Pelo
princípio constitucional da reserva de jurisdição, todas as decisões tomadas na
esfera administrativa poderão ser revistas pelo Poder Judiciário, inclusive os
créditos tributários. Assim, quando o sujeito passivo não paga o tributo
devido, o Fisco tem o poder-dever de inscrevê-la em dívida ativa da respectiva
entidade tributante e, com isso, extrair a CDA (Certidão de Dívida Ativa).
Documento este que tem o poder de título executivo extrajudicial, que poderá
instruir o processo de execução fiscal.
Sabidamente,
o processo de execução não comporta a fase de cognição. Entretanto, sempre que
o contribuinte achar que é indevida a cobrança, pode se valer da ação de
Embargos, desde que respeitando-se os requisitos previstos em Lei (no caso
a Lei de Execuções Fiscais – 6830/80) e, subsidiariamente, o CPC.
Apesar
de ser uma forma de se opor a execução fiscal, os embargos constituem uma
verdadeira ação autônoma, que corre pensado ao processo principal (ação de execução
fiscal), pelo qual o devedor deverá alegar todas as matérias úteis a
defesa, requerer provas, rol de testemunhas (raríssimos casos) e juntada dos
documentos. Por isso, os embargos devem respeitar os requisitos dos art.
282 e seguintes do CPC.
Quanto a
competência, devem ser opostos onde corre o processo de execução
correspondente, seguindo apensados. Importante verificar se há continênca,
conexão, litispendência com Ação Declaratória ou Ação Anulatória em
curso.
Quanto
ao polo passivo, esse será a Fazenda Pública do Município, do Estado ou a
Fazenda Nacional, dependendo do tributo em questão.
Quanto
ao prazo, será de 30 dias contados da data da efetivação do depósito judicial
da quantia, da intimação da penhora do bem ou da juntada da fiança bancária (art.
16, §1º, Lei 6830/80)
Há
um requisito indispensável que é a GARANTIA DO JUÍZO. Diferentemente do CPC que
não exige a garantia do juízo para embargar a execução, no processo tributário
é necessária a prestação de garantia da dívida, normalmente realizada através
de penhora de bens. Por ser a LEF (Lei de Execuções Fiscais) uma lei especial
em relação ao CPC, que é geral, prevalece o estipulado no art. 16 da referida
Lei,i.e., necessidade de garantia do juízo
No
que diz respeito ao pedido principal, esse será para desconstituir a CDA e
automaticamente extinguir o crédito tributário no caso de ilegitimidade de
parte.
AÇÃO
ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL
EXCELENTÍSSIMO
SENHOR DOUTOR JUIZ (analisar o endereçamento conforme o
tributo, veja o exemplo aqui)
Dar
um espaço de 5 linhas aproximadamente.
Execução
Fiscal nº
Distribuição por dependência
Distribuição por dependência
Dar
um espaço de 5 linhas aproximadamente
Qualificação: Nome,
nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº (número), inscrito no
CPF nº (número), residente e domiciliado a (endereço completo) ou Nome
da empresa, pessoa jurídica de direito privado, inscrita n CNPJ sob nº
(número), com sede em (endereço completo), representada por seu sócio (nome),
conforme estatuto (ou contrato) social anexo, por seu advogado infra assinado,
assim constituído no instrumento de mandado incluso, que receberá as intimações
do feito na (endereço), vem, perante Vossa Excelência, propor a presente
EMBARGOS
À EXECUÇÃO FISCAL
com fulcro nos arts. 16 e seguintes da lei 6.830/80, 282 e seguintes
do CPC, estando garantida a execução fiscal através da(o) regular penhora
(depósito), em face da Fazenda (especificar qual Fazenda), pessoa jurídica de
direito público interno, na pessoa de seu representante legal, situada a
(endereço completo), pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
DOS
FATOS
O
Embargante é (demonstrar a atividade do cliente que pudesse dar causa à
cobrança do tributo em questâo)
Narrar
os dados do problema que seja relevantes (datas, números da lei, palavras
chaves do problema e que demonstrem a intenção da Fazenda em exigir o tributo
de tal maneira).
