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sexta-feira, 12 de junho de 2020

A origem da Sociologia


surgimento da Sociologia ocorre no século XIX, a princípio, por influência da teoria positivista de Auguste Comte, porém, muitos acontecimentos anteriores e concomitantes ao surgimento dessa nova ciência humana contribuíram para a sua formação.
Podemos retomar os primeiros indícios de transformação da sociedade europeia que influenciaram a Sociologia ainda no RenascimentoIluminismo também contribuiu para uma desestabilização social e uma completa mudança da configuração urbana e política que tornaram a sociedade europeia altamente complexa e carente de fontes de explicações teóricas rigorosas.
Já a consolidação da Sociologia enquanto ciência ocorreu com o trabalho desenvolvido pelo jurista e sociólogo francês Émile Durkheim, que formulou o primeiro método preciso e exclusivo para a nova ciência e a introduziu na universidade como disciplina autônoma.

Contexto histórico do surgimento da Sociologia

Entre os séculos XV e XIX, sucessivos acontecimentos alteraram significativamente a vida, a política e a economia europeias. Podemos pensar que a economia e a política feudal não precisavam de grandes explicações, pois havia uma lógica interna justificada pelo clero e uma organização social rural e simplista, baseada em estamentos (a nobreza, o clero, os servos e os camponeses).
sociedade estamental apoiada pela Igreja Católica simplesmente impunha que cada um nascia predestinado a levar um tipo de vida e que isso era escolha de Deus sendo, quase sempre, vedada a alteração dessa ordem. Se um indivíduo era servo, ele deveria servir, porque Deus quis assim. Se ele era nobre, era uma recompensa divina, porque o seu espírito era mais nobre.
O século XIX encontra-se em meio a uma crise devido ao alto desenvolvimento promovido pela industrialização, o que refletiu na formação de uma complexa crise de valores e conflito de interesses. Podemos listar como fatores históricos que contribuíram para o surgimento da Sociologia os seguintes:

·         Renascentismo

Com o Renascimento, a burguesia passa a crescer e aquela concepção de sociedade estamental medieval passa a ser alterada, visto que os burgueses não eram nobres, mas tinham tanto ou mais dinheiro quanto os nobres. A reivindicação da classe burguesa por seus direitos políticos ocorreu gradativamente de acordo com o crescimento dessa classe.
Essas alterações na configuração social europeia causaram uma alteração tão grande na ordem política e social do continente que, em partes, contribuíram até para a Revolução Francesa e para os ideais de igualdade e liberdade propostos pelo Iluminismo.
Encontramos no Renascimento europeu um período de transição do Medievo para a Modernidade. A retomada de valores filosóficos, científicos e estéticos da cultura greco-romana mudaram a concepção de conhecimento do ser humano, permitindo uma nova visão que inauguraria a Modernidade.

·         Capitalismo mercantilista

O surgimento do capitalismo em sua primeira forma, o mercantilismo, desencadeou a expansão marítima e comercial europeia, fator que possibilitou o desenvolvimento financeiro de potências por meio do comércio e da exploração voraz das colônias situadas nas Américas e, mais tarde, na África e na Ásia. Isso fez com que, em um primeiro momento (século XVI), o europeu buscasse entender as diferentes culturas das colônias.
Em um segundo momento (século XIX), o europeu precisava justificar a exploração sanguinária dos países africanos e asiáticos. No século XVI, começou, de forma embrionária, o desenvolvimento de uma atitude de estudo das diferentes culturas. No século XIX, aquele estudo tornou-se uma área científica das Ciências Sociais, a Antropologia. Em seu começo, por volta dos anos de 1870, a Antropologia era extremamente elitista e etnocentrista, além disso criava teorias para justificar a exploração das novas colônias, apesar de já estar em curso, no mesmo período, o capitalismo industrial.

·         Iluminismo

Os ideais iluministas projetaram um novo cenário intelectual e político ideal, baseado na justificação jurídica e política dos poderes e na separação entre Estado e Igreja. A partir disso, as pessoas passaram a buscar, pouco a pouco, os seus direitos e a exigir do Estado a legalidade em suas ações.
Isso não só provocou a Revolução Francesa, como fez com que houvesse uma gradativa alteração na concepção de política, o que se expressou como fator marcante para o estabelecimento de uma ciência capaz de compreender essa nova forma de sociedade e de política, baseada na legalidade e nos direitos fundamentais.

