Escreva-se no meu canal

sexta-feira, 17 de abril de 2020

VIAGEM AO PASSADO: Saiba por que a Festa do Algodão em 1953 foi um dos maiores eventos da história de Serra Talhada

Por Paulo César Gomes, Professor, pesquisador e mestre em História pela UFCG 

Revista O Cruzeiro de setembro de 1953 
A Festa do Algodão realizada em 1953, foi um dos maiores eventos político, social e cultural já realizada na história de Serra Talhada, infelizmente a falta de registros desse acontecimento na cidade impede que ele seja conhecido em toda a sua grandiosa. Apesar disso, estamos garimpando algumas informações que gradativamente estão ajudando a entender melhor o que ocorreu na Fazenda Saco, nos dias 15 e 16 de agosto daquele ano e que estarão a disposição de todos no livro Serra Talhada: a cidade das Misses, a ser lançado em breve.
A ideia da festa partiu dos estudantes da escola superior de agronomia, sediada em Recife, e contou com apoio do Secretário de Agricultura Eudes Pinto. Estiveram presentes ao evento o Ministro da Agricultura, João Cleophas, o Governador do Estado, Etelvino Lins, os Senadores Apolônio Sales, Assis Chateaubriand e Plínio Pompeu, os empresários do ramo fabril Adriano e Antônio Seabra, do presidente do Tribunal de Contas de São Paulo, Romeu Ferras e por diversas outras autoridades vindas do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Tudo foi registrado pelos repórteres da extinta TV Tupi, revista O Cruzeiro, jornal Diário de Pernambuco e Rádio Tamandaré, todos os veículos de comunicação eram ligados ao conglomerado de empresas jornalísticas dos “Diários Associados”, pertencentes Assis Chateaubriand.
Segundo a reportagem do Diário de Pernambuco, de 12 de agosto de 1953, eram esperados mais de 1.000 convidados vindos em caravanas de várias cidades do estado, o desafio da organização era acomodar essa grande quantidade de pessoas em uma cidade que não possui uma rede hoteleira de qualidade e que tinha uma zona urbana habitada por pouco mais 5.501 habitantes e com menos de 1.000 casas, segundo agência de estatística estadual.
A Festão do Algodão de 1953 foi um dois maiores eventos político, social e cultural já realizado em Serra Talhada. As festividades eram realizadas na Fazenda Saco, onde atualmente funciona o IPA, durante o mês de agosto daquele ano, os bailes noturnos eram realizados no CIST.

Dezenas de carros estacionados na entrada da Estação Experimental da Fazenda Saco, em 1953
A foto acima da a dimensão do público que participou da festa, visto a grande quantidade de carros que fizeram fila no estacionamento, em destaque, um carro luxuoso  conversível. Na imagem abaixo verificamos uma peça de arte que fica em um monumento na estrada da UAST/UFRPE, a obra foi confeccionada por um artesão anônimo, nela podemos perceber uma referência ao ano da festa e um pé de algodão.

Monumento em homenagem a Festa da Algodão, realizada em 1953, erguido na entrada da UAST
Participaram da festa mais de 20 cidades ligadas a cultivo de algodão, delas apenas 15 puderam indicar nomes de misses (ou princesas) para concorrem ao titulo de Rainha da Festa do Algodão. Os critérios paras indicações obedeciam a o requisitos de produção de 50.000 arrobas de algodão no ano de 1951.


