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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

OPINIÃO: O Pacto pela Vida é enaltecido no Brasil, enquanto a violência cresce em ST

Por Paulo César Gomes, professor, escritor e pesquisador



O Pacto Pela Vida tornou-se uma das grandes vitrines do governo Eduardo Campos. Segundo dados oficiais em quase sete anos o programa conseguiu reduzir os CVLI (Crimes Violentos Letais Intencionais) em 35,5%, em todo o estado. No Recife, essa queda chegou a expressivos 52%; na Região Metropolitana, a 41%; e no interior, esse tipo de crime – o pior deles, por se tratar de homicídios, caiu 22%. Sendo que Afogados da Ingazeira e Salgueiro são os municípios que mais se aproximam dos índices aceitáveis pelas Nações Unidas, 15 e 16 mortes, respectivamente, por 100 mil habitantes.

Os números levaram o Pacto Pela Vida a ser premiado pela ONU na categoria Melhoria na entrega dos Serviços Públicos, em cerimônia realizada no Bahrein. No entanto, mesmo diante do “sucesso” do programa a sensação de insegurança cresce a cada dia em todo o território pernambucano. São vários os casos de roubos, furtos, sequestros e homicídios sem solução. O caso mais emblemático deles é do promotor Thiago Faria Soares, de 36 anos, que foi assassinado com vários tiros de espingarda calibre 12, no município de Águas Belas, no Agreste do estado, no dia 14 de outubro. De lá para cá, uma pessoa foi presa apontada como executor do crime e outra continua sendo procurada em uma caçada que ultrapassa os limites do estado.

A Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) firmaram um pacto de silêncio para não falar mais sobre as investigações. O que mostra que o governo se precipitou em apontar suspeitos confiando apenas no depoimento da noiva da vitima, sem ao menos está de posse de provas matérias, como por exemplo, a arma e o carro usados no crime.

Em Serra Talhada, dezenas de homicídios ocorreram nos primeiros 10 meses do ano, dos quais pelo menos 50% ainda não foram solucionados. Vários foram os assaltos ao comércio – no centro da cidade e frente ao CPA – e a residências. Recentemente tivemos o assalto, seguido de sequestro, da agência dos Correios. Sem contar com a escalada desenfreada do tráfico de drogas.

Provavelmente muitas pessoas iram responsabilizar as policias militar e civil pelo clima de insegurança,quando na realidade as duas corporações trabalham sem equipamento adequado, com número reduzido de homens e com salários  abaixo do que as duas categorias merecem.

Outro contrassenso é a proposta do governo em trabalhar em regime de metas, pois segurança pública não uma ciência exata, onde se pode a cada mês estabelecer uma média de crimes a serem resolvidos, ou apenas “catalogados”. Segurança Pública é antes de mais nada um problema social, e por isso mesmo deve ser tratada de forma preventiva, e não com dados estáticos, que em muitos casos são maquiados.

Na verdade o problema da violência está no fato de que os governos federais, estaduais e municipais não são capazes de oferecer a população educação, emprego e cultura, itens importantíssimos para o desenvolvimento de uma sociedade sem violência. 

Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!

Publicado no Portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 18 de novembro de 2013.

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