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domingo, 12 de julho de 2020

OPINIÃO: A ‘gripezinha’ de Bolsonaro e a realidade de Serra Talhada

Por Paulo César Gomes, professor e pesquisador Mestre em História pela UFCG



Foi anunciado oficialmente que o presidente Jair Messias Bolsonaro, foi contaminado pela Coivd-19. Diante disso, muitos brasileiros que perderam parentes dirão: e daí? É só uma ‘gripezinha’. Como ele tem um histórico de atleta, não vai sentir nada, não precisa nem usar cloroquina, já que ele, certamente, já entrou em esgoto e não vai sentir nem uma dorzinha de garganta.

Na verdade, o presidente agora faz parte da estatística, infelizmente está incluso entre os 1.674.655 que adquiriram o vírus. Há de se considerar que a Covid-19 já ceifou a vida de mais de 66.868 brasileiros. Esperamos que agora o presidente seja solidário com os familiares das vítimas e que finalmente dê um novo rumo ao combate do vírus em todo os país.

O AVANÇO DA COVID EM SERRA TALHADA

O mês de julho chegou de forma avassaladora, em relação ao aumento dos índices de contaminações pela Covid- 19.  Somente na noite dessa terça-feira(7), foi anunciado 56  novos casos em 24h. Um recorde negativo.

Na primeira semana do mês, já foram registrados mais de 220 casos e o número de óbitos aumentam ao mesmo tempo. Só o bairro IPSEP tem mais contaminados do que a cidade de Afogados da Ingazeira, que possui população superior 45 mil habitantes.

Todos os indícios levam a crer que as inúmeras festas realizadas em fazendas e chácaras, além das comemorações do São João e São Pedro, e os maus hábitos do cidadão em relação a não manter o distanciamento correto e não usar mascará também contribuíram.

A grande questão é: o que fazer para conter esse aumento acelerado do vírus? Esse, sem dúvida, passa a ser o principal debate a ser travado pela sociedade serra-talhadense.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

DOCUMENTOS HISTÓRICOS: Saiba quando Luiz Lorena esteve na Alepe


Por Paulo César Gomes, professor e pesquisador Mestre em História pela UFCG

A foto acima é do ex-prefeito e historiador Luiz Lorena, falecido em 26 de fevereiro de 2009, aos 83 anos, em Serra Talhada. Nascido no dia 1º de janeiro de 1926, na fazenda Quebra-Unha, em São José do Belmonte, Luiz Lorena era filho de dona Jacinta Pereira de Sá e de Antônio Conrado de Lorena e Sá, este filho do coronel Isidoro Conrado, ex-prefeito de Belmonte.

Luiz Lorena só veio residir em Serra Talhada em 1936 (aos 10 anos de idade) onde seu pai, Antônio Conrado, havia colocado uma casa comercial. Foi prefeito de Serra Talhada por três vezes.
Com a triste notícia do falecimento de Antonio Policarpo de Andrada, o popular “Seu Madeira”, que foi vice-prefeito de Luiz Lorena, entre os anos de 1955 e 1958, setores da imprensa serra-talhadense questionaram o fato de Luiz Lorena ter renunciado ao cargo de prefeito para ser candidato a deputado estadual em 1958, dando lugar a ‘Seu Madeira’.

O primeiro grande relato sobre o assunto foi feito pelo escritor e deputado estadual Luiz Wilson, na página 213, do livro “Serra Talhada 250 anos de História – 150 anos de Emancipação Política”, de autoria do próprio Lorena. “Candidato a deputado Estadual, ficou na suplência, assumindo por certo período uma cadeira na Casa Joaquim Nabuco (1962 ou 1963)”, atesta a obra.


Na eleição de 3 de outubro de 1958, 6.607 serra-talhadenses votaram, sendo que houve abstenção de 16%. Além de Luiz Lorena (PRT), disputaram aquela eleição representado a cidade, os deputados Argemiro Pereira e Methódio Godoy.


Em 23 de julho de 1959, o Diário de Pernambuco informava que o ex-prefeito havia sido convocado para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa por 90 dias, mas ele acabou optando por não assumir.


Passados quase quatros anos da primeira convocação, Luiz Lorena volta a ser notificado pela pelo Presidente da Assembleia de Pernambuco, em 02 de fevereiro de 1963.