Jornal Diário de Pernambuco destacando a realização do evento e apresentando as candidatas ao título de Rainha do Algodão 
As candidatas foram escolhidas por representantes das suas cidades, sendo que a maioria eram filhas de empresários ou políticos importantes, a representante de Flores, por exemplo, era filha do prefeito Pedro estima. Escolha da rainha foi um dos maiores concurso de beleza do estado, até realizada, isso porque o Miss Pernambuco só foi criado em 1955.
AS CONCORRENTES AO TÍTULO DE RAINHA 
Concorreram a coroa de rainha: Hilda Souza (Caruaru), Diva Lima (Garanhuns), Iolanda Pires (Tabira), Juliane T. Vilanova (Bom Conselho), Vilma Durce (Correntes), Nanete Barbosa (Surubim), Neli Pinheiro (Sertania), Marluce Estima (Flores), Mirian Padilha (Afogados da Ingazeira) Elizabeth Barros (Buíque), Maria de Souza Rosa “Lia Rosa” (Floresta), Euridice Almeida (Vertentes), Maria dos Santos (Limoeiro), Iraildes Japiassu Simões (Pedra) e Maria Tereza de Godoy Bené (Serra Talhada). Bezerros, Águas Belas, Ouricuri e Cabrobo, entre outras cidades, mesmo sem ter candidatas na disputa.
A representante de Serra Talhada foi à última a ser indicada, até as véspera do concurso o nome dela não figurava em nenhuma relação disponibilizada pelo órgão de imprensa. a jovem Maria Tereza de Godoy Bené, era filha do ex-prefeito de Serra Talhada e da cidade de Bonito, José Bené de Carvalho, e sobrinha do prefeito da época, Moacir Godoy. Ironicamente a última candidata acabou se tornando a vencedora da coroa de Rainha da Festa do Algodão.
Maria Tereza de Godoy Bené, na época com 16 anos

A HISTÓRIA POR TRÁS DA FUGA DE CHATEAUBRIAND DE SERRA TALHADA
A Rainha da Festa do Algodão, Tereza Bené e agraciada com uma joia dada pelo Senador e empresário Assis Chateaubriand.
Encerramos com uma foto garimpada nas páginas da revista O Cruzeiro que mostra o momento em que Tereza Bené e agraciada com uma joia dada pelo Senador e empresário Assis Chateaubriand. Segundo relatos orais ainda não confirmados, o senador após a entrega do presente beijou a face da jovem serra-talhadense, o que gerou um grande conflito com a família da moça, forçando o magnata das comunicações a fugir da festa escondido dentro de um porta-malas de um carro.
Verdade ou não, o episódio é descrito pela revista Manchete, concorrente de O Cruzeiro, como constrangimento entre o prefeito Moacir Godoy, e o Senador. Segundo a Manchete, o prefeito não gostou do fato de Chateaubriand está beijando as moças que estavam na festa, e por isso teria entrado em desavença com o Senador. A publicação carioca não cita a possível fuga de Chateaubriand escondido no porta malas de um carro.
Em conversa com este pesquisador, Tereza Bené, disse não se lembrar de qualquer confusão durante os dois dias evento, e ainda afirmou que foi muito bem tratada por Assis Chateaubriand.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Cidades registram panelaço contra Bolsonaro


A tarde de hoje foi marcada por panelaços em diferentes cidades do Brasil após a demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde. Em São Paulo, bairros como Paraíso e Higienópolis relataram manifestações. No Rio de Janeiro, Botafogo e Copacabana tiveram protestos. Em Recife, bairros como Boa Viagem, Pina, Graças e Madalena também houve panelaço.
Quando o presidente Jair Bolsonaro começou a falar em pronunciamento no Palácio do Planalto, por volta das 17h, novos panelaços e gritos de "fora Bolsonaro" foram ouvidos pelo país.
Mandetta anunciou, hoje, em sua conta no Twitter, que foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro após uma série de embates entre eles.
"Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar", publicou Mandetta.


"Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país", acrescentou.
Poder 360

