Roma assemelhava-se à antiga
sociedade grega, ou seja, baseava-se na organização em comunidades gentílicas.
A história política de Roma está dividida em três períodos: Monarquia ou
Realeza (753-509 a.C.), República (509-27 a.C.) e Império (27 a.C.-476 d.C.).
Cada período da história romana possui características próprias, que demonstram
a evolução socioeconômica e política dessa sociedade.
Nos primeiros tempos, antes da dominação etrusca, Roma assemelhava-se à antiga
sociedade grega, ou seja, baseava-se na organização em comunidades gentílicas.
O regime gentílico se estruturava em torno dos gens, que reuniam famílias
identificadas por laços de consangüinidade e religião. Não havia a propriedade
privada da terra - esta pertencia à comunidade.
A autoridade máxima de cada grupo era exercida pelo “pater familias” (o
pai-chefe familiar). Com a dominação etrusca, iniciou-se o processo de
desagregação da antiga organização em comunidades gentílicas. A expansão do
comércio provocou o desenvolvimento das cidades e o aumento do número de
habitantes.
Roma transformou-se em um grande centro urbano e começaram a surgir as
desigualdades sociais entre a população. A divisão do trabalho deu origem ao
processo de apropriação privada da terra por parte dos chefes das famílias gentílicas
– os "pater". Os agregados em torno dos "pater" mantinham
seu nome e suas tradições, formando a aristocracia romana.
Monarquia
Romana (753?-510 a.C.)
Embora se creia que os nomes pertençam à ficção, existem provas sólidas da
existência de uma antiga monarquia, do crescimento de Roma e suas lutas contra
os povos vizinhos, do estabelecimento de uma dinastia de príncipes etruscos e
de sua derrubada e abolição da monarquia. Também é provável a existência de
certa organização social, como a divisão dos habitantes em duas classes:
patrícios e plebe.
República
Romana (510 a.C. - 27 a.C.)
Em lugar do rei, o conjunto da cidadania elegia anualmente dois cônsules.
Apenas os patrícios podiam ocupar as magistraturas, porém o descontentamento da
plebe originou uma violenta luta e a progressiva aparição da discriminação
social e política.
A conquista de Veyes, em 396 a.C., iniciou a decadência da civilização etrusca.
Roma obteve o controle da Itália central. As coalizões formadas por etruscos,
umbros e gauleses, ao norte, e por lucanos e samnitas, ao sul, foram finalmente
derrotadas.
Em 264 a.C., Roma começou sua luta contra Cartago pelo controle do
Mediterrâneo. Cartago, que era a potência marítima hegemônica, após as duas
primeiras Guerras Púnicas perdeu sua posição em favor de Roma. A Gália
Cisalpina, Córsega, Sardenha e Hispânia foram submetidas. A Macedônia foi
enfrentada nas Guerras Macedônicas, depois das quais Roma conseguiu apoderar-se
da Grécia, adotando boa parte de sua cultura, e da Ásia Menor. Na terceira
Guerra Púnica, Públio Cornélio Cipião Emiliano conquistou e destruiu Cartago.
Roma havia criado, em 131 anos, um império que dominava o Mediterrâneo.
Algumas
famílias plebéias extremamente ricas aliaram-se às famílias patrícias para
excluir o resto dos cidadãos das magistraturas e do Senado. Enquanto isso, a
gradual desaparição dos camponeses desenvolveu um proletariado urbano cuja
opinião política não era tida em consideração. O conflito entre o partido
aristocrático e o popular era inevitável.
Após a Guerra Social, os povos itálicos conseguiram a cidadania romana.
Durante a guerra com Mitrídates VI estalou-se o conflito entre Caio Mário,
porta-voz do partido popular, e Lúcio Cornélio Sila, dirigente do partido
aristocrático. Sila venceu a guerra civil e se proclamou ditador. Dali em
diante, a constituição republicana esteve à mercê de quem contasse com o apoio
militar mais forte. A rica economia agrícola de Roma decaiu e a cidade teve que
importar grande parte de seus víveres.
No ano 67 a.C., Cneu Pompeu Magno foi encarregado de liderar a guerra contra
Mitrídates. Enquanto isso, seu rival Caio Júlio César adquiriu grande prestígio
como líder do partido popular e encontrou um aliado em Marco Licínio Crasso.