Já no dia 19 de fevereiro ele já apareceu como Deputado Estadual, só que ausente. Naquele mesmo ano, ele acabou sendo eleito prefeito da cidade e exerce seu último mandado. A narrativa apresentada pelo blog, busca por luz sobre a história da cidade e de seus personagens, reforçando assim, a busca pelos detalhes até pouco esclarecidos, mas que merecem ser destacado.

Não se sabe muito sobre a atuação do ex-prefeito Luiz Lorena como deputado, até porque foram por poucos dias. O certo é que foi a sua decisão de concorrer a um mandato de parlamentar, que possibilitou que Antônio Policarpo de Andrada, o nosso saudoso “Seu Madeira”, entrasse para a história como prefeito de Serra Talhada.

FOTO E VÍDEOS HISTÓRICOS: 90 anos de Zé Marcolino e vídeo de Gonzagão em Serra Talhada


A foto em destaque é mais um registro da presença de Luiz Gonzaga em Serra Talhada, tendo com plateia o seu parceiro musical o poeta Zé Marcolino e o Padre Jesus. Apesar da imagem não ser de boa qualidade, percebe-se a relação de amizade que o ‘Velho Lua’ tinha com a cidade e com José Marcolino.

Após a trágica morte do poeta, em 20 de setembro de 1987, Luiz Gonzaga, mesmo com a saúde debilitada, veio a Serra Talhada participar de uma homenagem a Marcolino, realizada em 1988, no Ginásio Esportivo da AABB. As apresentações fizeram parte da primeira missa do poeta. Logo no início da apresentação, Gonzagão fez questão de citar o nome do Padre Jesus. Abaixo você pode ver imagens dessa apresentação histórica.

Revista do Rádio de 1962, destacando a parceria entre Luiz Gonzaga e José Marcolino

90 ANOS DO POETA ZÉ MARCOLINO E O INÍCIO DA PARCERIA COM LUIZ GONZAGA

O sertanejo José Marcolino era um homem que valorizava as tradições nordestinas, sendo muito ligado aos cantadores e às prosas sertanejas, que foram profundamente importantes em sua vivência como homem de origem humilde.

Nasceu em 28 de junho de 1930 na cidade de Sumé, no Sítio Várzea Paraíba, lugar exuberante de sons, cheiros e cores. Inspirado na paixão pelo Nordeste, sua música falava do Cariri e do povo que habitava a região.

Diante do desejo de conhecer Luiz Gonzaga, escreveu diversas cartas ao Rei, porém nunca havia obtido resposta. Certo dia, sabendo que Gonzaga estava em sua cidade, hospedado no Grande Hotel, José Marcolino não se conteve.

Aquele momento poderia ser a grande oportunidade para apresentar sua música a Luiz Gonzaga, foi à sua procura. Chegando ao hotel, encontra Xaxadinho, que fazia parte do trio que acompanhava Luiz Gonzaga, a quem pediu informação e, atendido com simpatia pelo tocador de triângulo, esperou a descida de Gonzaga.

O primeiro encontro foi tratado com certo desinteresse percebido por Marcolino, que de cara interrogou Luiz Gonzaga sobre o recebimento de suas cartas. O encontro não durou muito tempo e o compositor foi embora desanimado com o desenrolar da conversa.

Decorrente sua persistência, José Marcolino conseguiu com que Gonzaga lhe escutasse. Após a sua apresentação, Luiz Gonzaga, com um sorriso no rosto, perguntou ao compositor quantas músicas iria lhe dar. Respondendo com simplicidade, José Marcolino disse: umas três.

Por fim, recebeu um abraço de Luiz Gonzaga que convidou o novo parceiro para ir com ele para o Rio de Janeiro, dando início a uma importante parceria que originou músicas como: Pássaro Carão, Sala de Reboco, Saudade Imprudente, Cacimba Nova, Serrote Agudo e etc.
No dia 19 de setembro de 1987, José Marcolino sofreu um grave acidente de carro, em Afogados da Ingazeira, vindo a falecer no dia seguinte.


quinta-feira, 2 de julho de 2020

OPINIÃO: A bomba-relógio do Covid em Serra Talhada e a politização

Por Paulo César Gomes, professor, escritor, pesquisador, mestre pela UFCG e colunista do Farol de Notícias

Na noite de ontem (sexta-feira,26) a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou que a cidade chegou à marca de 466 casos confirmados do covid-19, ou seja, 442 casos a mais do que foi registrados no dia 1º de junho, isso da uma média de quase 14 casos por dia.