Demonstrar
inconformidade, sem avançar no direito, estabelecendo um parágrafo de conclusão
dos fatos e ligação com o tópico seguinte.
Assim,
ingressa com os presentes embargos para ver resguardado seu direito.
DO
DIREITO
Diante
dos fatos narrado, fica evidente que tal execução não pode prosperar. Senão
vejamos:
O art. …, da Lei …, determina que … (mencionar direto a
tese que mais afasta o tributo de seu cliente, tornando a execução
inconstitucional, ilegal ou abusiva)
Dentro
dos embargos pdoerá ser arguido toda materia de defesa da fase de cognição, ou
seja, a tese pode atacar diretamente a dívida: imunidade, agressão a princípios
constituiconais, decadência, prescrição, e qualquer outra matéria que afasta a
cobrança do tributo.
No
corpo desse tópico, você ira descrever os artigos que dão suporte à tese e
explicar como esses artigos se aplicam ao caso concreto. Nessa parte não
precisa ser muito extenso, senão o juiz não irá ler. Coloque tudo o que pode
afastar o tributo, mas desde que seja de uma forma clara e objetiva, sem muitos
rodeios. Se for colar uma doutrina, ponha UMA; se for colocar uma
jurisprudência, colacione UMA (mas forte, p. ex., jurisprudência do STF).
Não adianta fazer uma peça com 30, 40 ou 50 laudas, o juiz não lerá. Seria
um engodo imaginar que o juiz, atarefado do jeito que é, com pilhas de
processos acumulados para sentenciar, irá ler 3 ou 4 laudas de jurisprudências,
ou 3 ou 4 páginas de doutrina.
Afinal,
conforme o brocardo jurídico, “o juiz conhece o direito”, e também, da
mihi factum, dabo tibi jus, o que vale dizer: “exponha o fato e
direi o direito”. Portanto, não seja prolixo, senão correrá o risco de não ter
a sua peça lida por inteira.
Concluir
dizendo palavra-chave que defina o problema e o que deve ser afastado: “Assim,
notadamente se faz jus o embargante em ver acolhida a sua pretensão”
DOS
PEDIDOS
Diante
do exposto, vem requerer a Vossa Excelência o que segue:
·
sejam acolhidos e julgados
procedentes os presentes embargos à execução fiscal, descontituindo-se a CDA
que instrui a execução fiscal conexa, extinguindo-a por ser ilegal;
ou
·
sejam acolhidos e julgados
procedentes os presentes embargos à execução fiscal, para excluir o embargante
do polo passivo da execução, por ser parte ilegítima;
E
os requerimentos de praxe, quais sejam:
·
intimação da embargada para oferecer a impugnação
no prazo legal (note que não se pede a citação, a embargada é a
Fazenda Pública que já esta citada);
·
a condenação da embargada nas custas,
despesas e honorários advocatícios;
·
juntada de documentos;
·
IMPORTANTE: requerer seja desconstituída a penhora
(ou liberada a garantia prestada), nos termos do art. 32, §2º, da Lei 6830/80.
Senão a execução é extinta e o bem permanece constrito
ou
·
a juntada da guia que comprova o depósito do
montante integral, exigido para fins de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário, requerendo-se, desde já, seu levantamento ao final;
·
apensamento dos presentes embargos aos autos da
execução fiscal apontada;
·
requerimento de todos os meios de prova em direito
admitidos, especialmente a documental (que é a mais usada).
VALOR
DA CAUSA
Dá-se
a presente causa o valor de R$ (valor do tributo a ser exigido).
Termos
em que,
Pede deferimento.
Pede deferimento.
(Local),
(data).
(assinatura)
(nome do advogado)
OAB (número).
(assinatura)
(nome do advogado)
OAB (número).
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