Pompeu, Crasso e César constituíram o denominado primeiro triunvirato. César
obteve o comando da Gália, onde realizou importantes conquistas. Pompeu recebeu
o comando da Hispânia e Crasso, o da Síria. A morte deste último originou o
conflito entre César e Pompeu. Roma caiu em um período de desordens.
César tomou Roma e obrigou Pompeu a se retirar para a Grécia. Introduziu
reformas econômicas e administrativas em uma tentativa de vencer a corrupção e
restaurar a prosperidade. Continuou a guerra contra Pompeu e, após a vitória,
regressou como ditador vitalício.
César atraiu a inimizade da
aristocracia ao ignorar as tradições republicanas e foi assassinado. Marco
Túlio Cícero tentou restaurar a República, porém Marco Antônio se uniu a Marco
Emílio Lépido e a Otávio para formarem o segundo triunvirato. Os triúnviros
proscreveram e assassinaram seus opositores republicanos e repartiram entre si
o controle do Império. Otávio, que havia reforçado sua posição no Ocidente ao
privar Lépido de seu território, viu-se apenas diante de Marco Antônio. Após a
batalha de Actium (31 a.C.), Otávio obteve a supremacia total sobre o
território.
A literatura latina experimentou um notável desenvolvimento durante o chamado
período ciceroniano (70-43 a.C.), representado por César, Cícero, Terêncio,
Catulo e Lucrécio.
Império
Romano (27 a.C. - 476 d. C.)
O Império sucedeu à República de Roma. Augusto reorganizou o território, acabando
com a corrupção e extorsão que haviam caracterizado a administração do período
anterior. Esse período representa o auge da idade de ouro da literatura latina,
em que se destacam as obras poéticas de Virgílio, Horácio e Ovídio e a obra em
prosa de Tito Lívio.
Os imperadores seguintes da dinastia Júlio-Cláudia foram: Tibério, Calígula,
Cláudio I e Nero. Durante os últimos anos, cometeram-se muitos excessos de
poder.
Vespasiano, junto com seus filhos Tito e Domiciano, constituíram a dinastia dos
Flávios. Ressuscitaram a simplicidade do início do Império e tentaram restaurar
a autoridade do Senado e promover o bem-estar do povo.
Marco Cocceius Nerva (96-98) foi o primeiro dos denominados cinco bons
imperadores, junto com Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio. Com
Trajano, o Império alcançou sua máxima extensão territorial e seus sucessores
estabilizaram as fronteiras. A dinastia dos Antoninos terminou com o
sanguinário Lúcio Aurélio Cômodo.
Trajano
foi imperador de Roma no ano 98 e expandiu o Império pela Europa Central e
Mesopotâmia graças às suas vitórias militares. Empreendeu importantes projetos
de engenharia civil (construiu estradas, canais e portos). Também instituiu
reformas sociais para reconstruir as cidades e reduzir a pobreza.
Constituíram a dinastia dos Severo: Lúcio Sétimo Severo, hábil governante;
Caracala, famoso por sua brutalidade; Heliogábalo, imperador corrupto; e
Alexandre Severo, que se destacou por sua justiça e sabedoria.
Dos 12 imperadores que governaram nos anos seguintes, quase todos morreram
violentamente. Os imperadores ilírios conseguiram que se desenrolasse um breve
período de paz e prosperidade. Esta dinastia incluiu Cláudio II, o Gótico, e
Aureliano.
Diocleciano levou a cabo um bom número de reformas sociais, econômicas e
políticas. Após seu mandato, houve uma guerra civil que só terminou com a
ascensão de Constantino I, o Grande, que se converteu ao cristianismo e
estabeleceu a capital em Bizâncio. Teodósio I reunificou o Império pela última
vez. Após sua morte, Arcádio se converteu em imperador do Oriente e Honório, em
imperador do Ocidente.
Os povos invasores empreenderam gradualmente a conquista do Ocidente. Rômulo
Augústulo, último imperador do Ocidente, foi deposto no ano de 476. O Império
do Oriente, também denominado Império Bizantino, perduraria até 1453.
Fonte: historiadomundo.com.br
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