O período que vai de 1930 a 1945, a partir da derrubada do presidente
Washington Luís em 1930, até a volta do país à democracia em 1945, é chamado de
Era Vargas, em razão do forte controle na pessoa do caudilho Getúlio Dorneles Vargas,
que assumiu o controle do país, no período. Neste período está compreendido o
chamado Estado Novo (1937-1945).
A Revolução de 1930 e o Governo
Provisório
Em 1 de março de 1930 ocorre a última eleição presidencial da República Velha.
Disputaram essa eleição o presidente de São Paulo (hoje se diz governador) Júlio Prestes de Albuquerque apoiado pelo presidente Washington Luís e por 17 estados contra
o candidato Getúlio Vargas apoiado apenas por 3 estados: Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul.
Júlio Prestes é eleito e aclamado presidente, porém os perdedores não
reconheceram sua vitória.
Assim, em 1930, acontece a Revolução de 1930 iniciada a 3 de outubro. Quando as tropas
revolucionárias marcharam para o Rio de Janeiro, então capital federal, ocorre
a 24 de outubro um golpe militar que depõe e presidente Washington Luís, que fora antes presidente de São
Paulo. Washington Luís foi deposto e exilado, Júlio Prestes é impedido de tomar
posse como presidente da república e também é exilado. É formada uma Junta Militar Provisória, que então passa o poder a
Getúlio Dorneles Vargas, em 3 de novembro de 1930, encerrando a
República Velha e iniciando o Governo Provisório que tem Getúlio Vargas como
seu chefe.
Logo após a tomada do poder em novembro de 1930, Getúlio Vargas nomeou
interventores federais para governar os estados. Para São Paulo, por exemplo, foi
nomeado o tenente João Alberto Lins de Barros, um pernambucano, sendo que a
maioria dos líderes paulistas foram exilados. Na Bahia, foi nomeado um cearense, Juracy Magalhães - e assim por diante. Do exílio em Portugal, Júlio Prestes escreve, já em
1931, acreditando ele que a situação da ditadura estava se tornando
insustentável:
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O que não se
compreende é que uma nação, como o
Brasil, após mais de um século de vida
constitucional e liberalismo,
retrogradasse para uma ditadura sem freios e sem limites como essa que nos
degrada e enxovalha perante o mundo civilizado!
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— Júlio
Prestes
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Ao se iniciar o ano de 1932, crescem os reclamos dos
políticos paulistas que se uniram na Frente Única Paulista, em prol do fim da interferência dos tenentes em São
Paulo e pela instalação de uma assembléia nacional constituinte que poria fim
ao Governo Provisório, o qual era chamado pelos paulistas de ditadura.
Uma previsível reação dos paulistas a um conluio contra São Paulo e seus
interesses já fora percebida, em 1929, pelo senador fluminense Irineu Machado, que afirmou:
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A reação
contra a candidatura do Dr. Júlio Prestes representa não um gesto contra o
presidente do estado, mas uma reação contra São Paulo, que se levantará
porque isto significa um gesto de legítima defesa de seus próprios interesses"!
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— Irineu
Machado
|
Os paulistas, que mantinham um
esquema de domínio político junto com Minas Gerais durante a primeira
república, tentam articular uma revolução em 1932 para depor Getúlio Vargas. A
justificativa encontrada pelas oligarquias locais para buscar apoio do povo é
que o país precisava de uma Constituição, pois, desde 1930, Getúlio Vargas
dizia que "assumia provisoriamente" a presidência e que o mais cedo
possível entregaria uma nova Constituição ao país, com a subsequente realização
de eleições para presidente. Daí o nome de Revolução Constitucionalista de 1932, deflagrada a 9 de julho. Os paulistas foram
apoiados pelo sul estado do Mato Grosso onde foi criado o Estado de Maracaju, mas as tropas federais, ajudadas pelas tropas gaúchas e
mineiras, garantiram uma vitória de Getúlio Vargas depois de 3 meses de luta, a
qual foi a maior guerra civil brasileira de todos os tempos. Finalmente em 3 de maio de 1933, são feitas
eleições para uma Assembléia Nacional Constituinte que em 1934 elege Getúlio Vargas presidente
da república.
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