A realidade é que estamos literalmente sentados em cima de uma bomba relógio preste a explodir a qualquer momento, porque à medida que os casos aumentam, o Hospam passa a ser a única alternativa de socorro para quem, infelizmente, venha a precisar. O problema é se vier a ocorrer uma superlotação na unidade. Ainda mais, muita gente aproveitou o São João para realizar confraternizações, principalmente na zona rural, e por isso não será surpresa se os casos aumentarem nas próximas semanas.

Mesmo com esse cenário, as barreiras sanitárias diminuíram, trava-se um debate pequeno e mesquinho por aqueles que poderiam estar lutando na mesma trincheira para vencer o coronavírus. O que estamos assistindo é um embate entre dois grupos políticos, que, de forma indireta, estão fazendo de uma questão de saúde pública uma das maiores pandemia da história da humanidade um ringue de luta política.

O problema é que temos um Hospital de Campanha no meio do mato e da lama, sem um colchão para colocar um doente, e os leitos de retaguarda sem ter um espaço decente para poderem ser instalados. Sem contar que os hospitais privados fecharam as portas para os doentes do Covid. Parece até piada, mas esse é o famoso 4º Polo Médico do Estado de Pernambuco. Então sobrou tudo para as costas dos profissionais e das estruturas do velho Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães, ironicamente, o espaço de saúde público mais criticado na cidade nas últimas décadas.

É válido registrar a falta de solidariedade e de respeito de diversos setores da sociedade em relação às vítimas do vírus. Desde o dia 10 de maio já morreram nove pessoas, nove seres humanos, e tantos outros serra-talhadenses faleceram em outras cidades do Brasil. Até agora não tivemos um gesto de solidariedade que represente a nossa dor pela partida de nossos irmãos. Nenhuma briga de família ou tragédia matou tantas pessoas em tão pouco tempo como o Covid-19 assassinou.

Quantas vezes o comércio de Serra Talhada não fechou as portas em sinal de luto ou em respeito a uma pessoa que faleceu? Quantas vezes os políticos fizeram filas nos velórios e literalmente brigaram para segurar na alça de um caixão de alguém que morreu? É bem verdade que temos que evitar aglomerações, mas isso não quer dizer que as pessoas perderam a língua e os dedos.

Políticos, autoridades religiosas e do judiciário, poderiam no mínimo se manifestar em respeito à memória dessas pessoas. Muita gente não sabe sequer o nome, são vítimas anônimas, ignoradas em função do preconceito e da intolerância. Infelizmente, o nove que aparece nos boletins diariamente representa apenas um algarismo.

Feito este desabafo, quero agora questionar as autoridades locais e regionais, independe de posição na hierarquia de poder. Caso venha ocorrer uma superlotação no Hospam e nem o Hospital de Campanha saia da maquete, e os leitos de retaguarda encontrem um abrigo, o que será feito para proteger a vida dos cidadãos e cidadãs serra-talhadenses e das cidades vizinhas?

O Ministério Público, o governador do estado, os deputados, os vereadores, o governo municipal vão fazer o quê? Assistir o crescimento dos dados estáticos? Ou vão de fato agir e resolver os problemas referentes à garantia de que seja oferecido mais leitos de retaguarda e de UTIs? Ou quem sabe, tomar uma atitude, ainda que seja mais radical, mas que de fato venham salvar pessoas, que é o fechamento da cidade. Mas, agora seria para fechar a cidade de verdade.

FOTOS HISTÓRICAS: O padre alemão que fez história em Serra Talhada

Resgatamos para os leitores um pouco da história Padre José Kehrle, um dos primeiros da família alemã a desembarcar no Brasil e a fincar raízes em Serra Talhada. O jovem padre chegou à cidade com 21 anos de idade e só foi em embora por perseguição política, as vésperas da decretação do Estado Novo, em 1936, aos 35 anos.

