A litosfera – camada rochosa do planeta Terra –
apresenta inúmeras dinâmicas e variações. A sua composição estrutural, contudo,
é classificada em três diferentes tipos de estruturas geológicas que se dividem
em todo o mundo: os crátons (ou escudos antigos), as
bacias sedimentares e os dobramentos modernos (ou
cadeias orogênicas).
Confira, a seguir, o mapa das estruturas geológicas no mundo que
demonstra a presença dos diferentes tipos e a distribuição deles pelo espaço
geográfico:
Distribuição geográfica das estruturas geológicas da Terra
Com a observação do mapa, podemos notar que
os dobramentos modernos encontram-se
em áreas que apresentam conhecidas cadeias montanhosas, como a Cordilheira dos
Andes, a oeste da América do Sul; as Montanhas Rochosas, na América do Norte;
os Alpes, na Europa; e a Cordilheira do Himalaia, na Ásia.
Isso ocorre porque os dobramentos modernos são, na verdade, trechos de
formação recente originados pela elevação do terreno em razão da interação das
placas tectônicas e fenômenos decorrentes. O Brasil, por apresentar uma
formação geológica antiga, não apresenta esse tipo de estrutura geológica.
As bacias sedimentares,
por outro lado, distribuem-se em diferentes partes do mundo, existindo também
no território brasileiro. Elas recobrem cerca de 75% da superfície terrestre e
são caracterizadas pela sua formação na Era Paleozoica (500 milhões de anos
atrás), com a acumulação dos sedimentos gerados pelo desgaste das rochas em
função da ação dos agentes externos de formação do relevo.
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É nas bacias sedimentares que ocorre a possibilidade de haver acúmulo de
petróleo, bem como a existência de fósseis, apesar de isso não ser algo
determinante. Elas comumente se formam em áreas oceânicas e transformam-se em
continentes por causa da movimentação das placas tectônicas.
Por fim, temos os crátons, que são
popularmente conhecidos como escudos cristalinos e maciços
antigos, nomes dados aos seus dois subtipos. Sua formação é a mesma dos
dobramentos modernos, no entanto, como são mais antigos, sofreram maiores
desgastes dos agentes externos ou exógenos de transformação do relevo, os
mesmos que originaram as bacias sedimentares. O terreno é tão antigo que
apresenta as mais antigas rochas encontradas no planeta.
Os crátons costumam abranger áreas de planalto. No Brasil, eles
recobrem, por exemplo, o Planalto Central, o das Guianas e uma área de escudos
da Amazônia, rica em minerais e que, por isso, vem sendo alvo de ofensivas de
empresas mineradoras, o que pode colocar em risco a Floresta Amazônica
Equatorial.
A seguir, temos um quadro ilustrativo que apresenta uma síntese com os
três tipos de estruturas geológicas
A litosfera, camada sólida e mais externa da Terra, não é
homogênea, ou seja, essa camada não possui a mesma composição em toda a sua
extensão. Ela originou-se do resfriamento do magma que recobria a superfície
terrestre e foi bastante influenciada por processos de tectonismo,
transformação e desgaste das rochas originais, o que promoveu uma grande
diversificação de suas características. Além disso, o material que originou
cada parte da crosta terrestre também é diferente, visto que ele é constituído
por três tipos de rochas diferentes: rochas magmáticas, metamórficas e
sedimentares.
Diante
dessa variedade de características, convencionou-se classificar a parte emersa
da litosfera em três tipos diferentes de estruturas geológicas, que
são formações rochosas com características semelhantes (tipos de rocha, origem
e evolução) que compõem a litosfera terrestre. É importante ressaltar que
estrutura geológica não é o mesmo que formas de relevo. Enquanto as formas de relevo podem ser
observadas na paisagem, as estruturas geológicas são
grandes formações rochosas que servem de base para a origem e evolução dessas
formas e, por isso, não podem ser vistas em uma simples observação da paisagem.
As
principais estruturas geológicas do planeta são:
·
Escudos
cristalinos ou maciços antigos: Estruturas muito antigas (Período
Pré-cambriano), rígidas e resistentes, compostas por rochas magmáticas e
metamórficas. Os escudos cristalinos contribuem para a formação de relevos
planálticos e algumas depressões, que se formam principalmente nas bordas dos
planaltos ou em regiões erodidas dessa forma de relevo. Além disso, em regiões
de escudos cristalinos, é muito comum o afloramento de minerais metálicos, como
os minérios de ferro, cobre e alumínio, que são muito importantes para o
desenvolvimento das atividades humanas.
·
Bacias
sedimentares: originaram-se a partir do desgaste das rochas
cristalinas, que se fragmentaram em sedimentos menores e foram transportadas
para regiões de menores altitudes, onde se acumularam e compactaram-se. Por
causa dessa origem, o principal tipo de rocha que constitui essa estrutura são
as rochas sedimentares (formadas a partir do acúmulo de sedimentos). Nas bacias
sedimentares, encontram-se as maiores reservas de petróleo, gás natural e
carvão. As principais formas de relevo formadas nessas áreas são as planícies,
planaltos sedimentares e depressões.
·
Dobramentos
modernos: São estruturas bastante recentes (Período
terciário da era Cenozoica) que se formaram nas áreas de contato entre placas
tectônicas. Em virtude da grande pressão originada por esse contato entre as
placas, as áreas de dobramentos modernos passaram por várias elevações do
terreno, o que deu origem às maiores cadeias de montanhas do mundo: Alpes,
Himalaia, Rochosas etc.
A
estrutura geológica do Brasil, vale salientar, é composta por bacias
sedimentares, que correspondem a cerca de 64% do total da extensão territorial
do país, e por escudos cristalinos, que ocupam cerca de 36% do território
nacional. No Brasil, não existem dobramentos modernos, uma vez que o país se
encontra no interior da placa tectônica sul-americana.
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