Há exatos dezenove anos, Serra Talhada amanheceu de luto, pois na madrugada daquele dia morreu o jovem
Ricardo Rocha. A tragédia que ocorreu naquela noite não só nos privou do
convívio de Ricardo, mas também impediu que duas gerações de serra-talhadenses
conhecessem o seu talento musical. Naquela fatídica noite, a música e a cultura
local foram apunhaladas, pois com a morte de Ricardo chegou ao fim a banda
D.Gritos, um dos maiores legados artísticos já produzidos em nossa cidade.
Ricardo deixou esposa,
Célia Rocha, e dois filhos, Jéssica Rocha e Julian Richard. Se estivesse vivo hoje seria avô de uma lida
menina de dois anos, Ana Laura.
Com intuito de resgatar
parte da história de Ricardo e mais precisamente da banda D.Gritos, estou
realizando uma pesquisa que se encontra em fase final e que será transformada em um livro. Nesse processo de levantamento de informações já foram ouvidos vários ex-integrantes
da banda como Jorge Staley, Gisleno Sá, Noroba, Derivan Calado e Eltinho
Mourato. Já deixaram depoimentos Nildo Gomes, Álvaro Severo e Petrônio Lorena,
todos eles acompanharam de perto as diversas etapas da banda. Outra coisa
importante dessa pesquisa será a divulgação de músicas inéditas da banda (de
Camilo e de Ricardo), além de fotos e recortes de jornais com notícias sobre o
grupo, tudo esse material foi cedido gentilmente por Célia Rocha e Camilo Melo.
Aproveitando a data, compartilho alguns desses itens raros com os amigos e amigas internautas que navegam pelo nosso blog.
Apresentação da banda D.Gritos no estádio "O Pereirarão" - 1987
Discurso
feito por Ricardo em shows no meio da música Escravos de Ninguém.
“Não precisamos
dessa justiça se eu só vejo injustiça
Se nós todos
temos condições de fazer a nossa própria justiça
Não precisamos
desse governo que não sabe nos governar
Se nos todos
temos condições de fazer o nosso próprio governo
Porque ninguém! Ninguém!
Nasceu para ser escravo de ninguém!
Nem muito menos
seria assim um idiota
Pra carregar um
presidente nas costas
E você pedir e
ele prometer e você ficar até o fim da vida
E nada conseguir
Eu não serei
escravo de ninguém! Eu não!
Oh Deus! Deus!
Eu pensei que esse mundo era só Seu
Que só Você o
destruía
Mas hoje homem
destrói tudo que Você fez com tanto amor
Eu choro por essa
burrice
Essa ignorância
Por tanto
preconceito racial
Eu
não serei escravo de ninguém!
E
quem quiser que venha comigo...”
Missa do Poeta de 1991
Ricardo e amigos - 1987
Ricardo e o famoso violão comprado fiando na conta da mãe sem o conhecimento dela
Camilo Melo e Ricardo no Kilario - 1987
Já cansei
De te procurar
Em todo lugar
Já tentei te
achar
Acho até que
estou ficando louco
Eu digo isso por
que não consigo mais parar de Gritar
Gritos roucos
Gritos loucos
Gritos por você
e você não quer me ouvir
Será que tudo isso
não passa de ilusão
O que é que ta
acontecendo com meu pobre coração
Cho ate que
estou morrendo aos poucos
Eu digo isso por
que não consigo te encontrar
Gritos roucos
Gritos loucos
Gritos por você
e você não quer me ouvir.
CHAMADO MEU BEM
(Ricardo Rocha) provavelmente a última feita por Ricardo, dezessete dias antes
da sua morte.
Agora vem me
chamando meu bem
Agora vem me
chamando de amor
Agora vem me
chamando meu amor
Agora vem me chamando de amor
Eu tanto quis
você aqui do meu lado
Eu estava
apaixonado, eu só queria você
Eu tanto fiz por
nos te amaria a vida
Inteira mais
você foi traiçoeira me trocou
E agora vem me
chamando de amor
Todo que você me
fez
não vai ficar
assim
Eu vou arrumar
um novo amor
E amar ate o
fim.
P.S.: As empresas públicas e privadas que desejem
patrocinar o livro podem entrar em contato pelo telefone (87)9938-0839 ou pelo
e-mail pcgomes-st@bol.com.br
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