A foto em destaque é do Padre José Kehrle e pertence a uma de suas sobrinhas que reside em Serra Talhada, a Professora Emma Kehrle. Dona Emma que guarda consigo um óculos de uso pessoal do padre, uma imagem do Menino Jesus que ficava em seu altar particular e uma lembrancinha do seu Jubileu de ordenação sacerdotal.

A VIDA E A OBRA DE UM HISTÓRICO SACERDOTE

Os relatos abaixo resumem uma cronologia elaborada pelo próprio Pe. José Kehrle em carta datilografada para um sobrinho no ano de 1975. Nascido em 19 de maio de 1891, em Rheinstetten – Alemanha, o Padre José Kehrle chegou a cursar medicina na Universidade de Munique tendo desistido da carreira no último ano de faculdade para ingressar no seminário e tornar-se sacerdote.

Veio para o Brasil em 1909 e ordenou-se em 14 de março de 1914, em Olinda-PE tendo sido transferido no ano seguinte para Quixadá-CE onde chegou a ter contato com Pe. Cícero em Juazeiro. No ano seguinte, foi encarregado de assumir a secretaria do bispado de Floresta, onde ficou por quatro anos até, em 1919, se tornar o primeiro pároco de Rio Branco, atual Arcoverde. Nesta última cidade chegou a criar uma pequena banda e um “jornal falado”, com o intuído de gerar meios de distração para a população local.

Ainda em 1919 recebeu a ordem de retornar a Floresta junto a seu irmão, o também padre, Luiz Kehrle, onde foram incumbidos de construir uma nova catedral na cidade. Levantou-se uma discussão sobre o melhor local para erguer a construção e o padre José, por sugerir um plebiscito para a tomada da decisão, acabou sendo ameaçado pelo prefeito e seus jagunços tendo que se retirar da cidade no mesmo dia.

Nesta época, Pe. José Kehrle começou a sofrer diversas perseguições políticas tendo sido acusado de ser inimigo do Brasil (por ser Alemão) e de ser protetor de Lampião. Chegou inclusive a ser ameaçado de morte pelo chefe de polícia de Recife.

Em 1922 assume a paróquia de Nossa Senhora da Penha em Vila Bela (atual Serra Talhada) ficando também responsável pela paróquia de São José do Belmonte. Em Vila Bela deixou seu marco quando resolveu demolir a antiga igreja de duas torres (construção de traços muito rústicos e desarmoniosos para dar início à construção da atual Igreja matriz.

A construção seguiu até o ano de 1936 quando, por questões políticas, Pe. José foi transferido de volta ao secretariado da Diocese em Pesqueira. Na sede da diocese começou a presenciar diversas aparições de Nossa Senhora das Graças que lhe avisava de muitos fatos futuros de sua vida pessoal e sacerdotal (os relatos dessas aparições constam no livro: “Eu sou a Graça”, de Dom Rafael Maria Francisco da Silva).

Ainda em sua missão pelo Sertão pernambucano, o padre alemão passou pelas cidades de Venturosa, Afogados da Ingazeira, Brejo da Madre de Deus e Moxotó. Por fim, chegou em Buíque no ano de 1947, onde construiu sua casa e a Capela de Nossa Senhora das Graças, criou uma escola de educação agrícola e uma maternidade com recursos vindos da Alemanha, escreveu livros que foram censurados e atendia muitos pobres que vinham buscar remédios, esmolas e conforto espiritual.

José Kehrle faleceu em Buíque no ano de 1978, aos 87 anos. Sua grandiosa contribuição para a história do interior de Pernambuco ainda é pouco divulgada, mas seu pioneirismo e suas ideias inovadoras foram fundamentais para o crescimento e propagação da fé cristã pelo sertão do estado.

