Henrique Bernardelli: Marechal Deodoro da Fonseca, c. 1900.
Em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca decretou o fim do período imperial em um golpe militar
de Estado sob a forma de uma quartelada quase sem força política e nenhum apoio
popular, e o início de um período
republicano ditatorial, destituindo o último imperador brasileiro, D. Pedro II,
que teve de partir em exílio para a Europa. O nome do país mudou de Império
do Brasil para Estados Unidos do Brasil.
A primeira constituição da República do Brasil foi feita dia
15 de novembro de 1890. Após 4 anos de ditadura com um caos e várias mortes de
federalistas, negros lutando por seus direitos, entre outros, iniciou-se a era
civil da República Velha, com a chamada República Oligárquica.
O Visconde de Ouro Preto, presidente do conselho de
ministro deposto em 15 de novembro, entendia que a proclamação da república
fora um erro e que o Segundo Reinado tinha sido bom, e, assim
se expressou em seu livro "Advento da ditadura militar no Brasil":
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O Império não
foi a ruína. Foi a conservação e o progresso. Durante meio século manteve
íntegro, tranqüilo e unido território colossal. O império converteu um país
atrasado e pouco populoso em grande e forte nacionalidade, primeira potência
sul-americana, considerada e respeitada em todo o mundo civilizado. O Império
aboliu de fato a pena de morte, extinguiu a
escravidão, deu ao Brasil glórias imorredouras, paz interna, ordem, segurança
e, mas que tudo, liberdade individual como não houve jamais em país algum.
Quais as faltas ou crimes de D. Pedro II, que em quase cinqüenta anos de
reinado nunca perseguiu ninguém, nunca se lembrou de uma ingratidão, nunca
vingou uma injúria, pronto sempre a perdoar, esquecer e beneficiar? Quais os
erros praticados que o tornou merecedor da deposição e exílio quando, velho e
enfermo, mais devia contar com o respeito e a veneração de seus concidadãos?
A República brasileira, como foi proclamada, é uma obra de iniqüidade. A
República se levantou sobre os broqueis da soldadesca amotinada, vem de uma
origem criminosa, realizou-se por meio de um atentado sem precedentes na
História e terá uma existência efêmera!
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Visconde
de Ouro Preto
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Conflitos
O período foi marcado por inúmeros conflitos, de naturezas distintas.
Externamente destacam-se apenas 2: a Revolução Acreana, que foi o processo político-social que levou à
incorporação do território do atual estado do Acre ao Brasil e o envolvimento do
país na I Guerra Mundial, na qual apesar da participação
militar do país ter sido insignificante para o resultado geral do conflito,
tendo se restringido basicamente à guerra anti-submarina em 1918, deu ao mesmo o direito
a participar da conferência de Versalhes em 1919.
Já no plano interno, este 1º período republicano foi marcado por graves
crises econômicas, como a do encilhamento, que contribuíram para
acirrar ainda mais a instabilidade geral. No âmbito
político-social, por exemplo, entre 1891 e 1927 ocorreram várias revoltas e
conflitos no país, tanto militares como (entre outras): a 1ª Revolta da Armada em 1891, a 2ª Revolta da Armada em 1893, a Revolução Federalista entre 1893-95, Revolta da Chibata em 1910, a Revolta dos tenentes em 1922, a Revolta de 1924 que se desdobrou na Coluna Prestes; quanto civis, como
(entre outras): a Guerra de Canudos 1893-97, a Revolta da Vacina em 1904, a Guerra do Contestado entre 1912-16 e os movimentos operários de 1917-19.
Também neste perído, ocorreu o auge do cangaço , tendo sido seu
expoente mais famigerado Virgulino Ferreira da Silva, popularmente conhecido
como "Lampião". Embora todos esses eventos tenham sido controlados pelo governo central e a
maioria fosse de caráter localizado, o acúmulo dessas tensões sociais e
econômicas foi pouco a pouco minando o regime, o que somado aos efeitos
causados pelas crises da depressão de 1929 e das eleições federais de 1930, acabaram levando ao movimento de 1930 que pos um fim a este primeiro período da república no
Brasil.
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