Nelson Luiz Sperle Teich é do Rio de Janeiro e tinha fortes defensores dentro do governo. Ele atuou como consultor para a área da saúde na campanha de Bolsonaro em 2018, quando chegou a ser cotado para assumir o Ministério da Saúde pela primeira vez e acabou perdendo a vaga para Mandetta.
Em 3 de abril, o oncologista publicou artigo no qual faz considerações sobre as ações de enfrentamento à pandemia da covid-19. Ele defende a criação de uma estratégia que “permita estruturar e coordenar a retomada das atividades normais do dia a dia e da economia” e reclama de “polarização” entre a saúde e a economia.
“Esse tipo de problema é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas, entre o bem e o mal“, escreveu. “Qualquer escolha e ação, seja ela da saúde, econômica ou social, tem que ter na mortalidade o seu desfecho final, por mais difícil que seja chegar a esses números. É a única forma de comparar as ações e escolhas que são feitas de uma forma técnica, justa e equilibrada.”
Teich escreveu que via o isolamento horizontal, no qual todos os que não desempenham atividades essenciais permanecem em casa, era, até o momento da publicação do artigo, a “melhor estratégia” para evitar a propagação do coronavírus. O presidente Jair Bolsonaro é defensor do chamado isolamento vertical, no qual apenas pessoas do grupo de maior risco para a doença devem permanecer em quarentena.
“Além do impacto no cuidado dos pacientes, o isolamento horizontal é uma estratégia que permite ganhar tempo para entender melhor a doença e para implantar medidas que permitam a retomada econômica do país“, avaliou Teich.
Sobre o isolamento vertical, o oncologista escreveu:
“Essa estratégia também tem fragilidades e não representaria uma solução definitiva para o problema. Como exemplo, sendo real a informação que a maioria das transmissões acontecem a partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior risco de morte pela Covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para o trabalho, com o passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo a doença para as famílias, para as pessoas de alto risco que foram isoladas e ficaram em casa. O ideal seria um isolamento estratégico ou inteligente.”
O oncologista foi fundador do grupo COI (Clínicas Oncológicas Integradas) e também teve participação no MDI Instituto de Educação e Pesquisa, no qual era sócio de Denizar Vianna, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos de Mandetta.
A empresa foi fechada em 28 de fevereiro do ano passado, mas a relação com Denizar não foi interrompida pelo encerramento da sociedade entre eles. Teich também foi consultor do secretário de setembro do ano passado a janeiro deste ano, segundo o próprio oncologista.
G1

O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quinta-feira (16) que não haverá uma “definição brusca” em relação às orientações sobre o isolamento social.
Teich deu a declaração em um pronunciamento no Palácio do Planalto ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
O isolamento social é uma das medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o enfrentamento da pandemia do coronavírus.
O antecessor de Teich, Luiz Henrique Mandetta, demitido nesta quinta, defende o isolamento. Bolsonaro, por sua vez, quer o fim do “confinamento em massa” e a reabertura do comércio, de lotéricas e de igrejas.
“A parte do distanciamento e do isolamento, o que acontece? Não vai haver qualquer definição brusca, radical, do que vai acontecer. O que é fundamental hoje? Que a gente tenha informação cada vez maior sobre o que acontece com as pessoas, com cada ação que é tomada. Como a gente tem pouca informação, como é tudo muito confuso, a gente começa a tratar ideia como se fosse fato e começa a trabalhar cada decisão como se fosse tudo ou nada e não é nada disso”, afirmou.
“O que é fundamental é que a gente consiga enxergar aquela informação que a gente tem até ontem, decidir qual a melhor ação do momento e seguir qual a melhor forma de isolamento e distanciamento. Que isso seja cada vez mais baseado em informação sólida”, acrescentou.
‘Alinhamento completo’
Ainda no pronunciamento no Planalto, o novo ministro da Saúde disse que há um “alinhamento completo” entre ele, Bolsonaro e “todo o grupo do ministério”.
“Deixar claro que existe um alinhamento completo aqui entre mim, o presidente e todo o grupo do ministério. Realmente o que a gente está fazendo aqui hoje é trabalhar para que a sociedade retome de forma cada vez mais rápida uma vida normal e a gente trabalha pelo país e pela sociedade”, afirmou.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Senado confirma cassação da senadora Selma Arruda


A Mesa Diretora do Senado Federal confirmou, hoje, a cassação do mandato da senadora juíza Selma Arruda (Podemos-MT). A decisão será publicada nesta quinta-feira (16) no "Diário Oficial da União" (DOU) e no "Diário do Senado".
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia cassado o mandato da parlamentar em dezembro do ano passado por abuso de poder econômico e caixa 2 nas eleições de 2018.
Em nota, a senadora disse ter recebido a notícia com "respeito e tranquilidade". Selma, que é juíza aposentada, informou que pretende se dedicar à advocacia "e lutar para que outros cidadãos não tenham seus direitos cerceados como ocorreu no seu caso"'.
Segundo a Justiça Eleitoral, Selma Arruda, mais conhecida como Juíza Selma, não registrou gastos de R$ 1,2 milhão na contabilidade da campanha.
Apesar da decisão do TSE, a perda do mandato da parlamentar ainda precisava ser declarada pela Mesa Diretora da Casa, o que foi feito na manhã desta quarta. A Mesa Diretora do Senado é formada por sete senadores titulares, e quatro suplentes.
Os integrantes do colegiado aprovaram, por 5 a 1, o relatório do senador Eduardo Gomes (MDB-TO), que foi favorável à declaração da perda de mandato da juíza Selma, em razão da decisão proferida pelo TSE.
O presidente da Mesa, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), vota apenas em caso de empate. O único senador contrário à cassação foi Lasier Martins (Podemos-RS), do mesmo partido de Selma Arruda.
Apesar da cassação, o clima foi de comoção entre os integrantes da mesa. Os senadores ressaltaram ser difícil cassar o mandato de uma colega e disseram ter sido um dia triste para história da Casa.
A senadora ainda poderá participar da sessão marcada para a tarde desta quarta no Senado. A cassação passará a ter efeito após a publicação da decisão.
Depois da publicação, Alcolumbre fará a leitura da decisão na sessão desta quinta-feira, comunicando os demais senadores da perda de mandato.