·         Revolução Industrial

A consolidação da burguesia enquanto classe dominante e a formação do capitalismo industrial firmaram-se com a mudança da economia, antes baseada na manufatura e agora baseada na produção industrial, que gerou a divisão acirrada de classes sociais. Isso ocasionou uma intensa explosão demográfica nos centros urbanos que se industrializaram, como Londres e Paris, pois as pessoas migraram do campo para as cidades em busca de melhores condições de vida.
A falta de emprego para todo mundo resultou em miséria, fome, aumento significativo da violência e alastramento de doenças. O caos desse novo cenário europeu era, para Auguste Comte, mais um atestado de que era necessária uma ciência capaz de estudar e reordenar a sociedade, a fim de colocar a humanidade novamente no rumo do progresso.

 

Como a Revolução Francesa contribuiu para o surgimento da Sociologia?

A Revolução Francesa marcou profundamente a história europeia e, como não poderia ser diferente, foi um fator decisivo para o surgimento da Sociologia. O objetivo final alcançado da Revolução Francesa era acabar com o Antigo Regime.
A lógica monárquica, herdeira do medievalismo, foi derrubada, e o pensamento republicano começou a nascer na Europa. Forma de políticas menos excludentes, laicas e baseadas no Estado de direitos começaram a florescer na França, o que alterou a configuração social do país. Apesar dos fatores positivos que tornaram a revolução necessária, a França viveu anos de instabilidade política por conta do caos deixado no cenário pós-revolucionário, pois a grande Revolução Francesa, de inspiração burguesa e iluminista, ocasionou uma ruptura política dentro da Europa.
Segundo Comte, a Revolução Francesa foi necessária para o desenvolvimento de um novo pensamento político, laico, republicano e juridicamente amparado, mas o caos deixado pela ruptura abrupta impediu o crescimento social francês, fator que precisava ser alterado no século XIX. Como solução, Comte apontou que a Sociologia devia entrar em cena para entender a nova sociedade e reorganizá-la.
Diante da insegurança, que segundo Comte, era um empecilho para o crescimento, para a evolução e para o progresso, o filósofo propôs a criação de uma ciência que, tal como as ciências naturais, observasse e formulasse, metodologicamente, a sociedade a fim de propor rumos para a retomada do progresso social, científico e moral. Diante disso, o filósofo formulou a sua Lei dos Três Estados e inaugurou o positivismo.

