilmar-e-o-trabalho-escravo-joaquim-barbosa-sempre-soube/
 
Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada, em 09 de maio de 2012.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

SERRA TALHADA, 161 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA


Serra Talhada era uma fazenda de criação pertencente ao português Agostinho Nunes de Magalhães. Recebeu este nome, Serra Talhada, devido ao fato de que perto do local há uma montanha cujo formato dá a ideia de que foi cortada a prumo.
Seu crescimento se deu em função de sua posição estratégica, no cruzamento das estradas de acesso à Paraíba e ao Ceará.
A Lei Provincial 52, de 19 de Abril de 1838, mandou erigir a capela de Nossa Senhora da Penha da Serra Talhada em Pajeu de Flores.
Com a Lei Provincial nº 280, de 6 de maio de 1851, agregando a seu território a então Vila Bela e a Comarca de Flores, foi elevada à categoria de município.
Administrativamente, o município é formado pela sede e pelos distritos de Bernardo Vieira, Pajeu (Serrinha e São Miguel), Tauapiranga, Caiçarinha da Penha, Luanda, Santa Rita e Varzinha.

Geografia da cidade

Localiza-se a uma latitude 07º59'31" Sul e a uma longitude 38º17'54" Oeste, estando a uma altitude de 429 metros. Sua população é de 78.960 habitantes (IBGE – Censo 2010). É agora a maior cidade da Mesorregião de sertão pernambucano, uma vez que Petrolina agora faz parte de uma nova mesorregião, a do São Francisco.

Bairros


Nossa Senhora da Penha (centro)
Nossa Senhora da Conceição
Santos Dumont, conhecido como AABB
IPSEP
São Cristóvão (Bomba)
CAGEPE
Bom Jesus, conhecido como Alto do Bom Jesus (o maior cerca de 20.000 hab)
José Tomé de Sousa Ramos, conhecido como Multirão
José Rufino Alves, conhecido como Cachichola
Tancredo Neves, conhecido como COHAB
São Sebastião, conhecido como Borborema
Cachoeira, fica nas proximidades do açude Cachoeira, que abastece a cidade
Vila popular habitacional João Santos Filho, está sendo construída na Avenida Saco
Vila Bela – Casa populares dos Projeto Minha Casa, Minha Vida

Economia


A cidade de Serra Talhada, é a mais próspera do Sertão do Pajeu, é o pólo econômico dessa microregião pernambucana. De acordo com dados do IBGE para o ano de 2005, o PIB era estimado em 312.751 milhões de reais. O PIB per capita da cidade, ainda em 2005, era de 4.467 reais.

Agências Bancárias

Banco Itaú
Banco do Brasil
Caixa Econômica Federal
Banco do Nordeste
Banco Santander
Bradesco
Rede de Pagamentos MATRIZ
Entre outras pequenas agências.

Saúde

Serra Talhada é o 4º pólo médico do estado de Pernambuco, possui vários hospitais, prontos-socorros, maternidades e clínicas particulares. Possui também um hospital regional bem modernizado, o HOSPAM, que conta com um heliponto.

Educação
Serra Talhada é também um pólo educacional. Além de um grande número de escolas públicas e particulares, e também escolas de tempo integral (dois turnos diários) e técnicas, a cidade possui várias intituições de nível superior:
FAFOPST (Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada), possui licenciatura plena em Letras (português), Matemática, Geografia, História, Biologia, Educação Física e mais recentemente Serviço Social
UFRPE - UAST (Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade Acadêmica de Serra Talhada). Instalada no segundo semestre de 2006, essa universidade oferece os cursos de Agronomia, Bacharelado em Ciências Biológicas, Sistema de Informação, Economia, Engenharia de Pesca e Licenciatura em Química, Zootecnia, Administração e Licenciatura em Letras.
FIS (Faculdade de Integração do Sertão) oferece os cursos de Contabilidade, Enfermagem, Administração de Empresas e Direito.
UVA (Universidade do Vale do Acaraú) oferece o curso de Pedagogia.
FAVIP.
Centro Tecnológico Pernambuco
Centro Técnico Agrícola do Pajeu

Rádios

Cultura FM
Líder do Vale FM
Nova Gospel FM
A Voz do Sertão AM
Villa Bella FM

Televisão
TV Asa Branca - Globo (Caruaru)
Matriz: Caruaru
Redação sucursal: Serra Talhada, Galeria do Hotel São Cristovão
TV Tribuna - Record - Recife
TV Jornal - SBT - (Caruaru)
TV Clube - Band - Recife
Rede Vida
TV Pernambuco Caruaru - Cultura

Festas Locais
Carnaval;
Festival da Juventude;
Aniversário da cidade;
Encontro Nordestino de Xaxado, são feitas apresentações de vários grupos locais e regionais de XAXADO, dança que tem origem no cangaço. E ao final das apresentações diárias, acontecem shows de bandas locais;
São João, um dos melhores do sertão, com uma das melhores estruturas do estado;
EXPOSERRA, uma das maiores feiras comerciais do nordeste, que tem todos os anos atrações com artistas nacionais e regionais;
Festa da Padroeira, conhecida também como "Festa de Setembro", a mais famosa de todas as festas da cidade. Tem início no fim de agosto e durante até a segunda semana de setembro;
Fim de ano, sempre há pequenas festividades na passagem de ano.