STF dá poder a Estados e municípios para atuar contra Covid-19


Em sessão nesta quarta-feira (15), o Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou o poder de governadores e prefeitos para determinar medidas restritivas durante a pandemia do novo coronavírus.
A decisão também estabelece que Estados e municípios podem definir quais são as atividades que serão suspensas e os serviços que não serão interrompidos.
A decisão esvazia os poderes do governo Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a definição de quais atividades não poderiam ser afetadas pelas medidas de isolamento.
De forma unânime, todos os nove ministros que participaram do julgamento defenderam a atribuição de estados e municípios para decretar medidas de interesse local.
Votaram nesse sentido os ministros Marco Aurélio Mello, relator do processo, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, presidente do tribunal.
O ministro Luís Roberto Barroso não participou do julgamento pois se declarou suspeito por motivos pessoais. O ministro Celso de Mello, afastado por questões de saúde, também não participou da sessão.

Aos 94 anos, morre Rubem Fonseca

Por Lauro Jardim

Morreu, no início da tarde de hoje, no Rio de Janeiro, um dos maiores escritores do Brasil, Rubem Fonseca.
A menos de um mês de completar 95 anos, Fonseca sofreu um infarto hoje, perto da hora do almoço, em seu apartamento, no Leblon. Foi levado imediatamente ao hospital Samaritano, onde morreu.
De acordo com um parente próximo, "ele não sofreu nada. Simplesmente, apagou como um passarinho". Sua filha, a escritora e roteirista Bia Corrêa do Lago, o levou para o hospital, mas os médicos não conseguiram reanimá-lo.
Talvez o maior contista brasileiro da segunda metade do século XX, Rubem Fonseca é autor, entre outros, de "Feliz ano novo" (1976), "A coleira do cão" (1963), "O cobrador" (1979). Seu último livro de contos inéditos foi lançado há dois anos, "Carne crua".

VÍDEO: Pai de criança com coronavírus em Serra Talhada desmente fake news

Secretário de Mandetta pede demissão


Em meio às incertezas sobre a permanência do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson de Oliveira, pediu demissão, há pouco. A informação foi confirmada pelo Ministério.
Homem de confiança de Mandetta, ele era o responsável direto por desenhar as medidas de combate à pandemia de coronavírus e participava diariamente das coletivas de imprensa no Palácio do Planalto.
Nesta manhã, Wanderson enviou por e-mail uma carta a seus subordinados em que avisava que a saída de Mandetta estava programada para “as próximas horas ou dias” e era a hora de se preparar para sair junto. Ele estava no cargo pela indicação do ministro.
Na carta, revelada pelo jornal Folha de S.Paulo, Wanderson deixa claro que não há como dizer o momento exato da demissão do ministro e nem como ela será feita, se por um aviso formal e “respeitoso” ou uma demissão pelo Twitter.


Por enquanto, Mandetta manteve a decisão de que aguardará sua demissão e não pedirá para sair.

Sobe para 15 o número de suspeitas de Covid-19 em Serra Talhada e Prefeitura confirma mais 2 casos

Da Assessoria



A Secretaria de Saúde de Serra Talhada informa, nesta quarta-feira (15.04), que o município tem mais 2 casos confirmados de Coronavírus. Com isso, ao todo, já são 4 casos na cidade.

Os novos registros se tratam de duas mulheres, de 28 e 54 anos, que testaram positivo para COVID-19. As pacientes estão em isolamento domiciliar.

