O
Brasil, em função de seu histórico de colonização, desenvolvimento tardio e
dependência econômica, além dos problemas internos antigos e recentes, possui
uma grande quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Assim, por
representar um país subdesenvolvido emergente,
a pobreza no Brasil apresenta elevados patamares.
Segundo um dado oficial do Ministério de Desenvolvimento de Combate à
Fome datado de 2011, existiam no Brasil até esse ano cerca de 16,27 milhões de
pessoas em condição de “extrema pobreza”, ou seja, com uma renda familiar
mensal abaixo dos R$70,00 por pessoa. Vale lembrar que ultrapassar esse valor
não significa abandonar a pobreza por completo, mas somente a pobreza extrema.
É preciso dizer, porém, que a pobreza não é uma condição exclusiva de
uma região ou outra, como se costuma pensar. Praticamente todas as cidades do
país (principalmente as periferias dos grandes centros metropolitanos) contam
com pessoas abaixo da linha da pobreza.
No entanto, é válido ressaltar que, apesar dos problemas históricos, o
Brasil vem avançando na área de combate à fome e à pobreza no país. Segundo um
relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o
número de pessoas que abandonaram a pobreza no Brasil em 2012 ultrapassou os
3,5 milhões. Nesse estudo, o critério para pobreza extrema era, inclusive, mais
alto que o acima mencionado: R$75,00 por membro da família.
Outra boa notícia é a de um relatório
apresentado pela Assembleia das Nações Unidas em 2013 que colocou o Brasil como
o 13º país que mais investe no combate à pobreza no mundo, em um ranking composto
por 126 países em desenvolvimento. Assim, o país investe mais do que todos os
demais membros do BRICS (Rússia,
Índia, China e África do Sul), mas ainda está atrás de nações como Argentina e
Venezuela. Ao todo, segundo o relatório, o Brasil gasta quase US$ 4 mil dólares
por ano para cada pessoa [1].
O carro-chefe atual das políticas públicas de combate à fome no Brasil é
o programa Bolsa Família, criado em 2003. Trata-se de uma política
assistencialista de transferência de renda, em que o governo oferece subsídio
para famílias em condições de pobreza ou miséria acentuada. Apesar das muitas
críticas e polêmicas na esfera política, o programa vem recebendo elogios por
parte de sociólogos e economistas, uma vez que gasta muito pouco (0,5% do PIB)
e contribui substantivamente para a melhoria da qualidade vida. Segundo o Ipea,
a estimativa é a diminuição de 28% da miséria do país em 2012 somente pelo
Bolsa Família.
Recentemente,
um apontamento do Banco
Mundial revelou que o Brasil vem servindo de modelo
e exemplo no que diz respeito ao combate à pobreza no mundo, com a redução da
miséria, a diminuição de dependentes do próprio Bolsa Família e com a criação
do Cadastro Único, que visa a identificar a quantidade de pessoas em extrema
pobreza no país [2]. Tais medidas vêm sendo estudadas e até copiadas por
especialistas e governantes de outras localidades do mundo.
Por outro lado, há uma grande quantidade de pessoas que ainda vivem à
margem da sociedade no Brasil, problema que dificilmente se resolverá somente
com a promoção de programas assistencialistas. Os principais desafios estão em
vencer os problemas nas áreas de saúde e educação, que vêm recebendo tímidos
avanços, e ampliar a qualificação profissional e a oferta de emprego no país.
Além disso, para muitos especialistas,
diminuir o número de pessoas que vivem com menos de US$1,25 por dia – critério
elaborado pelo Banco Mundial e pela ONU para
definir a pobreza extrema – não é o suficiente. A ideia seria a de elevar esse
valor na definição de miséria e traçar uma nova meta para a redução da pobreza
no Brasil, principalmente através de medidas que não taxem tanto as classes
média e baixa e que consigam encontrar formas de diminuir a desigualdade social
e a concentração de renda, que ainda são muito acentuadas no Brasil.
A pobreza
no Brasil é um problema que atinge cerca de 28 milhões de
pessoas.
Os estados do Norte e do Nordeste concentram as
populações mais carentes no país.
Definição
Existem vários índices que buscam definir o que seria uma
pessoa que vive em situação de pobreza ou pobreza extrema.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação (FAO) uma pessoa pobre é aquela que não tem dinheiro para
garantir uma refeição que forneça 1750 calorias por dia.
Para a Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe (CEPAL), o índice é um pouco maior. Para esta agência regional, o limite
seria uma dieta de 2200 calorias diárias.
Para a ONU, uma pessoa pobre é que tem uma renda
equivalente a US$ 1,25 por dia ou cerca de dois reais.
Para a União Europeia, uma pessoa pode ser considerada
pobre quando ganha 60% da renda média do país. Na Dinamarca seria quem possui
uma renda igual ou inferior a 2.500,00 reais.
Causas
Por conta do processo colonizador e da escravidão, o
território brasileiro sempre foi um país onde havia muitas pessoas pobres. Com
o fim da escravidão e o êxodo
rural, as cidades não tinham infraestrutura para a chegada de mais
gente. Assim, o fenômeno da pobreza se acentuou.
No entanto, a partir dos anos 90 do século XX, com a
estabilidade econômica, a renda
per capita dos brasileiros foi aumentando gradativamente.
A pobreza do Brasil também revela as disparidades
regionais devido aos anos de concentração da política e das indústrias no sul
do país. Os estados do norte e nordeste têm os maiores índices de pobreza, e
Maranhão, Piauí e Alagoas são aqueles que possuem a maior proporção de pobres.
O Ministério do Desenvolvimento
Social definiu que a linha de pobreza no Brasil é quem vive com uma renda de
até 140 reais por mês. Mais de 28 milhões de brasileiros estão nessa condição.
Com o advento do governo
Lula e seus programas de transferência de renda, a pobreza no
país recuou.
No entanto, com a crise econômica, o cenário
pode mudar. Dados do Banco Mundial indicam que o Brasil terá um aumento de 3,6
milhões de pobres até o fim de 2017.
Igualmente, o perfil do pobre no país se transformou.
Agora, são brasileiros com menos de 40 anos, chefes de família e que há dois
anos estavam empregados. Possuem pelo menos o ensino médio e 90% vive na
cidade.
Pobreza
Extrema
Já os que vivem em pobreza extrema são aqueles que vivem
com 70 reais por mês.
No Brasil, 8% da população ou um pouco mais de 16 milhões
são considerados extremamente pobres. Mais da metade dos extremamente pobres
vive no Nordeste e das 50 cidades mais pobres do Brasil, 26 estão no Maranhão.
Lista
Confira abaixo as cidades mais pobres do Brasil, em 2013,
segundo os dados do IBGE:
Cidade
|
|
1º
|
Centro do Guilherme/MA
|
2º
|
Jordão/AC
|
3º
|
Belágua/MA
|
4º
|
Pauini/AM
|
5º
|
Santo Amaro do
Maranhão/MA
|
6º
|
Guaribas/PI
|
7º
|
Novo Santo Antônio/PI
|
8º
|
Matões do Norte/MA
|
9º
|
Manari /PE
|
10º
|
Milton Brandão/ PI
|