Fonte: Redes Sociais da Paróquia de Nossa Senhora da Penha
Relíquias do Padre José Kehrle pertencentes a sobrinha Emma Kehrle
O Padre José Kehrle, o quarto da direita para esquerda, na farmácia do Dr. Lima Pachêco, na então cidade de Villa Bella, em agosto de 1928
O Padre José Kehrle, ao centro, na antiga Igreja de N. S. da Penha, construída em 1872 e demolida e 1925, o prédio ficava localizado no centro da Praça Sérgio Magalhães, um pouco acima do ponto onde atualmente fica o pé de catingueira metálico

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Resumo sobre A expansão dos Estados Unidos



 Durante o século XIX, os Estados Unidos consolidaram-se como nação independente ao fortalecer suas instituições políticas, expandir suas fronteiras e desenvolver um sentimento nacionalista. Eventos extremamente importantes aconteceram ao longo desse século e marcaram a história desse país, sobretudo a marcha para o oeste e a Guerra de Secessão.


Expansão territorial: a marcha para o oeste

Após terem sua independência reconhecida pela Inglaterra no Tratado de Paris, em 1783, os Estados Unidos garantiram o controle sobre uma extensa faixa de terra, que se estendia da região dos Montes Apalaches ao Rio Mississípi. Iniciava-se, assim, a expansão territorial dos Estados Unidos em direção à costa do Pacífico.

Esse processo de ampliação do território americano recebeu o nome de “marcha para o oeste” e ocorreu de duas maneiras: pela diplomacia ou compra e pela guerra. A diplomacia e a compra possibilitaram a adquisição da Luisiana (1803), da Flórida (1819) e do Alasca (1867). A partir da guerra, os Estados Unidos conseguiram tomar territórios do México.

A Luisiana pertencia aos franceses, mas a perda do Haiti e as dificuldades financeiras enfrentadas pela França, no início do século XIX, fizeram esse país vender a região para os Estados Unidos por 15 milhões de dólares. A Flórida foi vendida por 5 milhões de dólares pelos espanhóis em razão das dificuldades que esse país enfrentava na Europa, relacionadas com o período napoleônico. Por fim, os russos venderam o Alasca por 7,2 milhões de dólares por causa do temor de que a região fosse invadida pelos britânicos.
No entanto, não foi somente a partir da diplomacia que o território americano cresceu, pois, conforme mencionamos, a guerra também contribuiu para esse processo expansionista. Durante a marcha para o oeste, os americanos travaram conflitos contra os mexicanos por territórios que hoje correspondem a uma porção de estados americanos (Califórnia, Arizona, Novo México etc.).
A rivalidade entre as duas nações iniciou-se com a Revolução do Texas, em que colonos americanos, insatisfeitos com a administração mexicana do Texas, rebelaram-se e declararam a independência dessa região em 1836. O interesse dos Estados Unidos por novos territórios mexicanos (que equivalem, principalmente, à Califórnia) e a anexação do Texas levaram as duas nações à guerra.

Conhecida como Guerra Mexicano-Americana, e ocorrida entre 1846 e 1848, essa guerra foi finalizada com a assinatura do Tratado Guadalupe-Hidalgo, que ratificava a vitória americana. Com essa vitória, os americanos assumiram a posse de um vasto território e estabeleceram as fronteiras entre os dois países no Rio Grande. O México foi indenizado em 15 milhões de dólares pelos territórios perdidos e teve uma dívida de 3,2 milhões de dólares perdoada.

A ocupação de todos esses territórios por cidadãos americanos e estrangeiros, que imigraram para os Estados Unidos nessa época, foi incentivada a partir da década de 1860, quando Abraham Lincoln assinou a Lei do Povoamento (Homestead Act). Essa lei vendia lotes de terra por preços irrisórios, desde de que o comprador assumisse o compromisso de morar e plantar em sua propriedade durante cinco anos.

Durante esse processo de expansão territorial dos Estados Unidos, os grandes perdedores foram os indígenas que, repetidas vezes, foram obrigados pelos americanos a saírem de suas terras. A marcha para o oeste acabou provocando a morte de milhões desses povos por causa da violência com que foram tratados e da destruição de seu modo de vida.
A violência contra os indígenas, nesse período, acabou rendendo episódios como o decreto da Lei de Remoção de Índios, de 1830, que obrigou várias nações indígenas a mudarem-se da região da Geórgia, e proximidades, para o oeste do Rio Mississípi. Isso levou à chamada Trilha das Lágrimas, evento que causou a morte de milhares de pessoas, de diferentes nações indígenas, durante a marcha forçada para a nova reserva estabelecida pelo governo.