Turismo
São vários pontos, por exemplo:
A Serra que deu origem ao nome da cidade. Esta, além de uma estética fascinante, possui trilhas, para aqueles que gostam de se aventurar, e ao chegar ao topo, no cruzeiro, se deslumbram com a vista de toda a cidade e de parte do Vale do Pajeú. Quando em época de chuva, pode-se aproveitar pequenas cachoeiras que se formam nos rochedos.
Igreja Matriz de Nª Senhora da Penha, uma monumental obra, linda de todos os ângulos, uma das mais belas de todo o estado de Pernambuco. Chama a atenção por seu estilo neoclássico, e por seu tamanho e altura imponente.
Igreja Nª Senhora do Rosário, pequenina, porém bela, foi construída à mão de obra escrava. Foi ao seu redor que se deu início a cidade de Serra Talhada, na época chamada de Vila Bela.
Açude Jazigo, em épocas de cheias, esse açude forma em seu paredão uma imensa cortina de água, que faz parar quase todos que passam pela rodovia BR-232.
Açude Cachoeira, tem esse nome por que, quando cheio, seu bebedouro transborda e forma uma bela cachoeira, onde um grande número de pessoas aproveitam o banho. Independente da época, lá há um mirante de onde se pode ver um belo pôr do sol. É possível também praticar a pesca e passear de barco ou canoa.
Barragem de Serrinha, uma das maiores barragens de Pernambuco, você poderá apreciar as pequenas ilhas.
Mirantes - como o Talhado do Urubu, com magnífica visão da Chapada do Araripe, do Vale do Pajeú e do Açude do Saco.
Casa da Cultura, uma bela construção antiga, que já foi sede do cartório, hoje abriga peças de toda a história de Serra Talhada, desde Lampião, filho ilustre da cidade, fotos de pessoas importantes do município e de suas "misses", que em três anos consecutivos levaram o prêmio de miss Pernambuco, objetos do Padre Jesus, figura importante na construção da Igreja Matriz, e outras peças históricas.
Museu do Cangaço, localizado na estação do forró, nele está um grande acervo de fotos e objetos do cangaço. Sítio Passagem das Pedras, local onde nasceu o cangaceiro Lampião.
Estação Ferroviária, local onde ocorrem as festas juninas do município, lá você encontra uma pequena cidade cenográfica, com casas de madeira e de barro, além, é claro, do antigo prédio da estação, neste local durante todo o ano, ocorrem apresentações culturais, uma das mais famosas é o Encontro Nordestino de Xaxado (dança típica do cangaço), onde se apresentam grupos de todo o nordeste e de grupos locais, como "Os Cabras de Lampião", grupo que ja fez apresentações em todo o Brasil e no exterior.
Ponte sobre o Rio Pajeú, esta ponte liga o centro da cidade ao bairro Cachichola, dela tem-se uma bela vista do Rio e da Serra.
Rio Pajeú cantado em proza e verso faz parte da história centenária desse município.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Oração do Trabalhador - Mensagem de Dia do Trabalho

Jesus, divino trabalhador e amigo dos trabalhadores volvei Vosso olhar benigno para o mundo do trabalho. Nós Vos apresentamos as necessidades dos que trabalham intelectual, moral ou materialmente. 
Bem sabeis como são duros os nossos dias cheios de canseira, sofrimento e insídia. 
Vede as nossas penas físicas, morais e repeti aquele brado de Vosso coraçã: "Tenho dó deste povo". 
Dai-nos a sabedoria, a virtude e o amor que Vos alentou nas Vossas laboriosas jornadas, inspirai-nos pensamentos de fé, de paz e moderação, de economia, a fim de procurarmos, com o pão de cada dia, os bens espirituais, para transformarmos a face da terra, completando assim a obra da criação que Vós iniciastes. 
E que Vossa luz nos ilumine a nós na busca de melhores leis sociais e ilumine os legisladores a estabelecer uma sociedade de justiça e amor.
Amém

ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

        QUESTÕES DISSERTATIVAS DE SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA QUESTÃO 1 :  João fez um testamento para deixar um dos seus 10 imóveis para seu gra...