A Secretaria realiza a busca ativa entre os familiares das mesmas para identificar a possibilidade de novas pessoas contaminadas.

A Secretaria confirma também que o número de casos suspeitos subiu. Até o momento, Serra Talhada soma 15 casos em investigação e 4 confirmados.

Falta de testes pode indicar maior número de mortes

Por Jornal Nacional

Médicos e parentes de pessoas que morreram com suspeita de Covid-19 afirmam que essa informação, muitas vezes, não consta na certidão de óbito. E que por causa dessa lacuna e também pela falta de testes, o número de mortes pode ser maior do que o oficial.
Maria Luíza Santana do Nascimento, paraibana, moradora da Rocinha. A senhora de 72 anos morreu no dia 31 de março, com problemas respiratórios, pouco tempo depois de se tratar na UPA da comunidade. Os médicos suspeitaram de Covid-19 e fizeram o exame, só que o resultado não ficou pronto até o enterro.
A certidão de óbito traz como causa da morte septicemia não especificada, pneumonia e insuficiência cardíaca, por problema já existente, sem mencionar Covid-19. Mesmo assim, o sepultamento aconteceu com todas as orientações da vigilância sanitária: presença de poucos parentes e um grande esquema de segurança para evitar novas contaminações.
A Coordenadoria Municipal de Conservação registrou até o dia 6 de abril, 196 enterros de mortos suspeitos de Covid-19, só na cidade do Rio.
A Secretaria Estadual de Saúde tem hoje 121 mortes em investigação e descartou relação em outras 120.
Desde o início da pandemia, médicos do Rio vem afirmando que há dificuldades e falta de orientação para testar se um paciente morreu mesmo por Covid-19, já que não há testes para todos e os sintomas são parecidos com outras doenças. Muitos profissionais, na dúvida, escrevem apenas o que conseguem confirmar com os exames disponíveis nas unidades: pneumonia e insuficiência respiratória. E é isso que vai escrito no atestado de óbito e registrado em cartório.
São essas informações, que nem sempre levam em consideração a contaminação pelo coronavírus, que abastecem os cartórios cíveis e, de lá, seguem para um banco de dados criado pelo Conselho Nacional de Justiça.
“Os cartórios de registro civil não têm nenhuma atribuição de análise científica. O que nós fazemos exatamente é a transposição das informações emitidas pelos médicos, sem nenhuma alteração ou nem juízo de valor”, explica Luis Carlos Vendramim Junior, da Associação dos Registradores Civis de Pessoas, São Paulo.
Um levantamento nos cartórios do Rio, feito para o Jornal Nacional, revela um aumento de óbitos por insuficiência respiratória no estado. Em março de 2019, foram 1.117 registros. Em março de 2020,111 casos a mais, um aumento de 10%. E os registros de pneumonia subiram de 1.717, em março de 2019, para 1.834, em março de 2020: 6,8% de aumento.
O Cremerj lançou um guia para orientar os médicos no preenchimento dos atestados, por causa da subnotificação.
“A orientação do Cremerj é essa, que ele possa botar a percepção dele. Se ele acha que o paciente apresentou as alterações e para ele o diagnóstico estava fechado em Covid-19, ele coloca Covid-19", diz Flávio Sá Ribeiro, conselheiro do Cremerj.
Autoridades de saúde dizem que o ideal é que todos os pacientes graves, com suspeita de Covid, sejam testados. A recomendação da Organização Mundial de Saúde é que o atestado de óbito dos casos em investigação deve trazer o aviso da suspeita de Covid-19.
Mas, com as condições nas unidades de saúde, principalmente em áreas de risco do Rio, fica difícil cumprir a determinação.
“Soma com essas questões que estão relacionadas aí à falta de testes, à falta de equipamentos de proteção individual e, muitas vezes, isso é delegado mesmo à funerária, ao sistema funerário, sem a gente ter a devida atenção das autoridades da saúde pública”, conta Denize Ornellas, da Sociedade Brasileira de Medicina da Família.
As dificuldades talvez expliquem por que o seu José Félix, chef de cozinha, 48 anos, não entrou para a estatística. Ele ficou cinco dias internado no Centro de Emergência Regional, com quadro de dispneia progressiva, que é dificuldade de respirar, e pneumonia. Recebeu alta na sexta (10) e morreu no domingo (12), em casa, no Morro da Providência. O corpo ficou 24 horas esperando o resgate.
“Estamos aguardando aqui o rabecão para que leve o corpo do senhor José e faça os procedimentos para realmente tirar a dúvida se foi agravante com o coronavírus”, explicou o líder comunitário.
Segundo a família, não foi feito o teste para Covid nem antes nem depois da morte. O atestado de óbito traz causa indeterminada.
“É sem saber se realmente foi a morte, o que causou a morte dele”, lamentou o familiar.
Já o resultado da dona Maria Luíza, que morreu na Rocinha, saiu há poucos dias e deu positivo. Só que no registro oficial em cartório, pelo menos até agora, ela também não aparece na contagem de mortos da pandemia.
O Ministério da Saúde afirmou que a declaração de óbito, que precede a certidão, apresenta os eventos que levaram à morte. Inclusive aqueles que aguardam exames. O ministério afirmou que tem ampliado a aquisição e a distribuição de testes de diagnóstico da Covid-19.
A prefeitura do Rio declarou que os números da Secretaria Municipal de Saúde refletem as notificações dos laudos da Superintendência de Vigilância em Saúde, que são confrontados com as declarações de óbito.
A prefeitura informou que no fim de março, depois da resolução do Conselho Regional de Medicina, passou a incluir a expressão “suspeita de Covid-19" na declaração de óbito e que o número de mortes suspeitas e atestadas nos óbitos é de 84.
A Secretaria Estadual não respondeu ao contado do Jornal Nacional.