Esse processo de expansão para o oeste e o ataque contra mexicanos e indígenas foram justificados por uma ideologia conhecida como Destino Manifesto. Surgidos oficialmente em 1845, esses ideais afirmavam que os Estados Unidos eram uma nação predestinada por Deus para ocupar aqueles territórios e levar a “civilização” para esses locais. Esse pensamento foi utilizado também para justificar todas as violências cometidas durante todo esse processo de expansão territorial.

Guerra de Secessão

Um dos principais eventos que marcaram a história dos Estados Unidos, ao longo do século XIX, foi a Guerra de Secessão, também conhecida como Guerra Civil Americana. Esse conflito foi iniciado em 1861, com a secessão (separação) dos estados sulistas, e encerrou-se em 1865, com a derrota dos sulistas e sua reintegração à União. Essa guerra ocasionou a morte de 600 mil pessoas.

Esse conflito foi resultado da rivalidade existente entre os estados nortistas e sulistas em relação à expansão do trabalho escravo para os territórios recém-conquistados pelos Estados Unidos. Os estados sulistas queriam a expandir a escravidão para os novos territórios, enquanto os nortistas eram contrários a essa proposta.
Esse debate dividiu politicamente a nação e levou a pequenos conflitos entre colonos nortistas e sulistas em alguns locais como o Kansas. Essa disputa alcançou o debate presidencial, e a vitória de Abraham Lincoln acabou provocando a insatisfação dos sulistas, que se separaram da nação e fundaram os Estados Confederados da América.

A separação dos sulistas foi o estopim da guerra, o que fez as tropas da União lutarem para reintegrar os estados rebeldes ao território americano. Ao fim da guerra, os sulistas, derrotados, além de serem reintegrados à União, foram obrigados a aceitar a abolição da escravidão em todo território dos Estados Unidos a partir da 13ª Emenda Constitucional.

O que foi a marcha para o oeste nos EUA?


Marcha para o oeste” é o nome que dado ao processo de expansão territorial que aconteceu nos Estados Unidos da América (EUA) ao longo do século XIX. Esse processo foi marcado tanto pela expansão territorial como pelo estabelecimento de colonos/habitantes nessas novas terras. Durante esse processo, os Estados Unidos deixaram de ser um território recluso ao das antigas treze colônias, alcançou as planícies centrais e estendeu-se até a costa oeste (costa do Oceano Pacífico).

A expansão territorial dos Estados Unidos foi iniciada logo após o fim da Guerra de Independência travada contra os ingleses entre 1776-1781. A ratificação da vitória dos colonos americanos foi dada pela assinatura do Tratado de Paris em 1783, responsável por reconhecer a independência das treze colônias e o surgimento dos EUA como nação.

Outra consequência desse tratado foi a cessão, por parte da Inglaterra, de terras para os Estados Unidos. Esse território estendia-se da região dos Montes Apalaches até a borda do Rio Mississipi. A ocupação dessa área tornou-se polêmica entre colonos e Inglaterra, uma vez que os ingleses não autorizavam os colonos a se estabelecerem nessas regiões para se evitar conflito com os indígenas.

Depois de assegurada a independência, os americanos iniciaram uma rápida ocupação dessas terras à custa da vida de milhares de indígenas. O processo de expansão territorial dos Estados Unidos também aconteceu por meio da compra de territórios e da sua conquista pela guerra. Os territórios que foram adquiridos a partir da compra e da diplomacia foram os seguintes:
·         Luisiana, território comprado dos franceses em 1803.
·         Flórida, território comprado dos espanhóis em 1819.
·         Alasca, comprado dos russos em 1867.
Luisiana foi um território comprado dos franceses no começo do século XIX, em 1803. A compra de Luisiana aconteceu pelo fato de os franceses precisarem de dinheiro para financiar as tropas napoleônicas que estavam em guerra no continente europeu. Apesar de Napoleão Bonaparte ter planos futuros para a América, a necessidade de pôr dinheiro naquele momento falou mais alto, e os franceses aceitaram vender a região por 15 milhões de dólares.

A compra da Flórida aconteceu em um cenário de enfraquecimento da Espanha, pois, naquele momento, o país europeu lidava com uma série de movimentos de independência que pipocavam em suas colônias no continente americano. Com a Flórida em segundo plano, o governo americano passou a pressionar o governo da Espanha para vender o território, alegando que os indígenas da Flórida representavam um risco.