O surgimento da Sociologia como ciência


Sociologia é uma ciência social que surge em consequência das ideias iluministas e da busca de diferentes intelectuais de compreender a sociedade e suas dinâmicas. O principal fator social que conduz ao surgimento deste campo de conhecimento foi a Revolução Industrial e suas consequências, como a divisão do trabalho e o processo de urbanização.
Autores como Karl MarxFriedrich EngelsAlexis de Tocqueville, Le Play, Spencer, se dedicaram a estudar os problemas da nova sociedade que surgia na Europa. Em diferentes países começava a aparecer, no século XIX, o interesse de conhecer os problemas sociais e políticos a partir de um ponto de vista científico e todo esse processo indicava o surgimento de um novo campo de conhecimento.
O nome “Sociologia” foi criado por Auguste Comte, também considerado o pai do positivismo. Comte observava uma transformação da sociedade europeia, mais especificamente da sociedade francesa, em que a sociedade militar e teocrática era substituída por uma sociedade industrial e científica (LALLEMENT, 2008, pg. 71). Essa crise poderia ter consequências catastróficas, e a memória do que havia sido a Revolução Francesa ainda era muito recente para desejar que outras revoltas acontecessem.
É assim que surge, no século XIX, a Sociologia, enquanto campo de estudos da sociedade e suas dinâmicas. A sociologia francesa é conhecida como a principal responsável pela institucionalização da disciplina, quando Émile Durkheim foi convidado a ministrar a disciplina em Bordéus em 1887. Assim sendo, foi primeiramente na França que a disciplina passou a ser considerada uma ciência e a fazer parte das disciplinas universitárias.
Émile Durkheim, foi na verdade o primeiro a estabelecer um método sociológico e a definir o objeto de análise dessa disciplina, é por isso que ele também é considerado um dos pais da Sociologia. Assim como Comte, Durkheim também pretendia entender a sociedade e seus problemas para evitar crises e revoltas sociais. O problema que mais o inquietava era o da anomia social, ou seja, a falta de solidariedade e o crescimento do individualismo. Ele também foi responsável por conceituar o fato social enquanto saber coletivo, formas de agir e pensar, que coagem os indivíduos.
Outro autor que também é considerado um dos fundadores da sociologia é Gabriel Tarde. Ele também se dedicou a compreender o que constitui o vínculo social e o fato social, mas sua teoria se distanciava da de Durkheim por considerar que o fato social poderia ser definido a partir das interações entre as consciências individuais. Para Tarde o fundamento do vínculo social era a imitação, os homens imitam os atos dos outros homens e ao reunirem esses atos em comum, de pequenas ações, de modos de pensar, essas similitudes formam um conjunto, o coletivo.
Por fim, é na virada do século XIX para o XX que a Sociologia realmente se estabelece como uma ciência e uma disciplina universitária. Foi na França, na Alemanha, nos Estados Unidos e na Inglaterra que surgiram suas principais teorias. E autores como Max Weber, Georg Simmel, Thorstein Veblen, Robert E. Park, dentre outros são também importantes neste início.
Os principais pensadores da sociologia são Karl MarxÉmile Durkheim e Max Weber. Porém antes de ser nomeada como sociologia, por Augusto Comte, alguns pensadores anteriores desenvolveram estudos que influenciaram a fundação desta ciência. São eles: RousseauMontesquieuAlexis de Tocqueville, Auguste Comte, Gabriel Tarde, Vilfredo Pareto. Todos eles buscavam compreender, de alguma forma, a relação entre política, economia e sociedade. Cada um deles desenvolveu teorias sobre o que compõe uma sociedade, quais os poderes que a organiza, qual o sentido da coerção, dentre outros temas.
Rosseau e Montesquieu são reconhecidos pela influência de seus escritos para a Revolução Francesa e para as teorias sobre a formação dos Estados. Ambos os autores são contratualistas, ou seja, acreditam que os homens em algum momento, através de um contrato, delegaram a outros o poder de representação. Assim como eles, na tradição inglesa Hobbes e Locke também foram contratualistas e exercem forte influência sobre a sociologia.
Alexis de Tocqueville também era francês e sofria as consequências da Revolução Francesa. Aristocrata, ele viu os valores de uma classe ser questionado pela burguesia e isso o motivou a viajar para a nova nação em construção, os Estados Unidos da América. Sua principal obra é “A democracia na América”, em que o autor analisa os valores dessa nova sociedade, seu funcionamento político, a influência dos jornais, a vontade de associação, dentre outros.
Karl Marx, de origem alemã, é muito conhecido por suas obras que versam sobre economia, política, direito e trabalho. Uma de suas principais contribuições é a teoria do valor trabalho, em que analisa o que é a mais valia. Seus trabalhos influenciam o campo das ciências sociais até os dias atuais e são responsáveis por uma vasta bibliografia que trata dessas relações a partir do ponto de vista marxista.
O nome sociologia, portanto, foi cunhado pelo filósofo Auguste Comte. Ao contrário de Marx, Comte era um reformador, a sociologia surge como a ciência que compreende os problemas sociais para buscar soluções que evitem colapsos como a Revolução Francesa. Gabriel Tarde é outro pensador francês que é considerado um dos fundadores da sociologia, seus trabalhos tratavam sobre os aspectos sociais do crime e uma de suas teorias mais famosas é a teoria da imitação.
Pareto, Durkheim e Weber possuem em comum o desejo de fazer ciência. Os três escreveram suas obras no final do século XIX e por isso compreendem o mundo de forma distinta dos autores anteriores. Também é comum aos três o pensamento de que, assim como Comte afirmara algum tempo antes, a sociedade para se manter como um todo precisava de um consenso, todos deveriam crer na coletividade (ARON, 2000, p. 279).
Émile Durkheim buscava compreender quais fatores unem os indivíduos para compor uma sociedade. Seus trabalhos tiveram como principais temas o Direito, a educação, a moral, a religião, o suícidio e o trabalho. Um de seus trabalhos mais importantes é o que demarca a diferença entre a sociologia, a filosofia e a psicologia: As regras do método sociológico. Pareto criticava o trabalho de Durkheim por considerá-lo uma moral científica.
Por fim, Max Weber tem como principais contribuições análises sobre o grau de organização das sociedades modernas, burocráticas e racionalizadas. Mas ao mesmo tempo ele apontava para os limites deste processo, reduzindo as liberdades individuais, a escolha pessoal, a fé.

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