VIAGEM AO PASSADO: Seu Olímpio, o farmacêutico que ‘manipulou’ o Direito

Por Paulo César Gomes, professor e escritor
Olímpio Menezes Leal nasceu em 01 de abril de 1905, em Floresta (PE). Aos 16 anos de idade foi morar em Princesa Isabel (PB). Posteriormente mudou-se para Serra Talhada. Na cidade exerceu por muitos anos a profissão de farmacêutico.
E em uma época em que não existiam médicos na região Seu Olímpio Menezes, como ficou conhecido, realizava consultas, prescrevia receitas e até, em alguns casos, fazia partos quando a vida da gestante corria perigo.
Foto da farmácia de Lima Pacheco que posteriormente veio a se torna de Seu Olímpio Menezes Leal

Além do exercício da farmacologia, também desempenhou com maestria as atividades de rábula – era o advogado que, não possuindo formação acadêmica em Direito (bacharelado), obtinha a autorização do órgão competente do Poder Judiciário (no período imperial), ou da entidade de classe (primeiro do Instituto dos Advogados e a partir da década de 1930 da OAB), para exercer, em primeira instância, a postulação em juízo.
Ele atuava em causas cíveis, trabalhistas e criminais. Em função da sua habilidade em “manipular” a arte do Direito, o seu trabalho era enaltecido pela população e respeitado por juízes e promotores que trabalharam na comarca de Serra Talhada.
Rascunho de um oficio direcionado a prefeitura de Serra Talhada – 1959
Olímpio Menezes, além dessas grandes qualidades, era também um grande esposo, pai, avô e bisavô, uma grande figura humana, dotado de grandes virtudes, o que o caracterizava como um sertanejo honrado sobre todos os aspectos. O seu modo de ser, correto e austero, deve servir de exemplos a todos aqueles que desejam seguir o caminho do bem e da honradez.
Seu Olímpio faleceu no dia 1º. de maio de 1989, e no dia seguinte, o então deputado estadual Argemiro Pereira, apresentou na Assembleia Legislativa um voto de pesar pelo seu falecimento. Posteriormente, ele foi homenageado pela Câmara Vereadores quando da aprovação do Projeto de Lei que denominou a principal rua do bairro da Caxixola de Avenida Olímpio Menezes Leal.
Requerimento assinado por Seu Olímpio endereçado ao Padre José Kehrle – Vila Bela 1932
P.S.: Documentos gentilmente cedidos por Olímpio Menezes Leal Neto

ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

        QUESTÕES DISSERTATIVAS DE SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA QUESTÃO 1 :  João fez um testamento para deixar um dos seus 10 imóveis para seu gra...