O governo espanhol, fragilizado, aceitou vender a região como forma de evitar uma guerra contra os americanos. A Flórida foi vendida em 1819 por 5 milhões de dólares, em acordo assinado no Tratado Adams-Onís.

Por fim, o último território adquirido via compra foi o Alasca, obtido em acordo com os russos em 1867. A venda do Alasca aconteceu porque a Rússia passou a enfrentar uma forte crise em sua economia depois da Guerra da Crimeia. Territórios como o Alasca – que só davam prejuízo – passaram a ser vistos como indesejados, e os russos optaram por vendê-lo. William H. Seward, secretário do Estado dos Estados Unidos, foi o responsável pelo acordo em que os EUA aceitaram pagar 7,2 milhões de dólares pelo território do Alasca.

Essas compras foram acompanhadas de um grande fluxo de pessoas que se mudaram e estabeleceram-se nesses novos territórios. Esse grande volume de terras “vazias” foi habitado, principalmente, graças a incentivos do governo americano por meio do Homestead Act, ou Lei do Povoamento.

Essa lei foi instituída por Abraham Lincoln em 1862 e decretou que toda pessoa que tivesse interesse em se fixar em uma terra no oeste poderia fazê-lo a um preço baixíssimo. As condições exigidas pelo governo era de que o lote cedido seria habitado e cultivado por, no mínimo, cinco anos.

A expansão e a ocupação do oeste pelos americanos foram incentivadas por uma crença que existia na época, conhecida como Destino Manifesto. Nessa crença, os americanos afirmavam que os Estados Unidos eram uma nação escolhida por Deus para ser grande e próspera. Essa crença era utilizada como justificativa para isentar os americanos da culpa de toda a violência cometida nesse processo, principalmente contra os indígenas.

A Guerra Mexicano-Americana


Não foi só de diplomacia e compra que os Estados Unidos obtiveram novos territórios para si ao longo do século XIX. A expansão americana também aconteceu por meio de guerra, uma vez que os americanos travaram, nesse percurso, um conflito contra o México que se estendeu por dois anos e ficou conhecido como Guerra Mexicano-Americana.

A Guerra Mexicano-Americana aconteceu entre 1846 e 1848 e foi resultado do desgaste das relações entre Estados Unidos e México ao longo do século XIX, por conta da questão que envolvia o Texas. Originalmente, o Texas era um território mexicano que, a partir de 1821, começou a ser povoado por colonos americanos (com autorização do governo mexicano).
Os colonos americanos, no entanto, voltaram-se contra o controle dos mexicanos sobre o Texas por não aceitarem as leis estipuladas pelo governo daquele país, iniciando assim um levante que forçou o México a ceder o Texas para os Estados Unidos na década de 1830. Esse acontecimento criou um grande desgaste entre os dois governos.

Na década de 1840, os Estados Unidos manifestaram interesse sobre a Califórnia, e o governo mexicano declarou guerra aos Estados Unidos em defesa de seu território. Com outra derrota, o México foi obrigado a ceder, além da Califórnia, o território do Novo México.

A violência contra os indígenas

A marcha para o oeste americana foi realizada ao longo de todo o século XIX e às custas dos indígenas. A violência desse processo resultou na morte de milhares indígenas e forçou outros tantos a abandonarem suas terras e seu estilo de vida para sobreviverem.

Da década de 1830 em diante, uma série de estados americanos criou leis que obrigavam os índios a se retirarem de suas terras, de forma a permitir que americanos pudessem desenvolver colheitas nessas regiões. Essas leis de remoção levaram a um evento conhecido como Trilha das Lágrimas (Trail of Tears), em que milhares de índios tiveram de marchar por muitos quilômetros em meio a um rigoroso frio para se estabelecerem em um novo local definido pelo governo.

Durante essa caminhada, os historiadores estimam que até 15 mil indígenas tenham morrido. Na região central dos Estados Unidos, muitos indígenas tiveram seu estilo de vida destruído, uma vez que sobreviviam da caça aos bisões e, por isso, precisavam de uma faixa de terra muito longa.

ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

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