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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O sincretismo religioso no Brasil colonial

O Brasil colonial foi palco de uma série de conflitos étnicos, principalmente no que compreendia a relação senhor branco e escravo negro. O contato entre povos tão distintos em uma terra que não era nativa de qualquer um dos envolvidos acaba por dar origem a um movimento de adaptação cultural complexo. Os negros precisam camuflar sua ideologia para que não fosse cruelmente reprimida pela política obrigatória da religião católica e a solução encontrada é a associação de suas divindades africanas às santidades européias. Desta forma surge o que hoje tratamos por sincretismo religioso, faz-se importante ressaltar neste ponto que este processo também absorveu outras culturas como a indígena, por exemplo, mas neste trabalho vou priorizar a questão dos negros.

Esta associação torna possível a manutenção de suas crenças. Segundo José Beniste: "valeu como poderosa arma para os negros manterem suas tradições. Sem isso, provavelmente, nem mesmo teriam podido manter os traços religiosos que ainda hoje se conservam". Abaixo alguns exemplos dessa associação de termos religiosos.

Algumas divindade Africanas e sua correspondente católico:
  • Oxala: Jesus;
  • Oxum: Santa Luzia, Nossa Senhora Aparecida;
  • Oxumaré: São Bartolomeu;
  • Oxóssi: São Sebastião;
  • Obá: Santa Catarina;
  • Xangô: São Francisco de Assis, São Pedro, São João Batista;
  • Ogum: São Jorge, Santo Antonio;
  • Iemanjá: Maria mãe de Jesus;

Desta forma enquanto freqüentava cerimônias tradicionalmente católicas a população africana estava na verdade adorando a seus próprios deuses. Seus cânticos em dialeto próprio não deixavam transparecer o sentimento que tinham ao demonstrar estar adorando as imagens sacras. Assim surgem as religiões afro-brasileiras, repletas de fusões e adaptações. Atualmente existem no Brasil centenas de focos destas manifestações culturais. Segue um esboço das principais correntes e sua devida localização no país:

  • • Babaçuê - Pará
    • Batuque - Rio Grande do Sul
    • Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
    • Candomblé - Em todos estados do Brasil
    • Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
    • Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
    • Macumba - Rio de Janeiro
    • Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
    • Quimbanda - Rio de Janeiro, São Paulo
    • Tambor-de-Mina - Maranhão
    • Terecô - Maranhão
    • Umbanda - Em todos estados do Brasil
    • Xambá - Alagoas, Pernambuco
    • Xangô do Nordeste - Pernambuco


É importante nos conscientizarmos da gama de diversidades étnicas em nossa sociedade, e portanto, perceber a importância de manter cada tradição e respeitar aquela que nos for alheia. Só assim conseguiremos formar um povo digno, enquanto não formos capazes de respeitar-nos uns aos outros, nossa imagem no exterior continuará sendo a de terra do futebol, mulatas e muito samba, sem nada a mais para oferecer.

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